Bill Gates convoca mentes brilhantes a salvar o mundo Abri a caixa do correio e, entre contas e mil

Bill Gates convoca mentes brilhantes a salvar o mundo

Abri a caixa do correio e, entre contas e mil papeis indesejados, lá estava ele, Bill Gates, na capa da edição de maio da revista Wired. Coincidência! Soubera, poucos minutos antes, que eu poderia vê-lo no dia seguinte, ao vivo, no MIT.

Quarta-feira (21) foi o dia em que fiquei no mesmo ambiente que o multibilionário, co-fundador da Microsoft, filantropo, e que agora se dedica às atividades da Fundação Bill & Melinda Gates (ahah, quantos adjetivos!).

Devo confessar que gostei do burburinho, da agitação e dos mil flashes nos primeiros cinco minutos após a entrada de Gates no auditório. No entanto, já sabendo que o tema de sua palestra seria filantropia (Giving Back: Finding the Best Way to Make a Difference), não esqueci dos criticismos a ele (monopólio, concorrências desleais, dúvidas se o dinheiro da fundação é só para fazer o bem mesmo…). Enfim, não quero aqui discutir estas questões, e sim relatar o que ele disse durante os 25 minutos da palestra, parte de um tour que ele fez em cinco universidades norte-americanas convocando mentes brilhantes a trabalhar em problemas, segundo ele, verdadeiramente importantes.

Gates falou sobre saúde – com foco exclusivo em vacinas para doenças que atingem países em desenvolvimento – e educação. Ele contou que há um tempo atrás leu uma reportagem sobre doenças em países pobres e aprendeu que o rotavírus (então novidade para ele), embora responsável pela morte de inúmeras crianças, não era tema prioritário na ciência. Pouquíssimos pesquisadores estudavam a doença. O mesmo acontece com a malária. “E por que não utilizar os lucros da Microsoft para tentar solucionar tais problemas da humanidade?”, disse.

O único gráfico apresentado por Gates mostrou que, na década de 1960, 20 milhões de crianças morriam anualmente antes de completar cinco anos, número que agora atinge a marca dos 8.8 milhões. Tal decréscimo aconteceu por conta da melhoria na nutrição e na renda, mas, segundo ele, as vacinas foram as principais responsáveis por esta drástica diminuição no número de mortes infantis. O que o impressiona é o fato de que menos de 1% dos gastos médicos é com vacinas. “É uma área desvalorizada. E as vacinas, depois de prontas, são baratas”, destacou.

Melhorar a saúde infantil tem um impacto direto no tamanho da família e, consequentemente, é uma boa saída para controle populacional, enfatizou Gates, que destacou uma palestra de Hans Rosling, médico e pesquisador do Instituto Karolinska (Suécia) como importante na área.

Em seguida, o multibilionário falou sobre educação, que além de tornar nossas vidas mais interessantes, amplia enormemente nossas oportunidades, disse. Ele falou sobre o precário sistema educacional nos Estados Unidos e da preocupante tendência de que cada vez um número menor de pessoas frequentará a universidade. “Nosso objetivo é achar as melhores práticas educacionais e disseminá-las”. 

Gates citou a iniciativa de cursos abertos, liderada pelo MIT, e recomendou que todos façam pelo menos algum dos cursos disponíveis online de graça: MIT OpenCourseWare. É uma fonte riquíssima de informação!

Com o patrimônio de 53 bilhões de dólares, segundo a revista Forbes, Gates quer saber agora como envolver as pessoas mais inteligentes para resolver os problemas de saúde e educação levantados.

Ao terminar sua fala, abriu uma garrafa de Diet Coke e respondeu a inúmeras perguntas da plateia. Fez uma convocação para que pessoas entrem no Facebook e coloquem lá suas ideias.

Gostei da reflexão proposta:

Em qual problema você está trabalhando? O que te atrai? Como você atrairia outras pessoas para tal área?

Para tirar suas próprias conclusões, assista ao vídeo e, se quiser, compartilhe comigo suas reações e impressões.

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