Você o estudou mas ele NÃO EXISTE: o mesossomo

miniatura mesossomo

É incrível, descobriram que o mesossomo não existe desde o final dos anos  70 e ele ainda é ensinado e está em todos os livros didáticos!

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O que rolou na ciência HOJE: 3 de Fevereiro

mayr-obitHoje é o aniversário de morte do fantástico biólogo Alemão Ernst Mayr. O cara foi um dos maiores evolucionistas do mundo e ajudou a juntar as idéias de evolução com as descobertas do DNA, formando o que chamamos hoje de “Nova Sintese” da biologia.

Um livro muito bacana dele é “Biologia, Ciência Única” e um mais novo e básico “O que é Evolução”.

Leia mais sobre o Mayr no blog Discutindo Ecologia.

1966 – A espaçonave soviética não-tripulada Luna 9 realiza a primeira aterrissagem controlada auxiliada por foguetes na Lua.

1971 – O módulo lunar da missão Apollo 14 aterrissa na Lua.

1994 – Lançamento do ônibus espacial "Discovery" com um astronauta russo à bordo, Sergei Kirkalev, o primeiro em um veículo espacial americano.[E foi a que mais voou. Acoplou na MIR, Estação Espacial nternacional e reparou o Hubble]

Nascimento:

1961Fernando Gonsales, cartunista brasileiro.[O cara além de gênio e muito gente boa é veterinário! Dá pra perceber vendo as tirinhas cheias de bichos e seus pontos de vista]niquel nausea

Morte:

1468Johannes Gutenberg, inventor da prensa gráfica (n. cerca da década de 1390) [Isso foi importante mesmo]

1881John Gould, ornitólogo e naturalista inglês (n. 1804) [Foi o cara que identificou os famosos tentilhões de Darwin das Ilhas Galápagos]

2005Ernst Mayr, biólogo alemão (n. 1904)

Resenha: “Pequenas Maravilhas: como os micróbios governam o mundo.” (Editora Zahar)

Agraciado pela Associação Americana para o Progresso da Ciência com o título de “Melhor livro científico para jovens” de 2010, esse lançamento da Editora Zahar tem como principal trunfo o cuidado do autor, Idan Ben-Barak, em transmitir do modo mais claro possível uma variedade enorme de conteúdo sobre os microrganismos e algumas de suas características mais interessantes.

capa_peqmaravilhas.jpgConsiderando esse cuidado com o texto e o grande volume de informação, é de se esperar que o livro não traga conhecimento aprofundado dos tópicos. Nas palavras do autor:

“… se eu entrar em explicações detalhadas e rigorosas sobre ideias e termos biológicos, gastaria muito tempo e muito papel, este livro se tornaria um livro acadêmico e eu acabaria perdendo o leitor.”

Assim, o resultado desse esforço é um ótimo livro para novos interessados em Ciências. A riqueza de exemplos e algumas das facetas que os habitantes mais antigos da Terra podem apresentar certamente deixarão os leitores com um sorriso de orelha a orelha.

Imaginem organismos que sobrevivem a mais de 130°C, se multiplicam na agradável temperatura de 100°C e nadam o equivalente humano a 150 m/s… além de inquestionavelmente interessantes, são apenas a ponta do iceberg de tudo o que o livro contém em suas 264 páginas!

Em outra análise, professores que queiram cativar suas salas de aula também podem encontrar em “Pequenas Maravilhas…” e seus exemplos “excêntricos” grandes aliados na muitas vezes árdua tarefa de tornar alguns tópicos de Ciência interessantes para adolescentes.

Mesmo alunos de graduação acadêmicos de áreas que não a Microbiologia encontrarão diversão e conhecimento em um texto leve e muito bem estruturado.

Desse modo, resta sugerir que todos se divirtamcom a enorme gama de formas, mecanismos de sobrevivência e interação com o ambiente que esses pequenos (micro, na verdade) organismos de 3,8 bilhões de anos podem ter.

Mais informações e outros títulos da editora no site http://www.zahar.com.br/!

A “bíblia” da neurociência – use com moderação

kandel livro.JPGNa minha saga em começar a estudar neurociências (que será documentada neste blog – este já é o segundo post) eu optei por começar lendo o “Princípios de Neurociências” do Kandel, como já havia dito antes.

E este é o primeiro livro-texto que leio desde o começo. Sim, livros-texto são aqueles gigantes usados como as bíblias duma disciplina de faculdade. Geralmente o professor da tal matéria só indica os capitulos que lhe interessam e que o tempo do curso permite desenvolver.

Mas começar a ler desde o começo é muito interessante. Os 2 primeiros capítulos do Kandel são muito legais, além de informativos, contando a história da neurociência. Não como um livro de história, mas uma história escrita por um cientista. A diferença é que vai se construindo uma história baseada nos trabalhos e desenvolvimentos da pesquisa, assim eu fui me sentindo mais embasado e preparado para conversar com quem trabalha na área.

Ramon y Cajal, Golgi, Wernicke, Broca, Gazzaniga, são nomes que eu sempre ouvia mas não tinha entendido até então sua posição e importância dentro dessa história toda da decifração do cérebro. Acompanhar seu erros e acertos faz com que várias idéias surjam e muitas outras morram no leitor – morte esta que é muito importante, já que algumas idéias que nós temos e nos fazem achar muito inteligentes por isso, acabam nos deixando com cara de idiotas quando percebemos que a dois séculos atrás alguém já pensou, testou, e refutou ou confirmou tudo que você tinha cogitado. Assim nós podemos nos localizar melhor na linha do tempo de desenvolvimento desta área, sem ter que reinventar a roda.

No ombro de gigantes eu me apoiei… escorreguei e caí.

O problema dos livros-texto é o mesmo de todo gigante: geralmente são lerdos.
Esta edição que eu estou lendo é de 2000, quando o Projeto Genoma Humano estava para ser terminado, pelo menos o rascunho dele. No livro ele fala que “os mais de 80 mil genes da célula humana…” e isto esta errado!

Pelo menos em parte. Antes do sequenciamento do genoma humano, achava-se que em média um gene corresponde a uma proteína. Como temos muitas proteínas devemos ter também muitos genes, mais ou menos uns 100mil. Qual não foi a surpresa quando descobriram que há menos de 30mil genes! Foi um tapa na cara da comunidade científica, e isso mostra que o genoma é mais complexo do que se esperava, porque poucos genes conseguem fazer muito mais proteínas.

E foi um tapa na minha cara também. Afinal, o livro de 2000 já está muito ultrapassado!
Mas afinal, que livro consegue acompanhar o desenvolvimento das coisas? Por definição um livro é “obsoleto” assim que nasce. Por isso já percebi que nas questões mais polêmicas e de áreas mais dinâmicas, como a biologia molecular, vou ter que dar umas olhadas nos trabalhos científicos recentes, principalmente nas famosas revisões, que são artigos que compilam o que há de mais novo em um determinado assunto.

E é isso mesmo, porque no fim das contas não podemos pôr a culpa no livro ultrapassado, quando o responsável pelo seu conhecimento é exclusivamente VOCÊ mesmo!

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Olha aí o Kandel com aquela cara de quem tem um Prêmio Nobel no bolso.

E a neuro-saga continua, o próximo tema será: como entender seu cérebro pelos erros.

RNAm Expresso vol. 1

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Livro “Genes contra doenças” promete explicar terapia gênica


Ainda não li, confesso. Mas assino embaixo pela confiança no autor. O Rafael Linden entende do assunto de terapia gênica. Só não entende mais disso do que de morte celular programada, sua especialidade. Enfim, o livro fala sobre a terapia gênica (área em que meu laboratório atua) de forma palatável para não-especialistas.

“O princípio da terapia gênica é relativamente simples: introduzir no organismo de uma pessoa doente, com uso da técnica de DNA recombinante, um gene sadio responsável por codificar uma proteína que terá um efeito terapêutico. No livro, que inclui um glossário, procurei definir todos os termos técnicos da forma mais clara possível”, disse à Agência FAPESP.

Afinal, por que usar remédios, que nada mais são que proteínas na maior parte dos casos, se nós poderíamos fazer as próprias células do paciente produzirem a proteína para o tratamento?
Como a coisa também não é tão fácil assim, as pesquisas continuam (ainda bem, porque é o que garante a minha bolsa).
Assim que eu ler o livro conto o que achei. E, apesar de conhecer a propriedade do autor neste tema, não duvide que tentarei criticá-lo com justeza.

Semana cientificamente NULA! Que tédio.

Olha, não é por nada não, e nem querendo justificar a falta de postagens (já justificando), mas Ô SEMANINHA BRABA! Cientificamente nula!

Claro que nula é um exagero, afinal a pesquisa não pára, mas não tivemos nenhum grande furo. Tivemos a publicação do genoma do ornitorrinco esses dias, muito comentado por aí. Mas genoma de novo? Cansei. Será que este doutorando está perdendo a empolgação? Jamais! Mas é que o mundo tem sua parcela de responsabilidade para com a minha criatividade de divulgador de ciência. Um material diferente só pra variar um pouquinho é sempre bom.

Acho que estou dependendo muito de internet.

No começo, quando se aprende a usar a internet, ficamos empolgadíssimos com a quantidade de informação disponível. Mas quanto mais você se acostuma mais, vai percebendo que as pessoas estão falando sempre da mesma coisa e, muitas vezes, mais ou menos do mesmo jeito. Meia dúzia de pontos de vista: o que informa, o que opina, o que concorda, o que discorda, o extremista de um lado e o de outro.

É… acho que preciso dar uma pausa na net e começar um livro pra chacoalhar a cachola. Alguém sugere algum? Não precisa ser de ciência não.

Aguardo respostas.

Grato