Vidreiro na ciência, vidreiro na arte
Incrível o que pode ser criado ao se soprar e manipular vidros com destreza.
As flores de vidro da exposição permanente no Museu de História Natural de Harvard encantam pela delicadeza e precisão. “Mãe, isso não foi feito de vidro”, disse minha filha mais velha enquanto caminhava pelo abafado espaço. Os três mil modelos, representando mais de 830 espécies de plantas, foram criados entre os anos 1887 e 1936 pelos artesãos Leopold Blaschka e seu filho Rudolph, a pedido do professor George Lincoln Goodale, fundador do Museu de Botânica. Goodale queria modelos de plantas em tamanho real para ensinar botânica.
Plantas de vidro no Museu de História Natural de Harvard.
Já as instalações criadas pelo artista Dale Chihuly arrepiam por suas cores e formas exuberantes. A exposição Chihuly: Through the Looking Glass, no Museum of Fine Arts em Boston, vem atraindo a atenção de milhares de visitantes. Escutei vários “uaus” enquanto apreciava, arrepiada, a exposição.
Ikebana boat, exposição de Chihuly no MFA (Boston).
Levei meu pai à exposição do Chihuly e comentei com ele que escreveria no blog sobre o contraste da liberdade de Chihuly e precisão dos Blaschka: vidreiro na arte, vidreiro na ciência. Como bioquímico nato que é, meu pai logo falou: “você precisa falar do cientista vidreiro Otto Warburg”. Ele arrancou logo a sua canetinha de sempre do bolso e desenhou o esquema abaixo:
O frasco acima, conhecido como frasco de Warburg ou respirômetro, permitiu aos bioquímicos medir a respiração celular, o consumo de oxigênio e a produção de CO2. Bom, detalhes deixo para quando a inspiração bioquímica chegar.
Seguem mais fotos das plantas de vidro e dos vidros de Chihuly.
Candelabro com pés de sapo, Chihuly.
Mais plantas de vidro…
Teto inspirado no fundo do mar (veja o polvo lá), Chihuly.
Plantas de vidro… é de vidro mesmo?
Chihuly…
Tem certeza de que é de vidro?
Candelabro de Chihuly.
Mais plantas de vidro.
“Pinheiro” de Chihuly no MFA.
Sim, é de vidro.