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Paleontologia e Pokémon: Conheça os animais que inspiraram os Pokémon fósseis!

Esta contribuição foi feita pelo aluno de graduação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) chamado Rodolfo Otávio dos Santos. Atualmente ele se encontra no 6º período do curso de Ciências Biológicas e está estagiando no Laboratório de Paleontologia da UFU (https://www.facebook.com/PaleoUFU).

Devido ao seu interesse na área e de auxiliar na divulgação sobre tais assuntos, ele seguirá contribuindo com mais postagens sobre os mais variados tópicos. Rodolfo fez sua primeira contribuição tratando sobre a discrepância entre a abundância de dinossauros na Argentina x Brasil (aqui). Hoje ele traz um tema bastante atual e interessante, que é a relação dos Pokémon com os animais fósseis já descobertos, que servem de inspiração para os referidos monstrinhos. Divirtam-se!

figura 1

Criada pelo japonês Satoshi Tajiri há 20 anos, Pokémon é uma das mais bem sucedidas franquias de mídia de todos os tempos. Tudo começou no ano de 1996, com o lançamento dos jogos Pokémon Green e Pokémon Red, ambos para Game Boy, um videogame portátil da Nintendo. De lá pra cá, a franquia cresceu, e além de jogos engloba mangás, jogos de cartas, filmes e o anime (POKÉMON COMPANY, 2016), que foi o responsável pela popularização de Pokémon em diversos países, inclusive o Brasil, sendo praticamente unanimidade entre as crianças no início dos anos 2000. Recentemente, com o lançamento do jogo Pokémon GO, a franquia ficou novamente em evidência, e ao que tudo indica marcará a infância de uma nova geração de crianças ao redor do planeta.

O universo da franquia gira em torno dos seres chamados Pokémon, abreviação do termo Pocket Monsters (Monstros de bolso), que podem ser capturados e treinados por seres humanos (POKÉMON COMPANY, 2016). Os Pokémon, em sua maioria, são baseados em animais, porém alguns são inspirados em plantas, objetos e até mesmo criaturas mitológicas. Neste texto, discutirei sobre uma categoria especial de Pokémon, os Pokémon fósseis, que foram baseados em organismos fósseis reais!

De maneira semelhante ao que ocorre no mundo real, também existem fósseis no universo Pokémon, formados a partir dos restos orgânicos de seres vivos, em sua maioria já extintos. Porém, diferentemente da nossa realidade, no mundo Pokémon existe a possibilidade de trazer esses Pokémon de volta à vida, através de máquinas que utilizam o DNA contido em seus fósseis. Ao todo, são 11 tipos que podem ser encontrados nos jogos, e considerando suas evoluções, temos um total 21 Pokémon pré-históricos.

Os Pokémon ressuscitados dos fósseis sempre possuem o tipo Pedra (Rock), porém não está claro se isso é um efeito colateral do processo de renascimento ou se eles já apresentavam esse tipo originalmente no passado (O que poderia tornar o processo de fossilização mais fácil de ocorrer). De qualquer forma, o motivo deles possuírem o tipo Pedra é uma referência direta ao fato de que os fósseis são encontrados principalmente nas rochas sedimentares.


AerodactylNome: Aerodactyl (Aero – Ar, em grego e Pterodactyl – um gênero de Pterossauros).

Tipo: Rock/Flying
Obtido a partir do Old Amber (Uma possível referência ao filme Jurassic Park)

Aerodactyl é um Pokémon baseado nos Pterossauros, uma ordem de répteis que viveu durante a Era Mesozóica, sendo contemporâneos aos Dinossauros, porém formando um grupo separado (ou seja, os Pterossauros não eram Dinossauros). Dentre o grupo dos Pterossauros, aqueles que mais se assemelham ao Aerodactyl são os Rhamphorhynchoidea (pronuncia-se Ranforrincóide), caracterizados por possuírem boca com dentes pontiagudos e uma longa cauda óssea. Assim como nos Pterossauros, as asas do Aerodactyl são formadas a partir do prolongamento do 4º dedo, sendo recobertas por uma membrana que permitia a sustentação durante o voo. Outra característica comum de muitos Pterossauros (como o famoso Pteranodon) e presente no Aerodactyl são as cristas no crânio, cujas funções variavam desde atração sexual até controle da temperatura e direcionamento do voo (KELLNER; CAMPOS, 2002).Muito do conhecimento científico acerca dos Pterossauros foi produzido por pesquisadores brasileiros, pois há cerca de 110 milhões de anos os céus do nosso país eram dominados por esses animais (para mais informações sobre este assunto no livro escrito por Alexander W. A. Kellner intitulado “Pterossauros os senhores do céu do Brasil”).

Uma pesquisa recente revisando especimes previamente atribuidas a espécie Pterodactylus scolopaciceps foram realocadas em um novo gênero chamado Aerodactyl, em homenagem ao Pokemon homônimo aqui apresentado (VIDOVIC; MARTILL, 2014; veja também uma postagem sobre o assunto aqui no blog).

Omanyte e OmastarNomes: Omanyte e Omastar (estes nomes são uma derivação de Amonite, sendo que em Omastar há também uma referência ao formato de estrela star, devido a forma dos tentáculos do Pokémon).

Tipo: Rock/Water

Obtido a partir do Helix Fossil

Omanyte e Omastar são baseados nos Amonites, grupo de Moluscos Cefalópodes carnívoros (mesmo grupo das lulas e polvos), que surgiram há 400 milhões de anos, durante um período conhecido como Devoniano, e foram extintos no final do Cretáceo, na famosa extinção que também vitimou os dinossauros não-avianos. Os Amonites possuíam uma concha formada por Carbonato de Cálcio, em formato espiral, possuindo várias câmaras. Essa concha funcionava como um submarino, enchendo-se de líquido ou de gases, controlando a flutuação do animal na água (DAVIS et al., 1996), de forma similar ao cefalópode moderno Nautilus, que apesar de parecido com os amonitas é um parente distante. Omanyte e Omastar possuem numerosos tentáculos, assim como as criaturas em que foram inspirados. Adicionalmente, Omastar possui espinhos em sua concha, de forma semelhante às ornamentações presentes nas conchas de alguns Amonites, cuja função, segundo os paleontólogos, está relacionada ao dimorfismo sexual (DAVIS et al., 1996).

Kabuto e KabutopsNomes: Kabuto e Kabutops (Kabuto é o nome dado aos capacetes utilizados pelos samurais).

Tipo: Rock/Water

Obtido a partir do Dome Fossil

Kabuto e Kabutops, diferentemente da maioria dos Pokémon fósseis, são inspirados em criaturas ainda viventes, os Límulos, conhecidos popularmente como caranguejo-ferradura (apesar do nome, são mais aparentados às aranhas e escorpiões do que aos caranguejos). Os primeiros Límulos surgiram no planeta por volta de 450 milhões de anos atrás, e por manterem uma morfologia externa semelhante à de seus antepassados fósseis, os Límulos são chamados de fósseis vivos, embora esse termo não tenha nenhuma validade científica (ROMANO; RIFF; OLIVEIRA, 2007). São animais marinhos, dotados de uma carapaça com função de proteção, muito semelhante à de Kabuto, e diferentemente do Pokémon, apresentam uma cauda (Telson), além de apresentarem olhos apenas na região dorsal. Já Kabutops não parece ter sido inspirado em nenhum organismo fóssil específico, possuindo uma forma de um artrópode com características humanas (presença de apenas quatro membros e bípede). Os Límulos são muito conhecidos por sua migração anual para a costa norte americana, onde milhares de indivíduos buscam se reproduzir (SHUSTER; BARLOW; BROCKMANN, 2003). Além disso, compostos extraídos do seu organismo tem mostrado muito potencial farmacêutico, o que torna esses animais muito valiosos do ponto de vista econômico (HURTON, 2003).

Lillep e CradilyNomes: Lillep e Cradily (Do inglês Lily, pois foram baseados nos Lírios do mar).

Tipo: Rock/Grass

Obtido através do Root Fossil

Lillep e Cradily, assim como Kabuto e Kabutops, são baseados em organismos ainda viventes, os Lírios do mar, que apesar do nome são animais do mesmo grupo das Estrelas e Pepinos do mar, os Equinodermos. Durante o período chamado de Ordoviciano (cerca de 440 milhões de anos atrás) os Lírios do mar surgiram e se diversificaram bastante, sendo muito mais abundantes do que nos dias atuais (BAUMILLER, 1993), o que justifica o fato de terem sido utilizados como base de Lillep e Cradily. Os Lírios do mar se alimentam por meio de filtração, com a ajuda de seus numerosos braços que possuem várias ramificações (pínulas e pódios), responsáveis por levar o alimento até a boca, que fica na porção central do corpo. Os Lírios do mar são capazes de se movimentar por conta de seus cirros, estruturas localizada na base do corpo, semelhantes a uma raiz, que também são responsáveis pela fixação desses animais em rochas (ROCHA, 2006). Diferentemente dos Lírios do mar, Lillep e Cradily apresentam olhos, além de ocelos (manchas na pele em formato de olhos, encontradas em muitos animais, como algumas espécies de borboletas) também estarem presentes em Cradily. O tipo Grama é uma clara referência ao fato desses animais se assemelharem às plantas.

Anorith e ArmaldoNomes: Anorith e Armaldo (Anorith é a junção de Anomalocaris, animal no qual o Pokémon foi baseado e lith, sufixo que significa rocha; enquanto Armaldo é uma referência à Armor, armadura em inglês).

Tipo: Rock/Bug

Obtido através do Claw Fossil

Anorith e Armaldo são baseados num predador marinho pré-histórico conhecido como Anomalocaris, que viveu há 515 milhões de anos e foi um dos primeiros grandes predadores da Terra. Assim como o Anomalocaris, Anorith e Armaldo possuem projeções localizadas na lateral de seus corpos, chamados de lóbulos, que são utilizadas para impulsionar o animal na água. A “garra” dos Pokémon também é encontrada no Anomalocaris, sendo uma projeção utilizada para capturar as presas e leva-las a boca, que tinha um formato de disco (PETERSON, 2011). Os olhos compostos estavam localizados no final de pedúnculos laterais, sendo muito parecidos com os olhos dos  camarões atuais, embora os olhos dos Pokémon sejam normais. Ao evoluir, Armaldo adquire características não encontradas no Anomalocaris, possuindo um aspecto mais terrestre. Ambos Pokémon possuem o tipo Inseto, uma referência por serem baseados em animais que possuem íntimo parentesco com os Arthropoda (grupo em que estão incluídos os insetos).

Cranidos e RampardosNomes: Cranidos e Rampardos (Cranidos é derivado de Crânio, característica marcante dos Pachycefalosaurus, os dinossauros que serviram de inspiração aos Pokémon, enquanto Rampardos pode ser uma referência à palavra Rampage, que significa “ficar com raiva” em português).

Tipo: Rock

Obtido através do Skull Fossil (provável referência ao tipo de fósseis encontrados e referidos a Pachycefalosaurus)

Cranidos e Rampardos foram inspirados nos Pachycefalosaurus (lê-se Paquicefalossauros), um gênero de dinossauros que pertencem ao grupo Pachycephalosauridae, conhecidos por seus crânios peculiares, muito espessos, cheios de protuberâncias ósseas e com uma estrutura em forma de domo no topo, que segundo os paleontólogos era utilizada pelos machos em disputas por fêmeas ou território (BARRET, 2005). Ambos os Pokémon herdaram todas as principais características dos Pachycefalosaurus, incluindo os espinhos no crânio e o comportamento de utilizar a cabeça como principal arma de ataque e defesa.

Shieldon e BastiodonNomes: Shieldon e Bastiodon (O nome Shieldon é derivado de shield, escudo em inglês, enquanto Bastiodon vem da palavra bastion, baluarte em português, uma construção defensiva cercada por muralhas, muito utilizada na Europa a partir do séc. XV).

Tipo: Rock/Steel

Obtido através do Armor Fossil

Shieldon e Bastiodon foram baseados num grupo de dinossauros herbívoros muito conhecido, os Ceratopsídeos (grupo que inclui o famoso Triceratops). A principal característica destes dinossauros, também presente nos Pokémon, é a presença de uma estrutura no crânio em forma de escudo, que tinha um papel muito importante na defesa desses dinossauros contra seus predadores (BARRET, 2005). Shieldon parece ter sido inspirado num pequeno Ceratopsídeo conhecido como Protoceratops, por conta de seu pequeno tamanho e ausência dos chifres no crânio, que eram muito comuns nos Ceratopsídeos mais primitivos. Já Bastiodon parece ter sido inspirado no Chasmosaurus, uma espécie consideravelmente maior, que possuía espinhos no topo do escudo, característica compartilhada pelo Pokémon. Outra característica marcante do escudo de Bastiodon é a presença de “desenhos”, sendo que estes adornos também estavam presentes no Chasmosaurus. Porém sua função ainda é tema de discussão entre os paleontólogos, com alguns defendendo se tratar de uma estrutura que regula a temperatura corporal, enquanto outros argumentam que seria utilizada para atração sexual (BARRICK, 1998). Também é possível notar a semelhança do escudo do Bastiodon com a parede dos castelos medievais, com seus desenhos lembrando janelas.

Tirtouga e CarracostaNomes: Tirtouga e Carracosta (O nome Tirtouga é baseado em Tortuga, tartaruga em espanhol; enquanto Carracosta provavelmente faz referência à carapaça característica do grupo e à costa litorânea, local de nascimento das tartarugas marinhas).

Tipo: Water/Rock

Obtido através do Cover Fossil

Tirtouga e Carracosta são baseadas em Tartarugas, um grupo de animais que surgiu na Terra há aproximadamente 220 milhões de anos, caracterizados principalmente por sua carapaça, que é formada a partir da fusão das vértebras e costelas e recoberta com placas dérmicas. Apesar de aparentemente não serem baseadas em nenhuma tartaruga fóssil específica, é possível notar algumas pequenas semelhanças de Tirtouga com a Protostega gigas, uma espécie de tartaruga marinha que viveu há cerca de 84 milhões de anos, e assim como o Pokémon possuía depressões em seu casco (STEMBERG, 1903). Já Carracosta possui um aspecto mais terrestre, tendo as pernas traseiras adaptadas para andar, e não para nadar, de maneira similar às jabutis, animais intimamente aparentados com as tartarugas, porém de hábito terrestre. Seu grande tamanho, no entanto, é uma possível referência à Archelon ischyrus, maior espécie de tartaruga de todos os tempos, medindo cerca de 4 metros (WIELAND, 1896). É válido lembrar que várias espécies de tartarugas marinhas viventes corre risco de extinção, principalmente por conta da poluição dos oceanos (sobre programas de proteção às tartarugas visite o projeto TAMAR).

Archen e ArcheopsNomes: Archen e Archeops (O nome dos dois Pokémon é baseado em Archaeopteryx, um dinossauro muito semelhante às aves, que possuía asas, bico e penas).

Tipo: Rock/Flying

Obtido através do Plume Fossil (provável referência ao holótipo de Archaeopteryx, que consiste de uma única pena fossilizada)

Archen e Archeops são baseados num dos animais pré-históricos mais importantes já encontrados, o Archaeopteryx. Sua descoberta foi de grande ajuda à Teoria da Evolução, fornecendo fortes evidências de que os as aves seriam descendentes dos dinossauros, mais especificamente aqueles de um grupo chamado Theropoda (O mesmo dos famosos Tyrannosaurus e Velociraptor). Os dois Pokémon possuem todas as características mais marcantes do Archaeopteryx, como as asas ainda com garras, penas, cauda óssea e o bico com dentes (BARRET, 2005). O nome Archaeopteryx significa “Pena antiga”, nome este proposto pelo fato do primeiro fóssil encontrado, assim como ocorre nos jogos, conter apenas uma pena fossilizada. Archeops, além de se basear no Archaeopteryx, também parece ter sido inspirado no principal deus Asteca conhecido como Quetzalcóatl, uma serpente com várias penas pelo corpo.

Tyrunt e TyrantrumNomes: Tyrunt e Tyrantrum (Tyrunt é a combinação entre Tyrannosaurus e runt, palavra em inglês utilizada para designar alguém pequeno; enquanto Tyrantrum é a combinação de Tyrannosaurus e tantrum, palavra também de origem inglesa que significa ataque de raiva).

Tipo: Rock/Dragon

Obtido através do Jaw Fossil (Provável referência ao fato de que o primeiro fóssil de Tyrannosaurus descoberto se tratar de uma mandíbula)

Tyrunt e Tyrantrum são baseados no mais popular dos dinossauros, o Tiranossauro. As principais características deste dinossauro, como os famosos braços curtos, as pernas musculosas, além da cabeça grande com dentes igualmente enormes (HOLTZ, 1994), são encontradas em ambos Pokémon. Tyrunt ainda apresenta características de outros dinossauros carnívoros, como as cristas de cor laranja sobre os olhos, baseadas no Gorgosaurus. Tyrantrum também possui uma crista laranja sobre os olhos, porém num tamanho maior, lembrando uma coroa, sendo muito similar à encontrada num dinossauro conhecido como Cryolophosaurus. O nome Tyrannosaurus rex significa “Lagarto Tirano Rei”, e algumas características de Tyrantrum, como a já mencionada crista em forma de coroa, as penas brancas na maxila que lembram uma barba, e as do pescoço lembram uma capa, são inspiradas nos reis medievais. As penas brancas, também presentes no pescoço de Tyrunt, são uma referência à possibilidade de que os Tiranossauros possuíssem penas (XU et al., 2004) , assim como vários dinossauros Terópodes, incluindo o Velociraptor. Apesar de toda fama vinda dos filmes, alguns paleontólogos sugerem que o Tyrannosaurus pode não ter sido um predador tão veloz como o cinema nos mostra (HUTCHINSON; GARCIA, 2002).

Amaura e AurorusNomes: Amaura e Aurorus (O nome de ambos é baseado na junção de duas palavras: Amargasaurus, o dinossauro em que foram baseados, e aurora, uma referência ao fenômeno que ocorre na atmosfera, em regiões próximas aos polos).

Tipo: Rock/Ice

Obtido através do Sail Fossil

Amaura e Aurorus são baseados nos Saurópodes, dinossauros de pescoço e cauda muito longos e cabeça pequena, que foram os maiores animais terrestres de todos os tempos. Um deles em especial, o Amargasaurus, parece ter sido utilizado como principal inspiração, principalmente por conta das velas localizadas em seu pescoço, compartilhadas com estes Pokémon. Essas velas eram formadas através do prolongamento de espinhos que partiam da coluna vertebral e eram recobertos por uma membrana de pele (CARABAJAL; CARBALLIDO; CURRIE, 2014). Além disso, por toda parte dorsal do corpo dos Pokémon estão localizados pequenos cristais de gelo, que podem ter sido inspirados nos chamados osteodermas, estruturas presentes na superfície do corpo que conferiam proteção a estes animais (ROGERS et al., 2011). As velas dos Pokémon são capazes de mudar a coloração, de forma semelhante ao que ocorre com as auroras. Os paleontólogos acreditam que algumas espécies de Saurópodes podiam viver em climas mais frios, sendo essa a provável base para que Amaura e Aurorus fossem criados com o tipo gelo.

Aqui encerramos mais uma contribuição do nosso querido Rodolfo. Ao fim dessa leitura aprendemos um pouco mais sobre estes amaveis monstrinhos e sobre toda ciência envolta na criação deles. Embora alguns possam questionar a acuráncia dessas criações, elas não deixam de servir como uma forma de divulgação dos trabalhos paleontológicos. Ficamos no aguardo para mais contribuições do Rodolfo, espero que tenham gostado e comentem a vontade!!

Referências bibliográficas

todas as imagens aqui apresentadas foram retiradas do site: http://bulbapedia.bulbagarden.net/wiki/Main_Page.

BARRET, P. Dinossauros. 1 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 192 p.

BARRICK, R. E. et al. The thermoregulatory functions of the Triceratops frill and horns: heat flow measured with oxygen isotopes. Journal of Vertebrate Paleontology, Norman, vol. 18, n. 4, p. 746-750, dez. 1998.

BAUMILLER, T. K. Survivorship analysis of Paleozoic Crinoidea: effect of filter morphology on evolutionary rates. Paleobiology, Columbia, vol. 19, n. 3, p. 304-321, jul. 1993.

CARABAJAL, A. P.; CARBALLIDO, J. L.; CURRIE, P. J. Braincase, neuroanatomy, and neck posture of Amargasauruscazaui (Sauropoda, Dicraeosauridae) and its implications for understanding head posture in sauropods. Journal of Vertebrate Paleontology, Norman, vol. 34, n. 4, p. 870-882, jul. 2014.

DAVIS, R. A. et al. Ammonoid Paleobiology. 1 ed. New York: Springer US, 1996. 857 p.

HOLTZ, T. R. J. The Phylogenetic Position of the Tyrannosauridae: Implications for Theropod Systematics. Journal of Paleontology, Cambridge, vol. 68, n. 5, p. 1100-1117, set. 1994.

HURTON, L. Reducing post-bleeding mortality of horseshoe crabs (Limulus polyphemus) used in the biomedical industry. 2003. 80 f. Dissertação (Master of Science in Fisheries and Wildlife Sciences) – Virginia Polytechnic Institute, State University, Blacksburg. 2003.

HUTCHINSON, J. R.; GARCIA, M. Tyrannosaurus was not a fast runner. Nature, Londres, vol. 415, p. 1018-1021, fev. 2002.

KELLNER, A. W. A.; CAMPOS, D. A.The Function of the Cranial Crest and Jaws of a Unique Pterosaur from the Early Cretaceous of Brazil.Science, New York, vol. 297, p. 389-392, jul. 2002.

PETERSON, J. R. et al. Acute vision in the giant Cambrian predator Anomalocaris and the origin of compound eyes. Nature, Londres, vol. 480, p. 237-240, dez. 2011.

ROCHA, R. M. Echinodermata. In: RIBERIRO-COSTA, C. S.; ROCHA, R. M. (Org.). Invertebrados: Manual de Aula Prática. Ribeirão Preto: Holos Editora, 2006. p. 198-214.

ROGERS, K. C. et al. Sauropod dinosaur osteoderms from the Late Cretaceous of Madagascar.Nature Communications, Londres, vol. 2, p. 1-5, nov. 2011.

ROMANO, P. S. R.; RIFF, D.; OLVEIRA, G. Porque um “fóssil vivo” não pode existir: dedução lógica através de abordagem sistemática. In: CARVALHO, et. al. (Eds.). Paleontologia: Cenários de Vida. Rio de Janeiro: Interciência, 2007. p. 51-59.

SHUSTER, C. N.; BARLOW, R. B.; BROCKMANN, H. J.The American Horseshoe Crab. 1 ed. Cambridge: Harvard University Press, 2003. 427 p.

STEMBERG, C. H. Protostega gigas and Other Cretaceous Reptiles and Fishes from the Kansas Chalk. Kansas Academy of Science, Baldwin City, vol. 19, p. 123-128, ago. 1903.

THE POKÉMON COMPANY. Informação para pais. Disponível em <http://www.pokemon.com/br/guia-para-pais/>. Acesso em 16 de out. 2016.

VIDOVIC, S. U.; MARTILL, D. M. Pterodactylus scolopaciceps Meyer, 1860 (Pterosauria, Pterodactyloidea) from the Upper Jurassic of Bavaria, Germany: The Problem of Cryptic Pterosaur Taxa in Early Ontogeny. PLoS ONE vol. 9, n. 10, out. 2014. doi:10.1371/journal.pone.0110646

WIELAND, G. R. A new gigantic Cryptodire Testudinate from the Fort Pierre Cretaceous of South Dakota. American Journal of Science, Stanford, vol. 4, p. 399-413, dez. 1896.

XU, X. et al. Basal tyrannosauroids from China and evidence for protofeathers in tyrannosauroids.Nature, Londres, vol. 431, p. 680-684, out. 2004.

 

>A Estante do Tio Price

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Inaugurada hoje a ESTANTE DO TIO PRICE!!!
“A Estante do Tio Price” é uma livraria on-line voltada para venda de livros de Paleontologia e áreas afins.

Criada por meio de uma parceria entre os Colecionadores de Ossos e Titossauro.com, essa loja on-line tem o intuito de atender tanto aos profissionais da área, quanto ao público geral interessado em literatura sobre o assunto.
    
Utilizamos o sistema integrado do famoso site Amazon.com, e a forma de pagamento é segura, por meio do sistema interno deles. Todos os fornecedores originais dos livros são vistoriados pela equipe do Amazon.com e apenas repassamos as ofertas do site a fim de organizar a literatura disponível e tornar mais prática a busca e facilitar o acesso.

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>Colecionadores na Rádio

>

Houve uma confusão de informações e a entrevista não foi transmitida esta quarta-feira, mas sim gravada. Será apresentada quando o programa ‘É Brasil que não acaba mais’ for ao ar no sábado ou domingo desta semana (14 ou 15 de maio) entre as 12h e 13h30.
Atualizaremos as informações até lá.




Até lá!

A Paleontologia e a Mídia no Brasil

A Paleontologia é uma ciência carismática, que desperta curiosidade, admiração – as vezes assombro -, mas sobretudo, nos faz refletir sobre uma questão muito importante – e até filosófica: ‘De onde viemos‘?
Essa busca talvez esse seja o verdadeiro tempero da ciência que ‘estuda os seres antigos‘…

Pa.le.on.to.lo.gi.a (do grego: palaiós – antigo; onto – ser; lógos – estudo)
Paleontologia é a ciência natural que estuda a vida do passado na Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como a integração da informação biológica no registro geológico (isto é: a formação de fósseis).
O enigma que a Paleontologia busca resolver constitui uma das maiores dúvidas que angustia a humanidade. Sob esta perspectiva, esta ciência desempenha um papel muito importante no amadurecimento intelectual da sociedade. O mais importante é que na atualidade ela tornou-se uma ciência aberta e não mais hermética, exclusiva dos acadêmicos. Todos se interessam pela história da Terra e tem ânsia por conhecer suas origens.
A informação sobre a vida no passado geológico está contida nos fósseis e na sua relação com as rochas e os contextos geológicos em que ocorrem. O mundo biológico que hoje conhecemos é o resultado de muitos milhões de anos de evolução. Somente estudando-se o registro fóssil é que é possível entender e explicar a diversidade, afinidade e distribuição dos grupos biológicos atuais.
É importante entender que paleontologia não é feita somente de montros gigantes com garras afiadas e inúmeros dentes. Ela também estuda os pequenos e os muito pequenos (micropaleontologia).  Principalmente: Ela não é feita só de dinossauros – eles são só um ‘grupo bandeira’ – e nem tudo que viveu no passado é um dinossauro; e ela não é Arqueologia. A divulgação apropriada faz com que o público entenda isso.

A Paleontologia divide-se basicamente em Paleobiologia, Tafonomia e Biocronologia. A primeira estuda a vida do passado geológico propriamente dita, a segunda, a integração da informação biológica no registro geológico e a terceira, estuda o desenvolvimento temporal dos eventos paleobiológicos. A Paleobiologia, por exemplo, apresenta inúmeras subdivisões e estas, por sua vez, outras mais (Paleozoologia, Paleobotânica, Paleoicnologia, Paleoecologia, Paleopatologia, etc.). Algumas áreas de estudo da Paleontologia – não se pode deixar de dizer – são fundamentais para a prospecção e exploração de recursos geológicos como o carvão e o petróleo.

É muito interessante, e importante, observar que a Paleontologia está ganhando espaço na mídia brasileira. Como ciência já bem consolidada no Brasil, em franca expansão e avançado estágio de amadurecimento acadêmico, ressaltar a Paleontologia Nacional e trazer as informações produzidas por cientistas brasileiros ao público, é mais do que um dever.
É muito recompensador saber que há um conjuto de pessoas que se interessa e busca informação sobre o tema. Todavia, acreditamos que ainda há um longo trabalho a ser feito. A população precisa ser estimulada de outras maneiras. Peças paradas em museus podem ser legais, mas não são interessantes por muito tempo. São estáticas, e paleontologia, apesar de estudar fósseis sem vida, é muito dinâmica! Os paleontólogos brasileiros devem se esforçar para procurar outras maneiras de tocar e atrair o público, além dos museus tradicionais. O trabalho do paleontólogo é excitante e o público deve conhecer também os bastidores dos seus resultados (veja a ‘Caderneta de Campo‘).
É com júbilo que nós paleontólogos recebemos o interesse por documentários, reportagens especiais, eventos e até novelas.

Falando em novela, esta tem abordado de um jeito bastante realista o trabalho do paleontólogo: Como é a vida de um acadêmico nesta área, como é executar um projeto sob financiamento, como ocorrem as atividades de campo, além de expor algumas das dificuldades que o profissional da paleontologia enfrenta, como o problema real do tráfico de fósseis. É interessante também, que a região de Marília tenha sido escolhida, já que realmente é uma área prolífera em fósseis. As informações paleontológicas estão bastante condizentes e a acessoria técnica fez um bom trabalho.

Tudo vai funcionar em harmonia quando o ‘espectador’ compreender que a paleontologia não é só um conjunto de curiosidades, mas sim uma grande resposta para várias de suas perguntas.
Saudações dos Colecionadores de Ossos.

>Click Ciência: Paleontologia !

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A última edição da revista digital de divulgação científica “Click Ciência” veio com um tema especial este mês: A PALEONTOLOGIA.


A equipe editorial – composta por vários alunos e profissionais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – reuniu uma série de reportagens e entrevistas sobre variados temas dentro da paleontologia. Profissionais competentes de diversas instituições brasileiras foram entrevistados e a edição está cheia de informações fabulosas para todo tipo de público. Confira abaixo alguns dos temas abordados:

Reportagens: 

Entrevistas:

Resenhas:

Artigos:



Click aqui e confira: Click Ciência, edição 23, Fevereiro de 2011: Paleontologia


Boa leitura!!!

A Click Ciência é um trabalho do Laboratorio Aberto de Interatividade, o LAbI, especializado em todo tipo de divulgação científica. Para saber mais visite: http://programapaideia.wordpress.com/  ou