A foto acima é de Teresa Martín Sauceda.
No post de hoje convido o leitor a assistir à bela série audiovisual que fiz ao vivo na sétima edição do festival Kinani. Antes disso, se quiser ler outros posts sobre a bianual de Dança Contemporânea de Maputo clique aqui.

Pesquisa em Dança
Uma das questões nevrálgicas que aqueles e aquelas que trabalham com pesquisa seguramente têm que enfrentar, gira em torno do papel social desse fazer. Em 2013, logo que cheguei a Maputo e comecei a [simple_tooltip content=’trabalho de campo etnográfico’]observação participante[/simple_tooltip] no meio profissional da Dança Contemporânea, encontrei-me uma vez mais com a queixa das pessoas a respeito da invisibilidade dos resultados produzidos pelas pesquisas e com a sensação de exploração dos informantes, pois é muito raro que o retorno a ele ou à comunidade seja visualizado de forma precisa.
A partir dessa reflexão acumulada ao longo dos anos, mas também do reencontro com os artistas no Kinani 2017, estabeleceu-se que um dos papéis, meu e da pesquisa que realizo enquanto ali estou, é dar a ver o acontecimento e os pensamentos dos sujeitos a quem tenho acesso privilegiado, já que estou ali de corpo presente, fazendo aulas, conversando, entrevistando, pensando junto.

A plataforma Mucíná – Aquela que Dança, além desse blog na rede de divulgação científica da Unicamp, tem um canal de Dança na internet, com a possibilidade de transmissão de vídeos em tempo real. O canal da Mucíná é seguido por artistas das artes da cena, estudiosos e estudantes, professores, produtores e curadores, além de curiosos, do Brasil, mas bem de outras geopolíticas também.
Entendi assim, que parte do papel social que a pesquisa deveria realizar ali era a de colocar aos olhos de quem não estava ali, a palavra dos artistas por eles mesmos e as imagens do festival. Assim criamos a oportunidade de ligações profissionais imprevistas acontecerem, como a de um alguém competente da produção cultural no Brasil ou na América Latina & os artistas e as obras coreográficas de criadores de Maputo. Esse tipo de desdobramento seria da mais alta riqueza tanto para uns como para outros, pois o público de Dança do lado de cá do oceano Atlântico desconhece em absoluto a produção coreográfica da beira do Índico. Fica o convite especialmente aos leitores que trabalham com produção cultural.

As entrevistas se revelaram úteis também à rede dos próprios artistas, de imediato. Algumas foram compartilhadas e geraram mais de 700 visualizações. De meus estudantes, colegas e amigos recebi mensagens privadas, telefonemas e comentários pessoalmente sobre a inspiração que os vídeos trouxeram, de forma que considero a experiência digna de compilação e de um post só para ela aqui nessa rede da Unicamp.
Ser bailarino num festival na África austral
Com a palavra os próprios bailarinos:

→ Entrevista Paulo Inácio/Moçambique – bailarino: link
→ Entrevista Oswaldo Passirivo/Moçambique – bailarino: link
→ Entrevista Eugenio Júnior/Moçambique – bailarino: link
→ Entrevista Martins Tuvanji/Moçambique – bailarino: http://bit.ly/2BiaBxt
→ Entrevista Erzénia África/Moçambique – bailarina: http://bit.ly/2Adpa8h
→ Entrevista Vascoza/Moçambique – bailarino: http://bit.ly/2ib2cIg
→ Entrevista Kasszula/Moçambique – músico e bailarino: http://bit.ly/2AeaA0A
→ Entrevista Pak Ndjamena/Moçambique – bailarino, coreográfo, músico e performer: http://bit.ly/2AfGs2g
→ Entrevista Géraldine Leong Sang/Madagascar – bailarina e coreógrafa da Cia. Jiny, de Madagascar: http://bit.ly/2k4w0Xu
→ Entrevista Njara Rasamiarison/Madagascar – bailarino e coreógrafo da Cia. rianala de Madagascar: http://bit.ly/2jr4yzb
→ Entrevista Mariana Tembe/Moçambique – bailarina: http://bit.ly/2zvWmVd
→ Entrevista Themba Dredz/África do Sul – bailarino e coreógrafo da África do Sul: http://bit.ly/2hWvsyu
→ Entrevista Nandele Maguni/Moçambique – beat maker: http://bit.ly/2k3ChTl
→ Entrevista Amina Layla/Moçambique – estudante de ensino superior licenciatura em Dança: http://bit.ly/2AaMoeV
→ Entrevista Teresa Martín Sauceda/Espanha – intérprete em Dança e professora de Contact Improvisation, da Espanha: http://bit.ly/2k4wsVG
→ Entrevista Annika Havlicek/Alemanha – intérprete em dança, da Alemanha: http://bit.ly/2ibXcTx
→ Entrevista Augusto Manhiça/Moçambique – músico da Cia. Hodi de Maputo: http://bit.ly/2ibXGsP
→ Entrevista Elias Manhiça/Moçambique – músico da Cia. Hodi, de Maputo: http://bit.ly/2A9xLJ3
→ Entrevista Matanyane/Moçambique – bailarino e coreógrafo, colaborador de projetos de Arte Contemporânea. Natural de Maputo: http://bit.ly/2AfyF4y
→ Entrevista Rosa Mari Herrador Montoliu/Andorra – performer, intérprete, criadora, professora de dança contemporânea, de Andorra, baseada em Granada: http://bit.ly/2iYoKJv
Um pouquito dos aplausos, para perceber lugares da Dança Contemporânea em Maputo

→ Final de Dentro de mim outra ilha, de Panaibra Gabriel. Obra de 2004 premiado no Danse l’Afrique Danse 2006. Remontagem em comemoração aos 20 anos da Cia. Culturarte: http://bit.ly/2k1g1cC
→ Final de Teka de Horácio Macuácua e Idio Chichava: http://bit.ly/2ACEGv9
→ Final de Dark Cell de Themba Mbuli da África do Sul: http://bit.ly/2AhW3P8
→ Final de Black Belt, com o bailarino Idio Chichava no Teatro Avenida: http://bit.ly/2AcVqbH
→ Final de “Um solo para Maria”, com Mariana Tembe. Coreografia de Panaibra Gabriel: http://bit.ly/2Ahcefy
Alguns ensaios, para o leitor ter uma ideia da qualidade técnica daqueles e daquelas que dançam

→ Warm-up para Teka (Macuácua & Chichava, 2017). Logo mais no encerramento do Kinani: http://bit.ly/2AaeTKl
→ Ensaio geral de TEKA (Macuácua & Chichava, 2017): http://bit.ly/2jstuX8
→ Ensaio de criação de Teka. Obra in process de Horácio Macuácua e Idio Chichava: http://bit.ly/2zvT5oT
→ Ensaio de Theka, work in progress, criação para o Kinani, dos coreógrafos Horácio Macuácua e Idio Chichava: http://bit.ly/2k5m67S
Uma mesa redonda sobre o tradicional versus o contemporâneo na criação coreográfica africana

→ Dialogar Kinani – Da tradição ao contemporâneo: traços, estéticas e identidades: http://bit.ly/2ADc0T0
Abertura e fechamento do Kinani, momentos de formalidade e emoção

→ Abertura do Kinani: http://bit.ly/2ibIf48
→ Abertura oficial do Kinani: http://bit.ly/2ADbtjY
→ Encerramento Kinani: http://bit.ly/2AgfqIe
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Abraços!
Marília Carneiro
*Agradeço calorosamente à sétima edição do Kinani, Festival Internacional de Dança Contemporânea de Maputo, à Iodine Produções, e especialmente ao diretor Quito Tembe, pelo convite e suporte na continuidade de nosso trabalho no meio profissional da Dança Contemporânea, em Maputo.