#Divã da pós – Ritmos de trabalho.

Passadinha rápida para compartilhar mais uma verdade transformada em quadrinho por Jorge Cham!

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Eu alterno entre “Robô” e “OK, talvez você defenda sua tese”, e vocês?


Adaptação do sempre ótimo PhD Comics.

ps: favor desconsiderar minha inaptidão para com editores de imagem.

Mais Lady Gaga: Bad Project.

Como era de se esperar, apareceu mais uma paródia da argh Lady Gaga!

Eu sei como quem fez o vídeo se sente, não tem nada como ganhar um projeto-mico de presente e ficar batendo cabeça por meses a fio… Prá não falar de quando trabalhei num laboratório em que o pós-doc que coordenava o projeto identificava suas amostras principais em árabe!

Ê vidinha mais ou menos…

Rafael_RNAm diz:

Esse é o maior viral científico desde a bactéria de arsênio!!!Eu recebi isso de DEZENAS de pessoas, via twitter, orkut, Facebook, email, fax, pager e sinais de fumaça. 

Parabéns por pessoal do lab da Hui Zheng que produziu o vídeo. Esse tipo de material é muito bom para mostrar para nós, cientistas brasileiros, que lá no EUA e aqui os problemas são os mesmos (maldito Western!!!). 

É bom também para fazer a sua mãe entender que fazer ciência não é sempre a coisa mais honrada e divertida do mundo. E no final o que todos os pós-graduandos gritam é isso mesmo: “EU NÃO QUERO SER POBRE!!!!”

Se você não viu o outro vídeo que postamos aqui, acesse Lady Gaga no laboratório: Lab Romance!

A garota mais bonita… do lab

Qualificação entregue e próximos experimentos em andamento, volto a este blog, que quase morre de inanição.
Só pra quebrar o gelo, segue um vídeo de uma paródia bacaninha:

E aqui o original
Isso tudo só pra lembrar que cientistas são malucos como qualquer outra pessoa. Nem mais nem menos.

Lady Gaga no laboratório: Lab Romance

Tive que roubar este vídeo do blog Humor na Ciência que por sua vez roubou daqui.
Ladrão que rouba ladrão tem perdão, então to bem!

Lab Romance. HIT IT!!!!

Music by Lady Gaga, lyrics by Tami Lieberman and Jake Wintermute, performed by Jake Wintermute, editing by me and Patrick Boyle, dancing by the Silver Lab.
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a lab romance
Roma-Roma-ma-ah!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your lab romance
Roma-Roma-ma-ah!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your lab romance
I’ll cure your ugly
I’ll cure your disease
I’ll publish papers
As
long as they’re free
I’ll wear a glove
Glove-glove-glove
I’ll wear a
glove
I want your carbon
The touch of your genes
Alter your genome to
make my machines
And wear a glove
Glove-glove-glove
I’ll wear a glove
Glove-glove-glove
I’ll wear a glove
You know that I want you
And you know that I need you
Go to the lab
Lab romance
I want your loving
And I want your revenge
You and me could write a
lab romance
I want your loving
All your love is revenge
You and me
could write a lab romance
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a lab romance
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a lab romance
Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-Roma-ma-ah!
Ga-ga-ooh-la-la!
It’s a lab romance
Carbon storage
Genetic design
I’ll own the patents
And the profits are mine
And wear a glove
Glove-glove-glove
I’ll wear a glove
Glove-glove-glove
I’ll wear a glove
Track your cell cycle
and learn all your tricks
to cure your cancer
’cause baby your sick
And wear a glove
Glove-glove-glove
I’ll wear a glove
Glove-glove-glove
I’ll wear a glove
You know that I want you
And you know that I need you
Go to the lab
Lab romance
I want your loving
And I want your revenge
You and me could write a
lab romance
I want your loving
All your love is revenge
You and me
could write a lab romance
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a lab romance
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a lab romance
Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-Roma-ma-ah!
Ga-ga-ooh-la-la!
It’s a lab romance
Work work passion baby
make that model work crazy
I want your loving
And I want your revenge
I want your loving
I don’t want to be friends
Je veux ton amour
et je veux ta science
j’adore la science
I don’t want to be friends
You know that I want you
And you know that I need you
Go to the lab
Lab romance

Um relato sobre o incêndio no Butantan

incêndio butantan.JPG

Pobres garotos e pobres de nós sem a coleção do Butantan!

Este é um post de luto. E não é porque a grande maioria dos animais perdidos já estava morto que diminui a dor da perda. Aliás ela só aumenta quando percebemos a sua importância e propósito.
Segue aqui o relato de um grande amigo que trabalha, ou trabalhava, no Instutúto Butantan, e teve o seu laboratório totalmente destruído pelo incêndio da manhã do dia 15 de maio. Aqui ele mostra a importância real desta perda, não só para a ciência, mas para a sociedade brasileira e mundial.

A essa altura do campeonato vocês já devem ter escutado sobre o incêndio no Butantan. Infelizmente ele foi no meu laboratório.
Era um sábado tranquilo… daqueles que a gente levanta sem pressa e, no meu caso, enrola pra começar a trabalhar (até porque estou nas vésperas de entregar a minha dissertação e sábados são dias de trabalho). Acordei com o celular tocando e a notícia de que tinha um incêndio no Butantan. No começo não dei muita bola, mas logo que vi no video os bombeiros jogando água no meu lab cai na real.
O meu trabalho talvez tenha sido o menos afetado, até porque estou escrevendo a dissertação e já tenho toda a parte mais importante no computador e a salvo, mas queria dividir algumas coisas com vocês…
Ontem, a maior coleção de aranhas da américa latina e a maior coleção de serpentes do mundo foram severamente danificadas . A nossa coleção tinha mais de 150.000 lotes de aranhas, considerando que cada lote pode conter de uma a mais de 10 aranhas da pra ter uma ideia do número real de animais que estavam ali preservados.
A coleção da herpetologia tinha por volta de 80 mil exemplares de serpentes, algumas espécies que podem estar em extinção e exemplares tombados pelo próprio Dr. Vital Brazil, que fundou o Instituto Butantan 109 anos atras.
Não só pelo valor histórico dessas coleções e pelo respeito que devemos ter por elas queria discutir algumas coisas para esse não virar mais um e-mail sensacionalista de desabafo de alguém que está muito triste.
Uma coleção como esta, no olhar de um leigo pode até parecer coisa de um naturalista que coleciona besouros, mas tirando o fato de que Darwin criou a teoria mais importante para a biologia fazendo isto, estas coleções, como as que existiam no butantan, tem um valor inestimável para os estudos de biologia, taxonomia e ecologia. E não só para estes estudo de ciência básica. Toda a produção de ciência aplicada do Instituto depende desses laboratórios. Não adianta nada você fazer os estudos mais avançados sobre as proteínas tais dos sítios de clivagem alfa dos canis iônicos glutamatérgicos se ninguém identificar os animais que você coletou para este trabalho ou ainda se você não tiver um lugar para depositar alguns exemplares de testemunho para futuros trabalhos.
Uma coisa que acontece com essas coleções, principalmente no nosso país, é que ninguém dá valor. A impressão que dá é que os poderosos realmente acreditam que isso é coisa de naturalista do século passado que fica colecionando besouros. Quando as pessoas pensam no Instituto Butantan só estão preocupadas com a produção… com as vacinas e com o soro, mas esquecem ou não sabem que essa produção toda começa lá naquele laboratório.
Tudo isso que vocês escutam falar sobre ecologia, meio ambiente e principalmente sobre BIODIVERSIDADE uma hora ou outra passa pelas mãos das pessoas que trabalham nessas coleções. Um trabalho de formiguinha… pra organizar, catalogar e preservar todos aqueles exemplares que representam a nossa fauna de aranhas. Cada aranha tem um número de referência, uma etiqueta com informações de onde foi coletada, por quem e quando. É lá que descobrimos novas espécies e principalmente… é lá que conhecemos nossa BIODIVERSIDADE… se a gente não conhece. Pode ter certeza que os gringos vão vir aqui e catalogar tudo, e guardar nas coleções deles.
Mesmo no meio daquele caos e da tristeza de ver uma parte da minha casa virando pó, ainda tenho que escutar a conclusão da reportagem dizer “O instituto Butantan é responsável por 80% da produção de vacinas e soros no país e essas atividades não foram atingidas”. Como se estivesse tudo bem… Só que a produção do soro depende do trabalho daqueles garotos, que não ganham nem de longe o que merecem, mas levam esse laboratório com o coração. Garotos que passam os seus dias cuidando das aranhas como vocês cuidam dos cachorros e gatos que tem como pet para conseguir extrair alguns mililitros de veneno para a produção do tal soro. Garotos que pulam de alegria quando descobrem uma nova espécie… garotos que ficam tristes e preocupados quando alguma coisa com o livro tombo está errado… E garotos que ontem eu vi chorar e que mesmo sabendo dos riscos daquele prédio vir abaixo entraram lá pra tentar salvar pelo menos os exemplares que chamamos de “tipos”, aqueles que foram utilizados para descrever as espécies e que sem eles… não podemos mais ter certeza se a aranha que vamos coletar amanhã pertence de fato àquela determinada espécie.
Desculpe pelo e-mail de desabafo… mas é complicado ver um laboratório que você passou momentos alegres e dificeis virar pó e ferro retorcido!
Anexei algumas fotos… de como era… e como estava quando entrei pela ultima vez lá… aquela pilha de caderno sujos na ultima foto é tudo que sobrou do meu lab.

Danilo Guarda
Aqui o Danilo e uma de suas amadas

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Aqui o que era o laboratório

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Aqui o que virou o lab

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Veja também a manchete comentada pelo Ciência à Bessa: Incêndio no Butantan Destroi Importante Coleção Zoológica
No blog do Luis Nassif um relato sobre a condição de outras coleções zoológicas, por Hugo Fernandes Ferreira

O que um cientista sente ao sacrificar seus animais

lab-mice-540x380.jpgHoje sacrifiquei meu primeiro animal de experimentação.

Um camundongo.

Claro que já entrei em contato com a morte antes. Desde animais de experimentos de colegas ou mesmo morte de parentes. Todas estas ocasiões acabam mostrando uma nova face da morte. Até mesmo já havia matado camundongos invasores de uma antiga república onde morava.

Mas sacrificar MEUS animais, para completar o MEU experimento, e aliás, fazer isto com as MINHAS próprias mãos, coloca a morte em uma nova perspectiva.

Irei ignorar comentários me chamando de sádico matador de animais. Eu gosto de animais. Até mesmo crio gerbils de estimação. Sinto empatia por eles, e este é o problema. Esta empatia que nos coloca no lugar deles, que insiste em colocar a nossa consciência humana nos seus corpinhos de roedores.

camundongo.jpg

Mesmo sofrendo com esta empatia, não quero me livrar dela. Não quero perder esta sensibilidade pelo animal. Sei que seria muito mais fácil para o trabalho, mas a falta de sensibilidade acaba na banalização da coisa toda, e isto seria péssimo. Seria um passo a mais para se sair do trilho ético no lido com animais.

E infelizmente não podemos deixar de usar os animais nos experimentos. Tudo in vitro ou in silico (computador) é apenas uma dica, é mentira, ilusório como um vôo simulado. O experimento que se faz em animal é o primeiro vôo de um piloto. Os animais que tornam nossos experimentos elegantes, e é neles que as respostas se mostram realmente complexas e desafiadoras. Eles são a porta de entrada das hipóteses dos pesquisadores para a “natureza selvagem”.

Aos que já estão acostumados a lidar e sacrificar animais, não riam da minha empatia talvez ingênua neste meio acadêmico da biologia. Continuarei os experimentos até o fim. Mas entendam que não é algo trivial e que devemos sempre ter os animais em um nível de consideração mais elevado que uma simples “cobaia”, palavra que acaba ficando até mesmo pejorativa.

São animais, oras. Mamíferos muito próximos de nós, evolutivamente falando.

Por isso dedico este texto aos meus camundongos sacrificados. Em homenagem à sua importância para minha formação e para o conhecimento humano. Farei o máximo para aproveitar cada dado extraído, cada experiência profissional, e também pessoal, de meu contato com eles.

Obrigado.

camundongo nude.jpg Na verdade este é o meu camundongo. Chama “nude” (pelado), porque não tem pêlos e nem sistema imune. Feinho mas gente boa.