Matemática aplicada vai salvar a África


Semanas atrás, perdi a oportunidade de participar da blogagem coletiva sobre a África, promovida pelo Lablogatórios. Vale a pena conferir os posts sobre esse continente ao mesmo tempo tão vital e esquecido. Os links você encontra  no blog Raio-X, aqui, aqui e aqui.

Para me redimir, chamo atenção a um projeto que pode muito bem fazer com que “o próximo Einstein” seja um africano. Esse, aliás, é o slogan do projeto, encabeçado pelo físico sul-africano Neil Turok, um dos três ganhadores do prêmio TED de 2008, que reconhece pioneiros das artes e ciências.

Turok conta em seu discurso de premiação do TED que, aos 17 anos, quando era professor voluntário em Lesoto, percebeu pela primeira vez como muitas crianças inteligentes, com talento para matemática e ciências, acabariam na melhor das chances trabalhando como operários nas minas de diamante do país. 

Utilizando seus contatos de físico teórico conceituado e professor na Universidade de Cambridge–que incluem o famoso Stephen Hawking–, Turok arrecadou dinheiro e  voluntários para criar o Instituto Africano de Ciências Matemáticas (AIMS, em inglês).


Todo ano desde 2003, uma turma de estudantes de graduação e pós-graduação africanos é selecionada para um curso intensivo de 9 meses no prédio do instituto–um antigo hotel de luxo de 18 quartos, em Muizenberg, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul. Os estudantes moram ali, junto com os professores visitantes de universidades sul africanas, norte-americanas e européias. As aulas e a convivência com os professores  fora delas preparam os estudantes para serem aceitos nas melhores universidades do mundo. Vejam os depoimentos de alunos e ex-alunos na página do projeto no YouTube.

Nos próximos 5 anos, Turok espera criar 15 institutos como esse espalhados pelo continente (um deles já foi inaugurado, em Abuja, Nigéria) formando uma rede colaborativa, a AMI-Net. Dá para acompanhar o progresso do projeto neste blog e na página NextEinstein.

Conferindo as fotos dos estudantes do AIMS, o que me espanta é a diversidade de etnias convivendo em uma turma. Me faz lembrar que em colaborações científicas internacionais como o LHC, físicos indianos e pasquitaneses, árabes e israelenses trabalham lado a lado. A colaboração científica internacional vai trazer paz ao mundo. Nada me convence do contrário.

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