É possível computar todo o conhecimento presente no mundo?

Título provocativo, devo assumir.

Stephen Wolfram diz que é possível computar todo o conhecimento do mundo usando o WolframAlpha, sistema lançado ano passado por sua empresa. “O projeto mais complexo em que já trabalhei”, segundo o físico e cientista da computação, criador do Mathematica e autor do livro A New Kind of Science.

Stephen Wolfram e Jason Pontin, no EmTech (MIT).

Faça você mesmo um teste. Acesse o http://www.wolframalpha.com/ e digite qualquer pergunta (infelizmente tudo em inglês, por enquanto). Escrevi “Visitors to Brazil” e recebi de volta um relatório com número de turistas, meio de transporte e motivo da viagem. Legal! Tente, por exemplo, “Red + yellow”. Se você gostar de números e cálculos, digite qualquer fórmula matemática. Tente “Fruit fly gene map” e “Oscar for best actress 1958”.

Motivo de viagem de visitantes ao Brasil (gráfico gerado pelo WolframAlpha).

Diferentemente do Google, que retorna as respostas mais populares para a sua pergunta, o WolframAlpha interpreta o enunciado e devolve um relatório padronizado usando fontes primárias da informação, como o Center for Disease Control se a pergunta for sobre alguma doença. “Os dados primários estão em diferentes domínios. O nosso desafio é achar a fonte primária e interagir com eles”, disse Wolfram durante a conferência EmTech, que aconteceu em setembro no MIT. Está explicado o motivo de sua empresa ter mais de 500 funcionários de diferentes áreas do conhecimento.

Wolfram fala rápido. A impressão que dá é que as engrenagens do seu cérebro estão a mil. Aliás, ele foi laureado, em 1981, com o prêmio MacArthur, conhecido como o “prêmio dos gênios”. Não gosto de estereótipos assim, mas resolvi falar do prêmio pois tem muita gente interessante listada no site. Vale a pena dar uma olhada (aqui).

Algo incomoda na ideia de computar todo o conhecimento do mundo?

Jason Pontin, editor da Technology Review, disse ter uma objeção filosófica a essa ideia. “As questões que mais interessam a humanidade têm respostas ambíguas e não podem ser facilmente computadas”, disse. Como responder à pergunta “qual é o maior terrorista de todos os tempos?”. Wolfram tentou explicar falando sobre os julgamentos das informações. Disse que no sistema procuram sempre conectar informações a fatos. Humm, mas ficou sim um buraco. O ambicioso objetivo de computar todo o conhecimento do mundo nunca será atingido, na minha opinião.

Veja o fluxograma publicado na última segunda-feira na revista Wired. Que site de busca devo usar? Se você está atrás de fatos, use WolframAlpha (quadrado azul).

Veja uma entrada recente, explorando a história da Terra. E tem muito mais. Use a sua imaginação e compare dados do Google com os gerados pelo WolframAlpha.

Saiba mais sobre os algoritmos e racional do sistema assistindo ao vídeo da palestra (aqui).

Para pensar: qual é a melhor fonte primária? Isso nem sempre é claro, certo? Fica a dúvida.

Que tal Bach para encerrar evento de tecnologia?

Michael Hawley estava com pressa para pegar seu voo. Olhou várias vezes para o relógio, o que facilmente despertaria indignação da plateia que passou três dias ouvindo sobre tecnologia no EmTech, conferência que terminou ontem.

Por milagre da música de Bach, não foi o que aconteceu.

Michael Hawley ontem no MIT.

Pianista clássico, jazzista, autor do maior livro do mundo, pioneiro no campo de mídia digital*, Hawley tocou o piano lindamente, com amostras de tocantes músicas de Bach, no encerramento da reunião organizada pela revista Technology Review, editada pelo MIT.

Foi uma verdadeira aula sobre Bach, que morreu há 350 anos e continua sendo o músico mais popular de todos os tempos.

Por que Bach foi tão bem-sucedido? Por que ele inspirou tantos músicos? “Há algo na música de Bach que transcende, te faz sentir vivo”, disse Joshua Bell, em trecho do documentário “Bach&Friends” exibido durante a apresentação.

“A musica de Bach é, de certa forma, engenheirada, colocada de um jeito que nerds e geeks acham esteticamente interessante”, disse Hawley (aos 10min do vídeo).

Aos 36min do vídeo, Hawley faz um paralelo da música com o mundo natural. Música como uma cola para juntar pessoas. 

Minha vontade agora? Assistir ao filme “Bach&Friends”. O trailer dá uma ideia da lindeza da produção.

*segundo Jason Pontin, editor da Technology Review

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