Engajamento em temas de ciência: apelando para os rock stars

Você acha que colocar cientistas ao lado de estrelas do rock ou celebridades ajudaria o público a ler mais, se interessar e debater assuntos de ciência?

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O cantor Seal com os cientistas Eric J. Topol e David B. Agus. Fonte: Rock Stars of Science.

Jon Miller acha que não. A foto abaixo, que tirei durante uma reunião de jornalistas e escritores de ciência que aconteceu no começo deste mês em New Haven – onde fica a famosa Universidade de Yale -, mostra o descontentamento de Miller com essa ideia.

Jon Miller na reunião NASW, New Haven.

Apontando o dedo, o professor da Universidade de Michigan, e um dos cientistas mais importantes da chamada “alfabetização científica” ou “conhecimento sobre ciência”, disse: “Isso não vai durar cinco minutos. Precisamos de longevidade nisso tudo”.

Quem trouxe o tema rock stars para a discussão foi Chris Mooney. Conheci Mooney no ano passado, ao frequentar palestras do programa Knight de jornalismo científico do MIT, do qual ele foi bolsista. Ele escreveu, entre outros, o livro Unscientific America, tem um blog (aqui) e apresenta o Point of Inquiry (aqui).

Chris Mooney defendendo os Rock Stars of Science.

Voltando a New Haven… Mooney, após apresentar dados do quanto os norte-americanos sabem pouco sobre ciência – citam Einstein, Bill Gates e Al Gore quando perguntados quais cientistas conhecem – defendeu que a solução para engajar o público em temas de ciência é olhar para a mídia de entretenimento. “Não precisamos chegar a Hollywood, mas termos rock stars junto ajuda”, disse.

Miller se retorceu, claro, pois ele aposta no fortalecimento da educação em ciência como forma de ter um público engajado. Ele defende que todos precisam saber princípios básicos da ciência. “Você precisa saber o que é um átomo e uma molécula para entender nanotecnologia”, disse. 

Bom, o assunto é vasto e polêmico. Sei que chamadas como “o genoma de Ozzy Osbourne foi sequenciado” fazem muito mais sucesso do que chamadas sobre o sequenciamento do genoma de uma alga com implicações importantes para o problema energético no mundo. Como disseram em New Haven, colocar Lady Gaga no titulo também dá certo.

Mas, precisamos mesmo apelar para as celebridades?

O assunto está rendendo. Veja post de ontem no blog hospedado pelo The Guardian (aqui) e a resposta de Mooney hoje (aqui). 

Paul Auster como refúgio

Olha, meus colegas de profissão bem sabem que às vezes esbarramos com artigos científicos bem complicados, que exigem um esforço enorme da nossa parte para tornar a leitura sobre a pesquisa dos cientistas agradável e instigante para quem nunca ouviu falar daquilo antes.

Semana passada eu tive sorte. Depois de enfrentar as 25 páginas de um artigo publicado na renomada revista Cell, pensando em metáforas para explicar os caminhos das células produtoras de anticorpos dentro dos chamados centros germinativos, fui conhecer Paul Auster.

Paul Auster como refúgio.

Paul Auster lendo trechos de seu mais novo livro, Sunset Park.

De voz mansa e suave, o premiado escritor norte-americano leu trechos de seu mais novo livro, Sunset Park – nome de um bairro no Brooklyn, NY – para a plateia da Livraria de Harvard, em Cambridge. Dele só li até agora Desvarios no Brooklyn e Homem no Escuro. Meu cunhado disse que Achei Que Meu Pai Fosse Deus é “simplesmente matador”. Preciso conferir.

Fico impressionada com a habilidade de Auster em manter o leitor envolvido com três ou quatro histórias que correm paralelas. Haja destreza! Vejam o que Umberco Eco escreveu sobre Auster (copiei das revisões do Sunset Park):

“Nabokov certa vez disse ‘divido a literatura em duas categorias: os livros que eu gostaria de ter escrito e os livros que eu escrevi.’ Na primeira categoria, incluo livros escritos por Kurt Vonnegut, Don DeLillo, Philip Roth e Paul Auster”.

Uau!

Hora de voltar para a ciência.

Mayana Zatz fala sobre o futuro das carreiras na área de genética

Entrevistei recentemente a Professora Mayana Zatz para a Pré-Univesp, uma revista digital de apoio ao estudante pré-universitário, editada pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).

                                   

Mayana Zatz é professora da USP, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano e do projeto Instituto Nacional de células-tronco em doenças genéticas. Arquivo pessoal.

Mayana contou que se apaixonou pela genética já durante o ensino médio e entrou na universidade determinada a estudar genética humana/médica. Ela falou sobre as diferentes áreas de atuação de um geneticista e destacou que, como será cada vez mais fácil e barato sequenciar o genoma de uma pessoa, o campo do aconselhamento genético deverá crescer muito. “Haverá uma grande quantidade de informação e muito pouco conhecimento. Vamos precisar de geneticistas para explicar para a população o que significa aquela mutação, qual é o impacto que pode ter na vida dela, se é preocupante ou não (…)”, disse. E olha que a profissão de aconselhamento genético ainda não está regulamentada no Brasil.

No contexto dos dez anos do Projeto Genoma Humano, o que os cientistas aprenderam? O conhecimento científico gerado até agora teve impacto em práticas de saúde? Quais? Para saber a opinião de Mayana sobre isso e conhecer as linhas de pesquisa pesquisas realizadas no Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, sob sua coordenação, leia a entrevista completa (aqui).

A edição atual da Pré-Univesp está recheada de reportagens interessantes, além de artigos, infográficos, vídeos e dicas de livros. Vale a leitura!

Sobre comidas azuis

A mãe abriu um saco de papel, entregou uma coxinha para sua filha e, para acompanhar, nada melhor do que suco, certo? Mas o suco precisava ser azul?

Presenciei essa cena em uma visita recente ao Consulado brasileiro em Boston e me lembrei de uma discussão antiga na minha família, levantada pela minha irmã: por que abominamos comidas azuis? A repulsa não se explica apenas por conta da artificialidade, pois não gosto dos sucos artificiais alaranjados mas adoro o suco de tangerina do restaurante Pitanga em São Paulo. Não tomo gatorade verde mas não resisto a um suco de couve com laranja.

A teoria da minha irmã é que não gostamos de comer nem beber coisas azuis pois não há comida azul na natureza. Segundo ela, blueberry (mirtilo, em português) e batatas azuis são, na verdade, roxas.

Aí me lembrei de uma vez em que fui ao Museu de História Natural de Harvard e ouvi Hillery Metz explicar que, na maioria dos animais, a cor azul não é produzida por pigmentos azuis, e sim por luz azul refletida por estruturas microscópicas que formam sulcos, camadas finas, bolhas de ar. Ou seja, diferentes comprimentos de onda são refletidos dependendo da maneira como essas estruturas se organizam; são as chamadas cores estruturais. Metz é pós-graduanda da universidade de Harvard.

Fui pesquisar se os azuis das plantas são produzidos assim também. Sim, há cores estruturais em plantas, embora seja uma área ainda pouco explorada pelos pesquisadores, segundo trabalho publicado por Beverley Glover e Heather Whitney no Annals of Botany (aqui). Mas há pigmentos azuis em plantas, como é o caso da antocianina.

Bom, continuo sem saber explicar a repulsa a comidas azuis. Alguma pista?

É possível computar todo o conhecimento presente no mundo?

Título provocativo, devo assumir.

Stephen Wolfram diz que é possível computar todo o conhecimento do mundo usando o WolframAlpha, sistema lançado ano passado por sua empresa. “O projeto mais complexo em que já trabalhei”, segundo o físico e cientista da computação, criador do Mathematica e autor do livro A New Kind of Science.

Stephen Wolfram e Jason Pontin, no EmTech (MIT).

Faça você mesmo um teste. Acesse o http://www.wolframalpha.com/ e digite qualquer pergunta (infelizmente tudo em inglês, por enquanto). Escrevi “Visitors to Brazil” e recebi de volta um relatório com número de turistas, meio de transporte e motivo da viagem. Legal! Tente, por exemplo, “Red + yellow”. Se você gostar de números e cálculos, digite qualquer fórmula matemática. Tente “Fruit fly gene map” e “Oscar for best actress 1958”.

Motivo de viagem de visitantes ao Brasil (gráfico gerado pelo WolframAlpha).

Diferentemente do Google, que retorna as respostas mais populares para a sua pergunta, o WolframAlpha interpreta o enunciado e devolve um relatório padronizado usando fontes primárias da informação, como o Center for Disease Control se a pergunta for sobre alguma doença. “Os dados primários estão em diferentes domínios. O nosso desafio é achar a fonte primária e interagir com eles”, disse Wolfram durante a conferência EmTech, que aconteceu em setembro no MIT. Está explicado o motivo de sua empresa ter mais de 500 funcionários de diferentes áreas do conhecimento.

Wolfram fala rápido. A impressão que dá é que as engrenagens do seu cérebro estão a mil. Aliás, ele foi laureado, em 1981, com o prêmio MacArthur, conhecido como o “prêmio dos gênios”. Não gosto de estereótipos assim, mas resolvi falar do prêmio pois tem muita gente interessante listada no site. Vale a pena dar uma olhada (aqui).

Algo incomoda na ideia de computar todo o conhecimento do mundo?

Jason Pontin, editor da Technology Review, disse ter uma objeção filosófica a essa ideia. “As questões que mais interessam a humanidade têm respostas ambíguas e não podem ser facilmente computadas”, disse. Como responder à pergunta “qual é o maior terrorista de todos os tempos?”. Wolfram tentou explicar falando sobre os julgamentos das informações. Disse que no sistema procuram sempre conectar informações a fatos. Humm, mas ficou sim um buraco. O ambicioso objetivo de computar todo o conhecimento do mundo nunca será atingido, na minha opinião.

Veja o fluxograma publicado na última segunda-feira na revista Wired. Que site de busca devo usar? Se você está atrás de fatos, use WolframAlpha (quadrado azul).

Veja uma entrada recente, explorando a história da Terra. E tem muito mais. Use a sua imaginação e compare dados do Google com os gerados pelo WolframAlpha.

Saiba mais sobre os algoritmos e racional do sistema assistindo ao vídeo da palestra (aqui).

Para pensar: qual é a melhor fonte primária? Isso nem sempre é claro, certo? Fica a dúvida.

Antes de tudo virar cinza novamente, um vermelho forte que começa lá de cima. Dentro da mata, um ama

Antes de tudo virar cinza novamente, um vermelho forte que começa lá de cima.

Dentro da mata, um amarelo de ofuscar nossas vistas.

Aos poucos, o chão vai se colorindo.

 Outono faz bem para os olhos.

Morto ou Vivo? Exposição no MAD, em Nova York

Mosaicos feitos com asas de baratas? Crânios montados com ervas e temperos? Esqueleto de vaca como estrutura de uma motocicleta? Chifres cravejados com cristais? Escultura de lentilhas vermelhas em meia-calça?

Sim, vi tudo isso no último sábado. Caminhei pelos dois andares da exposição “Morto ou Vivo”, no Museu de Arte e Design de Nova York, observando atentamente as obras de arte criadas com sementes, galhos, ossos, carapaças, penas, pêlos, entre outros. Ao usar materiais antes vivos, os artistas procuram fazer uma ponte entre vida e morte.

Certas obras causaram espanto. Outras, repulsa. Esqueletos de espécies extintas montados com ossos de frangos – usados por cadeias de fast food – fazem pensar (obra da artista Christy Rupp).

Elegância, leveza e delicadeza também estiveram presentes. Dentes-de-leão suspensos no ar. Pintura da Dinastia Song recriada por Xu Bing, usando sombras e detritos vegetais. O designer e artista Ango Design usou 12 mil casulos de bichos-da-seda para montar sua obra Eight Thousand Miles of Home, assim chamada pela estimativa de que há 8 mil milhas de filamentos na “luminária” criada (veja entrevista com Design aqui).

É possível ver todas as obras da exposição no site do MAD (aqui), assim como entrevistas com alguns artistas. O roteiro voltado para professores fornece várias informações interessantes (aqui). 

E para terminar o fim de semana arte/natureza, uma visita à instalação de Patrick Dougherty, no Jardim Botânico do Brooklyn. Chocante!

Natural History (2010), de Patrick Dougherty, no Jardim Botânico do Brooklyn, NY.

Germaninho Coelho, você sempre estará vivo nas raízes dos manguezais e nos caranguejos azuis da Praia dos Carneiros.

Mulheres na ciência: pelejando, aos poucos as desigualdades diminuem

Pelejar* foi o verbo que me veio à cabeça assim que terminei a visita à exposição “Tell her to go to it”, que conta as trajetórias de algumas mulheres no MIT.

“Women’s Laboratory” (MIT), fundado em 1876.

Capítulos de uma árdua batalha para que mulheres pudessem participar dessa tal de ciência e tecnologia. Como? Por meio de muita insistência, quebras de preconceitos, persistentes passos firmes. Primeiro, brigando pelo direito de frequentar aulas, então exclusivas para homens. Depois veio a luta por espaço, moradia, cargos administrativos e acadêmicos. Alguns destaques:

1867: seis anos após a inauguração do MIT, Anita Tyng e Rebecca Shepard escreveram uma carta à instituição pedindo que frequentassem aulas de química. Receberam a seguinte resposta: “Não podemos atender ao pedido sem gravemente constranger a organização do laboratório e outros departamentos (…)”.

1870: Ellen Swallow Richards é admitida no MIT como estudante especial e foi a primeira estudante mulher da instituição. Ela conseguiu entrar após muita insistência, pedindo ao professor que só a julgasse depois que acompanhasse seu rendimento. Deu certo!

1876: Ellen Swallow ajuda a fundar o “Women’s Laboratory” (foto) para formação de mulheres em Química.

1930: Mulheres começam a frequentar cursos de pós-graduação no MIT.

1963: criado dormitório exclusivo para mulheres (McCormick Hall), no campus do MIT.

1951: mulheres começam a assumir cargos administrativos e acadêmicos no MIT.

2004: Susan Hockfield é eleita presidenta da instituição. Primeira mulher e primeira representante das ciências da vida a assumir tal cargo.

Como destacou o Professor Manoel Barral em seu blog, atualmente há mais doutoras do que doutores formados no Brasil e nos Estados Unidos (aqui), mas mulheres ainda encontram dificuldade na ciência (aqui).

Conclusão? Pelejando as desigualdades diminuem.

A exposição foi aberta no mês passado e ficará até dezembro na pequena e preciosa Maihaugen Gallery, no campus do MIT.

*“Eu pelejei para arrumar umas mangas de vez para fazer um doce para você, mas não consegui, minha filha”, dizia meu vô Jorge. E ele pelejava mesmo, tentava, lutava, batalhava para satisfazer seus netos com… bolo de espinafre com banana, marmelada de Luziânia em caixinha de madeira, e por aí vai.

Bactérias foram destaque da cerimônia de premiação do Ig Nobel

Participei ontem da 20a cerimônia de premiação do Ig Nobel. Satirizando o aclamado Prêmio Nobel, a equipe do Annals of Improbable Research (AIR) homenageia, todos os anos, pesquisas que fazem rir, e, em seguida, pensar. Os dez vencedores de 2010 (veja lista abaixo) foram anunciados durante a cerimônia no teatro Sanders (lindo!), que fica no campus da Universidade de Harvard. A intenção de tal premiação é celebrar o inusitado e estimular o interesse do público por ciência, medicina e tecnologia.

Este ano o tema foi “bactérias”. Marc Abrahams, editor do AIR, me disse que eles procuram escolher temas cujos nomes as pessoas reconheçam, mas que nunca param para pensar sobre o assunto. “Você, por exemplo, está coberta de bactérias”, disse.

Antes da cerimônia oficial começar, tais microrganismos foram homenageados com um concerto de piano “bactérias patogênicas”, acompanhado por um “coro bacteriano”. Conforme a pianista tocava, crescia a lista de bactérias listadas na tela, presentes na boca, pele, intestinos delgado e grosso de humanos.

Palco lotado, bagunça organizada. Os vencedores entraram no palco segurando uma corda, como as crianças que saem a passeio com a escola. Mais um tributo às bactérias: as gêmeas Evelyn Evelyn cantaram uma música composta exclusivamente para o evento, descrevendo vários nomes científicos de bactérias.

Richard Losick, professor da Universidade de Harvard, proferiu um curtíssimo discurso que, a meu ver, deveria ter sido o tom das homenagens às bactérias. Losick ressaltou que vivemos em perfeita harmonia com zilhões de bactérias espalhadas pelo nosso corpo, descreveu a importância delas para o desenvolvimento do nosso sistema imune e suas influências em nossas emoções. “Somos mais bactérias que humanos? Foi você quem decidiu vir aqui hoje à noite ou foram suas bactérias?” Risadas por todo lado!

Richard Losick, professor da Universidade de Harvard

Até ópera bacteriana teve, descrevendo a saga de uma bactéria que vive no dente de uma mulher. Além de contar sobre a convivência com vizinhos, e da invenção de um telescópio por galileococos – possibilitando que as bactérias vissem que os humanos são cobertos por bactérias -, houve até uma explicação sobre a formação de biofilmes (stand on the shoulders of giant piles of bacteria).

Os ganhadores do IgNobel receberam o prêmio das mãos de cientistas laureados com o verdadeiro Prêmio Nobel: Sheldon Glashow (Física, 1979), Roy Glauber (Física, 2005), Frank Wilczek (Física, 2004), James Muller (Paz, 1985) e William Lipscomb (Química, 1976), que este ano completará 91 anos de idade.

Impressionou vê-los no palco, totalmente entregues às brincadeiras e participando de tudo: varrendo os aviões de papel do chão, vestindo sutiã e carregando bactérias gigantes de pelúcia. Hilário.

Uma forma de divulgação científica repleta de risos!

Frank Wilczek, James Muller e Sheldon Glashow segurando bactérias de pelúcia 

Roy Glauber varrendo os aviões de papel, tradição do Ig Nobel.

Aí vai a lista dos ganhadores do Ig Nobel 2010:

Obs: o interessante é comparar a descrição do prêmio com o título do trabalho original

Engenharia

– “Pelo aperfeiçoamento de um método de limpar secreção nasal de baleias usando um helicóptero guiado por controle remoto”

– Karina Acevedo-Whitehouse, Agnes Rocha-Gosselin e Diane Gendron, cientistas do Reino Unido e do México

– Trabalho publicado no periódico científico Animal Conservation (resumo aqui). O título do trabalho fala sobre uma ferramenta não-invasiva para monitoramento de doenças em baleias e sua importância para programas de conservação.

Medicina

– “Pela descoberta de que os sintomas da asma podem ser tratados com uma volta numa montanha-russa”

– Simon Rietveld; Ilja van Beest, cientistas holandeses

– Trabalho publicado na Behaviour Research and Therapy (resumo aqui). O título original afirma que estresse emocional positivo interfere com a percepção da dispnéia.

Planejamento de transporte

– “Pelo uso de micetozoários (microrganismos que parecem “lodo”) para determinar rotas ideais de malhas ferroviárias”

– Grupo de cientistas japoneses e Dan Bebber e Mark Fricker (Reino Unido)

– Trabalho publicado na Science (resumo aqui). 

Física

– “Pela demonstração de que em calçadas com camadas de gelo, durante o inverno, as pessoas escorregam e caem muito menos se vestirem a meia do lado de fora de seus sapatos”

– Lianne Parkin, Sheila Williams e Patrícia Priest, cientistas da Nova Zelândia

– Trabalho publicado na New Zeland Medical Journal (resumo aqui). Título original vai na linha da prevenção de quedas de inverno: teste randomizado e controlado de uma nova intervenção.

Paz

– “Pela confirmação da crença de que falar palavrão alivia dores”.

– Richard Stephens, John Atkins e Andrew Kingston, cientistas do Reino Unido

– Trabalho publicado na Neuroreport (resumo aqui)

Saúde Pública

– “Pela determinação experimental de que micróbios ficam aderidos às barbas de cientistas”

– Manuel Barbeito, Charles Mathews e Larry Taylor, pesquisadores do Industrial Health and Safety Office, nos Estados Unidos

– Trabalho original publicado em 1967 na Applied Microbiology (resumo aqui).

Química

– “Pela contestação da velha crença de que óleo e água não se misturam”

– Eric Adams (MIT), Scott Socolofsky (TAMU, Texas) e Stephen Masutani (Hawai)

– Relatório (resumo aqui).

Gestão

– “Pela demonstração matemática de que organizações seriam mais eficientes se promovessem pessoas ao acaso”

– Alessandro Pluchino, Andrea Rapisarda, Cesare Garofalo, cientistas italianos

– Artigo publicado na Physica A (resumo aqui)

Biologia

“Pela documentação científica de felação em morcegos”

– Cientistas chineses e Gareth Jones da Universidade de Bristol (Reino Unido)

– Artigo publicado originalmente na PLoS One (artigo aqui)

Que tal Bach para encerrar evento de tecnologia?

Michael Hawley estava com pressa para pegar seu voo. Olhou várias vezes para o relógio, o que facilmente despertaria indignação da plateia que passou três dias ouvindo sobre tecnologia no EmTech, conferência que terminou ontem.

Por milagre da música de Bach, não foi o que aconteceu.

Michael Hawley ontem no MIT.

Pianista clássico, jazzista, autor do maior livro do mundo, pioneiro no campo de mídia digital*, Hawley tocou o piano lindamente, com amostras de tocantes músicas de Bach, no encerramento da reunião organizada pela revista Technology Review, editada pelo MIT.

Foi uma verdadeira aula sobre Bach, que morreu há 350 anos e continua sendo o músico mais popular de todos os tempos.

Por que Bach foi tão bem-sucedido? Por que ele inspirou tantos músicos? “Há algo na música de Bach que transcende, te faz sentir vivo”, disse Joshua Bell, em trecho do documentário “Bach&Friends” exibido durante a apresentação.

“A musica de Bach é, de certa forma, engenheirada, colocada de um jeito que nerds e geeks acham esteticamente interessante”, disse Hawley (aos 10min do vídeo).

Aos 36min do vídeo, Hawley faz um paralelo da música com o mundo natural. Música como uma cola para juntar pessoas. 

Minha vontade agora? Assistir ao filme “Bach&Friends”. O trailer dá uma ideia da lindeza da produção.

*segundo Jason Pontin, editor da Technology Review

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