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O documentário do momento e ações individuais

Eu não vi Seaspiracy, nem Cowspiracy e provavelmente não verei. E por algum motivo depois de ver esses filmes tem gente que se acha no direito de sair fiscalizando a carteirinha de ambientalista das pessoas.

Vi gente perguntando como um ambientalista poderia comer carne, vi outra pessoa dizendo que questionar o tal documentário era passar pano, vi uma pessoa manifestando seu desprezo pela Ásia por causa do documentário… e tudo mais que as redes sociais permitem.

Como já disse ali, não vi o documentário e não preciso dele para saber que a indústria da pesca está acabando com os estoques pesqueiros do mundo e que segundo projeções, em 2050 teremos mais plásticos nos mares do que peixes. Também sei que por culpa da mesma indústria pesqueira as baleias azuis, provavelmente o maior bicho que esse planeta já viu, estão em extinção. Quem me conhece sabe que eu tenho um amor por mega fauna e acho um absurdo viver num planeta com um número cada vez menor desses indivíduos. Enfim, é triste? É duro? É difícil? Me sinto impotente? O tempo todo.

Mas a questão ambiental não se resume a consumir ou não carne e ações individuais são pífias perto do que as indústrias poderiam estar fazendo. A maioria das pessoas no mundo sequer sabem que podem ter opção de comida, mesmo quando elas sabem e mesmo assim optam por comer carne é impraticável pensar que num futuro próximo, digo nos próximos 10 anos, conseguir que a cultura da carne se acabe aqui no Brasil, por exemplo. Ah, então não vamos fazer nada? Olha, eu sei de uma coisa que a gente pode fazer que também é uma ação individual e pode fazer uma diferença absurda: votar melhor.

Veja a diferença

Do que adianta você separar seu lixo em casa, não comer carne e recusar canudinho de plástico quando temos um Ministro contra o meio ambiente? Quando temos um presidente que já tomou multa ambiental, se recusou a pagá-la e ainda puniu o servidor que aplicou a multa? Enquanto tem gente que fica ai conferindo se quem fala que é ambientalista come ou não carne a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal está sendo presidida por uma pessoa que mente sobre desmatamento e defende garimpo em terras indígenas. Lamento informar mas todo seu esforço de fazer a sua parte pode não estar surtindo assim tanto efeito, só para você ter uma ideia o Biden com uma canetada lá nos EUA quer acabar com subsídios para combustíveis fósseis, sabe o que isso pode representar? Que se esse dinheiro for bem investido, ele pode fazer muito mais pelo planeta do que a sua existência inteira sendo vegano. Lamento mas é a realidade. Pra você ter uma ideia, só no primeiro pacote de incentivo fiscal do governo dos EUA na pandemia, foram dados nada mais nada menos que US$8,2 bilhões de isenção fiscal pra 77 empresas de combustível fóssil. Imagina esse valor sendo revertido em investimentos em formas de energia limpa e conservação da vida selvagem. Alguém aí faz a conta e me fala quantas pessoas mais precisamos que sejam vegetarianas para chegarmos nesse impacto?

Ah, então desiste de fazer qualquer coisa?

A minha questão aqui não é dizer: ser vegetariano/vegano é inútil, reciclar é bobagem ou queimem mesmo todos os combustíveis fósseis do mundo. A questão é entender a complexidade dos problemas ambientais, o tamanho deles e como as ações individuais representam pouco perto de uma decisão do alto escalão de uma grande empresa ou de um governo. Sim, temos que pressionar, sim mudar de hábitos é importante como forma de pressão, mas não sejamos inocentes de achar de que é só isso que vai nos tirar dessa situação. Demonizar as pessoas que não querem ou não podem fazer a parte delas não ajuda na solução do problema.

Eu devo ser provavelmente a única pessoa que já leu todos os posts desse blog, no passar desses 14 anos de blogueirinha de meio ambiente eu fiz uma listinha dos meus pecados ambientais e acreditei que ações individuais pudessem fazer toda a diferença, mas revi esse ponto de vista e creio que devemos cobrar de quem de fato impacta o planeta e tem o poder fazer as coisas mudarem numa outra escala. Consciência é importante, ação ajuda muito, mas focar energia na ação que vai trazer mais resultados é o que de fato fará o rumo das coisas mudarem.

Uma história real

Isso tudo me faz pensar numa amiga que trabalha numa empresa de petróleo, será que algum ambientalista já perguntou para ela como ela consegue trabalhar numa empresa que é a principal responsável pelo aquecimento do planeta? Mas calma gente, ela é vegetariana, sério, desde criancinha porque ela cresceu num sítio e não suportava a ideia de comer as galinhas que ela alimentava todos os dias. E ai fiscal de carteirinha de ambientalista, você vai dar o título de ambientalista para minha amiga ou não?

P.S.1: Tem umas coisinhas nessa minha resenha de um outro documentário que podem ser úteis para esse debate, confira Planet of Humans.

P.S.2: Gosto muito desse texto quando ouço pessoas focando apenas na importância das ações individuais, em inglês.

Sustainable Brands 2017

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E finalmente o Sustainable Brands veio a São Paulo, pela primeira vez desde 2014 o evento aconteceu na capital paulista semana passada. Tive a oportunidade de assistir algumas palestras no primeiro dia do evento e no segundo trabalhei como voluntária. Depois de 6 meses fora do Brasil foi interessante ver como anda a sustentabilidade para as marcas.

A primeira apresentação que eu assisti foi a que mais me empolgou, foi um workshop que falava de modelos de negócio de regeneração. Foi nessa apresentação que descobri a Guayaki Yerba Mate.

A Guayaki é uma empresa de erva mate cuja missão é restaurar 200.000 hacres de mata atlântica na América do Sul e gerar mais de 1000 empregos até 2020 usando o modelo de negócios de regeneração. O principal produto deles é a lata de chá de erva mate que é vendido no Whole Foods nos EUA. Mas eles também vendem a erva em pacotes. Todos os produtos são orgânicos, livre de transgênicos e produzido pelos princípios de comércio justo, além de serem uma empresa B. Fiquei encantada com o trabalho deles me deu esperança que empresas podem ter objetivos maiores que além de dar lucro para seus acionistas. Eles conseguiram criar um ciclo virtuoso em que quanto mais mata atlântica eles restaurarem mais eles podem produzir, uma vez que a erva mate precisa da sombra da mata atlântica para crescer e se desenvolver.

Também conheci a Boomera (antiga Wisewaste) que faz um trabalho bem interessante com grandes marcas com relação aos resíduos. Eles desenvolveram solução de reciclagem para cápsulas de café, embalagens de refresco e lixo plástico de uma lagoa no Rio de Janeiro. E ainda estão trabalhando com reciclagem de fraldas descartáveis. O único porém é que nem sempre essas práticas viram parte da vida útil do produto, por exemplo as embalagens de refrescos foi apenas um projeto e que terminou, ou seja, eles transformaram as embalagens em instrumentos musicais durante o tempo da campanha e agora acabou, a empresa não recicla mais suas embalagens. Outra coisa também é que a empresa geralmente não participa do planejamento inicial dos produtos, as marcas só lembram de procurar uma solução para o resíduo quando o problema já está instalado e não no momento do desenvolvimento do produto. Depois as marcas querem que eu acredite que a sustentabilidade já é parte da realidade da sociedade, tá, sei.

Agora o que me deixou realmente irritada foi ouvir o CEO da Pepsico. Eu tenho uma posição bem radical quando o assunto são alimentos ultraprocessados, principalmente quando eles são basicamente salgadinhos sem nenhum ou quase nenhum valor nutricional.

Pensando sobre isso pensei num post para a minha série Futuro: “Pepsico resolver encerrar sua produção até 2050 e investir em projetos sobre educação alimentar.” hahaha Será que viraliza como fakenews?

Agradeço à organização do evento pela oportunidade como participante e voluntária do evento.

COP-20 – Peru, Lima

Só hoje me dei conta que tem 2 anos que o protocolo de Kioto expirou e simplesmente não há mais metas para redução de emissões de carbono. Bom, não que essas metas algum dia de fato fizeram muita diferença no mundo (já que o principal emissor não tinha meta nenhuma), mas pelo menos existia um compromisso assinado, né? Agora ninguém tem…

cop20
Abertura da COP-20 Foto: https://www.flickr.com/photos/126063342@N06/15736749298/in/set-72157649549283121

E dezembro chegou e mais uma COP começa, dessa vez aqui na América do Sul, em Lima no Peru. E as poucas notícias que li dizem que desse encontro sai um rascunho de acordo e que provavelmente será assinado no ano quem vem na COP-21 em Paris para então entrar em vigor só em 2020.

Ai você como eu se pergunta: mas por que isso demora tanto? Ensaio de acordo pra ser assinado daqui um ano para entrar em vigor daqui 6 anos? O que essa gente espera que aconteça até lá? Aliás, o que essa gente tá esperando desde 2012 quando o protocolo de Kioto expirou? Um milagre! Literalmente um milagre! Sério gente é isso que eles pensam… Vamos empurrando o problema até que uma tecnologia barata e simples surja, vamos administrando as emissões aqui e ali até que os cientistas encontrem a solução para o problema. Simples assim.

Só eu mesmo na minha santa ingenuidade acreditava que eles queriam salvar o clima do planeta! Olha, eles talvez até queiram, mas não querem gastar nenhum dinheiro com isso (de preferência querem ganhar muito dinheiro com isso) e não querem mudar nada. Mudar matriz energética? Poxa, trabalhão, hein? (leia-se quanto custo!) Diminuir consumo? Pirou? Como ganhar dinheiro sem mais consumo? É aquela velha história: tudo deve mudar para que tudo permaneça como está.

Claudia Chow, tentando entender conferências do clima desde a COP-15.

Amazônia Pública – Rio Madeira

Semana passada a Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo iniciou uma série sobre a Amazônia, Carajás e a exploração do ferro foi o primeiro tema. Essa semana o tema são as usinas hidrelétrica que estão em construção ao longo do rio Madeira, Jirau e Santo Antônio.

Ano passado conheci um colega geólogo que esteve a trabalho nas 2 obras e as histórias contadas por ele eram verdadeiros shows de horrores, praticamente tudo que as reportagens dessa semana contam de alguma forma esse meu colega também citou. E assim como em Carajás o problema social causado é, na minha opinião, o pior e o mais difícil de resolver.

2012 / Marcelo Min / Fotogarrafa / UHE JIrau
Usina hidrelétrica de Jirau. Foto Marcelo Min.

Segundo esse meu colega não eram todas as empresas que tratavam mal seus funcionários ou não davam condições adequadas de trabalho, algumas empreiteiras da obra tinham lista de espera de funcionários pois nelas as pessoas sabiam que seria bem tratadas. Mas provavelmente essas empresas devem ser excessões.

Só eu fico assustada quando ouço ou leio as histórias dessas obras? E não falo apenas dos maus tratos dos trabalhadores, da destruição de vilarejos e vidas de pessoas, mas será que as se tem ideia do impacto que é uma espécie de peixe sumir de um ecossistema? Como podemos deixar isso acontecer em pleno 2012? Bom, se o mundo acabar tá tudo resolvido, mas e se não acabar?

As perguntas que ficam (afinal, eu nunca tenho respostas só mais perguntas) hidrelétricas geram mesmo energia limpa? A gente ignora todo o impacto causado na construção e tudo bem? Ok, ok, precisamos de energia, mas será que não dá pra fazer de um jeito melhor? Quero acreditar que essas obras também teve gente da região impactada positivamente e não apenas financeiramente…

Propriedades orgânicas e trabalho voluntário

Passeando pela internet encontrei oportunidade de emprego temporário em fazendas na Nova Zelândia, já tinha ouvido falar de coisas do gênero, mas nunca procurado nada a respeito e achei uma possibilidade interessante de se conhecer esse país. Resolvi perguntar para um conhecido que mora lá sobre esse tipo de trabalho e se ele sabia de algo mais também sobre fazendas orgânicas e talz. Pois bem, ele me passou o link de uma organização sensacional a World Wide Opportunities on Organic Farms (WWOOF) (Rede mundial de oportunidades em Fazendas Orgânicas).

foto: http://tinyfarmblog.com/japan-to-the-field/

Essa rede une propriedades com produção orgânica e pessoas querendo aprender mais sobre o assunto, essas propriedades oferecem estadia, comida e as pessoas trabalham voluntariamente, simples assim.

Para você achar uma fazendoa que te receba você tem que se inscrever como membro pagando $38 a anuidade. Ai você escolhe a fazenda, entra em contato com os proprietários e combina tudo com eles.

A fundadora dessa rede que existe desde muito antes da internet (desde a década de 70) Susan Coppard conta um pouco dessa experiência na revista Vida Simples.

O casal do blog Casa na Viagem está viajando por várias fazendas brasileiras que pertence ao WWOOF e mostrando um pouco de cada uma, pelo relato deles, não consegui entender se necessariamente eles estão fazendo trabalho voluntário em cada uma delas, mas dá pra ter uma ideia de como são as fazendas e as belezas de cada uma delas.

Tô pensando seriamente em me aventurar numa fazendas dessas ao redor do mundo, alguém tem alguma experiência para contar?

O mundo acaba em 2012?

Blogagem coletiva Fim do Mundo Se o mundo vai acabar agora em 2012 eu não sei, mas que o homem tem trabalhado duro para que o planeta tenha um fim em breve isso eu não tenho dúvidas.

Ok, a frase pode soar um tanto forte demais, mas não dá pra dizer que desde a revolução industrial cuidar da casa dos seres humanos tem sido uma prioridade para a humanidade. E parece que a velocidade com que se destrói não tem acompanhado a velocidade com que se TENTA preservar ou cuidar melhor.

Resolvi listar alguns desastres ambientais (relacionados a acidentes).

Bopal (2-3 dezembro de 1984)

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Esse é considerado a pior catástrofe industrial do mundo, ocorreu na noite do dia 2 para o dia 3 de dezembro em Bopal na Índia, uma fábrica de pesticidas deixou vazar gases tóxicos e causou a morte imediata de 2.259 pessoas na cidade e outras tantas mortes ainda aconteceram em decorrência desse vazamento.

Chernobyl (26 abril de 1986)

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Esse é considerado o pior acidente nuclear da história. O acidente causou a evacuação da cidade de 200 mil habitantes. Um relatório da ONU de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.

Exxon Valdez (29 março de 1989)

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Esse foi um dos maiores derramamentos de um petroleiro e pior num local super remoto, ou seja, onde a poluição nao é assim tão comum, o Alasca. Foram derramados de 257 mil a 750 mil barris de petróleo. Esse acidente é o clássicos dos acidentes ambientais relacionados ao petróleo.

Vazamento de petróleo no Golfo do México (20 de abril de 2010)

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É o pior vazamento de petróleo da história dos EUA, foram 250 milhões de barris. Esse todo mundo assistiu de camarote a incompetência da BP em resolver o problema. Foram meses até conseguir conter o vazamento.

Sim esses desastres ambientais foram catástrofes isoladas muito mais relacionadas a falta de segurança e cuidados do que desacaso ambiental, mas certamente para os mortos desses acidentes (sejam pessoas ou animais) foi o fim do mundo.

Acho que esses acidentes não são o que de pior o homem tem feito em relação ao Planeta, acho que os pequenos descasos do dia-a-dia são piores e com consequências consideradas invisíveis. No acidente de Chernobyl eu tinha apenas 5 anos de idade não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que algo muito ruim tinha acontecido lá para aqueles lados da Rússia, mas todos os dias crianças aqui no Brasil terão sequelas graves por conta da falta de saneamento básico e pouco se falaou se cobra por uma melhora. E isso serve para o descaso que é a poluição no rio Tietê, os centenas de lixões sem qualquer cuidado em vários municípios brasileiros, o aumento do desmatamento em todos os biomas no Brasil por conta do tão bem conceituado crescimento econômico. De que adianta a economia crescer se não vai sobrar um ambiente minimamente limpo, saudável para as pessoas?

 

Os rios voadores

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O Hugo Penteado tem o costume de repetir sempre que sem a Amazônia estaríamos todos mortos. Pode parecer exagero, uma hipérbole, mas tem seu fundo de verdade. Talvez não estaríamos todos mortos, mas estaríamos gastanto tempo e energia sem fim para compensar um serviço que a Floresta Amazônica nos oferece de graça, ou seja, num país com uma péssima distribuição de renda só tornaria as coisas piores.

Achei no Rastro de Carbono o video abaixo que mostra como são os rios voadores e é possível perceber que é a Amazônia que influi nas chuvas e no clima aqui no sudeste. Veja:

Não entendeu a relação da função da floresta, distribuição de renda ou mortes? Pois bem, eu explico. Vamos supor que não existisse a floresta lá no norte do país para equilibrar o clima aqui no sudeste, provavelmente o regime de chuvas seria totalmente diferente e para conseguirmos plantar aqui com a facilidade que fazemos hoje, precisaríamos investir mais tempo, energia e inteligência para manter uma plantação produtiva ou ainda nossos rios não seriam tão bem servidos e talvez não conseguissem atender a quantidade de cidades que abastece hoje. Ou seja, tudo poderia ser mais caro e difícil.

É bom lembrar que não são apenas os rios voadores ou a floresta Amazônica que garante o clima que temos hoje, sem dúvida nenhuma, o relevo, o cerrado (que é um outro tipo de floresta) também são parte da equação. Nosso equilíbrio depende de muitos fatores e ignorar qualquer um deles é no mínimo arrogância, na verdade acho que faz parte do nosso sistema econômico estúpido que valoriza e contabiliza o fato de você destruir uma floresta e ter que “construí-la” novamente e ignora o serviço que ela já presta hoje em pé sem custos.

Saiba mais sobre os rios voadores.

Campus Party 2009

Ano passado quando soube da existência desse evento dei pouquíssima bola e achava que apesar de manter um blog e gostar de tecnologia não teria lá muita coisa sobre meio ambiente para aproveitar para meu blog. Mas aí surgiu um convite de um site de meio ambiente para participar do evento. E lá fui eu ver do que se tratava… As minhas impressões você pode conferir aqui.
Esse ano fui convidada pela Maira (organizadora do Campus Verde) para participar novamente e tentar colaborar com a grade de programação. Fiz o que pude, passei alguns contatos, convidei algumas pessoas. No fim rolou uma situação super desagradável, o Hugo Penteado esteve lá na quarta para participar de um debate e mudaram o dia sem avisá-lo! Muito, muito chato.
Mas o que realmente sempre me intrigou nesse evento é: o que as pessoas pensam que existe de relação entre Tecnologia e Meio ambiente? As pessoas que participam do evento se preocupam com isso, sabem que podem e devem colaborar? Como sensibilizá-las?
Na verdade essas inquietações não se limitam a esse evento em particular, mas ao mundo todo. Por que tanta gente ainda não faz nada pelo meio ambiente? Como sensibilizá-las a fazerem a sua parte?
A Paula do Rastro de Carbono, mesmo não estando por aqui, colocou suas inquietações sobre o evento. Eu não discordo das opiniões dela, são válidas com toda certeza, mas será que vale a pena usar tanta energia pra cobrar coisas que os organizadores (e a maioria dos participantes) não estão lá muito preocupados, aliás nem se dão conta da real importância?
Uma coisa que esse evento tem e que acho que não funciona é esse negócio de verde ser separado das outras áreas. Não se pode separar o meio ambiente das outras coisas. Meio ambiente é tudo e deve estar integrado em todas as áreas. Mas uma coisa é certa, “ser verde” só funciona quando os “chefes” do evento, empresa ou seja lá o que for, levam a sério de verdade. É só pegar como exemplo empresas que são consideradas como “verdes”, em todos os casos o alto escalão da empresa está altamente envolvido e comprometido com o tema. Se isso não acontece pode apostar que é só blablabla.
A minha sugestão para o próximo Campus Party é sensibilizar os participantes do evento para o tema ambiental, se os organizadores não se sensibilizaram ainda tentemos fazer ao contrário (apesar de não funcionar assim no mundo coorporativo), vamos sensibilizar os participantes (num número bastante considerável) para que a “parte verde” não seja só uma parte, mas seja um modo de ser do evento e das pessoas que o frequentam. Quem sabe assim a Campus Party possa se tornar um evento mais sustentável.
P.S.: Como o evento ainda não terminou pode ser que algumas coisas ainda sofram alterações no decorrer da semana…

Banco Imobiliário Sustentável

A petroquímica Braskem e a fabricante de brinquedos Estrela anunciam parceria de longo prazo para desenvolver produtos com polietileno ‘verde’, feito de matéria-prima 100% renovável.

O primeiro produto dessa parceria é o Banco Imobiliário Sustentável, versão ecologicamente correta do jogo.

Novos desenvolvimentos conjuntos estão previstos pelas empresas para os próximos meses, especialmente a partir de 2010, quando a produção de polietileno ‘verde’ da Braskem atingir escala industrial.

Na sua versão tradicional, o Banco Imobiliário está no mercado desde 1944. Na nova versão, as peças plásticas do brinquedo serão feitas com material que contribui para a redução do efeito estufa ao absorver e fixar CO2 (gás carbônico) da atmosfera. O tabuleiro, a caixa e as cartas serão feitos com papel reciclado.

A dinâmica do jogo está ligada ao tema da sustentabilidade. Em vez de bairros e ruas importantes, as casas do tabuleiro são reservas naturais como Pantanal, Rio São Francisco, Chapada dos Veadeiros, Serra da Mantiqueira e locais de produção de cana de açúcar, como Ribeirão Preto, Três Lagoas (MS) e Teotônio Vilela (AL).

As companhias de transporte foram substituídas por empresas como Companhia de Reciclagem Energética, Companhia de Reflorestamento, de Agricultura Orgânica, de Reciclagem Mecânica. As cartas de Sorte ou Revés também são temáticas. O jogador pode sofrer reveses como “sua empresa foi multada por poluir demais”, ou sorte como “você protegeu suas terras do desmatamento e faturou com o turismo ecológico”.

O produto chegará ao mercado em julho.

Fonte: CCSP

Adorei a idéia!! Se eu já não tivesse um Banco Imobiliário com certeza compraria um desses! E não é só material do brinquedo que é ecologicamente correto, a temática também! Parabéns para a Estrela! Sempre admirei essa empresa, o tratamento que eles tinham para seus pequenos consumidores era primoroso, tenho várias histórias de atendimento ao cliente impecável!
Ta aí um exemplo de como não sucumbir aos materiais baratos, de qualidade duvidosa e mão-de-obra exploradora dos chineses!

Impressões da Campus Party Brasil 2008

Confesso que quando soube da realização do Campus Party Brasil achei a idéia bastante interessante, mas pouco me interessei em participar porque achei que não teria muita coisa sobre sustentabilidade/ meio ambiente por lá. Quando veio o convite do Planeta Sustentável para comparecer achei que seria intrigante ir a um evento de tecnologia com meus olhos “verdes” e se um site como eles estavam indo, eu não me sentiria tão sozinha.

Bom, de verdade a perspectiva verde do evento não me supreendeu, antes do início do evento li no site deles o que seria o Campus Verde e não esperava nada mais que algumas palestras sobre o assunto e só. E realmente de verde e sustentável foi só o que aconteceu.

Como eu estive por lá somente 2 dias e não foi o dia todo acho que tenho pouca propriedade para falar de algumas coisas, como por exemplo qualidade das palestras realizadas, mas uma coisa que me surpreendeu foi ver uma palestra sobre blogs super básica, exatamente ensinando como fazer um blog (numa área chamada Campus Blog que estava reunindo blogueiros de todo o Brasil, inclusive alguns profissionais na minha opinião) e nenhuma palestra relacionando ações do dia-a-dia e o meio ambiente ou sobre consumo responsável, por exemplo. Talvez eles não sabiam como eu pude perceber no post anterior, que a galera precisa de muita informação sobre meio ambiente ainda.

O que fica do Campus Party é o que melhorar para a próxima edição, pelo menos no que toca ao assunto meio ambiente, o que eles chamam de Campus Verde. Uma ação primordial é a conscientização da galera sobre o que o meio ambiente, sustentabilidade, mudanças climáticas tem a ver com tecnologia e suas ações individuais. Outro ponto relevante são os cuidados que o evento deve ter em relação à coleta de lixo, que tipo de gerador utilizar, que fornecedores escolher. Acho que se esses aspectos forem levados a sério estamos caminhando para um evento mais consciente.

Pra mim uma lição importante foi de que fazer um evento que aborda o assunto meio ambiente, mas não é o assunto principal precisa vir junto de comunicação e conscientização do público, senão vai passar batido e ninguém vai perceber a importância do tema. E as pessoas que estão realmente interessadas vão se decepcionar com a abordagem.

E acredito que o mais interessante da Campus Party com certeza é a interação que se faz com as pessoas, isso sem dúvida nenhuma é o que todos que foram levam de mais positivo e importante. Nesse papel o evento não peca em nada.