Poucas coisas são tão bonitas quanto os duetos de Contact Improvisation

 

Contexto da escrita – depois do dia de trabalho, imediatamente após a Jam de abertura.

As danças de Contact têm uma performatividade própria (entrevista com Ana Alonso, 2016).

A Jam como um ambiente para a experiência cinestésia.A textura do espaço cooking (Alessi, 2011) pelas improvisações.

Pela manhã nos apresentamos em círculo. Somos quase 40. Somos brancos. Não falo espanhol. Maldonado é igual a Teresina, no Piauí. A arquitetura, a cor do prédio em frente à praça. A Escuela de Danza nos cedeu uma sala ampla, com piso de madeira, paredes de vidro. É possível apreciar as danças do lado de fora. Poucas coisas são tão bonitas quanto os duetos de Contact Improvisation.

De tarde fizemos um round de 30 minutos, com danças de 1 minuto com cada pessoa. Monica batia o sino para marcar o tempo. Dancei 1 minuto com quase todas as pessoas que dançam. Meu tônus estava baixo, ainda cansaço físico de 1 dia de viagem. 

Um esforço coletivo de organização de um cronograma de trabalho e de métodos de investigação. Um eixo de interesse explícito são os laboratórios em pequenos grupos. Faremos.

O tema geral DESVENDAR o processo antes da transmissão foi dito transversal ao encontro. Decidiu-se montar os pequenos grupos, amanhã, a partir de afinidade temática. Por isso propusemos temas para os laboratórios em pequenos grupos. Um que parece ser bem cotado é a JAM session como tema. É importante lembrar que as Jams são uma importante forma de transmissão do CI.

Apreciar as danças me oferece Glimpses (Smith, 2013) sobre a prática pedagógica e a organização estrutural por trás das apostas que faço na Formação Contato e por trás de outros formatos, no meu caso, a tradicional oficina semanal de CI, que são os dois principais espaços onde exercito a prática pedagógica em Contact.

Até amanhã, leitor internauta!

Maldonado, 5 de março de 2018.
Marília Carneiro

Mucíná - Aquela que Dança | marilia.carneiro@alumni.usp.br | Website | + posts

Doutora na área de Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte (Brasil/UNICAMP, Canadá/UQAM e Moçambique/UEM), dançarina e coreógrafa indisciplinar, bacharelou-se em Dança na Faculdade Angel Vianna (Rio de Janeiro) e bailarina criadora no Ateliê Coreográfico sob a direção de Regina Miranda (RJ/NYC). É especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, mestre em Ciências da Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz e atuou por 10 anos nas políticas públicas de saúde, inclusive a implantação do programa integral de atenção à saúde dos povos indígenas aldeados no Parque do Xingu, pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. Na área da Dança trabalhou com muita gente competente no meio profissional internacional da dança contemporânea. É improvisadora mais do que tudo, bem que gosta de uma boa coreografia. Esteve em residência artística em Paris por 3 anos, com prêmio do Minc. Mulher de sorte, estudou de perto com Denise Namura & Michael Bugdahn, da Cie. À fleur de peau (Paris). Pela vida especializou-se no Contact Improvisation (Steve Paxton), onde conheceu as pessoas mais interessantes do mundo. Estudou pessoalmente com Nancy Stark Smith, Alito Alessi (DanceAbility), Daniel Lepkoff, Andrew Hardwood, Cristina Turdo e toda uma geração de colegas que começou ensinar Contact na mesma época que ela. Interessa-se por metodologia de pesquisa em arte, processos de criação de obras e ensino-aprendizagem e formação profissional em Improvisação de Dança. Estudou no Doctorat en études et pratiques des arts (Montreal, no Canadá) com o privilégio da supervisão de Sylvie Fortin. É formada no Método Reeducação do Movimento, de Ivaldo Bertazzo (BR). Seu vínculo com a Unicamp é de ex aluna da Faculdade de Ciências Médicas e da Faculdade de Educação. Suas pesquisas triangulam a dança contemporânea no Brasil, Canadá e Moçambique. Idealizou, fundou em 2016, e dirige a plataforma interdisciplinar de ensino e pesquisa em prática artística Mucíná - Aquela que Dança. E-mail: marilia.carneiro@alumni.usp.br

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