Microplanta química impressa em 3D para síntese de biodiesel em milirreatores

Prezado leitor, tudo bem com você? O artigo semanal que eu separei hoje é fruto de 2 anos de trabalho do nosso grupo. O artigo em destaque essa semana publicado na revista Energy Conversion and Management (DOI: https://doi.org/10.1016/j.enconman.2019.01.090) apresentou pela primeira vez a impressão 3D de uma microplanta química para a produção de compostos químicos. A nossa ideia é que um usuário em qualquer lugar do mundo pode acessar a microplanta desenvolvida pelo nosso grupo e iniciar a produção usando uma simples impressora 3D.

Além de mim (autor correspondente), os autores do artigo foram a Mariana Garcia Mendonça Lopes (primeira autora), Vinicius Andolphato, Felipe Neves Russo, João Lameu da Silva Jr. e Osvaldir P. Taranto. O artigo tem acesso aberto até 1 de Abril de 2019 no seguinte link. Os autores agradecem o apoio da FAPESP, do CNPq e da Unicamp

Se você não lembra o que é uma microplanta química [eu vou deixar alguns textos no final como referências], microplantas químicas podem ser entendidas como plantas químicas que utilizam estruturas micrométricas principalmente microrreatores, micromisturadores e microtrocadores de calor. No desenvolvimento de uma microplanta química ocorrem as etapas de design, implementação, instrumentação e controle da microplanta. Entretanto, a literatura apresenta poucos exemplos de utilização de microplantas química para produção comercial, sendo seu potencial pouco explorado pelas empresas. O aumento da produção de um determinado produto em uma microplanta química pode ser realizado através da utilização de várias unidades micrométricas (numbering up – escalonamento), sendo ela normalmente dada em dois diferentes tipos de configuração. A primeira envolve o uso de um dispositivo composto de várias unidades micrométricas dispostas paralelamente, e a segunda configuração envolve a multiplicação de microestruturas iguais. A nossa microplanta utiliza a primeira configuração.

Os destaques desse artigo são:

O escopo desta pesquisa é demonstrar o uso da impressora 3D no processo químico.

Uma planta microquímica foi impressa pela primeira vez.

A taxa de produção de biodiesel foi de 126,4 mL min-1.

A microplanta descrita aqui pode ser fabricada em 40,4 h pelo processo de impressão 3D.

Segundo nós mesmos [kkkkk] um grande benefício de ser utilizar impressoras 3D para fabricar microplantas químicas é que o arquivo de dados digitais (código G ou G-Code) permite a fabricação de microplantas em qualquer local com uma impressora 3D adequada. Assim, arquivos (código G) ou objetos 3D podem ser armazenados e enviados via internet. Portanto, um usuário em qualquer lugar do mundo pode acessar o microplanta desenvolvida e começar a produzir o produto químico desejado usando uma impressora 3D.

Já pensou querido leitor ter a sua própria planta química em casa? Alguns produtos químicos que você compraria no supermercado, você poderia simplesmente fabricar em casa!

Claro que nós ainda estamos longe disso, mas o primeiro passo já foi dado.

Bom fim de semana.


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Sobre Harrson S. Santana

Doutor em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com enfoque em Microfluídica, Simulação Numérica e Biodiesel. É também especialista em Impressão 3D de microdispositivos. • Atuou como Prof. Dr. da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) na área da Termodinâmica Aplicada e Operações Unitárias`; Foi Professor colaborador da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) na área de Microrreatores; Professor Visitante na Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto ESSS. • Atuou como Pesquisador na UNICAMP nas áreas de Microfluídica, Manufatura Aditiva, Simulações Numéricas e Processos Químicos. • Ministrou Cursos e Workshops acerca de diversos temas, tais como Modelagem e Simulação de Dispositivos Microfluídicos e Impressão 3D de Dispositivos Microfluídicos, a convite de diversas instituições como Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Espírito Santo. Também foi palestrante convidado de diversas conferências nos temas de Biotecnologia, Energia, Microfluídica entre outros. • Foi editor dos livros "Process Analysis, Design, and Intensification in Microfluidics and Chemical Engineering" e "A Closer Look at Biodiesel Production". • Atualmente atua como editor convidado dos periódicos “JoVE Journal” e “Frontiers in Chemical Engineering”. • Participou até o momento de 18 projetos de pesquisa, como coordenador e integrante gerando como resultados 33 artigos científicos em importantes periódicos internacionais, 6 patentes depositadas e 7 programas de computador com registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). • É criador do blog Microfluídica & Engenharia Química, onde apresenta conteúdos dessas duas áreas e como elas influenciam a nossa sociedade. Seu interesse científico se concentra em fenômenos de transporte, engenharia das reações química, simulações numéricas de dispositivos microfluídicos aplicados em processos químicos, físicos e biológicos, impressoras 3D e bioimpressão, além de sistemas robóticos.

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