O que é mais sustentável: comprar CD ou baixar da net?

cd transporte ambiente.jpgPode não parecer uma grande questão da humanidade, afinal parece claro pra maioria que o CD comprado na loja é mais ambientalmente, e financeiramente, custoso que o baixado no conforto do computador de casa.

Mas é bom sempre trazer este tipo de questão aos nossos dias a beira do caos climático, como muitos pregam. E foi isto que este estudo para a Microsoft e a Dell fez.

Qual o custo ambiental de um CD?
Devemos contar claro o material, a produção em si, a embalagem, o transporte até a loja e o transporte até sua casa.
Destas etapas, qual você acha que é a mais cara? Produção? Errou, é o transporte. Tanto o para a loja como da loja para a usa casa

E o custo de baixar da internet?
Sim, isto também custa. Ou você acha que conexão banda larga dá em árvore? Então aqui temos os custos dos bancos de dados onde estão os arquivos (vai uma grana violenta para refrigerar milhares de computadores de serviços on-line que também não dão em árvore) e energia para manter seu computador ligado enquanto baixa o arquivo.

Mesmo assim, o CD na loja sai mais caro para o planeta. Claro que você pode reduzir este problema indo comprar CDs de bicicleta ou patinete (não motorizado, claro). Mas acho que em tempos pós-Napster nós e a indústria fonográfica teremos que optar por uma opção mais $barata$ e sustentável ao mesmo tempo.

E os artistas têm que ajudar também. O pessoal da Dave Mathews Band (muito bons por sinal), estão de cabeça nesta onda verde. Reduzindo suas próprias pegadas de carbono e estimulando os fãs a fazer o mesmo: reciclando latas nos shows ou se cadastrando no site da sua campanha So Much to Save e se comprometendo a ter uma atitude ecológica, os fãs pode baixar musicas da banda de graça. (via Bits o´carbon)

Livros X livros digitais
Mas e os livros, que estão para serem substituídos por livros digitais que podem baixar os textos
da internet? Quem ganha o selo verde: o tradicional de papel ou o digital?

A conta não é tão simples. Por analogia do CD podemos pensar que o digital é melhor. Mas como lembrou o blog Bits o´carbon, os livros normais são de baixo custo, duráveis e feitos de material renovável (e reciclável). Os caros digitais como o famoso Kindle, serão como celulares, estimulando a troca por um novo a cada lançamento. Gerando assim muito lixo.

Por isso fiquemos atentos a novas pesquisas para ponderar nossas escolhas conscientemente.

Especial da revista Nature sobre Microscopia

microscopes.jpgA edição de 4 de Junho de 2009 da revista NATURE trata em seu editorial do impacto que o desenvolvimento de novas técnicas de Microscopia (e também do melhoramento das já existentes) vem causando na compreensão que cientistas podem ter de alguns fenômenos biológicos (o editorial completo em Inglês pode ser acessado AQUI).
Além disso, no portal da revista foi organizado um suplemento especial sobre Microspia, com diversos artigos (conteúdo gratuito) e imagens. Essas novas tecnologias dão aos pesquisadores imagens de eventos biológicos e bioquímicos com resoluções absurdas, o que vem causando furor no meio científico.
É muito difícil imaginar um cientista e não vir à mente um microscópio, ou seja, a pesquisa em Biologia sempre teve uma veia altamente visual, de pouco a pouco vai sendo implementado nas vertentes mais modernas, como a Biologia Molecular, por exemplo. Por isso a grande festa em cima de novos equipamentos que possibilitem a retomada do “processo de observação científica” em níveis cada vez mais detalhados, e a vontade crescente de que essas tecnologias melhorem cada vez mais.
Hooke.jpgQue a Biologia sempre teve sua “veia artística” é amplamente sabido e discutido, e isso pode ser visto nas primeiras ilustrações científicas (como o exemplo de Robert Hooke visto ao lado), e também em outros blogs de divulgação científica, como no Blog Citrus (AQUI e AQUI), ou nesse post do Rafael aqui no RNAm mesmo.
Esse flerte que vemos entre “arte e ciência” é uma associação natural, afinal, a observação é uma constante para qualquer pesquisador, e o simples fato de se poder observar eventos bioquímicos no momento em que estes acontecem (seja em células, ou em modelos animais) provém uma experiência única quando comparado às horas que muitas vezes dispensamos na frente do computador do laboratório, “admirando” dezenas de tabelas, relatórios, e correlações estatísticas provenientes de nossos experimentos.
Realmente, em muitos casos, algumas imagens valem mais do que centenas de planilhas, gráficos e análises estatísticas geradas no Excel, Origin, ou Prism, com os quais nós pesquisadores mantemos sempre uma relação que varia entre o amor e o ódio.*
Eu sou (de modo descarado, assumo) fã de experimentos com imagem, sejam elas fotos, projeções, ou esquemas. É realmente muito bom quando você consegue agregar uma grande concentração de informações que podem ser absorvidas com um olhar.
Afinal, isso faz parte do consciente coletivo, quer ver (olha eu puxando a sardinha prás imagens de novo)? Mesmo que você não tenha qualquer bagagem em Ciência, qual dessas imagens você prefere analisar como resultado?!
Figura312.jpgEscolheu a da direita, certo? Como tenho certeza que qualquer pesquisador que trabalhe com Biologia e possa escolher entre um experimento que resulte em tabelas e outro que resulte em imagens…

Vagas para designers em laboratórios

A arte com dados

design e ciência.JPG

Não se assuste se logo mais começarem a aparecer anúncios de emprego como “vagas para designers – tratar no laboratório Fulano”

Ajuda dos designers

Hoje os dados das pesquisas científicas estão cada vez mais complexos. E como visualizar uma montanha de números ou mesmo compará-la com outras montanhas de dados? É aí que precisamos de designers. Artistas mesmo que ajudem os cientistas a visualizar seus próprios dados.

O nosso cérebro não se sente confortável olhando para uma tabela ou uma matrix de números. Para isso construímos computadores, para lidarem com esta nossa limitação. Transformar estas informações em algo mais confortável e visual é o que permite que encontremos padrões e relações importantes dentro dos dados de uma pesquisa.

E nada do velho gráfico de pizza ou das barras verticais. É hora de novos formatos, afinal os dados são realmente muito pesados.

Veja este exemplo. Circos, um visualizador de genomas que permite visualisar e até comparar dois ou mais genomas inteiros entre si.

Dados complexos – ajuda da arte

Parece hoje em dia que as grandes descobertas já foram feitas. Coisas como a penicilina, que ao serem descobertas revolucionaram o tratamento de doenças, abriu um campo novo dos antibióticos e deu um salto na nossa saúde.

Mas hoje as descobertas parecem andar mais devagar. E realmente cada vez mais os esforços são maiores para ganhos menores. Porque o que é fácil está na cara. Já foi descoberto por ser muito simples.

design e ciência 2.JPG

As novas fronteiras do conhecimento estão nos detalhes e em entender coisas complexas.

Por isso os dados que temos que analizar também são muito detalhados e complexos. A coleta de dados deixa de ser um problema, mas a análise deles sim é o pulo do gato.

Não só na visualização de dados que o design pode ser útil para a ciência. E claro que a ciência também pode ser útil ao design, sendo que as duas têm por objetivo servir ao ser humano em suas necessidades.

promo_seed-design-series.pngPara mais exemplos desta interação entre ciência e design, veja esta série de vídeos promovidos pelo Museu de Arte Moderna, MoMA e disponíveis no site da revista SEED.

Se repararmos sob a superfície de nossa sociedade, veremos que durante seus percursos, ciência e design permearam todo o nosso mundo, gerando desenvolvimento, beleza, praticidade,… enfim, cultura.

Leia mais:
Both science and design–forward motors, providers of perspective, guardians of beauty and truth

Câncer em quadrinhos: verdades inconvenientes

Para quem não conhece, PhD comics é uma das coisas mais engraçadas feitas sobre a ciência. Principalmente sobre os bastidores de um laboratório.

Aqui vai uma tirinha que traduzi falando sério sobre o câncer. Clique na imagem para ler inteira

phd cancer1.JPG“Piled Higher and Deeper” by Jorge Cham
www.phdcomics.com

Tom Hanks, Anjos e Demônios e o LHC


Saiu na Folha:

O ator Tom Hanks aceitou o convite para apertar o botão que religará o acelerador de partículas gigante LHC, na fronteira da Suíça com a França. Hanks protagoniza o filme “Anjos e Demônios”, cuja história se passa em parte no Cern, o laboratório europeu que abriga o projeto.

Alguém pode me explicar por quê? Por acaso o livro tem algo a ver com o CERN mesmo?
Desculpem, mas eu não li “Anjos e Demônios” do Dan Brown, e ainda não vi o filme.
Para mim “O Código DaVinci” já foi muito.
O pior talvez tenha sido o que o Tom Hanks respondeu quando perguntado sobre o que achava sobre o LHC: “Adoro ver ficção científica se tornando um fato científico.”
Bom, a única ficção envolvendo o LHC é a história de mini buraco negro e fim do mundo. E imagino que este mito já foi definitivamente relegado apenas à ficção.
Sério, preferia que fosse alguém mais ligado à ciência ou política para apertar o botão. Nada contra atores. Eu adoro interação arte-ciência, mas isso está me parecendo mais uma jogada barata de marketing.
No futuro, quando ainda se estiver sentindo as mudanças do experimento do LHC, o mundo se perguntará quem era o tal Hanks que apertou o botão que mudou o mundo.

Nova proteína fluorescente. Procuram-se artistas

Brilha brilha proteina
Brilha brilha proteína

Essa idéia de usar uma proteína de água-viva e usá-la para visualizar o que acontece num animal ou numa célula é importante. Senão não ganharia um Nobel como ganhou este ano. Não que a idéia em si vai curar o câncer ou a aids, mas tem facilitado os estudos nessas e muitas outras áreas.E está se desenvolvendo.

Agora tem essa linha nova de proteínas de todas as cores do arco-iris (antes era só verde, vermelho e amarelo), e com um sistema mais sofisticado. Bacana. Dá pra seguir outras proteínas conjugadas a ela pelo animal ou célula. Tem até possibilidades em computação.

Mas tá faltando um artista pra brincar com essa coisinha. Olha a foto que os caras me poem na divulgação dessa tecnologia. Excelente para uma criança de 5 anos.

Qualquer coisa chamem o Eduardo Kac, esse é féra!

As melhores imagens da Antartida


Neste site há 32 das mais belas fotos de vários anos. Fantástico.
A Antartida é o continente científico por exelência. Afinal, só podem ir para lá pesquisadores. Poucos jornalistas também foram, mas a atividade principal realizada no frio continente é a pesquisa científica. Estuda-se a biologia dos animais vivos e mortos, pois há  fosseis também. Mas o maior destaque hoje em dia tem relação com o aquecimento global, pois este continente intocado diretamente pelo homem tem sido o termômetro do planeta.
Mas só a beleza inóspita já instiga sonhos de poder explorá-lo. Alguém topa escrever um projeto de pesquisa só pra poder por o pé lá?

Ciência na cultura útil e na inútil


Finalmente está no ar o Blog Citrus, nova proposta de blog que tem por princípio “interceptar e injetar ciência onde quer que seja”: na arte, na sociedade, enfim, na cultura em geral. A propósta partiu do Victor Vasques do Comlimão, e tem como editor o blogueiro que vos escreve, Rafael Soares. Portanto os jabás recíprocos (que chamarei agora de “retrojabás”) serão frequentes.
Nessa linha artística do Citrus, está acontecendo um movimento no tema Fotografia e Imagens de Ciência: qual é arte?
Modéstia parte, vale a pena dar uma conferida.

Super-ultra-mega evento científico-artístico-educacional


Como é que fazem um baita evento mirabolante e interessantíssimo, tentando unir ciência, arte e divulgação e não me avisam?!
Cadê a imprensa nacional cobrindo o evento?! Até a Revista Science mandou dois repórteres para atualizar um blog só do evento. Que evento? O World Science Festival (festival mundial de ciência), que estava acontecendo em Nova Iorque do dia 28 de maio até ontem. Duas lástimas: não me convidarem para ministrar uma palestrinha, mesmo que mixuruca (ha ha ha); e outra é o completo silêncio sobre o assunto aqui. Má divulgação americana ou descaso no Brasil?
Enfim, o evento, voltado para o povo não-cientista, deve ter sido maravilhoso. Organizado por cientistas e artistas, contou com os maiores pesquisadores, pensadores e divulgadores de ciência. Como já disse, a Science montou um blog especial para atualizar sobre o evento. Lá dá pra ter uma idéia da beleza que foi.
Palestras abertas; debates entre pensadores de diferentes formações; participação de estudantes nos debates junto com vencedores do prêmio Nobel; peças teatrais e coreografias de dança inspiradas em temas científicos; eventos sobre carreira para jovens; Disney para crianças; feira aberta com performances, uma loucura.
Os temas? Da origem do universo até o possível fim do mundo. Passando por ambiente, moral, experimentos que deram errado, Deus, o filme Identidade Bourne e a memória, genética, esporte, soluções para cidades, a por aí vai.
Aqui temos a Semana de Ciência e Tecnologia, que tem seu mérito por ser uma iniciativa por todo o território nacional. Mas o ideal seria juntar este alcance da Semana de Ciência com o ideal do World Science Festival, que é ser mais pop, mais hype. Nas palavras do organizador do festival, o físico Brian Greene: A ciência é inspiradora, excitante, pode influenciar vidas. Não é a ciência “engraçadinha”, mas a coisa real.