A CAVERNA DE PLATÃO (II)

A CAVERNA DE PLATÃO (II)

Continuando a reflexão sobre a Alegoria da Caverna de Platão, ou simplesmente “A Caverna”, como a partir de aqui a chamaremos, segue um segundo ensaio dando sequência ao tópico iniciado em Julho deste ano. Trata-se de uma transmutação daquele esboço inaugural, motivo pelo qual o leitor assíduo reencontrará conceitos conhecidos.

Alegoria da Caverna se encontra no sétimo livro da República, de Platão. A República – em grego Πολιτεία, na transliteração latina, Politeía – foi composta no século IV antes de Cristo e é um dos maiores tesouros da cultura ocidental; a Alegoria da Caverna, uma das pedras mais preciosas dessa joia.

A tradução estândar da República em português pode ser descarregada aqui

Para ver em inglês e o original grego, acesse aqui.

 

 

A CAVERNA DE PLATÃO – UMA RECONSTRUÇÃO DRAMÁTICA

 

No início do Livro VII da República Sócrates anuncia que irá descrever a situação humana em relação à inteligência ou, melhor, à educação (em grego, παιδεία) e à sua falta, por meio da articulação de um cenário imaginário que lhe é em todo semelhante. Com o auxílio da fantasia e a metáfora como recurso, Platão oferecerá ao leitor um diagnóstico empírico e uma lição filosófica na forma de uma construção literária da mais fina elaboração. A Alegoria da Caverna, pois disso se trata, tem sido e será sempre lida e interpretada de infinitas maneiras. A nossa proposta hoje será encará-la desde o ponto de vista dramático, ensaiando uma reconstrução da passagem a partir dos cânones clássicos da composição, aos quais, por fortuna, a figura se adéqua perfeitamente. Além do prólogo [i], teremos a divisão em três atos, separados por dois nós da trama e que se rematam em uma resolução a modo de epílogo. Teremos, assim mesmo, clímax e anticlímax, e personagens com contornos nítidos e definidos.

PRIMEIRO ATO: Os prisioneiros da Caverna

O quadro pintado por Sócrates é assaz conhecido. Há uma caverna sob a terra, ligada à superfície por um corredor longo, ingrime e estreito. Esse corredor se abre por um lado à intempérie e, pelo outro, se aprofunda no chão e se remata em uma abóbada no subsolo, onde não chega a luz do dia. A caverna é, portanto, um recinto subterrâneo escuro e, cabe adiantar, de importantes dimensões: não tanto do tamanho do calabouço mas, pelo que está a acontecer ali, algo com o espírito do calabouço, mas o tamanho do teatro ou da catedral.

No fundo da gruta há homens acorrentados, sujeitos das extremidades e o pescoço por pesados grilhões que os fincam ao terreno. Completamente reduzidos, impedidos inclusive de girar a cabeça, os prisioneiros permanecem imóveis na escuridão, olhando compulsória e fixamente para frente. Eles estão ali desde a infância, diz Sócrates; criados em cativeiro – suspeita o leitor-, e sem experimentar jamais nada distinto daquilo, a mansidão e a passividade dos acorrentados parece natural, embora isso não anule a perturbação que as tristes figuras provocam. O fato é que, apesar de haver escravos no interior da Caverna – ou condenados, ou penitentes – não há rebelião no subsolo. Os prisioneiros, pelo contrário, afrontam a circunstância com uma mansa naturalidade.

No interior do recinto, uma curiosa engenharia ergue em volta dos cativos um espetáculo peculiar. Às costas dos prisioneiros há um muro, um “tabique do tipo daqueles por sobre os que mágicos ou titereiros mostram suas maravilhas/seus bonecos ou marionetes”. Nos bastidores, para além do muro, há ardendo uma fogueira, e entre o muro e a fogueira circula uma estranha procissão de homens carregando diversos objetos e figuras e dialogando entre si. A dinâmica final é similar à de um teatro de sombras: o fogo ilumina os objetos transportados e suas sombras se projetam, por cima do muro, na parede adiante dos cativos.

 

 

“Observa, então, ao longo do muro, homens a carregar toda sorte de utensílios que ultrapassam a altura do muro, e também estátuas e figuras de animais, de pedra e de madeira, bem como objetos da mais variada espécie. Como é natural, desses carregadores uns conversam e outros se mantém calados”

PLATÃO, República VII 514b-c

 

A Caverna é então, ao que parece, um palco; o que está a acontecer ali dentro, um espetáculo sinistro; os cativos, uma patética platéia. Desde a platéia não é possível divisar os bastidores: desde ali se vêm somente as sombras deturpadas das marionetes no fundo da caverna. No entanto, e dada a acústica do recinto, os espectadores escutam o ecoar dos nomes com que os homens da procissão se referem aos objetos que carregam e repetem esses nomes. Assim, eles aprendem a se comunicar nas trevas. Como crianças, na total ingenuidade, eles competem, brincam de adivinhar qual sombra virá depois de qual, celebrando em inusitada alegria quem se revela mais destro na competição. A platéia, então, se diverte.“Estranhos prisioneiros”, anota Gláucon; “são como nós”, responde Sócrates.

PRIMEIRO NÓ DA TRAMA: de prisioneiro à liberto

Após ter descrito a topologia da caverna e a condição dos habitantes, Sócrates convida seus interlocutores a imaginar o que aconteceria se um dos prisioneiros fosse libertado e conduzido para fora. Eis o fim do primeiro ato e o primeiro nó da trama, que na nossa reconstrução consideraremos um deus ex machina. O deus ex machina é um artifício utilizado no teatro antigo no qual, grosso modo, um “milagre” acontece [vi]. Nada do descrito no primeiro ato, isto é: nada do que acontece no interior da caverna, nenhum dos avatares do espetáculo nem impulso algum surgido da subjetividade dos prisioneiros, explica a mudança de cenário, isto é, a saída da caverna; o vocabulário da coerção e da violência é, ao invés, manifesto neste ponto, e Platão é claro: não há movimento algum da vontade própria na instância de libertação do prisioneiro. Como seja, o fato é que o prisioneiro devém liberto e que, com isso, o percurso dramático dá um giro e tem início o segundo ato.

SEGUNDO ATO: A saída da caverna

O segundo ato se inicia, então, com um dos prisioneiros sendo libertado e impelido a levantar-se e andar em direção à luz. Ao encarar o brilho da fogueira, ele sentiria dor nos olhos e sua vista ficaria deslumbrada, incapaz de distinguir o que há em volta. Se nestas circunstâncias alguém lhe apresentasse os bonecos e utensílios cujas sombras ele via antigamente na morada subterrânea e o obrigasse, “à força de perguntas”, a chamar cada um deles pelo nome, o liberto ficaria confuso e sem palavras. Com a mente atordoada e a visão embasada, ele seria incapaz de reconhecer os artifícios do cenário ou de compreender o que está a acontecer, muito menos de dar conta dos sucessos ou de acreditar estar em bom caminho. Pelo contrário, ele tentaria evitar a luz e voltar dos bastidores ao seu assento na platéia. Se, neste momento, a força externa o empurrasse novamente, “arrastado-o à força pela rampa rude e empinada”, ele se revoltaria e sofreria mais ainda.

Contudo, são dores de parto. Ao atravessar a boca da caverna, o liberto se acostumaria pouco a pouco. No começo, exploraria a intempérie nas horas da noite, pousando o seu olhar sobre as sombras dos objetos naturais às quais é receptivo pela vida prévia na caverna. Depois, como farejando o resplendor, se deteria nos reflexos na água e nas superfícies espelhadas, seguindo o rasto da claridade até ser capaz de divisar “o céu e o próprio céu”, “a lua e as estrelas”. Após a “fase noturna”, guiado já por uma visão despejada e uma lucidez florescente, a aurora coroaria o percurso fatalmente e o liberto experimentaria a luz do dia.

CLÍMAX: a emancipação das trevas – de liberto a iluminado

Semelhante neste ponto ao iniciado, e revelando-se mais perspicaz do que poderia acreditar-se considerando seu passado, o liberto se encontraria então no espaço diurno a céu aberto. Dirigindo a vista ao alto descobriria o Sol, observaria que ele “rege as estações” e a physis no seu conjunto, o reconheceria como “fonte da verdade e da vida” e “de algum modo como […] a causa”do que ele e seus companheiros estavam habituados a enxergar. Assim, concluiria finalmente que esse universo diáfano, solar e luminoso é o mundo verdadeiro, e não aquele claustro no subsolo, que deixara atrás. Neste instante, o liberto atingiria a completa emancipação das trevas e gozaria da contemplação e da claridade na Ilha dos Bem-aventurados, como lhe chama Sócrates. Eis o clímax da Caverna.

SEGUNDO NÓ DA TRAMA: de esclarecido a redentor

Mas as peripécias não acabam aqui. Na sua contemplação, o iluminado pensa para si que “preferiria, como Aquiles, sofrer qualquer destino a ter que voltar a viver no subterrâneo com os seus antigos companheiros”. Mas Sócrates é rigoroso, e chegado esse ponto propõe um novo giro para os acontecimentos: “Uma vez atingida a região superior”, diz Sócrates, em relação ao esclarecido, “e após ter suficientemente contemplado o bem, não o deixaremos […] permanecer lá encima”[xvi]. Trata-se, ao que parece, de mais um deus ex machina. O liberto deverá, contra a sua vontade, voltar e assistir os prisioneiros, libertando-los por sua vez daquele mundo tenebroso como ele mesmo fora libertado. Ainda que emancipado da trevas e esclarecido, então, ele não é homem livre.

Nestes termos, o iluminado se transforma em redentor, volta às trevas e se inicia o terceiro e último ato.

TERCEIRO ATO: de volta às trevas (viés político)

Na sua viagem de regresso, diz Sócrates, o redentor sofrerá dores paralelas às da ascensão: sua visão ficará ofuscada, agora por causa da penumbra, e lhe será necessário um segundo tempo de adaptação para habituar-se novamente ao claustro. Chegado lá, acostumado já às meias-luzes e conhecedor não só da encenação mas dos peculiares bastidores do espetáculo, o redentor relatará sua experiência aos antigos companheiros: ele narrará a saída da caverna e dará notícia do mundo luminoso para além da grota, revelando aos cativos sua condição de escravos e instando-os a libertar-se dos grilhões também eles e embarcar o quanto antes no caminho para fora.

ANTICLÍMAX: de redentor a mártir

O redentor não terá, no entanto, uma fortuna de glória mas de martírio. Ao relatar sua aventura, os outros pensarão que perdeu o juízo e que estragou os olhos na viagem para fora, mofando-se dele e tachando-o de louco: o Sol que ele descreve, e a água e sua superfície de espelho e a noite e o céu noturno, serão, de fato, absolutamente inconcebíveis para os prisioneiros. A desconfiança dos cativos, não obstante, surgirá não apenas da ilusão que os hipnotiza e da obstinação que provoca neles o feitiço que padecem, mas da própria incapacidade do redentor de explicar de um modo compreensível a sua descoberta. E este é um detalhe que não pode passar despercebido. Platão diz, com efeito, que, chegada a hora derradeira o redentor, cuja única ferramenta é a linguagem, ficaria sem palavras: o que é esse Sol que ele venera? O que esse mundo do lado de fora da caverna? Não há comunicação suficientemente persuasiva, pois se trata de universos em grande medida incomensuráveis. Chegamos, deste modo, ao epílogo da história.

EPÍLOGO

Se então o redentor, perante a insuficiência do seu método, procurasse libertar os prisioneiros à força e arrastá-los para cima, aconteceria fatalmente que, “caso fosse possível [aos prisioneiros] fazer uso das mãos e matá-lo (apokteinein), o matariam”. Eis o anticlímax da caverna. E assim chegamos ao epílogo da história.

 

 ANOTAÇÕES INICIAIS para a encenação da Caverna de Platão

  1. Esta reconstrução dramática da Alegoria da Caverna, ainda sendo um esboço, parece prometedora e suficientemente fiel ao texto platônico. Evidentemente, trata-se de um esquema grosseiro e incompleto, e todos os detalhes aguardam refinamento. Esse refinamento deverá levar em consideração o original grego, e o trabalho de interpretação e adequação deverá ser realizado em conjunto por meio do debate entre especialistas.
  2. Se a ideia de adaptar a Caverna ao teatro ou suporte audiovisual for perseguida, será necessário contar, além dos filósofos encarregados de definir as principais ideias a serem transmitidas, com uma equipe que reúna profissionais de outras e diversas áreas: roteiristas, atores, ilustradores, diretores, figurinistas, etc., deverão ser convocados para formar um time multidisciplinar capaz de abrir um horizonte no qual o projeto possa se articular com sucesso.
  3. O projeto tem como objetivo fundamental  aproximar a população dos densos conteúdos dos diálogos platônicos. O viés social e educativo ha de ser, portanto, tão relevante quanto o artístico, e deverá ser compreendido e assimilado por parte de TODOS os participantes da equipe. Nesse sentido, contar com a presença de pedagogos na equipe será também recomendável (ver “Experiental Education“).

***

[i] A inclusão do prólogo como uma “explicação prévia” é, segundo Nietzsche, um agregado racionalista tipicamente socrático à estrutura primitiva da tragédia (cujos paradigmas são Esquilo e Sófocles) que empobreceu a experiência trágica tradicional e foi mais um sintoma da decadência geral da cultura grega suscitada por Sócrates. O prólogo de Eurípedes e o inteiro fenômeno da Nova Comédia Ática têm, segundo Nietzsche, estas conotações (Cfr. Nietzsche, NT, XII, p. 81). A “introdução”, apesar do seu caráter sucinto, pode ser lida como a forma que o prólogo assume na Caverna e, assim, como um traço típico do caráter da personagem Sócrates que condiz com a posição a respeito das artes avançada em outras partes do diálogo. Cfr. Também Aristóteles, Poética

[vi] O termo refere-se ao surgimento de uma personagem, um artefato ou um evento inesperado, artificial ou improvável, introduzido repentinamente numa trama ficcional com o objetivo de resolver uma situação ou desemaranhar um enredo. O uso do termo Deus ex machina surgiu no teatro grego clássico, no qual muitas peças terminavam com um deus sendo, metaforicamente, baixado por um guindaste até ao local da encenação, para então amarrar todas as pontas soltas da história. [wikipedia]

[xvi] Primeiro deus ex machina:  Rep. VII 515c-d; segundo deus ex machina: Rep. VII 519d. Apesar de serem dois deus ex machina, os nós da trama diferem entre si pois no segundo a violência é atenuada: o iluminado pode ser persuadido (peithoi, 519e), pois é sujeito esclarecido, de que o pleno exercício da sua liberdade consiste justamente en voltar às trevas e prestar assistir os cativos ali feitos prisioneiros. A compulsão não é aqui onipresente, e existe a possibilidade que convencer gentilmente o iluminado, com base em argumentos, de abdicar do seu nirvana, retornar à gruta e libertar os prisioneiros. 

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2 thoughts on “A CAVERNA DE PLATÃO (II)

  1. Oi, Natalia. Gostei muito da sua argumentação que, de fato, é fiel ao texto platônico. Com efeito, penso que a assimilação dos prisioneiros da caverna a uma plateia é bastante instigante, na medida em que a plateia do teatro contempla as ações dos atores. Nesse sentido, comecei a pensar na mudança de papel do prisioneiro-plateia. Com a saída da caverna, ele passa a atuar. No entanto, a atuação do teatro é escrita pelo dramaturgo e, portanto, quem tem o domínio e a responsabilidade em relação ao enredo é este que escreve. Ora, ao sair da caverna, o prisioneiro não vai para a frente da plateia, mas está muito além dela, pois conhece os bastidores da história, bem como a efetiva verdade não encenada.

    Em relação à proposta de encenação, penso que a premissa de que o teatro tem um viés pedagógico mais que nunca faz sentido. E penso que antes de se pensar em uma encenação tradicional, seria bastante proveitoso conceber a alegoria como uma peça didática, na esteira das peças didáticas brechtianas, para depois, então, vislumbrar-se um espetáculo 'clássico', caso seja possível. Sinceramente, penso que A Caverna é assaz revolucionária para engessar-se em conteúdos estanque teatrais. A Caverna exige ação do espectador.
    Belo texto, vamos conversando. Beijo. Cristina.

    1. “A reconstrução é suficientemente fiel ao texto platônico. A assimilação dos prisioneiros a uma plateia é instigante, na medida em que a plateia do teatro contempla as ações dos atores”. (C. Agostini)

      - A apreciação meta-cênica interessantíssima e que merece ser explorada. A “nossa” plateia (a plateia "real" no teatro ou na escola) que assiste a encenação remete à platéia “encenada”, que assiste, por sua vez, o bizarro espetáculo na Caverna. Este, de fato, é um dos ensinamentos mais poderosos da alegoria: "somos como os prisioneiros da Caverna de Platão". Para explorar esta correspondência podem se procurar modos de suscitar/potenciar a sensação do espectador no teatro de que ele é o cativo acorrentado. Um procedimento seria adequar os elementos da cena ao objeto da “crítica” platônica às artes representativas/dramáticas/imitativas, explorando as “qualidades sedativas” na máxima medida do possível. Ver princípios da censura em República II 376c – III 412b; X 595a - 608c. Outra alternativa seria propiciar uma reprodução sensorial o mais fiel possível ao ambiente. O cenário do inteiro primeiro ato pode ser montado aos poucos ao redor do público por atores encapuçados – do tipo dos que desfilam com os objetos por trás do muro - e seguindo a narração [em off?] de Sócrates. No primeiro ato, explorar a similaridade acústica teatro-caverna – ver por exemplo o papel do “ecoar” na descrição do L VII.

      “Mudança de papel do prisioneiro-plateia. Com a saída da caverna, ele [o prisioneiro, a plateia] passa a atuar”; “Ao sair da caverna, o prisioneiro não vai para a frente da plateia”. “o prisioneiro não vai para a frente da plateia, mas está muito além dela, pois conhece os bastidores” “verdade não encenada” (C. Agostini).

      - A transição é de fato complicada. Talvez seja o caso de ater-se aqui à linguagem tradicional: o “liberto” pode ser incorporado por um ator desde o começo. Durante o início do primeiro ato, ele permanecerá sentado na platéia como um espectador entre espectadores, assumindo o seu papel apenas desde a “liberação”, onde é arrastado ao cenário. Quiçá o segundo ato pode ser realizado nos bastidores ou, o que seria mais ambicioso, no espaço aberto nos arredores do teatro. O terceiro ato inteiro deverá ser de novo no interior do recinto inicial.

      “A atuação do teatro é escrita pelo dramaturgo e, portanto, ele é quem tem o domínio e a responsabilidade em relação ao enredo” (C. Agostini)
      - Como incluir o narrador (Sócrates?) Como o "meta-narrador" (Platão)?

      - Questão da “verdade não encenada” (C. Agostini)

      “O viés pedagógico [do teatro] mais que nunca faz sentido” (C. Agostini)
      - Absolutamente. A motivação educativa é a principal, e um dos cavalinhos de batalha para encontrar patrocínio para o projeto.

      “Alegoria como peça didática na esteira das peças didáticas brechtianas” (C. Agostini)
      -Poderia pensar-se numa encenação capaz de ser realizada na sala de aula, além de no teatro.
      -Poderia ressumir o que seria “na esteira das peças brecthianas”?

      “A Caverna é assaz revolucionária para engessar-se em conteúdos estanque teatrais” (C. Agostini)
      - Sem dúvida: a pretensão não pode ser nunca encapsular o significado e muito menos limitar a plasticidade hermenêutica intrínseca à fonte.

      “A Caverna exige ação do espectador” (C. Agostini)
      - Como implementar isto?

      Excelentes contribuições Cristina!

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