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>O Ano dos Ceratopsia !! – Parte 2

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Continuando…

No post passado ficou faltando falar de mais algumas figurinhas ceratopsianas de 2010, como lembrei nos comentários. Sendo assim, retorno agora para lhes apresentar: Rubeosaurus ovatus, o Styracosaurus que não era; Tatankaceratops sacrisonorum, um novo pequeno e controverso Charmosaurinae e Archaeoceratops yujingziensis, uma nova espécie de um gênero já conhecido.

Rubeosaurus ovatus McDonald & Horner, 2010 – originalmente decrito por Gilmore (1930) como “Styracosaurus” ovatus


Styracosaurus ovatus foi descrito por Gilmore em 1930 a partir de fragmentos de um escudo cefálico (partes de um osso parietal) destacado por ser bastante oval em seu aspecto e por possuir dois pares de chifres epocipitais e não três como Styracosaurus albertensis. Novos materiais, de um crânio parcial, permitiram, todavia identificar esse táxon como não relacionado ao gênero Styracosaurus, mas mais proximamente relacionado à Einiosaurus procuryicornis. Dessa forma, o antigo S. ovatus ganhou um novo nome: Rubeosaurus ovatus.


Rubeosaurus aumenta para 3 o número de centrosaurinae válidos da Formação Two Medicine, Montana, Canadá, e torna Stauricosaurus um táxon monotípico confinado à Formação Dinosaur Park de Alberta, Canadá.


McDonald, A. T. & Horner, J. R., 2010. New material of “Styracosaurus” ovatus from the Two Medicine Formation of Montana. In: Michael J. Ryan, Brenda J. Chinnery-Allgeier, and David A. Eberth (eds), New Perspectives on Horned Dinosaurs: The Royal Tyrrell Museum Ceratopsian Symposium, Indiana University Press, 656 pp.

Tatankaceratops sacrisonorum Ott & Larson 2010


Tatankaceratops foi preliminarmente descrito com base em um crânio parcial e fragmentos de um esqueleto provindos da Formação Hell Creek, South Dakota, EUA. Tatankaceratops representaria um novo táxon de um pequeno ceratopsiano chasmosaurinae, cujo comprimento do crânio teria aproximadamente 1 m e o tamanho total do animal não passaria de 3m. Os autores discutem que todos os elementos esqueletais, apesar do tamanho, pertenceriam a um animal adulto, e isso, somado a diferenças morfológicas significativas entre o material desse espécime e o de outros ceratopsídeos contemporâneos suportaria a designação de um novo táxon.

Os autores examinaram hipóteses alternativas, como considerando esse animal como proximamente relacionado ou possivelmente descendente de Triceratops. Se esse fosse o caso, os autores sugeriram que isso poderia representar um caso de pedomorfose (retenção de caracteres juvenis na forma adulta). Porém, a análise cladística realizada não suportou essa alternativa. Assim como também descartou a hipótese de se tratar de alguma forma de nanismo em Triceratops dada por algum grau de isolamento populacional (como no caso dos saurópodes anões alemães – em breve uma revisão sobre “Dinos anões” aqui no Colecionadores).

Tudo aponta para afinidades com os ceratopsídeos chasmosaurinae, no entanto os autores destacam que uma melhor preparação do material é necessária e que a descoberta de outros espécimes com caracteres preservados que sejam mais filogenéticamente informativos tornariam mais claras as relações desse táxon com outras formas neoceratopsianas.

Houve certo questionamento sobre a qualificação de “adulto” desse espécime. Talvez análises histológicas em comparação com o que se é conhecido para a ontogenia (desenvolvimento) de Triceratops deveriam ser feitas para confirmar esse status. A validez de “Tatankaceratops” se mostra controversa.

Estudos posteriores devem ser realizados para confirmar toda história.

O nome “Tatanka” é um desígnio indígena (Lakota) para o Bisão das planícies. (Alguém aí assistiu “Dança com lobos”??)

Christopher J. Ott & Peter L. Larson, 2010. A New, Small Ceratopsian Dinosaur from the Latest Cretaceous Hell Creek Formation, Northwest South Dakota, United States: A Preliminary Description.
In
: Ryan, M.J., Chinnery-Allgeier, B.J., and Eberth, D.A. (eds.)
 New Perspectives on Horned Dinosaurs: The Royal Tyrrell Museum Ceratopsian Symposium, Bloomington, Indiana University Press, 656 pp.

Archaeoceratops yujingziensis You & Dodson 2010

Archaeoceratops trata-se de um gênero já conhecido de Ceratopsia basal do início do Cretáceo (Aptiano) da China. Eram animais pequenos (cerca de 1m de comprimento), com uma cabeça comparativamente grande em relação ao corpo e provavelmente bípedes. Não possuíam chifres e tinham apenas um tímido escudo cefálico projetando-se da cabeça.

O gênero foi proposto em 1997 por Dong & Azuma e a espécie tipo foi designada A. oshimai.

Archaeoceratops yunjingziensis foi descrito com base em um espécime coletado no Grupo Xingminpu da Bacia de Yujingzi, região de Mazongshan, noroeste da China. É representado por um crânio parcial e fragmentos do esqueleto. Os autores diferem A. yunjingziensis da espécie tipo por uma série de caracteres específicos do crânio e da dentição. Esse novo táxon amplia a distribuição geográfica do gênero em cerca de 100 km para sudoeste, ainda na mesma bacia.

Reconstituição artística de Archaeoceratops oshimai


You H.-l., Tanoue K. & Dodson, P. 2010. A new species of Archaeoceratops (Dinosauria: Neoceratopsia) from the Early Cretaceous of the Mazongshan area, northwestern China. I:n Ryan, M.J.; Chinnery-Allgeier, B.J. & Eberth D.A. (eds.) New Perspectives on Horned Dinosaurs: the Royal Tyrrell Museum Ceratopsian Symposium, Bloomington, Indiana university Press. p59-67.

O que mais virá?