Resoluções do “Seminário de Avaliação e Políticas Públicas Educacionais”

Recebi esta carta:

Documento é resultado do “Seminário de Avaliação e Políticas Públicas Educacionais”, ocorrido em agosto. A carta foi assinada pelas universidades Unicamp, USP, Unesp, Unirio, PUC Rio, UCP, Universidade do Porto (Portugal), Cenpec e Unicid.

“Reunidos no Seminário de Avaliação e Políticas Públicas Educacionais ocorrido entre os dias 16 e 18 de agosto de 2011 na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – os profissionais abaixo assinados vêm a público trazer suas preocupações com o presente momento educacional brasileiro, no tocante às políticas públicas de responsabilização, meritocracia e privatização em curso.(…)”

Continue lendo a carta aqui

Juro que tentei ler, mas esta carta continua numa linguagem que cansa e eu estou sem tempo e desencanei, confesso. Mas por se referir a algo que interessa a todo mundo podia ser mais acessível para que nós, o povão, pudessemos pegar a mensagem de pronto. Bom, fato é que não li tudo e não achei ninguém comentando o conteúdo da carta.

Cadê os blogs que discutem educação?

Leia e me esclareça, por favor.

The biology book is on the table: biólogos virando professores de inglês

A física do “the book is on the table”

Post patrocinado: Cursos Gratuitos

Minha mulher voltou a fazer aulas de inglês para desenferrujar, e as aulas são num sistema particular em que você marca quando pode e a empresa indica um professor para este horário. Assim cada dia você pode ter aula com um professor diferente. No primeiro dia ela volta e diz que o professor dela era da Inglaterra e fez biologia por lá. Legal. No segundo dia de aula ela volta e diz que a aula foi boa, a professora era simpática e, surpresa, é BIÓLOGA também!

Ah, espera um pouco! Como biólogo eu fiquei espantado. Isso é acaso ou os biólogos não estão achando mercado mesmo? Fiquei preocupado, pois dos meus colegas a grande maioria está na área acadêmica, fazendo mestrado e doutorado (e pós-doutorado, pra me lembrar como estou ficando velho), ou dando aulas nos mais diversos níveis, ensino fundamental, médio, superior, particulares ou públicas e até mesmo na indústria.

Não estou desmerecendo quem dá aula  de inglês, e sei que emprego não tá fácil, mas quem faz biologia não sonha em se formar para dar aula de línguas, concorda?

Pode ser que o problema não seja só o mercado, mas sim o erro ao escolher a profissão. Sempre achei muito temeroso forçar as pessoas a decidir suas carreiras aos 17 anos. Na minha utopia seria assim: todo aluno formado no ensino médio teria que fazer 2 anos de um curso profissionalizante, com estágio e tudo. Só depois disso eles teriam autorização para prestar um vestibular. Isso ajudaria a definir com mais segurança quem quer seguir a carreira acadêmica e quem quer já entrar no mercado.

Sei também que existem os períodos de dúvida e transição em que a gente fica desempregado, sem bolsa, ou cansado dessa vida de professor ou pósgraduação, mas uma opção que muitos amigos próximos tem feito é de dar aulas particulares ou oferecer cursos. E dá para arrumar uma aula de biologia, mas o que o pessoal realmente precisa é química, física e matemática, que os biólogos tiram de letra também, certo? [diga que sim, não me envergonhe agora, ok?]. Então anuncie seu curso, ou escolha um curso pra melhorar seu currículo. Aqui vai uma dica: Cursos gratuitos

Dica de curso de especialização

Suas promessas para 2011 incluem “tenho que estudar mais” ou “preciso me atualizar em minha área”? A dica é não perder mais tempo e cuidar do seu futuro com Cursos de Especialização que te destacarão no mercado!

Quem acessa o RNAm sabe da importância que a Educação tem e que conhecimento nunca é demais. Além disso, com uma competitividade tão grande é cada vez mais importante ter um trunfo para progredir profissionalmente. Muitas pessoas fazem cursos, workshops e pós-graduação, mas a dificuldade em encontrar cursos interessantes pode ser desanimadora até para o mais decidido dos futuros estudantes.

clip_image002Com a premissa de facilitar o acesso a esse tipo de informação nasceu o EducaEdu, uma iniciativa fundada na Espanha em 2001. Presente no Brasil desde 2008, hoje são mais de 100 mil cursos de todos os tipos e em diversas áreas de conhecimento nos 20 países atendidos.

Só no EducaEdu Brasil, que agrega mais de 12 mil cursos no país e no exterior, quem busca novas oportunidades e crescimento profissional encontra um portal totalmente direcionado àquela incrementada no currículo!

Se você acha que saiu da graduação despreparado para desempenhar determinado cargo, se formou há muito tempo e quer uma reciclagem, ou tem em vista mudar sua área de atuação, os cursos de especialização podem ser o caminho a seguir. Essa modalidade de pós-graduação tem como foco a atualização profissional e serve muito bem gente interessada em novos conhecimentos, mas que tem pouco tempo disponível ou não.

Por exemplo: você é biólogo e quer trabalhar em um laboratório clínico, mas não se sente seguro só com o conteúdo da graduação? Especialize-se em Análises Clínicas, Hematologia ou Microbiologia! Se você prefere a parte ambiental e quer aproveitar todo o hype do mercado, torne-se um especialista em sustentabilidade ou em gestão ambiental!

Interessou? Aproveite que essas e muitas outras opções estão a apenas um link de distância!

Esse texto é um publieditorial aprovado pelo RNAm por ser realmente interessante.

O caso dos aminoácidos perdidos…

A motivação desse texto vem de uma reportagem sobre a possibilidade de alguns aminoácidos serem provenientes do espaço, na qual senti necessidade de corrigir alguns escorregões:

  1. “Os aminoácidos são importantíssimos porque ajudam a compor as proteínas, indispensáveis para a existência de todas as formas de vida no nosso
    planeta.”
  2. “Ao estudar os fragmentos de um meteorito… descobriram… aminoácidos do tipo canhoto.” (nunca ouvi aminoácidos D e L serem chamados “destros” e “canhotos”, alguém pode confirmar?)
  3. “Na Terra, todos os seres vivos têm aminoácidos canhotos… Mas isso não quer dizer que a versão destra seja impossível
    por aqui. Cientistas já conseguiram sintetizá-la em laboratório.”

Sabemos que os aminoácidos são moléculas que, interligadas,
formam a cadeia principal de todas as proteínas. Ao contrário do comentado na reportagem, não é uma questão de
“ajudar a compor” e sim de definir. Desse modo, sem os os aminoácidos simplesmente não há proteína.

Aproveitando o tema, existem dois “causos” relacionados aos aminoácidos que me incomodam demais há algum tempo:

  1. Por que quase ninguém fora da área de proteínas reconhece a existência de 2 aminoácidos “extras” além dos 20 clássicos?
  2. O que diabos há com um mundo em que ainda é comum encontrar a frase “os L-aminoácidos são os únicos presentes nas proteínas” e suas variáveis?

O mistério dos aminoácidos proscritos
Os dois aminoácidos nunca citados são a selenocisteína e a pirrolisina. Pode-se imaginar que os dois sejam resultado de alguma modificação pós-traducional, ou seja, a informação para sintetizá-los não estaria no DNA mas seria um produto indireto da expressão genética. No entanto, dados científicos já demonstraram que ambos são codificados como os 20 aminoácidos “clássicos”. Por que continuamos com o padrão “existem 20 aminoácidos codificados pelo nosso genoma”?

Uma explicação óbvia poderia ser: “o conhecimento é muito novo, por isso ainda não foi incorporado aos livros e é desconhecido por gente fora da área”.

Essa justificativa pode ser válida para a pirrolisina, identificada em bactérias do gênero Methanosarcina apenas em 2002, mas no caso da selenocisteína esse conhecimento está disponível desde a década de 1960! Qual é a explicação?

Aminoácidos através do espelho

Quem já estudou Biologia e nunca ouviu a frase “todos os aminoácidos biológicos (com exceção da glicina) são L-aminoácidos”?

quiral.jpgA nomenclatura D ou L vem da comparação estrutural com a molécula quiral do gliceraldeído. Quiral é o nome dado a moléculas que possuem um átomo de carbono ligado a 4 grupos químicos diferentes, de modo que sua estrutura não é sobreponível à sua imagem num espelho. É a distribuição espacial dos grupos químicos em torno desse carbono quiral que denomina, em comparação às formas do gliceraldeído, os aminoácidos L ou D.

Voltando à questão: em biologia sempre teremos L-aminoácidos, certo? Errado!

Em mais um inexplicável caso, desde a década de 1940 são conhecidos D-aminoácidos em organismos vivos. Inicialmente identificados nas paredes celulares de bactérias Gram-positivas, a suspeita da existência biológica desses aminoácios existia desde a década de 1930, quando foi descoberta uma enzima de mamíferos chamada D-aminoácio oxidase EC 1.4.3.310.

A suspeita é lógica: porque haveria uma enzima especializada em D-aminoácidos se os mesmos não participassem no metabolismo desses animais? Como esperado, algum tempo depois foram identificados e quantificados D-aminoácidos nos fluidos corporais de vertebrados. Novamente: porque esse conhecimento não foi atualizado?

O que justifica essa defasagem do ensino? Tomara que as atualizações dos livros de Biologia não demorem muito mais tempo, afinal, a situação já está ficando feia!

Notícias:

Referência:

SILVA, João J. R. Fraústo da  and  SILVA, José
Armando L. da. D-aminoácidos em biologia: mais do que se julga. Quím. Nova [online]. 2009, vol.32, n.2 [cited  2011-01-20], pp. 554-561 (Link para a versão PDF.)

Um professor rio abaixo

Este Blog Action Day sobre a água caiu bem no dia do professor. E eu com essa mania pragmática e direta de resumir tudo e fazer duas coisas ao mesmo tempo não me contive e pensei no que uma coisa podia se ligar a outra, e acabei me lembrando da experiência mais fantástica da minha vida. Uma experiência didática sobre a água (não que eu tenha caminhado sobre ela) que mudou mesmo minha vida pra sempre.

Foi durante a graduação em biologia, quando tínhamos aulas de prática de ensino que consistiam em aulas teóricas por um semestre e no outro aulas reais na rede pública de Rio Claro, interior paulista.

A enrascada começa no ensino fundamental, no qual o conteúdo não respeita a minha tacanha formação biológica e eu podia pegar aula de matemática, português, ciências sociais e, com muita sorte, ciências, que ainda sim engloba TODAS as ciências básicas. [adendo – interessante que a única aula que eu não corria o risco de pegar era a de educação física. Essa mania de separar essa aula das outras é uma coisa que sempre me incomodou, mas deixo esta saga para os educadores físicos.]

Sorteada a sala de aula, fico com uma quinta série em aulas de geografia. O tema é rios e relevo.

Hum… e agora? Foi importante ter uma biblioteca didática na faculdade, não cheia de livros, mas com material como mapas, globos e maquetes. E foram essas coisas que me deram o insight. Peguei emprestado e fui pra aula com um mapa do estado de São Paulo, um globo terrestre e uma maquete do relevo do rio Tietê.

Chegando lá, mapa na parede, aponto o rio e pergunto “Pra onde o rio aqui corre?”
“Dâââ fessor, de cima pra baixo até o mar, né! (professor besta)” disseram e pensaram os alunos.
Etapa 1 concluída
rio tietê.jpg

http://blogactionday.change.org/Eita rio danado que corre pra cima!


Agora a etapa 2 foi a maquete. Ela mostrava um corte do rio e revelava o perfil do relevo do Tietê. E eita rio danado que, ao contrário de quase todos os outros, nasce no mar e corre para o meio do continente ao contrário de todos os outros.

Ok, na verdade não nasce no mar, mas na Serra do Mar, e vem descendo até encontrar o rio Paraná.
Passei para a próxima etapa: colocar o mapa sobre a mesa com a maquete do relevo em cima. E veio a pergunta novamente: “pra onde corre o rio Tietê?”. Hum, agora na horizontal é tudo diferente. Mas então o rio pode correr pra cima? Onde é “cima”?

Foi aí que entrou o globo e a mágica aconteceu: não existe “cima” ou “baixo” num mapa; um rio pode correr para cima; pensava uma coisa e agora entendi outra; e outras idéias que eu nem posso imaginar.

Posso dizer que essa foi uma das maiores emoções que já tive na vida, e é esse brilho no olhar da molecada tendo seus insights, quase que em transe, que me acompanha e me impulsionou a inaugurar este blog. Não sou um professor com P maiúsculo, esse é meu hobby. Mas quem sabe meu rio não me leva a ser um professor profissional?

Change.org|Start Petition

Animação: Como uma célula morre

Essa animação é a que mais se aproxima com o que realmente ocorre numa célula que está com problemas e precisa morrer. É a chamada APOPTOSE, ou morte celular programada.

Eu digo que é o mais parecido com o que realmente acontece porque muitas animações por aí mostram uma molécula indo diretamente em direção a outra como se fosse uma coisa consciente e direta. Mas a célula é mais bagunçada que isso, é um sopão que se organiza com alguns trilhos e sinalizações. As proteínas ficam boiando e eventualmente, casualmente, encontram a proteína que se encaixa nelas. Não é um caos, mas também não é um programinha linear.
Fora esta idéia do contexto celular, a animação não é muito didática pra quem não tem uma certa noção do que cada proteína faz. Ela é boa para alunos de medicina, biologia, farmácia ou outros interessados.
A apoptose é importantíssima, por exemplo, pra quem estuda câncer, pois a célula tumoral consegue driblar alguns desses passos inutilizando algumas das proteínas que aparecem na animação, quebrando este efeito dominó molecular. Assim ela permanece viva.

Dica do Ruan Medra, iniciando no meu lab e só entrou pq disse que lê o RNAm.

Donos de gatos são mais educados

Thumbnail image for gato inteligente.jpg
ResearchBlogging.orgA gente tem uma tendência bem comum de separar tudo em duas categorias pra classificar as pessoas, como se tudo pudesse ser dividido em duas posições ou gostos quase sempre antagônicos: desde os clássicos como bons ou maus, pecadores ou santos, vinho ou cerveja e homens ou ratos; até os mais contemporâneos, como corinthian ou os outros, Jonh Lennon ou Paul Mccartney, coca ou pepsi, etc.

Vou focar em uma dessas dualidades bem intuitívas: quem ama cães ou ama gatos.
Normalmente esse povo não se mistura mesmo. Não estou dizendo que não tenha quem goste dos dois, mas gostar não é amar. Quem AMA um geralemente não AMA o outro.
Talvez isto tenha a ver com a personalidade das espécies e dos donos.

Mas é agora que o pug torce o rabo: Em uma pesquisa no Reino Unido, donos de gatos são mais educados que donos de cães!

Calma, por que esta frase pode ter várias interpretações. Mas eu já explico.

Não é que os donos dos totós comem de boca aberta ou enfiam o dedo no nariz em público. Nem é o fato de largarem montículos de esterco por onde passam com suas crias (se bem que isto é um fato, mas não quer dizer que se gatos gostassem de coleiras seus donos não fariam o mesmo).

É simplesmente que os donos de gatos têm maior grau de escolaridade que os donos de cães. E isso também não quer dizer que eles seja mais inteligentes! Q.I. não é diretamente ligado a escolaridade, lembre-se sempre disso.

gata-comendo-cacto.jpgUma das explicações é que quem faz faculdade ou pós-graudação tem menos tempo de cuidar de coisas que demandam comida, carinho e cuidado, tais como cães, samambaias e namoradas.
Já gatos vivem por si só, e na falta de comida comem cactos. Hábito este que já demonstra o quanto que esses bichanos durões comedores de espinhos exigem de carinho: ZERO!
Não que não gostem, mas não PRECISAM dele como os totós (e as namoradas).

Só uma coisinha, pra não deixar os donos de bichanos tão excitados consigo mesmos: Gatos são menos inteligentes que cães segundo um estudo que mostrou que mesmo depois de ver a comida ligada a uma cordinha eles não conseguiam entender qual cordinha puxar para ganhar a comida. Os cães fazem isso. Se bem que eles se saem melhor que chimpanzés em alguns casos, então tudo isso de inteligência é muito relativo.

Bom, voltando às dualidades, fico na categoria dos que gostam de uma ‘impossível’ terceira opção: kuat, vodka, George e tenho um gerbil.

Fonte: Telegraph

Murray JK, Browne WJ, Roberts MA, Whitmarsh A, & Gruffydd-Jones TJ (2010). Number and ownership profiles of cats and dogs in the UK. The Veterinary record, 166 (6), 163-8 PMID: 20139379

Para saber sobre a domesticação (ou não) dos gatos veja no ótimo blog Sinantrópica

PS 1: Quando eu escrevo “a gente” ou “nós” estou usando do estilo para me posicionar mais próximo do leitor. Além disso estou considerando que estou sendo lido por outro ser humano, o que, é claro, pode não ser totalmente verdade (sim, eu sou um ser humano para quem tinha dúvidas). Mas se for humano o suficiente para entender o bom e velho português, tão maltratado por mim, já me vale.

PS 2: Eu não copiei o começo do texto de onde tirei a imagem do topo do post. Isso foi só uma prova de que Campos Mórficos existem ou da minha total falta de criatividade.

Dança dos elementos químicos

Calma, não é nenhuma dança circular new age, é uma campanha da União européia para estimular jovens a entrar em carreiras de pesquisa acadêmica.

Imaginem se o filme fosse do Michael Bay, como seria a luta do potássio com água.


É para este fim de estímulo aos jovens que existe a organização que produziu o vídeo, a Marie Curie Actions, ligada à Comissão Européia de pesquisa.
E não precisa ser um gênio como a Marie Curie pra entender a importância deste tipo de ação.
via Cosmonaughty

Alice no país da programação computacional!

060310_alice_vsml_1p.jpgQuem acompanha meu Twitter sabe que me direciono cada vez mais para iniciativas ligadas a educação.

Uma que conheci recentemente foi o software Alice, que busca fazer da programação computacional orientada a objetos algo simples e divertido de se aprender. Ao contrário das intragáveis sentenças computacionais clássicas (até quem só mexe com html, como blogueiros, arrepia às vezes), o programa possui um ambiente gráfico amigável e a sensação de se brincar com um jogo de computador. Conhecer o Alice me fez pensar imediatamente na oportunidade que pessoas como eu têm nas mãos.

Explico: tenho muito interesse em desenvolver material didático animado e nenhuma noção de programação. Com esse software posso tentar criar animações relacionadas ao ensino de biologia, química e, por que não, fazer apresentações mais interessantes para palestras, cursos, etc.!

O programa é uma ferramenta de ensino gratuita utilizada em várias escolas americanas e que permite ao usuário criar e até compartilhar na web filmes animados e videogames simples. Os estudantes visualizam imediatamente o funcionamento do programa que eles criaram, o que permite o fácil entendimento da relação entre as sentenças de programação e o comportamento dos objetos na tela.

logo_alice_Brasil.jpgO mais legal: fui convidado para o Congresso Alice Brasil 2010, evento organizado pelo Mackenzie que reunirá educadores, profissionais e cientistas para debater o ensino da programação computacional no Brasil. A ideia é mostrar a crianças e jovens brasileiros o verdadeiro potencial dos computadores.

Fato interessante: o nome Alice é uma homenagem a Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho. A homenagem veio por Carroll ter percebido o grande poder de se comunicar de modo claro e interessante.

O evento acontecerá nos dias 2 e 3 de março no campus São Paulo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e contará com oficinas, palestras, apresentações literárias e lançamentos de livros.

Quer saber mais? Acesse www.alicebrasil.com.br para todas as informações do evento e www.alice.org para conhecer mais sobre esse ótimo projeto!

Universo numa casca de noz… ou “grandeza não é sinônimo de tamanho”.

Recebi do Kentaro Mori (autor do 100Nexos) uma indicação do mapa Biochemical Pathways (em Português, “vias bioquímicas”), e, como tenho um quadro igual pendurado na parede da sala da minha casa (junto a Einstein e Jimi Hendrix), resolvi compartilhar com vocês.

Carl-Peter-Von-Dietrich.jpg

Esse mapa já é produzido faz bastante tempo, tanto que a versão que tenho aqui é de 1974, e dá dó vê-la toda amarelada. Ainda mais por ser herança de um dos maiores cientistas que esse país já viu, o Prof. Dr. Carl Peter Von Dietrich, um dos fundadores do programa de pós-graduação em Biologia Molecular, do qual faço parte desde 2006. Infelizmente o professor faleceu em 2005, antes que o pudesse conhecer pessoalmente, motivo que só me deixa mais fã do quadro.

Cada via metabólica que estudamos é uma série de reações químicas nas quais uma reação fornece o substrato para a reação seguinte, de modo que a reação seguinte quase sempre é dependente da anterior.

Essas reações normalmente são aceleradas por enzimas, e também podem ser necessários inúmeros minerais, vitaminas, e outras moléculas que agem como cofatores em cada uma dessas milhares de reações diferentes, e interligadas.

Agora pense que todas essas reações, compostas por enzimas, cofatores, substratos, e etc, são de fundamental importância para que o organismo mantenha sua homeostase, ou seja, o seu equilíbrio metabólico. 

Com esse pensamento, olhem o mapa:


BiochemPath.jpg

Clique na imagem para ampliar

Aqui temos uma pequena amostra da complexidade que está em todo o organismo vivo. Lembrem disso da próxima vez em que estiverem pensando em algo como “por que as curas de doenças demoram tanto?” ou “esses cientistas só pensam no projetinho deles”.

Pensem que, para cada enzima que um pesquisador se dispõe a estudar, todo esse mapa pode ser afetado e, em muitos casos, ainda não conseguimos enxergar na totalidade o que está ocorrendo.

O motivo? NADA é simples como parece, mesmo em tempos como os nossos, em que tudo é banalizado, e poucas coisas são tratadas com a importância real que têm.

Para olhar o mapa em detalhes, com legendas, acessem o link abaixo do ExPASy e sintam um pouco do gostinho de se tentar entender esse emaranhado químico que é o nosso metabolismo.

Crédito das Imagens: UNIFESP, ExPASy, haha.nu