Começamos 2018 reativando a série Alimentos do Futuro (confira as parte I, II, III e IV).
As chamadas Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) são plantas que, apesar de estarem amplamente disseminadas em nosso entorno, não são devidamente valorizadas enquanto alimento. Muitas destas plantas até mesmo tinham espaço na cultura gastronômica de diferentes povos, mas foram paulatinamente sendo substituídas por espécies comerciais produzidas em larga escala (cereais, alface, repolho, etc). As PANCs são, em boa parte das vezes, plantas espontâneas, que nascem e se desenvolvem sem maiores cuidados culturais. Isso se deve principalmente por serem comumente plantas autóctones da região em questão, acostumadas portanto às condições de solo, temperatura e umidade.
O motivo de considerar as PANCs um Alimento do Futuro é justamente estarem adaptadas ao contexto de cada região, minimizando desta maneira esforços agrícolas e utilização pesada de insumos em sua produção, além de apresentarem sua função ecológica dentro do ecossistema em que se inserem.
Atualmente, estas plantas começam a receber, novamente, atenção dos meios acadêmico, científico e mesmo culinários. Trabalhos científicos (link aqui e aqui) têm abordado características nutricionais e mesmo medicinais promissoras no que diz respeito a estas plantas. O livro publicado por Kinupp e Lorenzi, Plantas Alimentícias Não Convencionais no Brasil, tem sido referência no reconhecimento, identificação botânica e modos de preparo das PANCs de diversas regiões brasileiras. Os autores encontraram em suas pesquisas centenas de plantas não convencionais potencialmente alimentícias, detectando características nutricionais relevantes em muitas delas.
Vale lembrar que é essencial conhecer bem estas fontes alimentícias e saber diferenciá-las de plantas potencialmente tóxicas. Neste sentido, o livro indicado acima é uma ótima ferramenta.
O reconhecimento da biodiversidade como fonte nutricional foi avaliado em um trabalho publicado em 2006 como um caminho comum para alcançarmos tanto o desenvolvimento sustentável quanto a segurança alimentar.
Por isso, vamos conhecer melhor as alternativas alimentares que nos cercam!
Crédito das imagens
capa (capuchinha) – Valéria Farhat; beldroega – Luiz Bacchiega
Ótimo artigo. Gostei do blog.