Publicado
6 de abr de 2013
Eu sei que a situação do emprego no nosso país nem anda tão ruim assim se comparado aos nossos amigos espanhóis e italianos e em outras praças por aí.
Mas é óbvio que ainda há muitos que procuram um emprego, um emprego novo, o emprego dos seus sonhos ou ainda só um bico pra reforçar o orçamento. É esse o seu caso? Então este post pode te interessar.
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Publicado
27 de maio de 2012
Se você andou aqui pelo blog nos últimos tempos, sabe que eu estou me preparando pra um dois concursos no lugar onde fiz o mestrado e o doutorado. É o meu segundo concurso e o segundo no mesmo lugar, de onde facilmente depreende-se que eu quero voltar pro lugar onde me formei (sim, nesse caso doutorado, e NÃO graduação, é sinônimo de formação).
Verdade. Mas apenas em parte. Eu ando me perguntado, desde há algum tempo, o que é o certo a se fazer. Voltar pra “casa”? Ou fazer morada em outro lugar? É óbvio que há uma infinidade de fatores envolvidos nessa decisão, não apenas profissionais, mas pessoais também. É óbvio que nenhuma decisão nesse caso é pétrea: pode sempre mudar. Mas o certo é que não sei bem o que fazer e muito menos (e talvez o mais importante) o que é o melhor a se fazer.
Aqui na Alemanha, por exemplo, a dinâmica do sistema é extremamente diferente: você nunca (ou quase nunca) se tornará professor no lugar onde se formou. É preciso mudar para subir na carreira. Mesmo professores estabelecidos precisam receber propostas de emprego melhores e mudar de cidade (carregando o grupo todo junto) para subir na carreira. No Brasil, eu acho que não existe essa “regra não escrita”: as universidades contratarão quem melhor se sair no concurso aberto para a vaga, independente mente (quase sempre) de o candidato ter se formado ali ou não.
Você o que acha? Já passou por isso? Como se decidiu? Quais os fatores mais importantes a serem levados em conta? Abaixo, pra motivar a discussão e por que eu também acho que deve haver “uns par” de gente na mesma situação que eu, coloco os diversos prós e contras de voltar, do ponto de vista profissional.
Prós:
- o lugar onde me formei tem uma estrutura de apoio fantástica
- é disparado o melhor grupo do Brasil na minha área
- a verba é farta
- o instituto como um todo é grande, muitas possibilidades de colaboração
- eu conheço a maioria das pessoas do grupo
Contras:
- eu conheço a maioria das pessoas do grupo
- há o risco de ficar à sombra do pesquisador líder, um físico conhecido e consagrado
- a estrutura do lugar está montada, dificilmente eu conseguiria deixar uma marca num sentido mais amplo
- o instituto como um todo é grande, muitas possibilidades de “sumir na multidão”
- hábitos/culturas erradas são mais difíceis de serem mudadas num grupo grande e estabelecido
É só isso? Claro que não, mas estes são alguns dos fatores que me vieram à cabeça imediatamente ao escrever esse post. Deixe aí nos comentários o seu pensamento sobre isso.
Publicado
22 de nov de 2011
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O professor ideal? Ele dava aula,
fazia pesquisa de campo e a extensão…
bom, essa era pouco convencional:
enfrentar nazistas de vez quando.
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Este post nasceu de uma reflexão que venho fazendo a algum tempo já, sobre como deve se portar, agir e que tipos de atividade deve desenvolver um professor universitário durante a sua vida acadêmica. Bom, como eu sou do tempo em que a gente aprendia que a Universidade contruía-se, existia até, sobre um tripé de funções essenciais: ensino, pesquisa e extensão, me parece natural que o professor, como parte integrante e, por que não dizer, parte fundamental da estrutura universitária tem que ter as suas atividades norteadas por esse trio de princípios.
Algumas considerações sobre cada um deles separadamente.
Ensino. Não é sobre dar uma aula decente. Isso, com um pouco de prática e treino, qualquer um dá. O comprometimento com o ensino é o de dar uma aula empolgante, que desperte nos alunos a vontade de saber mais, querer mais. O comprometimento com o ensino, é o comprometimento com transmitir o conhecimento, formar novas gerações capazes não de reproduzir, pura e simplesmente, aquele conhecimento, mas capazes de pensar, de saber (e querer) procurar mais respostas e outras perguntas. Parodiando uma conhecida minha, é dar aos alunos a infra-estrutura, o “serviço de água e esgoto”, sobre o qual eles vão poder construir, sobre essa base sólida, seu próprio conhecimento.
Pesquisa. Se no ensino, transmite-se conhecimento, aqui é o lugar de produzí-lo. Não importa o impacto. A pesquisa pode ser pequena ou revolucionária. De base ou aplicada. O importante aqui é produzir conhecimento. Novo. De fato, pesquisa e ensino andam de mão dadas muitas vezes pois, normalmente, se somos capazes de transmitir conhecimento bem, somos capazes de produzí-lo bem. Ainda tem, a pesquisa, uma outra face: a formação de novos pesquisadores. Pensadores independentes, com vontade de saber, capazes de dominar técnicas e conceitos avançados porque você, como professor/orientador, soube direcioná-los assim.
Extensão. O patinho feio do nosso trio, muitas vezes negligenciado, mas pelo qual eu tenho carinho especial. A extensão é a atividade onde a universidade se abre à comunidade externa e busca se integrar com ela. As formas de agir aqui são as mais variadas: um site sobre ciência, a produção de vídeos educativos, programas com estudantes de ensino médio, crianças ou pessoas de terceira idade. Não importa muito. A Universidade, especialmente a pública é financiada por todos e não pode se furtar, como o faz muitas vezes, de devolver para a comunidade parte desse financiamento, na forma de divulgação de ciência ou o que quer que seja.
É óbvio que as atividades de um professor não se restringem, nem poderiam, à esse trio. Sempre é preciso buscar fontes de financiamento, participar da administração da própria Universidade, organizar reuniões científicas, buscar colaborações, enfim, contribuir para o crescimento da instituição de uma forma ou de outra. Mas é naquele trio ali em cima onde, na minha forma de ver, residem os requisitos essenciais para que um professor se torne alguém que deixará uma marca no mundo, seja nos seus alunos, seja no crescimento do conhecimento científico, seja na sua comunidade.