EDITORIAL: A QUESTÃO AMBIENTAL

EDITORIAL: A QUESTÃO AMBIENTAL

A questão ambiental é, tanto quanto a da edição do genoma humano, um assunto que demanda atenção imediata na época contemporânea. O terceiro tópico do blog estará, portanto, dedicado a ele. A modo de introdução, oferecemos neste editorial a entrevista de #Filosofia Pop à professora Déborah Danowski. Danowski é membro da primeira e por enquanto única linha de pesquisa no país sobre o assunto (Filosofia e questão ambiental, PUC-RJ). No podcast que segue, ela se debruça sobre conceitos fundamentais como antropoceno, “novo normal”, “fim do mundo”, e faz uma recomendação bibliográfica, cinematográfica e musical riquíssima (lista disponível no final da página). Danowski também descreve o “discurso negacionista” – segundo o qual a ação humana não tem parte nos processos de transformação em curso – como um movimento reacionário patrocinado principalmente pela extrema direita norte-americana, cujos argumentos são tendenciosos e a serviço dos interesses econômicos das grandes indústrias.

 

Murilo Ferraz e Marcos Carvalho Lopes do Filosofia Pop recebem Deborah Danowski, Professora da PUC-RJ e especialista em pensamento ecológico, para falar de aquecimento global, mudança climática, o time dos "incrédulos" e assuntos afins.

 

Inevitavelmente, e por razões que dispensam enumeração, a figura de Donald Trump se faz presente. Aproveitando a conjuntura, no post que inaugura o tópico se oferece um cenário imaginário no qual Descartes, o racionalista francês do século XVII, pai da filosofia moderna, se encontra com o presidente e mantém com ele uma conversa acerca das premissas fundamentais do pensamento inteligente. Neste caso, oferecemos ao leitor uma amostra do debate na qual o climatologista Carlos Nobre e o cientista político Gunther Rudzit comentam o estado atual da situação e seus possíveis desdobramentos.

https://www.youtube.com/watch?v=1RIW6FRwZi4

 

O espaço de comentários está, como sempre, aberto na sequência de cada post.

Se tratando de um assunto tão urgente, convidamos o leitor a estender o tópico com novos artigos. Veja o procedimento em: Publique.

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Editorial: As perversões da Filosofia

1/01/2017 – Em 1945, o filósofo grego Platão, discípulo de Sócrates, mestre de Aristóteles e pedra angular da tradição de pensamento ocidental, foi acusado por Karl Popper de ser fonte de inspiração para a série de totalitarismos que provocaram no século XX uma ferida que persiste aberta, até hoje, nas camadas mais profundas dessa pele que nos protege da barbárie e chamamos “cultura”. E devemos ser sinceros: em vários momentos a interpretação de Popper parece veraz e pertinente. Basta lembrar a censura das artes proposta por Platão em República, a “mentira piadosa” como mecanismo de controle das massas, a defesa da eugenia. 

Como Platão, se bem que por outros motivos, Nietzsche é alvo de uma crítica semelhante. Lukács, por exemplo, diz literalmente que ele foi o “precursor intelectual do nacional-socialismo”: o apelo à afirmação da individualidade e o conceito da “vontade de poder”, o credo da “raça superior” e a promessa do advento do Übermensch, o “super-homem”, estão na base da crítica. A refutação (cajo seja possível) não é, de novo, nem fácil nem simples.

O segundo tópico de O.Phi tem como título Perversões da Filosofia, e consta de dois posts inaugurais: um dedicado a A Sociedade Aberta e os seus inimigos (1945)onde Popper delata o “esteticismo” e a “engenharia social utópica” de Platão; o outro, à acusação dirigida a Nietzsche, com base na análise da Primeira Dissertação da Genealogia da Moral (1887), a teoria da moral do senhor do escravo e da transvaloração.

O espaço para comentários e para ampliar o tópico com novos posts relativos à “usurpação” das ideias filosóficas por parte das diversas ideologias está, como sempre, aberto. Veja aqui como publicar.

A possibilidade de que as maiores vozes do nosso acervo filosófico sejam manuseadas tendenciosamente e utilizadas para construir ideários da barbárie é real e perigosa.

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Editorial: Edição do genoma humano

18.01.2017 – Como o leitor descobrirá imediatamente, o conjunto de posts com que inauguramos Open Philosophy surge sob inspiração de um minicurso sobre Bioética e Edição do Genoma Humano que teve lugar no contexto do Encontro Nacional de Pós-graduação em Filosofia do Brasil, em Outubro do ano passado (2016). Por vários motivos, a publicação do conteúdo demorou-se até agora. Contudo, enquanto revisávamos por última vez os textos, nos encontramos com uma confirmação da pertinência da questão e um sinal de que o título escolhido para o tópico (“Edição do genoma humano: um assunto urgente”) era tudo menos inadequado: no momento do minicurso, tinha acabado de nascer o que foi publicitado como “o primeiro bebê de três pais genéticos“; hoje, três meses depois, voltamos a encontrar nas manchetes mais um anúncio: “nasceu o segundo bebê de três pais genéticos“, ou “bebê de três pais genéticos nasce de um casal estéril“. Ao que tudo indica, pois, se trata de uma realidade emergente que se tornará cada vez mais corriqueira no Século XXI – uma realidade tão excitante quanto perigosa, à qual a comunidade acadêmica e a sociedade no geral deve estar atenta
para não sofrer gratuita e passivamente consequências indesejadas. 

Dito isto, damos as boas-vindas a nossos leitores e os convidamos a participar nas discussões e assinar o blog.

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