Mulheres na ciência: pelejando, aos poucos as desigualdades diminuem

Pelejar* foi o verbo que me veio à cabeça assim que terminei a visita à exposição “Tell her to go to it”, que conta as trajetórias de algumas mulheres no MIT.

“Women’s Laboratory” (MIT), fundado em 1876.

Capítulos de uma árdua batalha para que mulheres pudessem participar dessa tal de ciência e tecnologia. Como? Por meio de muita insistência, quebras de preconceitos, persistentes passos firmes. Primeiro, brigando pelo direito de frequentar aulas, então exclusivas para homens. Depois veio a luta por espaço, moradia, cargos administrativos e acadêmicos. Alguns destaques:

1867: seis anos após a inauguração do MIT, Anita Tyng e Rebecca Shepard escreveram uma carta à instituição pedindo que frequentassem aulas de química. Receberam a seguinte resposta: “Não podemos atender ao pedido sem gravemente constranger a organização do laboratório e outros departamentos (…)”.

1870: Ellen Swallow Richards é admitida no MIT como estudante especial e foi a primeira estudante mulher da instituição. Ela conseguiu entrar após muita insistência, pedindo ao professor que só a julgasse depois que acompanhasse seu rendimento. Deu certo!

1876: Ellen Swallow ajuda a fundar o “Women’s Laboratory” (foto) para formação de mulheres em Química.

1930: Mulheres começam a frequentar cursos de pós-graduação no MIT.

1963: criado dormitório exclusivo para mulheres (McCormick Hall), no campus do MIT.

1951: mulheres começam a assumir cargos administrativos e acadêmicos no MIT.

2004: Susan Hockfield é eleita presidenta da instituição. Primeira mulher e primeira representante das ciências da vida a assumir tal cargo.

Como destacou o Professor Manoel Barral em seu blog, atualmente há mais doutoras do que doutores formados no Brasil e nos Estados Unidos (aqui), mas mulheres ainda encontram dificuldade na ciência (aqui).

Conclusão? Pelejando as desigualdades diminuem.

A exposição foi aberta no mês passado e ficará até dezembro na pequena e preciosa Maihaugen Gallery, no campus do MIT.

*“Eu pelejei para arrumar umas mangas de vez para fazer um doce para você, mas não consegui, minha filha”, dizia meu vô Jorge. E ele pelejava mesmo, tentava, lutava, batalhava para satisfazer seus netos com… bolo de espinafre com banana, marmelada de Luziânia em caixinha de madeira, e por aí vai.

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