Embalagem reprovada

Não, esse não é um blog de beleza ou produtos do gênero. É um blog de meio ambiente e sustentabilidade e mesmo sendo assim eu não uso só produtos orgânicos, ditos ecológicos e amigos do meio ambiente, ainda não atingi esse patamar de vida, até por que não acredito na maioria dos produtos que se proclamam assim, todos tem problemas.

E hoje usando um creme  da Nivea fiquei super preocupada com o que vi, é um creme para o rosto com embalagem do tipo bisnaga que é um exemplo do que não deveria ser feito. Segue a foto do produto.

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Eis que não saia mais creme da bisnaga quando eu apertava, isso já devia estar assim há uma semana pelo menos, mesmo eu batendo para sair mais. Hoje cansada de tentar tirar o máximo da bisnaga fiz o que faço com praticamente 100% dos produtos que uso e chegam no fim, peguei uma tesoura e abri a bisnaga no meio e veja a minha surpresa (clique a imagem para ver melhor):

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É! Tinha creme pra caramba lá dentro ainda, olhando bem, acho que consigo usar esse “resto” por mais uma semana ou mais! Como eu disse, to acostumada a fazer isso com TODOS os meus produtos que chegam ao fim (uma amiga até me diz q isso é coisa de pobre, não ligo) e eu nunca tinha visto sobrar tanto creme ainda dentro da bisnaga depois que aparentemente o creme tivesse acabado, fiquei chocada e fiquei me perguntando se essa “perda” é calculada na hora de colocarem o volume/peso do produto da embalagem, eu comprei 50ml, mas será que eu consegui usar os 50ml do produto? Será que existe alguma norma para isso?

Agora imagina quantos desses cremes não são vendidos no mundo e quantas são as pessoas que fazem isso que eu faço? Você consegue imaginar a quantidade de produto que poderia muito bem ser utilizado que é simplesmente jogado fora? Será que testes de eficiência de embalagem não são feitos? Será por isso que esses cremes são tão caros, porque jogamos boa parte deles fora por causa de embalagens mal feitas?

Pra mim é simplesmente inadmíssivel em tempos que se falam de eficiência energértica, escassez de recursos naturais, diminuição da miséria e afins a gente jogue fora produtos que custaram energia, recursos e dinheiro por conta de embalagens ruins. Nivea, seu produto é bom, mas não passou no teste mínimo de usabilidade da embalagem, desperdício é feio e eu não pretendo mais comprar esse produto de vocês. Lamento,  melhorem o design da sua embalagem, isso é insustentável.

Futuro 4: Governo Federal aprova plano para todas as prefeituras de Mobilidade Urbana

Esse post faz parte da série Futuro. Essas notícias falsas pretendem representar o que deveria ser um futuro mais sustentável. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. As outras notícia da série foram: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel, Operadora de celular premia quem não troca de aparelho e Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam.

Em “homenagem” à semana da mobilidade o querido Hugo Penteado escreveu esse Futuro. Pode parecer um tanto radical, mas vendo o ponto que chegamos onde as pessoas determinam suas vidas em torno do carro acho que tentar radicalizar do outro lado pode ser interessante também!

Governo Federal aprova plano para todas as prefeituras de Mobilidade Urbana

A partir do ano que vem todos os ciclistas terão IPVA-negativo, ou seja, receberão R$ 2.000 reais por ano como incentivo.  Será instalado um aparelho medidor que torna o ciclista apto a receber o incentivo tributário se rodar 3 km por dia útil.  Tarifas de ônibus e metro terão redução de 50% no seu valor e serão gratuitas para todos os estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais. As empresas particulares que operarem o sistema terão que contar com aprovação popular e regras estritas de entrega do serviço.

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Foto: Claudio Olivares Medina https://www.flickr.com/photos/quiltro/ (CC BY-NC-ND 2.0)

Adicionalmente, o Governo Federal tomou as seguintes decisões:

(1) O IPVA terá reajuste de 150% para todos os carros;

(2) Carros do tipo SUV terão reajuste de 500%;

(3) Todos os táxis serão elétricos;

(4) O IPVA do segundo carro da família será multiplicado por um fator de 3, por exemplo, se for um IPVA de R$ 1.000, o contribuinte irá pagar R$ 3.000 reais; o terceiro carro paga um fator de 6, o quarto de 12 e assim sucessivamente.

(5) Nenhum apartamento poderá ter mais que uma garagem por unidade no Brasil inteiro, isso significa redimensonar os existentes;

(6) A indústria automobilística irá ser responsável pela construção das vias utilizadas pelos usuários dos seus produtos, não será mais arcado pelo contribuinte, visto que é um produto de 10% da população cujo custo urbano exorbitante é pago por todos; e

(7) O preço do combustível levará em conta as emissões e não será mais subsidiado.

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Foto: Dylan Passmore https://www.flickr.com/photos/dylanpassmore/ (CC BY-NC 2.0)

Vários estacionamentos da cidade serão transformados em parque e em lugares para a comunidade. Hoje menos de 1% dos espaços urbanos se destinam a coletividade e ao uso público e 99% destina-se ao trânsito de veículos. O objetivo do governo federal é inverter essa equação, deixando 50% para mobilidade urbana e 50% para espaços públicos e hortas comunitárias urbanas.

Dado que a função social da indústria automobilística é precária, pois contribui para o aquecimento global e para o fim do equilíbrio social das cidades, destrói empregos na sua estrutura com tecnologias desempregadoras de mão de obra muito rapidamente, o objetivo do governo é estimular setores de mobilidade urbano que levam em consideração a contribuição principalmente dos serviços que as pessoas podem oferecer.

O governo também decidiu congelar o número de veículos em trânsito nas cidades ou até mesmo reduzir onde a frota estiver bem acima da capacidade física da cidade, causando estrangulamentos que causaram à população perdas com tempo e saúde de bilhões e bilhões de dólares.

Dessa forma o governo mostra não mais estar vendido ao modelo antigo e voltado para o modelo novo no qual o planeta e sua natureza vem em primeiro lugar, a sociedade vem em segundo lugar e a economia é apenas um instrumento para manter o equilibrio entre planeta, sua natureza e nossa sociedade.

Futuro 3: Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam

Esse post faz parte da série Futuro. Essas notícias falsas pretendem representar o que deveria ser um futuro mais sustentável, pelo menos ao meu ver. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. As outras notícia da série foram: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel e Operadora de celular premia quem não troca de aparelho.

Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam

Você se lembra quando na hora de procurar uma casa ou um condomínio para morar a prioridade era a localização, o tamanho dos cômodos ou ainda se tinha ou não uma boa área de lazer? Isso virou passado e a primeira pergunta que os compradores de imóveis fazem hoje na hora de procurar um lugar para morar e/ou trabalhar é se o local tem reaproveitamento e reuso da água, coleta seletiva de lixo, captação de energia solar ou eólica, telhado verde e reaproveitamento e otimização do entulho gerado pela obra.

Se poucos anos atrás era um diferencial de uma construção ter itens como reaproveitamento e reuso da água, tratamento interno de esgoto ou captação de energia solar ou eólica hoje nenhum prédio ou casa é construído sem isso, é quase como uma casa sem banheiro ou energia elétrica, não existe. Aliás, difícil é pensar como algum dia construímos cidades inteiras sem essas itens, como fomos capazes de disperdiçar tanta água e energia?

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Telhados verdes em todos os prédios das cidades
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Estádio de futebol coberto por placas de captação de energia solar.

Ao mesmo tempo que evoluímos em novas construções estamos enfrentando o problema das construções antigas que não possuem tais “diferenciais”, muitos desses prédios e casas estão passando por reformas e tentando se adaptar, por conta de algumas adaptações bem difíceis a criatividade dos arquitetos e engenheiros é sempre colocada à prova.

Curso A Era do Desenvolvimento Sustentável

No início desse ano me inscrevi para fazer o curso The Age of Sustainable Development no Coursera com o professor Jeffrey Sachs. E desde que o curso terminou era pra eu escrever um post sobre isso e acabei esquecendo, pois bem agora que uma nova turma do curso vai se iniciar estou aqui para falar dele.

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São 14 semanas de curso, infelizmente ainda sem legendas em português, e como já haviam me dito sobre os cursos do Coursera, se você quiser fazer tem que escolher algumas das atividades, todas é difícil dar conta. Posso dizer que a base desse curso são as vídeo-aulas com o próprio professor Jeffrey Sachs, são vídeos ótimos, com média de 15-20 minutos cada e muito bem produzidos, som impecável, imagens bem selecionadas, gráficos bem feitos, cada semana tem 4-5 videos desses além de um texto em pdf, foi basicamente o que eu mais aproveitei do curso, assisti as aulas e li os textos.

Tinha também hang-outs com o professor e com seus assistentes onde basicamente eram respondidas perguntas dos alunos, com o professor acho que foram 2 ou 3 hang-outs e com os assistentes foram mais, que eu me lembre consegui participar de 1 dos hang-outs com o professor, mas achei cansativo demais ficar olhando e só ouvindo ele falando sozinho.

Outra ferramenta que usei pouco foi o fórum, esse eu já sabia que não ia aproveitar muito e se resolvesse usá-la me sentiria perdida e acabaria desistindo de qualquer forma, são muitas discussões acontecendo, é muita opinião e blablabla, cansa e nem sempre é muito produtivo, é interessante pois tem gente do mundo todo participando e assim você consegue ter exemplos e perspectivas bem diferentes, mas confesso que ler no computador textos muito longos me cansa rápido.

O curso é super bem organizado, os dados excelentes, tem toda uma ordem lógica e bem concatenada e a fala de Jeffrey Sachs sempre empolga quando ele mostra resultados de sucesso de redução da pobreza na Ásia e na África. O Jeffrey Sachs além de professor da Universidade de Columbia, é consultor da ONU, diretamente ligado ao Ban Ki-moon e praticamente tudo que ele mostra no curso são práticas aplicadas pela ONU em algum lugar do mundo e que deram certo para a redução da pobreza, aliás o ponto crucial para o desenvolvimento sustentável para o professor Sachs é a erradicação da pobreza extrema, sem isso, pra ele não existe desenvolvimento sustentável e ele me convenceu disso durante o curso. Mas enquanto a gente erradica a pobreza os ricos continuam vivendo como ricos e pronto? Consumindo a maioria dos recursos como sempre? E quando eu falo rico não falo apenas dos bilionários com suas ilhas e jatos particulares, mas de toda a classe média ocidental que consome coisas comuns como energia, água e alimentos como qualquer outro ser vivo por ai, como vamos fazer quando o cara que vivia na pobreza extrema e passa a ter acesso à eletrecidade e quer comprar um celular? Será que vai ter recursos pra todo mundo?

A resposta é sempre a chamada economia verde, mas eu acredito nos limites do planeta e acho difícil conseguir a tal sustentabilidade com economia crescendo pra sempre. Há limites e devemos nos preocupar com ele, coisa que vejo pouco por ai.

Outra coisa legal que descobri por causa do curso é o SDSN (Sustainable Development Solutions Network) uma organização (não sei se ess seria o nome mais adequado) dentro da ONU sediada na Universidade de Columbia que tem o Sachs como um dos diretores e que também oferece cursos sobre o tema sustentabilidade e mudanças do clima, já me inscrevi nos 2 próximos que virão: Climate Change Science & Negotiations e Planetary Boundaries and Human Opportunities, ambos de graça, assim como esse que eu fiz no Coursera.

Se você sabe inglês ou até mesmo quer treinar e gosta do tema desenvolvimento sustentável super recomendo esse curso, acredito que em breve o curso terá legendas em português, eu até andei trabalhando como voluntária pra legendar alguns cursos do coursera, mas esse ainda não apareceu na lista, o que eu ajudei a legendar foi o Introduction to Sustainability, que também me pareceu bom mas bem mais básico e sem o mesmo padrão nos videos que eu vi nos videos do curso do Sachs.

Livros infantis sobre meio ambiente

Tenho amigos brasileiros que casaram com estrangeiros e foram morar fora do país e sempre que quero presentear os filhos deles gosto de dar presentes que tenham a cara do Brasil e essa sempre é uma tarefa trabalhosa. Quando são bebês acho (mas não com muita facilidade) alguma roupinha com a as cores do Brasil ou a bandeira do país (sim, se for ano de Copa do Mundo é bem fácil, do contrário só encontro se sobrou alguma coisa no estoque), quando são maiores já procurei pelúcias de bichos brasileiros e também, não é assim fácil e geralmente são caréssimas ou feias, trabalho árduo.

Acho que em 2011 quando eu trabalhava pertinho da Livraria Cultura lá na Av. Paulista fui atrás de livros infantis sobre a fauna brasileira e pasmem, não achei nada… Não sei se eu não soube procurar, se a moça que me ajudou não entendeu o que eu queria ou se realmente não existia nada do gênero e fiquei bem frustada. Conversei com mães e uma delas me indicou a livro da Turma da Mônica sobre lendas brasileiras, o que eu gostei bastante, mas ainda não era o que eu queria.

Eis que esse ano apareceram 2 lindas surpresas literárias que eu tanto queria e com o trabalho de 2 pessoas super queridas para mim. O primeiro é o livro multimídia Bichos de Cá com ilustrações da Tati Clauzet, uma artista plástica que mora lá em Itatiaia e que tenho o prazer de frequentar o ateliê sempre que vou até lá, o livro tem toda uma proposta diferente pois fala de bichos brasileiros cantando música com ritmos nacionais. Além do CD que acompanha o livro com as músicas ainda tem um app pra baixar no smartphone ou tablet, achei a proposta bem inovadora com um tema que me encantou muito!

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A segunda grata surpresa foi saber que a Maria do blog Ciência e Ideias fez parte do Brasil 100 Palavras,um livro que não só fala dos bichos brasileiros mas também dos biomas, das plantas e das paisagens do nosso país. Esse livro ainda não tive a oportunidade de folhear, mas deve ser muito lindo.

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Mas qual a importância de falar dos nosso bichos e da nossa natureza para as crianças? Não só as estrangeiras que foi que gerou a minha motivação para procurar livros a respeito, mas as nossas crianças também precisam saber mais como é e o que temos na nossa tão famosa biodiversidade! Depois que vi esse relato no TED, essa preocupação ficou ainda maior (Veja só os 2 primeiros minutos se você estiver com pressa)

A Copa do Mundo

Eu sei que ainda tem muita Copa para rolar ainda, mas resolvi já escrever algumas coisas importantes que vi na minha participação na Copa do Mundo.

Tô trabalhando de voluntária, sim, pode dizer o que você quiser, mas adoro Copa do Mundo e não queria ficar de fora dessa festa no meu país, tentei comprar ingressos para poder ir em algum jogo, mas não consegui, então me sobrou a opção de trabalhar como voluntária e até agora não me arrependo, a emoção de estar no estádio na abertura da Copa no meu país, é indescritível. Eu não ligo para futebol, mas Copa do Mundo é uma coisa que mexe comigo, sempre. #mejulguem

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Pois bem, meu trabalho de voluntária é de serviço ao espectador, ou seja, tenho a função de orientar, ajudar e dar informações para quem vai ao estádio ver os jogos. No jogo de abertura fiquei no início do jogo numa das entradas para a arquibancada e no fim fui para uma das saídas orientar para metrô e trem.

É stressante! Gente perguntando para você o tempo todo como chegar em algum lugar, você atento para que ninguém entre com garrafas ou latas nas arquibancadas e ajudando a colocar todo o líquido dentro de um copo (cantei o hino fazendo exatamente isso), atenta para pedir para as pessoas não fumarem ali, gente reclamando que não acha a entrada para seu lugar e quando você indica ela fala que já foi lá e disseram que não era; gente de mau-humor por que não acha o lugar, gente reclamando por que a área vip dela é longe do local onde ela tá sentada, gente reclamando por que não pode entrar com garrafa na arquibancada, gente pedindo para você tirar fotos para ela, e no meio disso o Brasil faz um gol contra, gente reclamando que a fila da bebida tá grande, gente querendo praticar seu italiano reclamando que não tem comida, bêbados valentes, bêbados engraçados, bêbados querendo dançar, gente querendo bater papo, pessoas da limpeza fazendo corpo mole quando você fala que o chão tá molhado e precisa secar e mais gente reclamando que só tem pipoca, ou que a comida acabou. Tudo isso direcionado a você, voluntário! Não, não é nenhum pouco fácil e acho realmente que a Fifa abusa da boa vontade dos voluntários, principalmente desses que como eu ficam ali na linha de frente com os espectadores.

Entre essas e mais outras situações acontecendo meus olhos para a sustentabilidade não se fecharam e de alguma forma sofri impactos dela. Por exemplo essa bela lixeira da Coca-cola para lixo reciclável e não-reciclável.

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Lixeiras bonitonas, né?

Bonitonas, né? Mas com pouca ou nenhuma praticidade. Quando você está na mão com umas 4 ou 5 garrafas, com pressa e mais gente querendo fazer o mesmo que você, ter que ficar procurando esses buracos é absolutamente um saco! Além de serem pequenas, num estádio com 60 mil pessoas elas enchem em minutos e essas tampas são de uma dificuldade para encaixar e desencaixar que você não imagina, demora, e enquanto o pessoal da limpeza está encaixando e desencaixando essa tampa para esvaziar a lixeira as garrafas e latas não param de chegar.

Um jeito bem fácil de reduzir o lixo e evitar o problema das garrafas é simplesmente fornecer os refrigentes de máquina, como nas lanchonetes de fast food, será que a logística dessas máquinas é tão mais difícil que o lixo gerado pelas garrafas?

Infelizmente mudei de posto antes do fim do jogo e não sei como ficaram as arquibancadas depois do jogo, mas o exemplo do povo japonês não tem precedentes aqui no Brasil. Vou trabalhar no próximo jogo na quinta em São Paulo e no fim do jogo se o cansaço permitir vou lembrar de olhar as arquibancadas. Na verdade o fato das pessoas irem para as arquibancadas só com os copos ajuda na limpeza porque os copos são bonitos e todo mundo vai querer levar um pra casa de lembrança. Resta saber se elas recolhem o pacote de pipoca, a embalagem do chocolate, a garrafa de água que por ser mais leve pode ser levada para a arquibancada…

E tudo isso foi só o meu primeiro jogo, que venham os próximos…

Sustainable Brands

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Sustainable Brands é uma comunidade Global que desde 2006 tenta inspirar, engajar e equipar líderes de negócios e marcas de hoje para prosperar no curto e longo prazo, abrindo o caminho para um futuro sustentável abundante. Eles promovem eventos no mundo todo, já teve um no Rio mês passado e agora em junho é a vez de San Diego ai passeando pelo site vi que tem uma lista das empresas que vão participar e quais representantes das empresas vão estar presente. Achei interessante ver quais os cargos as pessoas ocupam das empresas que vão para esses eventos, por exemplo a Natura só disse que quem vai é o time, o que não diz nada, mas por exemplo a Patagônia (uma das marcas sustentáveis que mais respeito) vai mandar o VP de iniciativas ambientais (VP, Environmental Initiatives).

A Coca-cola vai mandar os Director Sustainability Communications, General Manager-Slingshot/EKOCENTER, Global Director-Human & Cultural Insights, Global Senior Marketing Sustainability Director, Global Sustainability Director-Packaging, Group Sustainability Director e Director, Sustainability – Eurasia & Africa, pelo visto a Coca tem um departamento de sustentabilidade bem forte. Já a concorrente Pepsico vai mandar só o Program Director, PepsiCo Recycling, será que a Pepsico só vai marcar presença porque a concorrente é uma das patrocinadoras do evento ou pra ela sustentabilidade se resume a reciclagem?

O interessante por exemplo é o Citibank que vai mandar o Head of Creative and Media, a Nestle América do Norte que vai mandar o Chief Procurement Officer e Nestle Purina (o braço de rações da empresa) que será representada pelo Brand Manager.

A Apple que lançou uma propaganda no dia da Terra se insinuando mais verde que a concorrente Samsung não está na lista de confirmados, nem a  Samsung.

O que me surpreendeu positivamente foi ver a participação da cidade de Palo Alto, na Califórnia, mandando seu Chief Sustainability Officer, achei sensacional uma cidade ter um posto como esse.

Eu sei que provavelmente a participação das empresas nesse evento não irá se resumir ao que está apresentado nessa lista e que também essa lista pouco representa de fato como a empresa leva o tema sustentabilidade na real, mas que é uma amostra interessante isso não deixa dúvidas.

P.S.1: Não traduzi a maioria dos cargos por que achei que deixar no original dá uma noção melhor.

P.S.:2: A Aline do Inspiração Sustentável esteve no evento do Rio e estamos aguardando os posts para sabermos como foi.

Blogueiros que estiveram no evento e fizeram seu relato:

Sustainable Brands Rio 2014

Injeção de inspiração no Sustainable Brands 2014!

Reimagine, Redesenhe, Regenere e Empreenda: Sustainable Brands Rio 2014

Num passado remoto (6 anos atrás)…

Lá em julho de 2008 eu resolvi questionar a Epson sobre o que fazer com os cartuchos de tinta velhos que eu tinha deles. Recebi uma resposta esdrúxula e guardei os cartuchos em casa esperando o dia que pudesse descartá-los de maneira digna. Eis que esse dia chegou! Depois de 6 anos com esses cartuchos jogados numa gaveta qualquer aqui em casa resolvi novamente entrar no site da Epson e procurar alguma novidade sobre o descarte de cartuchos de tinta. E não que eu achei?

Confesso que tive que dar vários cliques no site até encontrar o programa de coleta da empresa (não é assim visível e fácil de achar), ligar num telefone de assistência e perguntar onde eu poderia descartar meus cartuchos. Descobri que deveria levar na assistência técnica aqui da minha cidade onde eles recolhem, por sorte é bem perto da minha casa. Infelizmente esqueci de tirar foto do totem de coleta dentro da loja, mas tá lá bem visível, quem frequenta essas lojas já deve ter visto.

Lá eles não souberam me dizer quanto tempo faz que existe esse programa e disseram que a Epson vai lá recolher os cartuchos, eles também recebem cartuchos genéricos da impressora deles, não apenas os originais, mas não perguntei de cartuchos de outras marcas.

Ultimamente aqui em casa não temos mais comprado cartuchos de tinta novos para a impressora, meu pai tem ele mesmo recarregado-os e provavelmente por isso os cartuchos vazios ficaram tanto tempo na minha gaveta sem eu me lembrar de dar um destino.

Só resta saber agora o que de fato acontece com esses cartuchos depois que a Epson leva embora lá da loja… São reciclados? Reaproveitados? Ou apenas mandandos para um aterro sanitário? Se eu ficar esperando uma resposta deles por conta desse post já sei quando a resposta virá, né? Nunca… E sinceramente tenho um pouco de receio em escrever para eles perguntando, depois da resposta tosca que recebi da última vez que escrevi para eles… Mas mandei um mail perguntando, quando tiver uma resposta volto aqui para contar.

Enquanto isso fico esperando que esse projeto de cartucho de tinta feito de papelão vire realidade. No site que encontrei essa foto dizia que eles tinham sido projetados por Kevin Cheng para a Epson, são feitos de papelão reciclável, com laminado biodegradável, a única área plástica é a área do chip e além disso o cartucho dispensava outras embalagens, na época (2010) eles ainda estavam em fase de testes, 4 anos e ainda não vi nada parecido no site deles… Pelo menos não no site brasileiro. Aliás, nem o modelo da minha multifuncional ou cartuchos de tinta para ela eu encontrei no site. É, melhor eu me preocupar mesmo com o destino que darão para os cartuchos de tinta que eu deixei lá na loja.

UPDATE: A Epson respondeu meu email! Veja a resposta:

Os cartuchos vazios coletados são encaminhados para co-processamento, que é um processo de geração de energia por meio da queima de resíduos para produção de cimento.

Andreia Maffeis Campbell
Coordenadora Ambiental Epson
Programa de Coleta

Um grande evento depois de 4 anos

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Lembro-me que o último grande evento que participei com a temática de meio ambiente, sustentabilidade e afins foi há 4 anos, a Conferência Ethos de 2010. Essa semana que passou estive no 8o Congresso Gife, como já tinha falado aqui. Pois bem, o que mudou sobre a “arte de fazer congressos” nesses 4 anos? Basicamente nada, ou quase nada, continuamos no mesmo modelo de palestras, mesas redondas, oficinas (essas um pouco mais práticas) e plenárias (que nada mais é que um nome diferente para palestras e mesas redondas, talvez só mude o tamanho da plateia). Nesse evento em si teve o diferencial da programação aberta, eventos organizados por outras instituições geralmente na parte da manhã ou da noite (antes ou depois da programação oficial do congresso), todos de graça e sem a necessidade de estar inscrito no Congresso. Foi o caso por exemplo da palestra do Professor Jeffery Sachs que aconteceu no dia 19 à noite.

E os assuntos, temas e abordagens? Apesar de ser um congresso sobre investimento social de impacto a sustentabilidade sempre permeia os debates, mas ainda vi departamento de sustentabilidade ligado ao departamento de marketing que por sua vez estava ligado à Fundação ou o Instituto da empresa (achava q 4 anos depois coisas do tipo estavam mudando). Vi alguns cases e a grande esmagadora maioria é sobre educação e de verdade tem algo de errado com todo esse investimento. Não sei se ele é pequeno demais diante do tamanho do Brasil, se é mal empregado ou se os institutos/ fundações propagandeiam mais do que realmente fazem pois os nossos índices de educação são sempre bem vergonhosos, todo esse investimento não faz nem cócegas no nosso problema? É para pensar. Fiquei com a mesma sensação que tive quando o li o livro Doar do Bill Clinton, tanto investimento, tanto dinheiro e a sensação que temos é que  estamos bem longe de sermos o que sonhamos como nação. Será que meu sonho é muito exigente?

Um evento desses é válido pois trás as novidades do  mundo a fora,  como por exemplo a pesquisadora de Stanford Lucy Bernholz (@p2173) que pesquisa sobre o business das doações e é responsável pelo Laboratorio Digital da Sociedade Civil na mesma Universidade, nas falas dela que ouvi ela trouxe temas interessantes como a economia compartilhada e a mudança de comportamento da sociedade com as novas tecnologias. Ela ainda propôs numa roda de conversa criar uma publicação sobre o campo social brasileiro.

Gosto muito desses eventos, mas eles acabam comigo, na metade do segundo dia já me sinto esgotada de tanta informação recebida, não consegui ir no terceiro e último dia e me sinto arrependida até, mas não tenho certeza se iria aproveitar como deveria. Penso que esses eventos são de extrema importância pelos mais variados motivos e talvez dessa vez a minha sensação de que os assuntos debatibos e conversados lá  vão ainda que minimanente sair daquelas paredes me deixou mais otimista.

A casa

Fui conhecer uma casa com vários conceitos sustentáveis em sua construção. Na verdade acho que todos esses conceitos poderiam ser pensados para todas as casas hoje em dia. Coisas como aquecimento solar, reaproveitamento de água de chuva, telhado verde, aproveitamento de energia solar, ventilação cruzada e iluminação natural não são coisas impossíveis de ser parte de uma rotina na hora de pensar uma nova construção, assim como banheiro, cozinha e a churrasqueira. Por que coisas como closets, ofurôs e cozinha gourmet que até bem pouco tempo não existia nas casas, hoje em dia é super comum? Por que conceitos estéticos viram “moda” e ecoeficiência não? Quando eu percebo esse tipo de coisa eu vejo que eu devo mesmo ser a minoria da minoria das pessoas preocupadas em ter um apoveitamento mais inteligente dos recursos naturais do planeta.

O próprio engenheiro e dono da casa diz que não tem nada de difícil e muito novo no que ele fez, são tecnologias perfeitamente acessíveis, basta querer implementar. Ah, mas é caro por isso que as pessoas não fazem. Bom, fazer um ofurô, uma piscina, um closet também não é barato, então, como sempre, tudo é uma questão de escolha e prioridade.

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Fachada da casa
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Fundos da casa

Saiba mais sobre essa casa que fica aqui em São José dos Campos: http://goo.gl/iBAxxd e http://goo.gl/GjqHbJ.

Sim, essa é uma casa num condomínio de luxo e precisamos fazer esses conceitos de eficiência nas moradias e nas construções chegarem também em casas mais simples e populares, mas enquanto o povão acreditar que copiar os ricos que é legal e os ricos não resolverem mudar o conceito, vai ficar dificil…