A arte de saber cair

A arte não está em jamais cair, mas em saber se levantar e continuar. (Foto: culturamix.com)

O primeiro dia letivo de 2015 começou com um e-mail nada animador para mim (Eduardo Bessa). Recebi o parecer do editor-chefe de uma revista para a qual havia submetido um artigo e não havia nada de bom naquela mensagem. O editor de área que recebeu meu manuscrito afirmou que o trabalho não tinha o interesse amplo o suficiente, o estudo parecia preliminar e que o texto seria recusado sem nem passar pelos revisores para poupar meu tempo e o deles. Ainda sinto um gosto ruim na boca pensando no que ele disse. Continue lendo…

Revisão por pares e projetos de pesquisa

Mesmo projetos considerados aprovados podem ficar de fora devido a limitações orçamentárias (Imagem: grcorporate.com.br)

Enquanto na revisão de artigos você ajuda a decidir se um artigo será ou não publicado, a revisão de um projeto vem primeiro. Ela decidirá se um projeto de pesquisa será ou não financiado e se um aluno merece ou não uma bolsa. O papel do revisor talvez seja até mais dramático nesse ponto do que no peer-review de manuscritos.

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A nova revisão por pares e a internet

O que mais vem por aí? É esperar para conferir! (Imagem: grcorporate.com.br)

Novas ferramentas de avaliação de artigo têm surgido seguindo a tendência da Web 2.0. Periódicos como a PLoS e mesmo a Nature têm oferecido um campo de comentários após todos os seus artigos online. Acompanhar essa discussão entre o público e os autores é frequentemente muito rico para aqueles artigos de maior impacto dentro da sua especialidade. Outros têm dado acesso aos comentários dos revisores no formato de arquivos suplementares, embora poucos leitores se interessem por acessar esse material.

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O que abordar numa revisão por pares?

O que o editor gostaria de saber sobre o artigo que você revisou? (Imagem: grcorporate.com.br)

Os periódicos costumam ter um formulário próprio para a avaliação de seus artigos. Em todo caso apresentamos abaixo uma lista de perguntas que podem ser abordadas na sua revisão caso você seja um iniciante ou se estiver perdido no formulário proposto pela revista.

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Revisão por pares e novos experimentos

Estimular a produção de novas perguntas e hipóteses é um dos fatores que define um bom artigo (Imagem: grcorporate.com.br)

Uma prática atualmente comum, que inclusive integra o protocolo de revisão de diversas revistas, é sugerir novos experimentos ao autor (Ploegh, 2011). Sugestões dessa natureza frequentemente ocorrem em artigos rejeitados, mas com a possibilidade de serem ressubmetidos. Isso é frustrante.

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E por que você se sobrecarrega de revisões?

Esses tempos um de nós estava assoberbado por um número impraticável de revisões e pareceres num prazo estreito. Ficamos pensando em como tínhamos chegado àquele ponto e lembramos de um texto antigo. Retiramos do extreme reviewing o texto que se segue.

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Por que recusar uma revisão por pares

Às vezes somos obrigados a recusar prestar esse serviço à ciência e temos que rejeitar um pedido de revisão de um editor. Bons referees são raros e um dos principais fatores complicadores para corpos editoriais de periódicos, portanto, seja generoso. Em todo caso, o que justificaria uma recusa de revisão?

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Anonimato do revisor e revisão às cegas

O padrão atual das revistas é ter revisores anônimos. Esse modelo é interessante na medida que permite expor suas críticas sem medo de represálias. No entanto o modelo permite ao revisor a chamada “síndrome dos pequenos poderes”, já que a decisão sobre o sucesso ou fracasso de uma pesquisa passa a depender, em certa medida, dele. Vale a pena lembrar-se que os papéis de revisor e autor são dois que se alternam rapidamente em nossa persona acadêmica. Gosto especialmente do site da Editorial Manager que mostra na mesma tela os trabalhos onde você aguarda o parecer de um revisor anônimo e os trabalhos de pessoas que aguardam o seu parecer. É um bom lembrete da transitoriedade desses papéis.

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A revisão por pares ideal

O ingrediente principal de uma revisão eficiente é a atitude, que deve ser crítica e objetiva. Faça força para se livrar de preconceitos tanto regionais, de gênero etc., quanto preconceitos teóricos. Um pesquisador cuja carreira tem focado em duvidar do valor da reintrodução de fauna pode revisar um artigo advogando em favor disso, seu ponto de vista cético seria inclusive valioso, desde que ele se ativesse a avaliar as evidências e interpretações apresentadas ali sem tratar como dogma que a reintrodução causa mais prejuízos que benefícios.

 

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Nova série sobre revisão por pares

Poucas coisas em ciência são mais frustrantes do que investir meses de trabalho de um aluno brilhante num projeto no qual você acredita, passar dias polindo o texto da melhor maneira possível, quem sabe até gastar recursos próprios na tradução ou edição do texto do artigo para, após submetido o manuscrito, receber uma revisão de baixa qualidade. O primeiro revisor tem uma opinião claramente enviesada baseada em uma interpretação discordante de evidências pretéritas, mas que nada têm a ver com o que seus dados mostram. O segundo revisor considera os dados desinteressantes e sem valor para aquele periódico. O terceiro tem expectativas irreais sobre os resultados que ele gostaria que você apresentasse. Não apenas você está desapontado, mas seu aluno, que precisa atender a prazos e expectativas alheias a você, está ameaçado. Continue lendo…