Nancy Stark Smith, pesquisadora em dança, inventora de vôos e escritas

Esse post é uma encomenda do projeto de blogs científicos da Unicamp para uma articulação mais ampla em torno do 8 de março, dia internacional da MULHER.

Quero dedicar esse post à Nancy Stark Smith (NSS), uma das mulheres e professoras inspiradoras com quem tive o prazer e a honra de estudar pessoalmente, aprendendo além do que pode ser dito: o tácito de sua abordagem à Improvisação e ao Contact Improvisation. 

Estudei com Nancy em 2005 em São Paulo, em sua breve passagem pelo antigo Estúdio Nova Dança, dirigido por Isabel Tica Lemos, e depois estive em EarthDance, nos EUA, para o January Open Workshop de 3 semanas com NSS, em janeiro de 2013, durante estágio de pesquisa de doutorado no exterior, momento no qual recolhi de forma sistemática notas de cunho etnográfico, suficientes para organizar práticas posteriores com os estudantes da extensão universitária da Casa do Lago/Unicamp.

Minha intenção é apresentar brevemente Nancy aqui no Chão de Dança, pois é uma pesquisadora em Dança fora do ambiente acadêmico, integrando prática, teoria, produção e circulação de conhecimento. As informações vem da bio de NSS em seu site.

NSS começou sua carreira no mundo do movimento como atleta e ginasta, o que a levou a estudar performance e dança pós moderna no início dos anos 1970, muito influenciada pelo grupo de dança teatro Grand Union e pelo projeto Judson Dance Theater (NYC, anos 1960). NSS se graduou em Dança & Escrita em Oberlin College.

Em 1972 NSS dançou com Steve Paxton e outros nas primeiras performances de Contact Improvisation e desde então é figura central em seu desenvolvimento, atuando como dançarina, professora, performer, organizadora e escritora/editora, trabalhando extensivamente ao longo de anos com Paxton e outros.

Em 1975 co fundou a Contact Quarterly, veículo para mover ideias, um jornal internacional de dança e improvisação, que até hoje  edita e produz com Lisa Nelson. NSS co dirige também a Contact Editions, que produz e distribui literatura sobre dança e a área somática.

Através de todas as suas atividades, NSS continua a explorar os estados corpo  mente que são gerados enquanto se dança, o ciclo de vida da forma, tal como se manifesta na improvisação e como todas essas pesquisas podem ser comunicadas através de performance e impressos.

NSS vive em Massachusetts, no nordeste dos EUA.

Uma lista com artigos e entrevistas de NSS na Contact Quarterly pode ser acessada aqui

NSS, Moscow, 2010 photo © Alfiya Rakhmanova

 

Doutora na área de Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte (Brasil/UNICAMP, Canadá/UQAM e Moçambique/UEM), dançarina e coreógrafa indisciplinar, bacharelou-se em Dança na Faculdade Angel Vianna (Rio de Janeiro) e bailarina criadora no Ateliê Coreográfico sob a direção de Regina Miranda (RJ/NYC). É especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, mestre em Ciências da Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz e atuou por 10 anos nas políticas públicas de saúde, inclusive a implantação do programa integral de atenção à saúde dos povos indígenas aldeados no Parque do Xingu, pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. Na área da Dança trabalhou com muita gente competente no meio profissional internacional da dança contemporânea. É improvisadora mais do que tudo, bem que gosta de uma boa coreografia. Esteve em residência artística em Paris por 3 anos, com prêmio do Minc. Mulher de sorte, estudou de perto com Denise Namura & Michael Bugdahn, da Cie. À fleur de peau (Paris). Pela vida especializou-se no Contact Improvisation (Steve Paxton), onde conheceu as pessoas mais interessantes do mundo. Estudou pessoalmente com Nancy Stark Smith, Alito Alessi (DanceAbility), Daniel Lepkoff, Andrew Hardwood, Cristina Turdo e toda uma geração de colegas que começou ensinar Contact na mesma época que ela. Interessa-se por metodologia de pesquisa em arte, processos de criação de obras e ensino-aprendizagem e formação profissional em Improvisação de Dança. Estudou no Doctorat en études et pratiques des arts (Montreal, no Canadá) com o privilégio da supervisão de Sylvie Fortin. É formada no Método Reeducação do Movimento, de Ivaldo Bertazzo (BR). Seu vínculo com a Unicamp é de ex aluna da Faculdade de Ciências Médicas e da Faculdade de Educação. Suas pesquisas triangulam a dança contemporânea no Brasil, Canadá e Moçambique. Idealizou, fundou em 2016, e dirige a plataforma interdisciplinar de ensino e pesquisa em prática artística Mucíná - Aquela que Dança. E-mail: marilia.carneiro@alumni.usp.br

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