Rio+20 – Foi dada a largada

Portugese

Eu não sabia muito bem o que esperar do treinamento, mas foi uma experiência bem gratificante. A ideia nao era saber, aprender ou conhecer sobre o que faremos durante a Conferência, mas sim dar uma noção dos temas que abrangem a Rio+20 e a Onu como um todo. Temas como direitos humanos, juventude e desenvolvimento sustentável foram debatidos e o que mais me chamou a atenção foram as pessoas que participaram do treinamento, pelo menos na minha turma fiquei muito impressionada, eles conseguiram reunir certamente uma pequena amostra (30 pessoas) do que representa menos de 1% da população do Brasil.

A maioria das pessoas eram jovens, universitários de vários lugares do Brasil e a grande maioria deles tinham experiência fora do país. Gente que já morou na Índia, Canadá, Espanha, vários países da África, que estuda na Suécia, que já estudou na Coreia, fez trabalho voluntário em Cuba, no México, etc. A maioria deles fazem parte da AISEC, estudam relações internacionais e esperam mudar o mundo (ou algo bem próximo disso). Encontrar tanta gente jovem querendo fazer trabalho voluntário num evento cujo tema maior é o meio ambiente me fez ter um pouco mais de esperança no mundo e já começar a sentir qual vai ser o clima da Rio+20. Não sei se isso vai de fato mudar alguma coisa no mundo, mas é bom saber que tem tanta gente preocupada em fazer desse lugar que chamamos de casa um lugar mais agradável.

treinamentoRio 20
Turma do treinamento para voluntários da Rio+20

Sobre o trabalho

Até ontem eu não sabia em qual coordenadoria eu estava designada, descobri lá que não seria a de sustentabilidade pois quando me ligaram perguntando se eu poderia estar no Rio de Janeiro já no dia 06 eu  tinha dito que não e quem era dessa coordenadoria já tinha sido contactado para fazer um treinamento específico dia 06. Mas hoje de tarde recebi um e-mail dizendo que eu estava na coordenaria de sustentabilidade e deveria ir no treinamento do próximo dia 06. Não sei ainda se peço para mudar de coordenação ou me “mudo” pro Rio a partir do desta data (que por sinal já é depois de amanhã), vamos ver…

De qualquer forma estarei lá e pretendo falar mais aqui sobre a experiência da Rio+20 e trabalhar de voluntária nesse evento, portanto esperem mais posts dessa aventura.

Rio+20

Portugese

Pois bem pessoal, vou trabalhar de voluntária na Rio+20, esse fim-de-semana estou indo para o Rio de Janeiro para participar de um treinamento e ai então saber de fato o que vou fazer.

Segundo o site em que me inscrevi existem 4 possibilidades:

  • Visitas às comunidades: acompanhamento do público ao programa de visitação comunitária que será promovido pelo CNO e pelo governo do Estado. Número estimado de voluntários: 200 (sendo 100 residentes das 5 comunidades que receberão visitas e 100 estudantes universitários com fluência em inglês).
  • Atividades na área de sustentabilidade: Acompanhamento de atividades indicadas pela Coordenação de Sustentabilidade do CNO. Número estimado de voluntários: 300.
  • Atividades na área de tecnologia da informação (TI): acompanhamento de atividades indicadas pela Coordenação de TI do CNO. Número estimado de voluntários: 100.
  • Atividades de orientação e apoio à área de sociedade civil: atividades de informação e orientação ao público da Conferência, especialmente nos eventos promovidos nos espaços da sociedade civil. Número estimado de voluntários: 1100.

Acho que me encaixo mais na segunda opção, mas não sei se serão eles ou eu quem vai decidir isso… Semana que vem volto com notícias.

Pra quem ainda não sabe o que é a Rio+20

Essa é mais uma conferência da ONU, essa é especial por marcar 20 anos da Eco-92 (só pra lembrar naquele tempo não tinha internet, por isso não tem um site oficial). O que se pretende com essa conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável do mundo. Os dois principais temas dessa conferência serão: I) Economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza e II) o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável (seja lá o que isso signifique de fato).

Acho a intenção dessas conferências lindas, porém nem sempre as intenções delas se tornam realidade. Mas o simples fato de mais de 100 chefes de estado se reunirem pra discutir meio ambiente e erradicação da pobreza me parece louvável. Tem que ser otimista, né? É o que digo, no momento é o que é possível fazer…

Midway

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Provavelmente as fotos das aves mortas com as mais variadas quinquilharias dentro delas não é uma grande novidade, você pode conferir todas no site do fotógrafo Chris Jordan.

O atol de Midway é um dos lugares mais remotos do planeta, fica no norte do oceano Pacífico entre o Japão e a América do Norte, ele fica perto daquele mar de lixo que existe no Pacífico, aí fica fácil de entender a quantidade de lixo encontrada dentro das aves por lá. E não é só dentro delas mas também em algumas área das ilhas é possível encontrar o lixo que chega do mar.

O fotógrafo Chris Jordan resolveu fazer um filme sobre Midway, segundo o site do projeto este é o trabalho de uma jornada visual poderosa no coração de uma espantosa tragédia ambiental muito simbólica. “Milhares de albratozes morrem nessa ilha por confundir com comida pedaços de plásticos que encontram no mar. As imagens são icônicas. O objetivo, no entanto, é olhar para além do sofrimento e da tragédia. No meio do Oceano Pacífico temos a oportunidade de ver o nosso mundo em contexto. No meio do caminho não podemos negar o impacto que temos sobre o planeta. Mas, ao mesmo tempo, ficamos impressionados com a beleza da terra e da paisagem sonora da vida selvagem que nos rodeia, e é aqui que podemos ver o milagre que é a vida nesta terra. Assim é com o conhecimento do nosso impacto aqui que devemos encontrar um caminho a seguir.” Tradução livre minha.

Aqui cabe perfeitamente o clichezão: imagens valem mais do que mil palavras, né? Nem preciso gastar muito tempo escrevendo para se sentir sensibilizado por elas. E não pense que por você viver no Atlântico Sul você não tem nada a ver com isso, sabe as correntes marinhas? Sabe os navios que cruzam o planeta transportando de tudo? É, esse é o mundo globalizado, não existe nada que não esteja interligado! Pense nisso antes de jogar aquela tampinha, aquele plastinho da bala ou o lacre de uma etiqueta na rua…

Você pode ver o trailer do filme abaixo.

Dica por e-mail do José Eli da Veiga.

Sustentabilidade e liderança

Geralmente quando vejo essas duas palavras juntas eu penso que foi eleito o mais novo nome da sustentabilidade por ai, mas dessa vez eu encontrei um video de um professor da Universidade de Harvard – Robert Kaplan – que demonstra que sustentabilidade tem tudo a ver com liderança. Sem liderança não há sustentabilidade, simples assim, uma vez que liderança, segundo a definição do professor, é descobrir o que você acredita e ter coragem de fazer essa crença acontecer. Portanto você só é um líder da sustentabilidade se de fato acredita nisso e faz algo para que ela seja realidade, ou seja, colocar no website da sua empresa que você é sustentável pode ser um começo, mas não é o suficiente ou apenas criar um departamento de sustentabilidade atrelado ao pessoal de comunicação e marketing, também não te fará líder.

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O professor usa a própria universidade como exemplo do que é liderança em sustentabilidade e aponta 4 pontos como os mais importantes:

1) Ter uma visão, um objetivo claro. No caso de Harvard: Reduzir em 30% suas emissões de gases de enfeito estufa em 10 anos. (ano base das emissões: 2006)

2) Ter essa visão como prioridade. Não é tão simples assim, é ter comprometimento em fazer da visão uma realidade na alegria, na tristeza, na riqueza ou na pobreza.

3) Alinhar a visão com todos envolvidos. No caso de Harvard cada uma das escolas tem comitês executivos para tornar possível a meta definida e eles ainda ajudam na mudança de cultura.

4) Ter um plano de ação específico com bons líderes para conduzí-lo. Todos os envolvidos tem de saber exatamente o que fazer para atingir a meta e de forma realista.

Provavelmente esses 4 pontos servem de exemplo para liderar qualquer coisa e não só a sustentabilidade, mas o legal do vídeo é ver como a Universidade se guia neles para se tornar mais sustentável. Não é a toa que Harvard está sempre entre as universidades tops do mundo. Veja o site da universidade que cuida da sustentabilidade do campus.

Segue o vídeo abaixo, em inglês:

Será que existe alguma universidade brasileira tão comprometida assim com a sustentabilidade? Ou será que sustentabilidade não é uma prioridade?

E as empresas? Quantas você vê por ai que realmente não abandonam a sustentabilidade no primeiro suspiro de crise? Ou que de fato consegue engajar e convencer as pessoas nessa empreitada?

Fernando de Noronha

Eita lugar bonito… Fui passar uns dias num dos lugares mais bonitos do Brasil, quem sabe até do mundo e obviamente que meu radar para a preocupação ambiental esteve ligado 100% do tempo.

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Lembra quando eu fui pra Jericoacoara e tive um sonho de uma ONG? Pois bem, o Projeto Tamar em Fernando de Noronha chega bem perto dele, todos os dias no auditório do Tamar tem palestras sobre algum tema relacionado à ilha: tubarões, golfinhos, o próprio projeto Tamar, a vegetação da ilha, o Parque. Não é frequentado por 100% dos visitantes, mas em algumas palestras o auditótio fica bem lotado e acho que ajuda na conscientização, de verdade eu acho que deveria ser obrigatório, afinal, todo o arquipélogo é uma unidade de conservação e na minha opinião a principal função dela além de conservar o que se tem lá é educação ambiental.

Achei os moradores da ilha bastante conscientes com relação à preservação, conservação e cuidado com a natureza, mas esse conhecimento me pareceu muito restrito à preservação da vegetação, da vida marinha do que atrai os turistas para o local e não uma coisa mais abrangente que engloba tudo.

Por exemplo a geração de energia da ilha, sabe como é feita? Termelétrica a diesel, tem noção da pegada de carbono disso? Ok, concordo com meu pai quando ele disse que essa já uma tecnologia dominada e que para não deixar ninguém na mão tem que ser assim mesmo, mas será que não dá para usar outras fontes de energia conjuntamente? Tudo bem, é essa a solução segura e viável que se tem, então o que podemos fazer para torná-la menos impactante? Economizar energia, certo? Mas infelizmente não  foi bem isso que eu vi por lá… Na pousada que eu fiquei só vi um aviso bem discreto no banheiro lembrando para apagar a luz quando saísse. O ar condicionado no hospital (fui lá ver se eles conseguiam me fazer ouvir depois de 24 horas sem ouvir por conta do mergulho que eu fiz) tinha aquele selinho de eficiência energética da Procel, sabe? Adivinha qual a classificação dele? C. E da geladeira de um dos restaurantes que eu fui? B. No ar condicionado do meu quarto não tinha o selinho, ou tiraram… Será que só aqui em casa a gente se preocupa em comprar aparelhos com maior eficiência energética? Lá isso tinha que ser obrigação por se tratar de uma área de preservação ambiental cuja fonte de energia é petróleo!

Fiquei hospedada numa das Pousadas Domiciliares. Elas costumavam ser casa dos moradores que foram transformadas em pousadas, no bairro que eu fiquei, o Floresta Nova, as casas era de madeira e sei lá, mal projetadas pois eu não conseguia ficar dentro do quarto durante o dia sem acender a luz! Por mais luz solar que a ilha tenha, a posição da janela quase não iluminava o quarto durante o dia! Me sentia mal de ter que acender a luz durante o dia com o sol brilhando lá fora… Não sei como são as outras pousadas, mas como são construções bem parecidas não sei se são muito diferentes. Ah! Pelo menos as lâmpadas eram daquelas econômicas.

O lixo, ah, o lixo… Coleta seletiva nem pensar, pelo menos eu não vi ela ser feita em lugar nenhum, posso até ter visto lixeiras diferentes para cada tipo de resíduo, mas em que lugar do mundo isso é 100% respeitado? (acho que só no Japão). Numa das trilhas que fiz vi até essas lixeiras abandonadas… Mas tinha também umas certinhas. Winking smile

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Mas veja como é disposto o lixo de um dos restaurantes que eu fui.

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Indo a pé para uma das praias passei por uma usina de compostagem, até achei interessante, mas uma vez que todo o lixo é misturado como eles compostam o lixo o orgânico? No passeio de barco que eu fiz, em que fizemos uma refeição a bordo, o lixo levado para o porto também foi todo misturado… Dando uma pesquisada rápida pela internet vi que lixo de fato é um problema na ilha, tanto que no início do ano foram levados para o continente algumas toneladas de lixo para serem disposto em um aterro em Pernambuco. Eu sei que coleta seletiva é uma coisa super complicada de fazer acontecer, demanda educação, tempo, vontade, empenho, mas a ilha possui aproximadamente 3500 habitantes e não é de hoje que meio ambiente é assunto de suma importância para eles, tá na hora de passar da fase “vamos salvar as tartarugas” e fazer algo que a longo prazo vai fazer toda a diferença e tem um impacto gigante.

O transporte na ilha também não é nenhum exemplo… Se você depender do transporte público vai perder tempo, como foi o meu caso… Quando tem 2 ônibus circulando ele passa de 30 em 30 minutos, quando só tem 1, ele passa de 50 a 60 minutos. Só que, ninguém nunca sabe quando tem 1 ou 2 circulando… De ônibus você sempre vai caminhar mais e o calor que faz lá não anima muito você fazer tudo a pé. O ideal mesmo é você alugar um bugue ou uma moto. Táxi, eu achei um absurdo de caro.

Muita gente fala que bicicleta poderia ser uma opção legal, mas o problema é que a ilha não é plana, então quem se aventura de bicicleta se arrepende pois muitas vezes consegue ir, mas na hora de voltar é complicado…

Mas nem tudo é só crítica, né? O povo noronhense é de uma simpatia incrível, sempre super solícitos e dipostos a ajudar e conversar com você, o lugar também é muito seguro, na alta temporada há casos de assaltos e coisas do tipo, mas normalmente é tudo muito tranquilo.

Outra coisa que me surpreendeu foi a limpeza das praias, nunca fui em praias tão limpas em toda a minha vida, nada de sacos plásticos, garrafas pet ou latinhas. Na verdade em apenas uma praia eu vi umas latinhas jogadas, mas era a praia mais próxima do centro, então eu dei um desconto…

Por ser um destido que há tanto tempo tem o meio ambiente como seu principal atrativo achei que as coisas lá seriam melhor resolvidas, mas só vi reflexo do que vi aqui no Brasil como um todo, ainda estou para encontrar no Brasil um local que é exemplo em ecoturismo em todos os sentidos da palavra. Acho que na minha lista Bonito – MS, pode ser uma boa pedida.

Xingu

Lembro de quando estava no ginásio na aula de história a professora passou um filme sobre o Xingu (na verdade me parecia muito mais preguiça da professora de dar aula do que qualquer outra coisa), não me lembro quase nada do filme, lembro das imagens clássicas dos índios, das aldeias e forçando muito a memória talvez fosse um documentário para retratar o estilo de vida dos índios naquele local, nada mais que isso…

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Semana passada, a convite da Brazucah, fui assistir a pré-estreia do  Xingu, o filme e fiquei super contente de conhecer a história da criação do Parque Nacional do Xingu. Aliás, o filme só me fez perceber a minha total ignorância em relação a esse parque e como o Brasil trata e tem tratado seus verdadeiros primeiros habitantes.

Você sabe quem foram os irmãos Vilas Boas? Eu não tinha ideia (vergonha total). Você sabe como e por que o Parque Nacional do Xingu foi criado? Pra mim era só mais uma reserva que tinha índios, como tantas outras devem ter por ai, mas não é só isso. Você sabe quando esse parque foi criado e toda a sua importância? Provavelmente o Google poderá responder essas perguntas, mas o filme as explica de uma forma muito mais interessante e viva. Ele conta uma parte de quase sucesso da nossa política indigenista. Eu digo quase porque não foi perfeita, cometeram-se muito erros, muitas coisas deram erradas e não aconteceram como deveriam, mas de modo geral a criação do Parque do Xingu foi um grande sucesso dessa política. E esse filme é mais do que merecido para que mais brasileiros saibam e tenham orgulho dessa história e dos ilustres irmãos Vilas Boas que tanto lutaram pela preservação da cultura indígena no Brasil.

O filme estreia nessa sexta dia 06/04/2012 e é altamente recomendado se você não sabe (como eu não sabia) muito sobre o Parque Nacional do Xingu. Mas até se você sabe sobre a história do Parque eu recomendo o filme, é uma boa dose de nacionalismo quando a maioria dos filmes brasileiros de sucesso sempre tratam de violência, corrupção e pobreza.

Calçadas – Acessibilidade

Longe de mim ser uma pessoa que manje de acessibilidade, eu entendo super pouco e só me lembro do quanto isso é importante quando tenho que viajar e estou com uma mala grande de rodinhas. Aliás, quando estive na Europa pela primeira vez em 2005, achei que seria super fácil rodar com uma mala de rodinhas por lá por achar que tudo já estava acessível para quem tem dificuldade de locomoção. Ledo engano, pelo menos naquela época, andar de trem com malas de rodinhas era terrível, principalmente se a sua mala é grande e você não é uma pessoa muito forte, você vai depender da ajuda das pessoas.

Aqui no Brasil vi estações de metrôs serem adaptadas tanto para quem dificuldade de locomoção como para quem não enxerga, vi guias nas ruas serem rebaixadas, vi companhias de ônibus circularem com símbolos de acessibilidade e Prefeituras anunciarem calçadas que além de propiciarem melhor acessibilidade e serem mais segura também absorvem água, melhorando a permeabilização das grandes cidades.

acessibilidade

É muito legal, muito bonito, é um começo, mas como lidar com esse problema quando a gente planejou tudo muito mal? Veja os exemplos de calçadas que eu tenho na rua da minha casa, em São José dos Campos:

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Imagem: Google Street View

Tá vendo o poste bem no meio da calçada? Como uma cadeira de rodas ou um carrinho de bebê passa ali? Como faz?

Olha outro exemplo:

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Imagem: Google Street View

Colocaram a calçada padrão da prefeitura, a “calçada segura”, mas será que um cadeirante passa ali entre o prédio e a árvore? Será que tá seguro mesmo? Será que tirar a árvore é uma opção?

Andando por ai já vi tantos outros exemplos assim, como esquinas com guias rebaixadas em que as calçadas ao longo da rua tem degraus, carros estacionando nas calçadas sem rebaixamento de guia, ausência de calçada…

Existe solução para esses problemas? Ou temos que aprender a conviver com eles para sempre? Ou o mundo será dominado pelos carros e iremos abolir as calçadas? Se alguém tiver sugestões por favor, use a caixa de comentários.

Água

Hoje é dia Mundia da Água e eu resolvi escrever sobre uma ONG que tomei conhecimento ano passado e adorei, a Charity: Water. Eles levam água limpa e segura para pessoas em países em desenvolvimento e não é simplesmente doando dinheiro para levar água engarrafada para essas pessoas, eles constroem poços de água para comunidades que teriam que caminhar kilometros todos os dias para ter acesso a um líquido. E repare que eu falei líquido e não água e não água potável.

 

E por que água? Porque água muda tudo! E eles explicam como no video abaixo (em inglês).

Não é à toa que existe um dia internacional para esse bem tão precioso, né?

E além de escolherem uma coisa básica para ajudar as famílias do mundo em desenvolvimento eles ainda resolveram usar a internet e todas as suas possibilidades para arrecadar mais e também para provar a seus doadores como o dinheiro deles está sendo empregado.

Se você doa para a ONG você sabe onde seu dinheiro foi empregado, ele vai exatamente para construção de um poço. Com a doação você terá acesso ao My Charity: water, lá é possível escolher qual projeto quer doar e acompanhar todas as etapas dele pelo site, eles tem até um exemplo de como funciona. Ou ainda você pode ver a localização de cada poço construído no Google Maps, com fotos do local e as coordenadas geográficas de cada um dos poços espalhados pelo mundo. Você também pode usar o canal para pedir doações e fazer campanhas, por exemplo, se você for fazer aniversário e quiser ao invés de pedir presentes pedir para seus amigos fazerem doações para a ONG e usar a página para mostrar o que foi feito com o dinheiro doado por eles.

Em setembro, quando a ONG faz aniversário, eles fizeram uma campanha especial pedindo doações para uma nova frota de equipamentos de perfuração de poços, eles conseguiram mais de U$1,2 milhões emdoações. Em maio eles iriam começar os serviços com os equipamentos novos, mas como o primeiro equipamento novo de perfuração já chegou, a comemoração foi feita com um video do primeiro poço a ser furado com os equipamentos comprados com a campanha realizada em setembro, veja:

September Campaign 2011 Rig is drilling in Northern Ethiopia! from charity: water on Vimeo.

Toda a nova frota será equipada com GPS para que todos possam acomanhar o trabalho de perfuração de poços e saber onde exatamente está acontecendo.

Provavelmente no dia de hoje você vai ouvir muito sobre a importância da água, como conservá-la e não disperdiçá-la, eu resolvi mostrar como uma ONG resolveu usar a internet, as redes sociais para levar água efetivamente para quem precisa.

Moradia Alternativa – Numa era pós petróleo

Ouço dizer, acho que já tem uns 20 anos, que o petróleo vai acabar. Meu pai que sempre trabalhou numa petrolífera sempre disse que isso era metira, eu fiz geologia e nunca ouvi de um único geólogo* que petróleo vai acabar, já ouvi dizer que um dia vamos olhar para atrás e nos sentirmos uns idiotas por ter queimado petróleo, que simplesmente vamos descobrir que queimá-lo era a mais estúpida e idiota das coisas que poderíamos fazer com o tal ouro negro, mas enquanto isso…

Apostando que um dia o petróleo vai acabar e que os silos de armazenamento de óleo do mundo (são 49.000 silo de petróleo em 660 mil refinarias em todo o mundo) serão abandonados tem gente pensando em reutilizá-los como moradias! Sim, casas para seres humanos! É a ideia do coletivo de arquitetura chamado Pinkcloud que desenhou casas sustentáveis para o mundo pós petróleo.

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A ideia mostrada no site é super bem feita e estruturada, dá até pra achar que já podemos encomendar nossas casas redondas, mas isso ainda é uma ideia para o futuro.

Os arquitetos que elaboraram o projeto afirmam que utilizar esses silos será uma ideia mais sustentável pois vai economizar custos com novas construções e ainda será possível instalar soluções sustentáveis como paineis solares em toda superfície da esfera, além de que a forma do silo é uma vantagem no quesito eficiência térmica. Os autores do projeto também afirmam que o custo de reforma do silo (que poderia abrigar até 3 famílias) seria menor que a construção de 3 casas médias americanas. Veja todos os detalhes no site deles (em inglês).

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Achei a ideia muito boa pelo simples fato de se pensar em reutilizar uma estrutura que, se de fato o petróleo acabar, será inutilizada e sem contar que ter prédios redondos ou mesmo casas deve ser bastante curioso!

*Por conta de uma confusão minha tinha 2 posts iguais e acabei apagando o que tinha o comentário de uma pessoa com um link de um geólogo com estudos sobre o fim do petróleo. Bom, dos meus professores nunca ouvi categoricamente que petróleo tinha data para acabar, acho q fica melhor assim, de qualquer forma essa é uma outra discussão…

China

Estive de férias na China mês passado e resolvi contar um pouquinho das minhas impressões aqui. Talvez toda a viagem eu conte num outro blog, mas no momento vou me atentar às impressões.

Estive em Hong Kong, Pequim, Xi’an, Lhasa (Tibete) e Chengdu e cada uma das cidades me chamou a atenção por aspectos bem diferentes, até pareciam países diferentes. Mas no aspecto geral não vi coleta seletiva séria, aliás, existe isso em algum lugar do mundo? Talvez o Japão, os países nórdicos da Europa, mas de forma geral coleta seletiva depende da boa vontade dos cidadãos e ai já viu, é difícil mesmo. Em Hong Kong onde eu achei que isso seria mais sério fiquei na casa de um parente e não vi lá nenhuma separação de lixo, ou seja, se você não quiser fazer, não faz e pronto. Nas outras cidade fiquei em hotel então não deu pra saber se funciona, mas nas ruas quase não vi cestos de lixo para separação (não que isso funcione, mas já um começo).

Trânsito… Eu juro que fiquei impressionada, não esperava que fosse TÃO caótico! Sabe o trânsito da Índia? Então, tira as vacas, esse é o trânsito da China, pelo menos foi essa sensação que eu tive. Nas cidades as motos são proibidas, só podem circular umas motinhos elétricas que não atingem uma velocidade muito alta, mas são silenciosas e isso muitas vezes pode ser um problema quando você está tentando atravessar a rua. Achei um videozinho pra ilustrar o caos que é o trânsito, o video é em Shangai e eu não fui pra lá, mas todas as cidades da China me parecem que não são nada diferentes. Ah! Já estava me esquecendo, se buzina pra tudo! Tudo mesmo.

Sugiro dar uma busca no youtube pra ver as maiores locuras que o trânsito da China é capaz.

Conheci a reserva dos Pandas em Chengdu, o lugar é sensacional é um zoológico, mas só de pandas, tanto o gigante como o vermelho. Com certeza vale a visita, quem me conhece sabe que eu adoro ursos, então imagina como eu gostei. Eles tem um programa de voluntariado, você paga uma taxa (que eles chamam de doação) e você pode trabalhar um dia na reserva e ganha um certificado e tudo, não tive a oportunidade de fazer isso, mas gostaria muito um dia. Ah, foi o único lugar da China que eu fui e é proibido fumar e as pessoas respeitaram! Um verdadeiro alívio para o meu nariz, que sentiu cheiro de cigarro até no avião!

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Pandas da reserva de Chengdu

A coisa mais sustentável que eu vi na China foi a obra da ferrovia que liga a China ao Tibet, bom, pelo menos em alguns trechos eles fizeram proteção para os animais silvestres não atravessarem a ferrovia, em alguns trechos tem passagem para os animais sob a ferrovia.

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Grade ao longo de toda ferrovia

As sacolinhas plásticas de graça, apesar de terem sido proibidas, ainda são bastante usadas, em alguns lugares até são de graça, pelo menos não notei que me cobraram. No Tibet fui num supermercado que a sacola que eles distribuiam era de tecido e de graça, veja a foto.

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Bom, as preocupações com meio ambiente no dia-a-dia ainda são bem incipientes na China, não notei que é a prioridade número 1 deles, nem haveria de ser, afinal, o mundo respira economia e não meio ambiente, né? E todo mundo ainda acredita que meio ambiente é a última coisa a ser pensada, então eu notei que eles só estão cometendo os mesmos erros que a humanidade vem cometendo… Uma pena.