Um novo dinossauro brasileiro

Sousa é conhecida no Brasil inteiro pelas suas famosas pegadas de dinossauros. Mas até então, nenhum osso de dinossauro havia sido encontrado na região.  Até a presente data, os paleontólogos podiam apenas especular a verdadeira identidade dos produtores de pegadas. 

Um artigo recém-publicado na revista Cretaceous Research veio mudar essa situação. O estudo, que conta com a participação de dois membros de nossa equipe, Aline M. Ghilardi e Tito Aureliano, além de colegas da UFPE, UFSCar e a da Universidade do Cabo, fornece a primeira identificação mais precisa para uma das espécies de dinossauros que habitaram a região.

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O titanossauro de Sousa, por Marcos Paulo Pereira

Em 2014 um osso longo de não mais que 45 cm foi descoberto por um morador do município de Sousa, o Sr. Luiz Carlos S. Gomes. O material foi encontrado por ele em um sítio paleontológico já conhecido, descrito pelo ilustre padre/paleontólogo Giuseppe Leonardi, um ícone dos estudos com pegadas fósseis da região.

Imagem retirada do artigo de Ghilardi et al. (2016)
Imagem retirada do artigo de Ghilardi et al. (2016)

O Sr. Luís Carlos, após descobrir o osso, que ainda estava inserido na rocha, postou uma foto do mesmo na internet. Um dos membros de nossa equipe encontrou essa foto por acaso, enquanto pesquisava artigos sobre a região. Prontamente entramos em contato com o Sr. Luiz, sabendo da importância da descoberta. Por meio de uma colaboração com a Secretaria de Turismo do município de Sousa, o material foi resgatado e levado para estudos na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife.

Há mais ou menos um mês, o material voltou para Sousa, onde a partir de então deve ficar em exposição ao público no museu do parque “Vale dos Dinossauros”.

Por meio de um estudo comparativo, foi possível reconhecer que o osso encontrado (uma fíbula, osso da perna) pertencia a um titanossauro, um tipo de dinossauro herbívoro de um grupo popularmente conhecido como “pescoçudos”. Os titanossauros incluem alguns dos maiores dinossauros que já caminharam sobre planeta Terra, como o Argentinosaurus, que tinha mais de 30 metros de comprimento.

O dinossauro encontrado em Sousa, todavia, era pequeno. Ele tinha apenas cerca de 1,40m de altura até o quadril e não deveria ter mais que 5,5m de comprimento. Isso nos levou a pensar que o animal poderia ser um espécime jovem ou até mesmo um organismo anão. Uma análise histológica detalhada, entretanto, realizada pela nossa colega Dra. Anusuya Chinsamy, da Universidade do Cabo, na África do Sul, revelou que o fóssil encontrado pertencia a um dinossauro juvenil. Isso quer dizer que, o animal, quando morreu, ainda não tinha atingido a sua vida adulta e nem seu tamanho completo. Ele deveria crescer muito mais ainda ao longo de sua vida.

Lâminas histológicas com células fossilizadas do titanossauro de Sousa. Imagem retirada do artigo de Ghilardi et al. (2016).
Lâminas histológicas com células fossilizadas do titanossauro de Sousa. Imagem retirada do artigo de Ghilardi et al. (2016).

Observando as pegadas de “pescoçudos” da região, ele poderia chegar até a dobrar de tamanho, inclusive.

Em preto, a reconstituição do tamanho do titanossauro encontrado. Imagem retirada do artigo de Ghilardi et al. (2016).
Em preto, a reconstituição do tamanho do titanossauro encontrado. Imagem retirada do artigo de Ghilardi et al. (2016).

Esse estudo tem relevância internacional, pois trata-se do registro ósseo mais antigo de um titanossauro da porção central do grande paleocontinente Gondwana (o supercontinente que durante a Era dos Dinossauros reunia a África, Antártica, America do Sul, Índia e Austrália). É também o osso de dinossauro mais antigo do Cretáceo do Brasil.

O dinossauro em questão teria vivido há aproximadamente 136 milhões de anos, durante a primeira metade do período Cretáceo.

Tudo indica que o material encontrado pertence a uma espécie inédita para a ciência. Esse novo titanossauro, porém, não recebeu um nome formal ainda, pois consideramos que é necessário mais material para a descrição de uma nova espécie. Por enquanto o apelidamos apenas de Sousatitan, que quer dizer “O titã de Sousa”.

Mais pesquisas devem ser realizadas na região em busca de material ósseo. Esse registro abre uma nova janela para as pesquisas paleontológicas em Sousa e com certeza, deve atrair ainda mais visitantes para a região. Tanto paleontólogos como turistas.

Assista ao vídeo em nosso canal:

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Ghilardi, A.M; Aureliano, T.A.; Duque, R.R.C.; Fernandes, M.A.; Barreto, A.M.F.; Chinsamy, A. 2016. A new titanosaur from the Lower Cretaceous of Brazil. Cretaceous Research, 67(1): 16-24.

Inaechelys, a rainha dos mares do Paleoceno de Pernambuco

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Representação de Inaechelys em vida. Arte de Julio Lacerda.

Batizada como “a rainha do mar”, a mais nova espécie de tartaruga fóssil do Brasil dividiu espaço com tubarões e estranhos crocodiliformes marinhos extintos. Inaechelys viveu logo após a grande extinção que acabou com o reinado dos dinossauros não-avianos no final do período Cretáceo, tendo habitado os mares da costa pernambucana há mais de 62 milhões de anos, em uma época conhecida como Paleoceno.

Os fósseis de Inaechelys pernambucensis foram encontrados na área da Pedreira Poty, localizada a 30 km ao norte da cidade do Recife. Neste mesmo sítio também foram encontrados os restos do crocodiliforme extinto Guarinisuchus munizi, além de várias espécies fósseis de peixes ósseos, tubarões e raias.

Os calcários da Pedreira Poty são famosos no mundo todo pois registram a transição entre as eras Mesozoica e Cenozoica, quando ocorreu o grande evento de extinção dos dinossauros não-avianos. Inaechelys habitou a região apenas alguns milhões de anos após o fim da “Era dos Dinossauros”. Na época em que viveu, não só os dinossauros não-avianos haviam sido extintos, como também os grandes grupos de répteis marinhos, incluindo os Mosassauros, que vagavam pelos mares do Cretáceo de Pernambuco pouco antes do reinado de Inaechelys.

Inaechelys pernambucensis, cujo nome significa “a tartaruga rainha do mar de Pernambuco” media cerca de 50 cm de comprimento em vida e vivia restrita às áreas costeiras.

Apesar de viver em água salgada, a espécie de tartaruga recém-descoberta não tinha nenhuma relação com as tartarugas-marinhas atuais. Seus parentes viventes mais próximos são todos quelônios de água doce, e incluem a tartaruga-de-cabeça-grande-do-Amazonas (Peltocephalus dumerilianus).

A família ao qual pertence Inaechelys, chamada de Bothremydidae, foi completamente extinta, mas sua linhagem foi bastante abundante no passado, com a maioria das espécies tendo apresentado hábitos costeiros. Hoje em dia, as únicas tartarugas que habitam a água salgada pertencem a família Cheloniidae.

Inaechelys foi descrita com base em um plastrão completo, parte da carapaça e alguns ossos da cintura pélvica. Análises comparativas mostraram que seu provável parente mais próximo foi uma espécie de tartaruga que viveu na região de Portugal durante o final do Período Cretáceo, o que sugere algum tipo de comunicação geográfica entre essas duas localidades no passado.

Plastrão de Inaechelys. Imagem retirada do artigo de Anny R. Carvalho e colaboradores, 2016.
Plastrão de Inaechelys. Imagem retirada do artigo de Anny R. Carvalho e colaboradores, 2016.

O artigo que trata da descrição de Inaechelys foi publicado na revista Zootaxa e conta com a participação de três pesquisadoras da UFPE. A primeira autora é Anny R. A. Carvalho, doutoranda em Geologia da UFPE, acompanhada pelas professoras Alcina M. F. Barreto e Aline M. Ghilardi, da mesma instituição.

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Carvalho, A. R. A; Ghilardi, A. M & Barreto, A. M. F., 2016.  A new side-neck turtle (Pelomedusoides: Bothremydidae) from the Early Paleocene (Danian) Maria Farinha Formation, Paraíba Basin, Brazil. http://www.mapress.com/j/zt/article/view/zootaxa.4126.4.3Zootaxa

Um novo bichinho simpático do Permiano do Brasil

Equipe de paleontólogos do Rio Grande do Sul acaba de publicar na revista PLoS One uma nova espécie fóssil brasileira. Trata-se de uma pequena criatura pertencente a um grupo extinto de animais aparentado aos mamíferos, os dicinodontes. O pequeno animal possuía hábitos herbívoros e viveu há mais de 260 milhões de anos (Período Permiano) onde hoje é o Rio Grande do Sul.

Rastodon procurvidens, como foi batizado, era pequeno e quadrúpede e alimentava-se essencialmente de plantas, como todos os outros dicinodontes.

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De maneira geral, os dicinodontes eram organismos herbívoros que apresentavam corpos em forma de barril, com os membros curtos e fortes. Tinham toda pinta de répteis por conta de sua postura corporal semi-ereta, cabeça grande com um bico córneo e a cauda  com base larga. Os dicinodontes foram os principais animais terrestres herbívoros antes do domínio dos dinossauros. Variavam muito de tamanho, tendo sido encontradas espécies tão pequenas como camundongos e outras que poderiam ser tão grandes quanto búfalos.

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Reconstituição artística de Diictodon, um tipo de dicinodonte cujos fósseis são  encontrado na Ásia e na África.

A nova espécie de dicinodonte encontrada no Rio Grande do Sul não era das maiores, mas, sinceramente, tanto o fóssil quanto o nome transbordam simpatia.

O espécime descrito no artigo de Alessandra Boos e colegas tinha, de acordo com os autores, cerca de 50 cm de comprimento e não devia pesar mais do que 15 kg quando vivo. Suas proporções eram semelhantes a de um cachorro de pequeno ou médio porte.

Os pesquisadores ressaltam que, até o momento, com as evidências coletadas, não é possível saber se o tamanho relativamente reduzido do espécime representa uma condição de filhote ou se a espécie era realmente de pequeno porte.

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Crânio de Rastodon, foto de Felipe Pinheiro

Uma das características mais marcantes da nova espécie de dicinodonte brasileira eram os seus caninos fortemente curvados. O que inclusive foi destacado no nome escolhido para o animal.

Rastodon procurvidens significa “dente curvado do Rio do Rasto”, sendo que ‘Rio do Rasto’ é o nome da unidade geológica onde o fóssil do organismo foi encontrado.

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Imagem do artigo de Boos e colaboradores, destacando o canino curvado de Rastodon.

Outras espécies fósseis conhecidas também foram encontradas na mesma localidade que Rastodon, a Fazenda Boqueirão, como o poderoso carnívoro Pampaphoneus biccai e o anfíbio Konzhukovia sangabrielensis.

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Reconstrução artística de uma paisagem com Rastodon em primeiro plano e ao fundo o anfíbio Konzhukovia sangabrielensis e o dinocefálio carnívoro Pampaphoneus biccai. Arte de Mario Quiñones Faúndez.
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Pampaphoneus, ilustração de Voltaire Paes.

O mundo habitado pelo Rastodon era bem diferente do atual: a Terra era formada por um único continente, denominado de Pangeia, onde praticamente não existiam barreiras para a dispersão dos animais, facilitando o deslocamento por grandes distâncias. Por isso não é de se estranhar que, ao comparar com outros fósseis, os autores do artigo encontraram que os dicinodontes mais proximamente relacionados ao Rastodon estavam em lugares tão distantes como a África do Sul, a Rússia e a China.

A descoberta de Rastodon demonstra mais uma vez que as rochas da Formação Rio do Rasto do sul do Brasil têm o potencial de revelar ainda muitos animais fósseis que eram parte de um ecossistema terrestre bastante complexo.

Acesse o artigo de Alessandra Boos e colaboradores AQUI.

O preconceito acadêmico com os divulgadores

Entre os dias 16 e 18 desta semana, participamos do curso de Geocomunicação (i.e. divulgação de geociências), que ocorreu nas dependências da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, Recife, PE). Tivemos a honra de assistir palestras de vários pesquisadores brasileiros de destaque, que se empenham de alguma forma na área, e também do ilustre visitante, Professor Iain Stewart, da Universidade de Plymouth (Reino Unido). Iain Stewart é muito famoso entre o público geral por conta de vários documentários que produziu junto à rede televisiva BBC, como “Men of Rock” ou “How to Grow a Planet”, com a finalidade de divulgar as ciências geológicas.

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Iain Stewart

Entre vários temas de grande relevância discutidos durante o evento, um deles, apresentado na palestra de abertura, chamou bastante a atenção e é ele que eu gostaria desenvolver hoje aqui no blog.

Além de todas as dificuldades comuns que você pode imaginar que um cientista que se empenha em divulgação de ciência possa enfrentar, talvez um problema que você nunca imaginaria que poderia existir é o grande preconceito entre os próprios colegas acadêmicos.

O que acontece é que muitos acadêmicos desprezam ou diminuem o trabalho de colegas que se empenham em divulgação de ciência para o público geral. Isso acontece em todo lugar. Inclusive com o Iain, no Reino Unido. Não é raro a comunidade acadêmica enxergar os divulgadores como em um “patamar inferior”, colocando-os em uma espécie de limbo, posicionados entre “os jornalistas” (vistos como seres menores e quase repulsivos) e o que eles consideram como “cientistas propriamente ditos”.

O mais engraçado é que, quando o cientista se desdobra nos dois campos (tanto pesquisa quanto divulgação – acredito que a maioria, devido as exigências do nosso sistema de contratação de professores/pesquisadores, mas posso estar enganada), a produção acadêmica dos divulgadores não raramente é completamente ignorada! Em outros casos, como no dos que optaram em algum momento de sua carreira por se dedicar exclusivamente a divulgação científica, o preconceito é ainda maior. Quando muito pelo contrário, não existe nenhum demérito nisso!

Existe a ideia de que dialogar com o público não é papel do cientista e que isso deve ser feito exclusivamente pelos jornalistas. Entende-se, que participar do processo de divulgação  (em primeira pessoa) desprestigia o cientista e que para continuar sendo respeitado (e eu diria “temido”…), o pesquisador deve manter “uma distância segura do público”.

Sinceramente, na minha opinião, isso não passa de um reflexo da arrogância que infelizmente acompanha os papéis impressos com pomposos títulos e também uma forma de pedantismo e inveja. A ciência é um produto que pertence a toda a população, e se o cientista quer ser ouvido por suas descobertas, ele precisa também dialogar diretamente com o povo (não apenas em sala de aula com os seus estudantes). O medo da ciência e o posicionamento desconfiado em relação às descobertas científicas surge desse tipo de atitude. A ciência ainda está muito distante das pessoas. “Títulos” e um vocabulário rebuscado e difícil ainda são usados como forma de status para criar abismos entre cientistas e sociedade.

Professor Iain nos deu uma enxurrada de exemplos sobre como isso pode ser extremamente danoso para a ciência, como descobertas importantes da área da saúde serem ignoradas, vacinas serem demonizadas, milhares de pessoas morrerem por conta de desastres naturais, porque simplesmente não os compreendem, ou apoiar  coisas como a extinção dos financiamentos para ciência ou o fim dos licenciamentos ambientais, etc. Isso já deveria ser suficiente para repensarmos o assunto!

Alguns colegas acadêmicos simplesmente se afastam da divulgação  científica, porque não sabem como fazê-la (ou porque tem algum tipo de fobia). Até aí tudo bem. Mas daí para desprestigiar e diminuir o trabalho dos colegas que se empenham com o tal?!

A necessidade de simplificar a linguagem científica para o público geral, por exemplo, é um elemento chave para os divulgadores. Além de ter que ser muito bem pensada, inclusive para não subestimar a inteligência do público, tem que se tomar cuidado, porque a simplificação da linguagem pode ser uma faca de dois gumes. Uma simplificação exacerbada de um conceito pode fazer com que um tema se torne muito mais próximo do público geral, porém pode gerar entre os acadêmicos uma compreensão enviesada. O problema é que muitos colegas acadêmicos, ao invés de entender o que está em questão e colaborar positivamente, sentem-se *extremamente* ofendidos com esse processo e não medem palavras para critica-lo. Professor Iain já recebeu diversos comentários ofensivos de colegas como “obrigada pela divulgação de merda” e outras coisas piores. Sem contar, que esses mal entendidos podem até mesmo virar chacota entre os acadêmicos da área e mais uma forma de desprestigio e inferiorização do trabalho do divulgador.

Uma argumentação comum de colegas que são contra o envolvimento do cientista com o público geral por meio da divulgação em primeira pessoa é que o cientista já se preocupa demais com diversas questões muito mais importantes do que isso. Eu compreendo que temos muita coisa pra fazer. Afinal… também sou cientista, também publico artigos acadêmicos, também dou aula, também faço pesquisa e exensão (não sou só divulgadora, viu?!). Mas devolver para sociedade de forma acurada, palatável e bem explicada uma informação que ela mesma investiu não é importante? Humanizar a ciência não é importante? Extinguir o medo que as pessoas têm de ciência e dos cientistas não é crucial? A divulgação não vai somente aumentar o seu retorno em investimento? O retorno da sociedade não vai ajudar nas suas pesquisas?

Uma questão discutida durante o encontro de geocomunicação foi  a possibilidade de se criar disciplinas de divulgação científica e ética nos cursos de ciências, como Física, Química, Matemática, Biologia, Geologia, etc. A conclusão geral foi: que já está mais do que na hora! Os currículos de cientistas precisam ser (urgentemente!)  mais humanizados. Estamos criando demais “doutores Frankenstein” e “doutores Aronnax”…

Você, colega, que despreza o trabalho dos cientistas divulgadores é um perfeito tolo. Tudo o que você tem é medo de descer do seu pedestal. Desculpe a sinceridade, mas sua atitude realmente soa como insegurança quanto a si próprio e quanto ao seu trabalho. Talvez, você ainda esteja muito preso ao argumento da autoridade. Lembrando também, que cabelos brancos ou um par de anos a mais não mudam a força do seu argumento.

Ao invés de se esconder atrás dos seus preciosos títulos ou entrar em enfadonhas guerras de palavras para defender o seu ponto de vista preconceituoso e caduco, vamos começar a trabalhar juntos. Vamos procurar alcançar a população de múltiplas formas e compreender, de uma vez por todas, a importância fundamental de qualquer desdobramento que traga retornos positivos para a ciência. Já é difícil demais ter que abdicar um tempo de nossas vidas e pesquisas para parar e dialogar com o público geral, imagine ainda mais ter que lidar com a infantilidade de um bando de adultos guerreando para ver quem tem mais status.

Mesmo em um evento legal como esse de Geocomunicação que participamos, não foi difícil detectar grandes doses de hipocrisia com relação a esse tema. Sentimos falta, por exemplo, de apresentações de cientistas comunicadores que trabalham com mídias ‘mais populares’ como Blogs, Podcasts e YouTube (geralmente cientistas mais jovens!). Temos uma imensa lista de comunicadores importantes que poderiam ter sido chamados para apresentar os seus trabalhos, inclusive alguns premiados internacionalmente (como o Pirulla!). MAS infelizmente, predominou ainda uma “lambeção acadêmica”. Não diminuindo o trabalho dos colegas que foram convidados para apresentação, mas apenas dizendo que faltou representatividade de uma parcela extremamente significativa da comunicação científica atual. (Aí aqui me pergunto, o cientista que divulga ciência por meio de blogs, podcasts e vídeos é ainda mais excluído?!)

Meu recado final é: nós, cientistas, precisamos valorizar mais os nossos comunicadores (de todas as mídias). Precisamos valorizar a comunicação. A comunicação de ciência feita por cientistas tem que ter mais espaço. A ciência evoluiu. Não devemos ficar presos ao século XVIII. A ciência não é mais uma conversa restrita a um minúsculo círculo de pessoas abastadas. Não é mais questão de status. A ciência é uma questão  que diz respeito a todos.

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Aproveite e veja aqui o vídeo que gravamos com Iain Stewart (clique na imagem para ser redirecionado ao YouTube):

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Encerramento de nossa campanha no Kickante!

Ontem, no fim do dia, encerrou o prazo de nossa campanha no Kickante. Foram 60 dias e  63 apoiadores. Arrecadamos não só o valor esperado, mas cerca de 15% a mais do que esperávamos!!

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Gostaríamos MUITO de agradecer a todos que apoiaram! Não só aos que contribuíram financeiramente com o valor que podiam, mas também a todos aqueles que acompanharam, compartilharam e torceram por uma conclusão positiva de tudo isso. Muito obrigada!!

Agora, estamos no aguardo de instruções do Kickante. Aparentemente teremos até 15 dias para ter acesso ao valor arrecadado. Pelos nossos cálculos, será possível comprar, além da câmera nova e  do microfone, o aparato de iluminação! Então, estamos ansiosos <3. Vocês ficarão sabendo de cada etapa lá pelo mini-blog da campanha.

Nos próximos 15 dias esperamos também entrar em contato com todos os que solicitaram recompensas que incluem escolher a temática de um ou mais vídeos de nosso canal. Então, fiquem ligados!

Agora sim, nosso canal vai ARRASAR!!!  Se inscreve aí:
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Nossos agradecimentos especiais vão para:

Alessandro Bastos Ferreira
Alex Barbosa
Ana Carolina Dalla Vecchia
André Luiz Neves da Silva
Beatriz Ghilardi
Carlos Alejandro Rico Guevara
Diogo Theobaldo da Cruz
Douglas Miranda
Gabriel Rubens
Gislaine Rosa
Giuliana Miranda Santos
Guilherme Raffaeli Romero
Helder da Rocha
Helio e Eloisa Pacheco
Hevisley Ferreira
Hugo Napoleão Bezerra Aragão
Igor Lemos
Izabel Lima dos Santos
Jesse Jesus
João Carlos Moreno de Sousa
João Paulo Reis
Jonathan Zanella
Juan Cisneros
Julia Back Comandolli
Keila Matsumura
Leandro Araujo
Leticia Emidio
Lilian Pavani
Ludson Neves de Ázara
Maico Moura
Marcelo Adorna Fernandes
Marcelo Reis
Marcelo Vargas dos Santos
Marcos Paulo
Maria Lucinda Morais
Mário Durando
Melissa Fasano
Naieni Ferraz
Nicholas Bittencourt
Patrick Król Padilha
Paulo Sérgio Guimarães Lopes de Castro
Pietro Antognioni Alves
Ricardo Dias Alves
Richard Carvalho da Silva
Rodolfo Nogueira Soares Ribeiro
Rodrigo Calegario
Rodrigo Giesta Figueiredo
Rodrigo Satoro Mizobe
Silvia Naylor
Tahiana D’Egmont
Tiago Rodrigues Simoes
Vinicius Carvalho
Viviani Zaffani

Vocês fazem a diferença!!!
Além disso, gostaríamos de agradecer também aos doadores anônimos e todos aqueles abdicaram das recompensas. Um por todos e todos por um!!