Sinestesia

Compartilho o link de um vídeo (em inglês, com legenda) do TED-Ed que explica o fenômeno neurológico da sinestesia.

Se você achava que sinestesia era apenas aquela figura de linguagem que aprendemos na escola, está aí uma explicação de como 4% da população mundial convive com a sensação de experimentar vários sentidos ao mesmo tempo, nas mais variadas situações de seu cotidiano.

O que me leva a pensar: não é incrível que a literatura, por meio de palavras, também consiga criar esse tipo de sensação?

Um exemplo de sinestesia literária estaria presente nesse trecho de Mário de Andrade: “Esta chuvinha de água viva esperneando luz e ainda com gosto de mato longe, meio baunilha, meio manacá, meio alfazema”.

Chuva com gosto de mato… Quem nunca teve essa sensação antes? Há sinestesia em tudo, e a literatura pode descrevê-la de várias formas.

E, em tempos de Bob Dylan recebendo o prêmio Nobel de Literatura, já deixo uma isca para um próximo post: a sinestesia e tantas outras figuras de linguagem são muito utilizadas em letras de música também. Você consegue pensar em algum exemplo?

Afinal, por que pensar sobre literatura?

É muito comum se questionar sobre qual é a utilidade prática de algum conhecimento. A literatura, enquanto campo de estudos, também passa por esse questionamento.  Afinal, por que pensar sobre literatura? Para que serve uma análise literária? Por que existe um campo de pesquisas voltado aos estudos literários?

Falar sobre literatura é abrir-se a reflexões que envolvem todos os campos de conhecimento. Pensar literariamente é, sobretudo, pensar sobre o lugar do ser humano no mundo e suas manifestações. Nesse sentido (e sendo bastante simplista), os estudos literários se voltam a investigar mecanismos de construção mediados sobretudo pela linguagem e suas relações com o tempo e o espaço que ocupam (e ocuparam, e ocuparão).

Partindo desses questionamentos, o objetivo desse blog é divulgar, de maneira simples e acessível, trabalhos sobre literatura, tanto em andamento quanto finalizados, com o intuito de mostrar que o universo dos estudos literários pode transcender a ideia de que uma pesquisa acadêmica precisa necessariamente ter uma finalidade prática.

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Sugestão de leitura: Antoine Compagnon, Literatura para quê? Tradução de Laura Taddei Brandini. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.