Imagens do Lab

… ou “porque eu amo tudo isso”…

Bonito, né? (clique na foto para vê-la ampliada)

>Morte e Vida de um experimento

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Eu já construí um experimento. Do nada. Absolutamente nada. É como um filho, que você faz crescer, coloca as partes no lugar, faz funcionar e depois de cuidar muito dele, o vê dando frutos, funcionando quase sozinho. Todas aquelas peças/máquinas/equipamentos que sozinhos não fazem nada, fazendo ciência quase “automagicamente”, com seu próprio humor, sua própria vontade.
Quando eu abandonei “meu filho” no Brasil, sofri um bocado. Mas deixei ele em boas mãos que ainda hoje dele cuidam. Aqui onde estou eu assumi “o filho dos outros”. E trabalhei duro nele, para melhorá-lo, curá-lo dos seus defeitos, das suas feridas, das suas imperfeições… e esse meu filho “adotivo” deu frutos. Passei a gostar dele, ele de mim… a gente conversa, trabalha junto, se dá bem.
Você vê: eu criei um experimento. Eu cuidei do experimento dos outros como se fosse meu. Mas eu nunca tive a chance de ver um experimento morrer. Até agora. 
O meu novo filho tem data para morrer. Dez de fevereiro. Daqui a uma semana. Uma. Semana. 
Pode parecer loucura, mas hoje eu estou triste. Porque é como conviver com alguém que tem data marcada pra morrer. Dia e hora. Condenado à morte. E eu vou ser aquele à quem o experimento vai dizer suas últimas palavras, oferecer seus últimos resultados, dar seu último suspiro. E isso é triste pra caramba. Eu nunca pensei que fosse assim. Sempre pensei: desliga, chega, acabou. Vamos fazer outra coisa. Mas agora que isso é concreto… é angustiante.
Semana que vem, depois que eu rodar a última sequência experimental, obtiver o último dado e, finalmente, desligar os equipamentos pela última vez, eu vou fazer um minuto de silêncio pelo meu experimento.
P.S.: Nem tudo é tristeza. Um experimento se vai porque um novo, melhor, mais forte e mais versátil está sendo montado. E o velho experimento vai doar muitas das suas partes para o novo e, tal qual em transplantes, continuará a viver, não só na memória dos que ali trabalharam, mas também no corpo do novo experimento que nasce.

>Perdendo as contas

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Eu trabalho com gases no regime de degenerescência quântica. Um nome pomposo pra dizer que o gás está tão frio, mas tão frio que ele passa a se comportar de uma maneira diferente, de acordo com as leis da física quântica. Isso te lembra alguma coisa?

Pois bem, a primeira vez que um gás nesse regime foi produzido foi em 1995, mais de 15 anos atrás. O gás era unicamente composto por um elemento: Rubídio. Purinho.
Depois vieram Sódio, Lítio, Potássio, Césio, Hidrogênio, Hélio. A menos do último, todos os outros tem algo em comum: moram na coluna mais da esquerda da tabela periódica… E mesmo o Hélio, nas condições em que foi feito, a gente pode dizer que é equivalente aos outros.

Aqui onde eu trabalho foi o segundo lugar a produzir um “ousider”: Cromo. Isso em 2005, já a 6 anos. Um pouco antes, Itérbio entrou na parada. Até aí e ainda um pouco depois eu costumava seguir quais átomos entravam pra lista e riscar numa tabela periódica. Eu riscava inclusive os isótopos, 2 Potássios, 2 Rubídios e por aí vai.

Mas recentemente, a coisa ficou impossível. Incontáveis isótopos de Itérbio, de Estrôncio, Cálcio e eu comecei a me perder. Pois bem, hoje soubemos que Disprósio é o novo membro do clube. Bem vindo e… você sabe onde fica o Disprósio na tabela aí em cima pra eu poder colocar mais um xis…?

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