Memes? Sério?
Atualmente, com o advento das redes sociais e amplo acesso à internet – com smartphones, tablets e computadores pessoais -, a informação circula através de imagens, vídeos curtos e pequenos textos, que comumente chamamos de memes. Assim, de compartilhamentos em grupos de amigos, às redes sociais, os memes se tornaram basicamente um meio de comunicação contemporâneo. Mas… Vocês sabem de onde veio este termo?
Meme é uma palavra que foi cunhada por Dawkins, no livro O Gene Egoísta, publicado em 1976. O termo, sugerido como uma abreviação da palavra “mimeme”, que se relaciona com imitação, a fim de pensar em uma unidade de informação cultural replicável entre pessoas.
A palavra meme, enquanto unidade de transmissão cultural, poderia caracterizar-se como melodias, ideias, slogans, construção de objetos, etc. Em um sentido bem específico, estas unidades podem ser retransmitidas. Ou, ainda, replicadas. Bastaria compartilhar esta unidade e: tcharãaaammm, replicamos unidades culturais.
Cultura, replicada?
Seria a cultura uma grande caixa de itens isolados uns dos outros? Não! A cultura não é compreendida (há algumas décadas já…) como “coisas” e “objetos” pura e simplesmente. Ou seja: aquilo de melhor produzido pela humanidade. Pelo contrário. Cultura é prática social. Isto é: costumes, hábitos, rotinas, modos de viver e existir socialmente. Não pode ser pensado como algo que é isolado tanto como um objeto, quanto nos sentidos atríbuidos a estes objetos. Assim, em muitos sentidos, a ideia original de meme como um produto ou unidade de cultura que pode ser replicado, é extremamente reducionista.
Assim, a cultura não pode, mesmo se considerarmos pequenas “unidades” (ou melhor falando, aspectos, símbolos, objetos…) se replicar. Ao passo que uma pessoa entra em contato com estes objetos ou símbolos, ela os ressignifica. Isto quer dizer que embora nós partilhemos significados dentro de uma cultura, de forma coletivamente, estes significados culturais têm variações de sentidos para cada pessoa. Isto em função de como ela os compreende, vivencia e vivenciou ao longo de sua vida. A replicação de um símbolo, nesta perspectiva, não acontece, pois sempre se modifica um pouco ao entrar em contato com uma outra pessoa. No sentido inicialmente proposto, consideramos que a cultura não deve reduzir-se a uma unidade de forma simplista. Uma vez que isso a descaracterizaria como cultura, imersa em uma sociedade.
E? O que temos a ver com isso?
Compreendemos que a sociedade é dinâmica e muito orgânica. Assim, esta ideia de memes é bastante simplista tal como foi proposta. No entanto, parece aplicar-se bem às replicações de pequenas unidades de informações em redes sociais na internet atualmente! Mas, vocês devem estar se perguntando qual o sentido de debater memes em um blog de educação, cultura e educação em ciências…
Pois bem, tendo em vista a proliferação deste recurso em redes sociais e seu potencial de comunicação entre sujeitos na contemporaneidade; tendo em vista também e tendo em vista que os autores e autoras deste blog ADORAM memes também); a partir de hoje resolvemos inaugurar uma nova série. Dessa forma, apresentaremos memes com conteúdos de Biologia, conjuntamente com textos que apresentam tais conteúdos!
Em suma, vem conosco para o mundo dos memes! 😉
Para saber mais:
Dawkins, R (2007) O Gene Egoísta. São Paulo: Companhia das Letras.
Fantin, M (2012) Mídia-educação no ensino e o currículo como prática cultural. Currículo sem Fronteiras, v. 12, n. 2, pp. 437-452.
Hall, S (1997) A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação e Realidade, v.22, n.2. pp. 15-46.
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