A arte de saber cair
O primeiro dia letivo de 2015 começou com um e-mail nada animador para mim (Eduardo Bessa). Recebi o parecer do editor-chefe de uma revista para a qual havia submetido um artigo e não havia nada de bom naquela mensagem. O editor de área que recebeu meu manuscrito afirmou que o trabalho não tinha o interesse amplo o suficiente, o estudo parecia preliminar e que o texto seria recusado sem nem passar pelos revisores para poupar meu tempo e o deles. Ainda sinto um gosto ruim na boca pensando no que ele disse. Continue lendo…
O que abordar numa revisão por pares?
Os periódicos costumam ter um formulário próprio para a avaliação de seus artigos. Em todo caso apresentamos abaixo uma lista de perguntas que podem ser abordadas na sua revisão caso você seja um iniciante ou se estiver perdido no formulário proposto pela revista.
Revisão por pares e novos experimentos
Uma prática atualmente comum, que inclusive integra o protocolo de revisão de diversas revistas, é sugerir novos experimentos ao autor (Ploegh, 2011). Sugestões dessa natureza frequentemente ocorrem em artigos rejeitados, mas com a possibilidade de serem ressubmetidos. Isso é frustrante.
Nova série sobre revisão por pares
Poucas coisas em ciência são mais frustrantes do que investir meses de trabalho de um aluno brilhante num projeto no qual você acredita, passar dias polindo o texto da melhor maneira possível, quem sabe até gastar recursos próprios na tradução ou edição do texto do artigo para, após submetido o manuscrito, receber uma revisão de baixa qualidade. O primeiro revisor tem uma opinião claramente enviesada baseada em uma interpretação discordante de evidências pretéritas, mas que nada têm a ver com o que seus dados mostram. O segundo revisor considera os dados desinteressantes e sem valor para aquele periódico. O terceiro tem expectativas irreais sobre os resultados que ele gostaria que você apresentasse. Não apenas você está desapontado, mas seu aluno, que precisa atender a prazos e expectativas alheias a você, está ameaçado. Continue lendo…
Arte da Guerra para Cientistas VI
O que os antigos chamavam de um cientista inteligente era aquele que não apenas convencia, mas que se sobressaía argumentando com facilidade.
A ditadura do Fator de Impacto
Essa semana um burburinho está rolando na comunidade científica, se ainda não chegou até você, fique em dia aqui. Numa reunião em Dezembro passado a Associação Americana de Biologia Celular lançou uma campanha que ganhou publicidade essa semana com editoriais em periódicos científicos e veículos de massa. A ideia da declaração sobre a avaliação da pesquisa, DORA na sigla em inglês, é derrubar a ditadura do fator de impacto, que inclui não só o fator de impacto oficial, que é a métrica mais conhecida, mas outras métricas com cálculo similar. O fator de impacto é a divisão do número de citações recebidas por um periódico pelo número de artigos publicados num triênio e é usado como indicador da qualidade do periódico, partindo do pressuposto que ser citado indica a utilidade, popularidade e importância da informação ali contida. Nós concordamos em parte com as demandas do DORA. Por favor, argumentem nos comentários. Queremos ‘ouvir’ a opinião dos leitores. Continue lendo…
Não publico por falta de tempo
Ontem um amigo professor estava comentando a dificuldade que tem para arrumar tempo para escrever papers. Vamos falar bastante sobre gestão do tempo no blog noutros momentos, mas por hora vai uma dica simples e que tem funcionado. O problema dos artigos é que, em geral, não temos uma data limite para entregar, isso faz com que percam em urgência na nossa lista de prioridades. Não sendo urgente, vamos deixando para depois e aí já viu. Continue lendo…