Foto da Semana (o retorno) – Atobá-pardo (Sula leucogaster)

tchhhhhhh câmbio, alguém na escuta…
Depois de um período um tanto quanto lacônico o Caapora vai aos poucos voltando a ativa.
Para celebrar o retorno e colocar um pouco mais de cores no hábitat novo do Caapora aqui no Scienceblogs Brasil nada melhor que reinaugurar a série fotos da semana.
sleucogaster_caapora.jpg
As duas aves acima são atobás-pardos (Sula leucogaster), foram clicadas na Praia Grande em Arraial do Cabo – RJ. Sempre achei “atobá-pardo” um nome injusto para um bicho tão bonito, mas vá lá, existem injustiças nomenclaturais bem maiores, falarei um pouco mais sobre isso em uma próxima postagem. Voltando ao atobás… os Sulidae são aves interessantíssimas, seu principal alimento são peixes, os quais são pescados através de mergulhos kamikazes (assista esse vídeo no you tube para entende melhor). Por conta de sua maneira única de obter alimento estas aves possuem diversas adaptações notáveis, sendo a falta de narinas uma das mais incríveis. Prometo dedicar uma postagem futura exclusiva a esses interessantes bípedes emplumados.

Preguiças marinhas nadadoras!

Até hoje não consegui atingir o nirvana do zoólogo praticante, ou seja, descobrir e descrever uma nova espécie. Mas tudo bem, culpa minha ter escolhido a ornitologia e não outros campos menos explorados da zoologia. Certa vez ouvi a confissão de um ex-ornitólogo e, atualmente, influente ictiólogo do MZUSP, de que ele havia se convertido à ictiologia pois caso quisesse poderia descrever tantas espécies novas de peixes que sobraria homenagem até para a sogra.

Embora não tenha batizado nenhuma espécie desconhecida, quase diariamente, de mato em mato e livro em livro, experimento em doses homeopáticas o prazer de se deparar com uma criatura incógnita. Arrisco-me a dizer que entre os prazeres do intelecto poucos são capazes de concorrer com a sensação arrebatadora de se descobrir sobre a existência de uma criatura que até então se ocultava na vegetação cerrada da humilde ignorância.

Embora enebriante, como todo novo achado, descobrir um animal já descoberto têm também um quê de frustração indagada, algo do tipo “como eu não sabia nada sobre isso?”. Assim me aconteceu com o extinto gliptodonte, um tatu de tamanho de um fusca, a raríssima doninha-amazônica (Mustela africana), que apesar do epíteto “africana” é uma espécie restrita a bacia amazônica, e muitas outras criaturas incríveis. Poucas destas descobertas, no entanto, me renderam tamanha surpresa quanto quando soube pela primeira vez da existência dos Thalassocnus.

Recentemente paleontólogos brasileiros divulgaram a descoberta de um fóssil quase completo de uma extinta preguiça terrestre que viveu há míseros 11 mil anos atrás na atual região da Chapada Diamantina, interior da Bahia. Embora ainda fosse um indivíduo jovem, o exemplar de Ahytherium aureum baiano possuía mais de três metros de comprimento e estima-se que pesava cerca de 500 quilos.

Como se não bastasse a majestade bestial das preguiças-gigantes, os ossos de Ahytherium aureum revelaram uma faceta incrível de sua biologia. Sua cauda era um pouco achatada, lembrando a das atuais lontras, o que levou seus descobridores a sugerirem que ela fosse uma ótima nadadora. Preguiças-terrestres-gigantes já são dignas de figurarem em qualquer enredo épico fabuloso ao lado de criaturas como as gigantescas árvores andantes de “O Senhor dos Anéis” e aquele mega-cachorro de “A História sem Fim”, o que dizer então de preguiças-nadadoras?

Mas, o poder criativo despretensioso da evolução é capaz de quase qualquer coisa. Imagine você um paleontólogo escavando fósseis em depósitos marinhos na costa sul-peruana. Entre os fósseis de conchas, peixes, leões-marinhos e baleias você se depara com vários ossos de preguiças-terrestre. Hipótese número 1, alguém colocou isso aqui e está tirando uma com a minha cara; hipótese número 2, estou precisando dormir mais; hipótese número 3, descobri uma preguiça-marinha e vou publicar na Nature. Adivinhe qual hipótese Muizon e MCDonald escolheram? Lá está, edição número 375 da Nature, pág. 224: “An aquatic sloth from de Pliocene of Peru”. Neste artigo foi batizado Thalassocnus natans, traduzindo do grego: “thalassa” = mar, “socnus” = preguiça e “natans” = nadadora, ou seja, preguiça marinha nadadora.

Thalassocnus natans. Imagem de Bill Parsons retirada daqui.
Thalassocnus natans. Imagem de Bill Parsons retirada daqui.

As justificativas que corroboram o tratamento de Thalassocnus natans como um verdadeiro mamífero marinho, vão muito além do simples fato de seus fósseis terem sido encontrados em sedimentos marinhos. Diversas características em seu esqueleto demonstram que esta criatura surreal possuia várias adaptações que permitiam que ele se sentisse completamente à vontade na água.

A mais evidente destas adaptações é que, ao contrário de todas as suas parentes terrestres, Thalassocnus possui os membros anteriores mais compridos que os membros posteriores. Uma adaptação encontrada também em diversos grupos de animais aquáticos atuais que utilizam as patas anteriores como potentes remos, como os peixes-boi e as focas.

Esqueleto de Thalassocnus natans em exposição no Museu de História Natural de Paris. Repare na diferença de tamanho entre os membros anteriores e posterios. Imagem retirada da Wikipedia
Esqueleto de Thalassocnus natans em exposição no Museu de História Natural de Paris. Repare na diferença de tamanho entre os membros anteriores e posterios. Imagem retirada da Wikipedia

Outras adaptações notáveis de Thalassocnus à vida aquática incluem as vértebras da cauda, similares às das lontras e castores, e características do crânio e da mandíbula que estão relacionadas com a capacidade de morder e arrancar algas do fundo do mar. Durante o Plioceno, época em que viveram as preguiças-marinhas, a costa peruana foi um árido deserto e dentro deste contexto não é difícil conceber que algas marinhas eram uma das poucas fontes de alimentos disponíveis para um herbívoro de grande porte.

É muito provável que em um ambiente desértico as algas marinhas funcionaram como verdadeiras sereias gastronômicas, estimulando os ancestrais do Thalassocnus a se lançarem ao mar. Outra evidência que as preguiças marinhas se alimentavam basicamente de algas pode ser encontrada nos seus dentes. Além de apresentarem uma morfologia diferente de suas parentes terrestres, os dentes de Thalassocnus apresentam inúmeras marcas de desgaste causadas pela abrasão dos dentes com a areia da praia. Se você já tentou comer aquele queijo-coalho na beira da praia que a peste do seu sobrinho meteu a mão cheia de areia, você então já experimentou algo parecido com os hábitos alimentares das preguiças-marinhas.

Os representantes da família dos atuais peixes-bois, e outros grupos de animais aquáticos extintos, possuem os ossos muito mais espessos e pesados que o normal. Esta característica é conhecida como paquiostose e é uma adaptação que torna esses animais mais pesados, permitindo que eles afundem e se alimentem das algas no leito marinho. As preguiças marinhas não possuíam tal adaptação e o mais provável é que utilizassem suas longas garras para se agarrarem nas algas no fundo do mar semelhante ao que fazem as iguanas-marinhas das Ilhas Galápagos.

Iguana-marinha (Amblyrhynchus cristatus) das Ilhas Galápagos. Repare nas unhas grandes utilizadas para se agarrar nas pedras onde nascem as algas das quais se alimenta. Imagem retirada da Wikipedia.

Desde a descrição de Thalassocnus natans, em 1995, quatro outras espécies de preguiças marinhas foram desenterradas na mesma formação da costa peruana. O mais interessante, no entanto, é que cada uma destas espécies viveu em um determinado período de tempo entre o Mioceono e o Plioceno e que seus fósseis demonstram uma transição incrível entre a vida terrestre e marinha. O desgaste causado nos dentes pela areia, por exemplo, diminuiu gradativamente entre as espécies mais antigas e as mais recentes, demonstrando que as preguiças marinhas estavam buscando seu alimento cada vez mais fundo e não mais se alimentando de algas trazidas pela maré.

Mandíbulas de cinco espécies de Thalassocnus, a esquerda a mais antinga a direita a mais jovem. Note o aumento progressivo da ponta da mandíbula, uma adaptação relacionada com o desenvolvimento de lábios grandes semelhantes aos dos peixes-boi que ajudam na hora de se alimentar de plantas aquáticas.
Mandíbulas de cinco espécies de Thalassocnus, a esquerda a mais antinga a direita a mais jovem. Note o aumento progressivo da ponta da mandíbula, uma adaptação relacionada com o desenvolvimento de lábios grandes semelhantes aos dos peixes-boi que ajudam na hora de se alimentar de plantas aquáticas.

É bastante possível que Thalassocnus yuacensis, a espécie mais recente de peguiça-marinha, tenha sido tão adaptada à vida aquática quanto os atuais pinipedes. No entanto, há cerca de 1,5 milhões de anos atrás as preguiças-marinhas se extinguiram. Talvez a distribuição aparentemente restrita tenha favorecido a extinção por alguma doença, ou mudanças climáticas severas podem ter afetado as algas que eram seu principal alimento. Extintas ou não, criaturas fabulosas como as preguiças-marinhas estão longe de ser raridade e poder aprender um pouco mais sobre estes animais incríveis é um ótimo motivo para celebrarmos a ignorância.

Pinguins ao mar!!

Todos os anos, milhares de pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) migram para costa brasileira entre os meses de maio a setembro. Em sua grande maioria, são jovens que  chegam à procura de alimentação farta após abandonarem suas colônias reprodutivas na costa patagônica argentina.

Geralmente, o ponto mais ao norte atingido por estas aves durante sua migração é a costa norte do Estado do Rio de Janeiro. Este ano, no entanto, eles acabaram indo um pouco mais longe e foram registrados até na costa Sergipana. A culpa desta “perda de rumo” é do fenômeno climático La Ninã que, entre outras coisas, causa um aumento da força da corrente fria das Malvinas que acaba chegando até a costa nordeste do Brasil e arrastando consigo os pingüins.

Grande parte dos pingüins que passam férias na costa brasileira faz o caminho de volta até as colônias reprodutivas na Argentina dando continuidade ao ciclo de vida da espécie. No entanto, para muitos deles a migração acaba funcionando como um processo de seleção natural e exaustos com a longa viagem acabam indo parar nas praias onde chegam já mortos ou muito debilitados.

A convite do biólogo da secretaria de meio ambiente do município de Macaé, Alexandre Bezerra, auxiliei na reintrodução de seis pinguins na última terça-feira. Cada um dos integrantes deste simpático sexteto foi recolhido nas praias de Macaé nos dois últimos meses e são apenas alguns dos muitos indivíduos que após reabilitados acabaram ganhando uma segunda chance de sobrevivência.

Espero não chegar lá…

Assista o vídeo abaixo e descubra o que acontece quando um ornitólogo esquece de tomar seu gardenal. Espero não chegar lá um dia…

31 de Outubro, Dia do Saci, do Caapora e do Mapinguari!

Esqueça o Dia das Bruxas, 31 de Outubro é o Dia do Saci. Em se tratando de um blog que recebeu a alcunha de uma criatura com relações de parentesco próximas ao Saci, o Caapora não poderia deixar essa data passar em branco. No entanto, deixemos o anfitrião da festa e o padrinho do blog um pouco de lado, e vamos comemorar a data falando um pouco sobre outro personagem do folclore brasileiro e ícone da  criptozoologia amazônica, o Mapinguari.

Personagem do rico folclore amazônico, o Mapinguari é descrito como um animal detentor de garras enormes sendo completamente coberto por uma vasta pelagem castanho avermelhada que  esconde a pele coriácea semelhante a de um jacaré. Geralmente, se locomove sobre quatro patas, mas eventualmente assume uma postura bípede, podendo então passar dos dois metros de altura. Ainda segundo a lenda, o Mapinguari exala um cheiro muito forte e extremamente desagradável que deixa as pessoas desorientadas, e também é capaz de emitir um grito ensurdecedor que pode ser escutado a quilômetros de distância.

Em outras versões da lenda, a criatura assume uma imagem bem mais assustadora  e é descrita como  decaptadora e devoradora de homens, tendo os pés virados para trás, apenas um olho e uma boca  descomunal que iria até a barriga. Alguns contam que o Mapinguari é um velho pajé que descobriu o segredo da imortalidade e foi amaldiçoado, condenado a viver para sempre como uma besta peluda e fedorenta vagando pela floresta.

Réplica do lendário Mapinguari exposta em Rio Branco, Acre.

Réplica do lendário Mapinguari exposta em Rio Branco, Acre.

São inúmeros os relatos de pessoas que juram de pé junto já terem ficado cara a cara com um Mapinguari. As histórias se repetem nos lugares mais longínquos e isolados da Amazônia, índios, seringueiros e caçadores dos confins do Acre, Amapá, Pará e Amazonas afirmam já terem visto o que alguns acreditaram ser o próprio “coisa ruim”, outros afirmaram até já terem matado o bicho, mas foram impossibilitados de se aproximar por conta do cheiro fétido exalado pela besta.

Desde 1977, quando iniciou suas pesquisas com aves amazônicas, o ornitólogo estadunidense David Oren, atualmente pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi, sempre ouviu histórias sobre o Mapinguari contadas pelos moradores locais durante seus trabalhos de campo em regiões remotas da Amazônia, mas mantinha-se cético sobre o assunto. No entanto, em 1988 , Oren ouviu um relato de um encontro com um Mapinguari na região norte do Tocantins que o fez duvidar que seu interlocutor estivesse mentindo. Este relato fez ele racionalizar os fatos e pensar um pouco se aquilo poderia mesmo ser verdade e caso fosse, qual seria esse animal tão bizarro capaz de dar origem a lenda? A resposta que lhe veio a cabeça foi surpreendente, uma preguiça terrestre gigante da família Megalonychidae!

Atualmente, os bichos-preguiças se resumem a apenas cerca de seis espécies viventes, mas há cerca de 20 mil anos atrás o grupo das preguiças era muito mais diversificado, ocorrendo por quase todo continente americano e era representado por várias espécies de preguiças terrestres, muitas delas gigantescas, como Megatherium, que podiam atingir o tamanho de um elefante! De acordo com o registro fóssil, as preguiças terrestres estariam extintas há alguns milhares de anos, os fósseis mais recentes datam de aproximadamente 10.000 anos atrás. Segundo David Oren, no entanto, os numerosos relatos de encontros de pessoas com Mapinguari podem corresponder na verdade a  encontros com preguiças terrestres que ainda hoje habitam a região amazônica.

Megatherium americanum, uma das maiores preguiças terrestres que já existiram.

Megatherium americanum, uma das maiores preguiças terrestres que já existiram.

A convicção do pesquisador era tão grande que a partir de 1988 ele organizou várias expedições por quase toda a Amazônia, algumas até apoiadas por instituições como a National Geographic, com o intuito de provar a existência do Mapinguari e contabilizou o relato de mais de cem pessoas que alegam tê-lo visto, escutado ou até matado. Até agora, nenhuma das expedições de Oren conseguiu localizar evidências concretas que comprovam a existência desta criatura lendária, e ao menos por enquanto, o Mapinguari sobrevive apenas no imaginário dos povos amazônicos. Mas, quem sabe não se  esconde em alguma região  inatingível da Amazônia uma das maiores, senão a maior, descoberta zoológica de todos os tempos.

Wildlife Photographer of the Year 2008

"Snowstorm Leopard", foto ganhadora do Wildlife Photographer of the Year 2008.

"Snowstorm Leopard", foto ganhadora do Wildlife Photographer of the Year 2008.

Foram anunciados hoje os ganhadores do Wildlife Photographer of the Year 2008, uma das maiores competições de fotografia de vida selvagem do mundo. O concurso, que é promovido pelo Museu Inglês de História Natural e a BBC Wildlife Magazine, contou este ano com um número recorde de participantes, foram 32350 inscritos de mais de 82 países!!!

O grande ganhador desse ano foi o fotógrafo americano Steven Winter que conseguiu flagrar um raríssimo leopardo-das-neves, Panthera uncia, no meio de uma nevasca (foto acima). Para conquistar esta surpreendente façanha, Winter passou dez meses rastreando os leopardos em montanhas remotas na fronteira entre a Índia e o Paquistão e contou com a ajuda de suas 14 câmeras movidas a controle remoto e estrategicamente posicionadas nas trilhas dos leopardos sob condições de temperatura tão gélidas quanto 40 negativos.

Entre os demais premiados, cabe destacar também o fotógrafo brasileiro Adriano Ebenriter que recebeu menção honrosa na categoria “Animal Portraits” com uma belíssima foto de uma coruja-buraqueira, Athene cunicularia, observando vigilante do alto de uma duna em Florianópolis.

As fotos premiadas estarão em exposição a partir de amanhã no Museu Inglês de História Natural. Mas, se você é como eu e está sem grana até para ir ao centro da cidade tem medo de avião, não  precisa ficar na curiosidade, as fotos também podem ser admiradas no saite oficial do concurso, mas cuidado para não ficar de boca aberta e babar no teclado! Aproveite e ajude eleger a foto preferida do público.

Está olhando o que? Vai encarar?

Não é só no Animal Planet, Discovery Channel e National Geographic que as pessoas encontram serpentes em casa e ligam para algum Super Biólogo ou  Super Veterinário resgatá-las. A “pequenina” jibóia,  Boa constrictor, com quase 2,5 metros, das fotos acima foi resgatada em uma oficina mecânica na periferia da cidade pela equipe do Setor de Animais Peçonhentos e Sinantrópicos do Centro de Controle de Zoonozes de Campos dos Goytacazes – RJ. Depois de resgatada a serpente foi libertada em uma área de restinga conservada distante da civilização.

O Caapora aproveita o ensejo para parabenizar os profissionais do Setor de Animais Peçonhentos e Sinantrópicos pelo excelente trabalho da equipe, que nos últimos meses vem resultando no resgate e reintrodução no ambiente natural de diversas serpentes que vez ou outra vão buscar abrigo em lugares não muito convencionais.

Vale lembrar que a maior parte das serpentes, como a jibóia das fotos, são inofensivas ao ser humano pois não são venenonas. E que, venenosas ou não, as serpentes desempenham um papel importantíssimo na natureza e são predadores indispensáveis em diversos ecossistemas.

Foto da semana: “Sexo selvagem a beira mar”

Depois de um dia inteiro de trabalho monitorando aves marinhas nas praias de Quissamã – RJ, eu me preparava para entrar no carro e me refugiar do sol escaldante quando vi de relance um inseto pequeno, um tanto quanto esquisito, passar correndo do lado do meu pé. O bicho parou em um pequeno monte de conchas a uns dois metros de mim e desapareceu da minha vista. Curioso, dei dois passos para frente e lá se foi o bicho correndo de novo, me aproximei com mais cautela e tive a felicidade de descobrir que o tal “inseto esquisito” era, na verdade, um casal de besouros-tigre (Família Carabidae, Subfamília Cicindelinae) acasalando a beira mar.

Máquina em punho, fui cuidadosamente me aproximando, já estava com o dedo no disparador quando o casal de besouros apaixonados partiu em correria de novo, tentei me aproximar mais algumas vezes, mas os besouros pareciam ser bastante tímidos e não quereriam ter a sua intimidade registrada. Foi quando um dos meus amigos se aproximou para ver o que eu estava fazendo ajoelhado na areia, os besouros partiram em correria de novo, só que desta vez pararam bem do lado do meu joelho. Virei meu corpo com todo cuidado do mundo, me aproximei mais um pouco, prendi a respiração, estiquei o pescoço e CLICK!

O menino Darwin

Charles Darwin aos 7 anos de idade

Charles Darwin aos 7 anos de idade

A Ciência Hoje das Crianças deste mês homenageia Darwin e os 150 anos da teoria evolutiva. São várias matérias pra lá de interessantes que contam um pouco sobre a vida de Darwin, a viagem no Beagle e  explicam, em uma linguagem de fácil entendimento, o que é Evolução.

Um dos textos da revista é de minha autoria, e está disponível para leitura aqui. Me convidaram para escrever sobre uma parte não muito conhecida da vida de Darwin, sua infância. Quem diria que o pai da evolução, lembrado quase sempre como um senhor de barba branca comprida, um dia foi uma criança que não gostava de tomar banho e tinha o apelido de “Gás”!?

DVDs sobre Evolução e Revistas sobre a Amazônia

Não estou ganhando nada pela propaganda, mas acho que vale a pena repassar as dicas.

A Scientific American Brasil está relançando uma ótima coleção de DVDs sobre Evolução. São sete episódios que cobrem diversos tópicos, indo desde a vida de Darwin até o “conflito” Evolução Religião.  A coleção faz parte de um grande projeto lançado em 2001 pela  emissora de tv americana PBS que além dos DVDs,  inclui também um excelente livro escrito por Carl Zimmer (lançado no Brasil pela Ediouro, com o título ” O Livro de Ouro da Evolução”) e um fantástico site que pode ser acessado por aqui.

A coleção com quatro DVDs, cada um com duas horas de duração, pode ser comprada em bancas de revistas e jornais, ou pelo site da  Scientific American Brasil. A coleção completa sai por quase R$ 120,00,  o preço não é lá muito acessível, mas o investimento vale a pena, acabei ontem de assistir todos os episódios e vale cada centavo pago!

Outra boa dica que está nas bancas é uma coleção de três revistas sobre a Amazônia que também está sendo lançada pela Scientific American Brasil, transcrevo abaixo uma breve descrição sobre a série retirada do site da Scientifc American.

Qual o futuro da maior floresta tropical do planeta? Como compatibilizar desenvolvimento com sua preservação? Para responder a estas questões SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL ouviu pesquisadores das principais instituições da própria Amazônia: o INPA Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Museu Goeldi e das universidades federais do Amazonas e Pará. Cientistas que vivem o dia-a-dia da floresta e conhecem como poucos a intrincada rede de relações desse fascinante universo natural. O resultado está nesta série de três edições, um amplo retrato da Amazônia desde as origens de sua história natural e humana até a ocupação atual, incluindo seus tesouros e o futuro do maior bioma do país.

Deixo aqui registrado os parabéns do Caapora para Scientific American Brasil por estar promovendo divulgação científica de qualidade e acessível.

Sobre ScienceBlogs Brasil | Anuncie com ScienceBlogs Brasil | Política de Privacidade | Termos e Condições | Contato


ScienceBlogs por Seed Media Group. Group. ©2006-2011 Seed Media Group LLC. Todos direitos garantidos.


Páginas da Seed Media Group Seed Media Group | ScienceBlogs | SEEDMAGAZINE.COM