Paul Auster como refúgio
Olha, meus colegas de profissão bem sabem que às vezes esbarramos com artigos científicos bem complicados, que exigem um esforço enorme da nossa parte para tornar a leitura sobre a pesquisa dos cientistas agradável e instigante para quem nunca ouviu falar daquilo antes.
Semana passada eu tive sorte. Depois de enfrentar as 25 páginas de um artigo publicado na renomada revista Cell, pensando em metáforas para explicar os caminhos das células produtoras de anticorpos dentro dos chamados centros germinativos, fui conhecer Paul Auster.
Paul Auster como refúgio.
Paul Auster lendo trechos de seu mais novo livro, Sunset Park.
De voz mansa e suave, o premiado escritor norte-americano leu trechos de seu mais novo livro, Sunset Park – nome de um bairro no Brooklyn, NY – para a plateia da Livraria de Harvard, em Cambridge. Dele só li até agora Desvarios no Brooklyn e Homem no Escuro. Meu cunhado disse que Achei Que Meu Pai Fosse Deus é “simplesmente matador”. Preciso conferir.
Fico impressionada com a habilidade de Auster em manter o leitor envolvido com três ou quatro histórias que correm paralelas. Haja destreza! Vejam o que Umberco Eco escreveu sobre Auster (copiei das revisões do Sunset Park):
“Nabokov certa vez disse ‘divido a literatura em duas categorias: os livros que eu gostaria de ter escrito e os livros que eu escrevi.’ Na primeira categoria, incluo livros escritos por Kurt Vonnegut, Don DeLillo, Philip Roth e Paul Auster”.
Uau!
Hora de voltar para a ciência.