Paleo x Arqueo

paleo arqueo

Caros jornalistas do meu Brasil, esse é um apelo sincero: Cada vez que vocês escrevem “sítio ARQUEOLÓGICO onde foram descobertos os ossos do DINOSSAUROS”, morre um paleontólogo de infarto em algum local do país. 

Existem diferenças FUNDAMENTAIS entre Arqueologia e Paleontologia… e é por isso elas tem até mesmo nomes diferentes, certo?

Paleontologia é a ciência que se estuda a vida no passado da Terra e todo seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico. O cientista responsável pelos estudos dessa ciência é o PALEONTÓLOGO. Dinossauros, pterossauros e todo tipo de organismos pré-históricos são estudados no âmbito da PALEONTOLOGIA! Um sítio de escavação na Paleontologia é chamado de SÍTIO PALEONTOLÓGICO ou sítio fossilífero (ex. os afloramentos de onde são extraídos fósseis na Chapada do Araripe, Burgess Shale, Ediacara Hills, etc.). Alan Grant, de Jurassic Park, é um exemplo de paleontólogo.

Arqueologia, por sua vez, é a ciência que estuda as CULTURAS e os MODOS DE VIDA do passado HUMANO. Ela estuda SOCIEDADES extintas e os seus restos materiais, assim como as intervenções do homem no seu meio ambiente ao longo do tempo e evolução das sociedades. O cientista responsável por estudos arqueológicos é o ARQUEÓLOGO. Um sítio de escavação na Arqueologia é chamado de SÍTIO ARQUEOLÓGICO (ex. As escavações no Vale dos Reis no Egito, as próprias pirâmides do Egito, Machu Pichu, Angkor Wat, etc.). Indiana Jones é um exemplo de um péssimo arqueólogo.

Uma rápida busca na wikipedia também pode ajudar a resolver a questão! Veja PALEONTOLOGIA aqui e ARQUEOLOGIA aqui.

De outra maneira, imageticamente falando, para tornar tudo bem simples:

Isso

E isso

T Rex Pano copy2-L

São estudados pela P.A.L.E.O.N.T.O.L.O.G.I.A !!!

——————————————————————————–

Já isso:

E isso

são estudados pela A.R.Q.U.E.O.L.O.G.I.A !!!

 

AAHHHHHHH!!!!!!!!!!

Entendido?????

Salve um paleontólogo e um arqueólogo de um infarto desnecessário! Pesquise 5 minutinhos sobre o assunto!
A Paleontologia e a Arqueologia agradecem!!!
 
Perdoem pela simplificação exacerbada, mas é para que esse apelo ficasse o mais compreensível possível para outsiders… 

Em busca do Permiano – Parte 1

Acompanhe a expedição Piauí-Maranhão 2013 em busca de fósseis de vertebrados permianos no nordeste brasileiro. A expedição faz parte de um extenso projeto realizado por um convênio de instituições do mundo todo, mas com base na Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Nessa primeira parte de uma série de video casts, o paleontólogo Dr. Juan Carlos Cisneros (UFPI) fala sobre a importância do estudo de fósseis permianos.

Não deixe de acompanhar os outros vídeos da série!


 

Projeto Ciência com Arte! – Apoie a ciência e a arte de seu país!

Venha conferir o nosso projeto e ajude a apoiar a arte e a ciência de seu país!
Colabore a divulgar a arte e a ciência paleontológica.
http://vimeo.com/63132583
Criamos este projeto de crowdfunding no Catarse com a finalidade de alavancar a Paleontologia Nacional. Como a Paleoarte é a maior embaixadora da Paleontologia, decidimos incentivar paleoartistas a participarem de um concurso cujo tema é a “Paleontologia brasileira”. Pretendemos premiá-los, divulgar sua arte e promover exposições em diferentes locais do país. O tema não foi escolhido à toa. Além de apreciar a arte, as pessoas poderão conhecer um pouquinho mais do passado de seu país.

No final do concurso, será produzido um catálogo de paleoartistas nacionais e todos que colaborarem com o projeto serão incluídos nos agradecimentos. Quem apoiar com quantias acima de R$60 ganhará cópias impressas dos trabalhos vencedores!!

Apoie a arte e a ciência do seu país!!
A Paleontologia nacional agradece!!!
Veja maiores detalhes aqui: http://catarse.me/pt/paleoarte#

Quero apoiar agora!

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Você está convocado a defender o patrimônio do seu país!! – Entenda e denuncie

É com profundo pesar que mais uma vez venho fazer uma denúncia…

Por diversas vezes já divulguei aqui no blog – além de manter uma página fixa com conteúdo detalhado e informativo – a legislação brasileira no que diz respeito ao trato do material fóssil.

Fósseis (restos de seres vivos ou evidências de suas atividades biológicas preservados em diversos tipos de materiais, como rochas, resina, gelo, piche, etc.) são considerados patrimônios da Nação, bens comuns da União, e como tal, sua comercialização e negociação é considerada CRIME, passível de reclusão (sim, PRISÃO) e multa (ver DECRETO-LEI 4.146 de 1942).

Fósseis devem ser devidamente encaminhados para museus ou instituições de pesquisa para que possam corretamente cumprir o seu papel com a sociedade: construir identidade e conhecimento! O seu valor cultural e científico é infinitamente soberano a qualquer valor comercial: É incalculável.

Os fósseis têm um caráter multifacetado, pois podem ser considerados ainda minerais/exemplares raros de zoologia, botânica, anatomia/material científico/patrimônio cultural e natural/monumentos pré-históricos/ testemunho histórico etc. Desta forma, os que comercializam fósseis e os que os recebem ou compram, se enquadram em uma série de crimes tipificados na legislação de proteção Ambiental, na Legislação de Proteção do Patrimônio Cultural e Histórico, na Constituição Federal e no Código Penal.

Por meio de uma informação do nosso colega, doutorando em Paleontologia na UFPE, Renan Bantin, chegamos a ESSA página:

Sem título

“COMO DAR PREÇO A UM FÓSSIL”

Ahhh, “Porque não ensinar como dar preço a um fóssil?!”

– Porque isso é um imenso desserviço para sociedade e um CRIME!

Um artigo como esse é criminalmente equivalente a um artigo de “como estuprar”, “como invadir um computador”, “como clonar um cartão de crédito” no que se refere a incitar, e de certa forma, fazer apologia ao crime, conforme tipifica o artigo 286 e 287 do Código Penal. 

Passa-se tanto tempo divulgando o correto – moral, cultural e legalmente – para se encontrar um desserviço desse na internet?  — Quer saber o pior? Um artigo desse tem muito mais compartilhamentos do que um artigo que se dedica a espalhar o que é correto!

Você aí, que está lendo isso agora, gostaria muito que fizesse a sua parte. Em um país de um governo corrupto, imundo e criminoso, a ‘limpeza’ começa pelas suas atitudes cotidianas com todas as coisas. Primeiro, não seja você mesmo corrupto, segundo: denuncie a corrupção! Comércio de fósseis é crime. Cada vez que isso acontece e um fóssil vai para uma ‘coleção particular’, se perde um pedaço do conhecimento de nossa própria história!

Junte-se a nós na luta para espalhar a informação CORRETA! O fóssil não é dele, dela, do fulano ou do ciclano… os fósseis SÃO NOSSOS!!! Não se compra e nem vende, eles são patrimônios da União. Lugar de fóssil é aonde ele possa gerar conhecimento e identidade com a população.

Não venda e nem compre fósseis.

Denuncie!

Compartilhe essa informação!

 

Se você quer que o artigo desse site saia do ar, deixe sua mensagem lá. Aproveite para ler os manifestos de paleontólogos de todo país.

A Paleontologia e toda Ciência brasileira agradecem!

– Artigo com contribuição do nosso amigo Bernardo Pimenta.

Sobre mamutes clonados e tudo mais…

Vocês já pararam para pensar nos prós e nos contras de se recriar animais extintos? 

Durante o último mês anunciamos diversas vezes a ocorrência do I DeExtinction Symposium ( I Simpósio sobre Desextinção) e a clara entrada da humanidade em uma era em que já é possível fazer isso: recriar animais extintos! A discussão gerada entre estudiosos acalorou-se no mundo todo e pessoas comuns puderam acompanhar de suas casas dezenas de cientistas apresentam os resultados dos seus projetos de longa data com a finalidade de trazer de volta à vida animais que foram banidos de sua existência na face da Terra (se você não pode acompanhar, assista aqui: http://longnow.org/revive/tedxdeextinction/ – em inglês).

Ficou claro o interesse das pessoas pelo assunto e falando a verdade, quem não gostaria de ver desde um Thylacinus à um Mamute caminhando outra vez?! Quem nunca sonhou com um Parque Pré-histórico?

Esse debate foi mais interessante, todavia, para que principalmente parássemos para pensar um pouco sobre o porque recriar animais. A ciência deve realizar alguma coisa simplesmente porque pode fazê-lo? Quais os prós e os contras disso?

Para começar, alguns mitos têm que ser destituídos. Recriar dinossauros a partir de clonagem continua sendo história de ficção. Quando falamos em recriar animais extintos, falamos daqueles que desapareceram nas últimas décadas, séculos ou alguns milênios apenas. Não milhões de anos. O DNA não é uma molécula estável o suficiente para resistir esse tempo todo e mesmo que algumas proteínas possam, elas não são suficientes para se recuperar partes significativas do genoma de um animal, que permitam a sua clonagem e replicação.

O DNA de mamute somente é acessível devido ao fato de ter permanecido congelado até a atualidade. Diversas carcaças desses animais são encontradas muito bem preservadas debaixo do permafrost ártico. Ainda assim, faltam pequenos fragmentos no código, que não resistiram ao tempo, e os cientistas têm completado utilizando uma técnica “alá Frankenstein“. Eles pegam trechos de DNA de um mamute e do outro e somam para obter o código completo. Voilá, genoma de mamute!! Hoje já entendemos o quão diferente eram esses animais de seus parentes atuais, inclusive com adaptações muito especializadas ao clima congelante – e que existiam mamutes ruivos, loiros e castanhos ;] (assista esse ótimo documentário sobre ‘como recriar mamutes’ AQUI).

Uma das carcaças de um bebê mamute mais bem preservadas encontradas na Sibéria

Isso é fabuloso! Estamos gerando conhecimento! Mas até que ponto podemos chegar? Sem dúvida muitos cientistas querem ir além, mas outros são mais cautelosos. Trazer animais de volta à vida pode gerar mais transtornos do que se parece. Quem nunca assistiu o filme, ou principalmente leu os livros sobre “Jurassic Park”, deve fazê-lo. Tirando o fato de serem dinossauros, a discussão abordada é ultra pertinente.

Depois de recriar o animal, o que você vai fazer com ele? Vai ser utilizado para entretenimento? Vai ser dissecado para pesquisas? Vai ser liberado no meio selvagem para se reproduzir outra vez? Quais os impactos de se fazer isso? Ainda existe habitat para ele? Qual vai ser o impacto na fauna e flora existente?

A discussão é diferente quando se fala de animais extintos nas últimas décadas e animais extintos há milênios:

Quando a extinção de um animal foi causada pelo homem recentemente, isso não nos obrigaria a empregar todos os nossos esforços em recuperá-los? Outra vez: Adianta, se seu habitat também foi destruído?

Pensem um pouco sobre isso, assistam os vídeos, e no próximo post vamos destrinchar todas essas perguntas e falar um pouco mais sobre o que aconteceu e as conclusões do I DeExtinction Symposium.

A melhor dica é, assistam ESSE filme (trailer abaixo)!! Sem falta.

Quem tiver interesse, leia os livros de Michael Crichton sobre Jurassic Park. Vale a pena.

[youtube_sc url=”http://www.youtube.com/watch?v=vW6W36-oWCU”]