Arco-íris rubro em Joinville (França)
Uma foto maravilhosa de arco-íris ao pôr-do-sol, em Joinville, na França. No poente, os raios de Sol atravessam um trecho maior da atmosfera. As moléculas do ar espalham a luz, principalmente os tons azulados, sobrando apenas os avermelhados. Foto selecionada pelo Earth Science Picture of the Day, dia 15 de outubro. Crédito: Rudolf Wehrung.
Portal invisível da saga de Harry Potter é possível, calculam físicos
A “Plataforma 9 3/4” segundo cálculos de Xudong Luo, Tao Yang, Yongwei Gu e Hongru Ma. Na figura à esquerda, a coluna retangular no meio da passagem é feita de material normal, que deixa as ondas de luz (em colorido) passarem. À direita, a coluna revestida de metamaterial impede que a luz de dentro chegue aos olhos de “Harry Potter”.
Físicos chineses descobriram como usar materiais especiais que manipulam a luz para criar uma passagem secreta invisível em uma parede.
Um dos autores da descoberta, Xudong Luo, da Universidade de Jiao Tong, em Xangai, confessou à Folha que é fã da série de livros “Harry Potter” e que não teve dúvida de concluir no artigo científico em que descreve seus cálculos que “um dispositivo como a Plataforma 9 3/4 (…) é realizável”.
Para os leitores que, como este repórter, nunca leram os livros, nem viram os filmes da série, aqui vai uma explicação: o trem que leva Harry Potter e seus amigos à escola de bruxaria de Hogwarts sai da estação King’s Cross, em Londres, de uma plataforma secreta, a Plataforma 9 3/4. Sua entrada invisível fica na parede entre as plataformas 9 e 10.
Uma plataforma 9 3/4 existe realmente, mas aqueles que tentarem atravessar a parede podem muito bem parar no Royal London Hospital, em vez de em Hogwarts.
Luo e seus colaboradores calcularam o que é preciso para realizar a mágica de ocultar uma abertura em uma parede. O truque é usar materiais especiais, capazes de manipular a luz que incide sobre eles. Chamados de “metamateriais”, eles podem entortar raios de luz em direções impossíveis para materiais comuns, graças a rugosidades microscópicas em suas superfícies.
Halo em São Paulo
O paulistano que resolveu fazer uma pausa para olhar para o céu, ontem, viu um halo– um halo solar— nada haver com este halo.
Um arco-íris em forma de anel ao redor do Sol, mais ou menos do tamanho de um palmo, pôde ser visto ontem de manhã. O halo solar, como é conhecido o fenômeno, é produzido por nuvens de minúsculos cristais de gelo a uma altura de 10 km.”Os cristais de gelo funcionam como prismas que decompõem as cores que formam a luz branca dos raios do Sol”, explicou a meteorologista Mônica Lima, do Cptec, por telefone para mim, na redação da Folha.
Veja várias fotos do halo, tiradas por pessoas ontem em São Paulo no Flickr.
“Os cristais de gelo e o ângulo de incidência dos raios do Sol acabam formando o halo”, explcou Lima. Uma frente fria e úmida que avança sobre a camada de ar seco que permanecia até ontem em São Paulo produziu os cristais. A frente avança primeiro na alta atmosfera, onde os ventos são mais fortes, e depois chega ao nível do solo. Os halos, portanto, apesar de bonitos, alertam para uma mudança de tempo. “São um indicativo de que o tempo vai mudar e deve chover.”
Perguntei mais detalhes sobre o fenômeno, mas a meteorologista não soube me responder. Procurei algum especialista em ótica atmosférica no Brasil, pelo Google, e não achei. Alguém conhece algum?
Em todo caso, achei um site dedicado ao assunto, em inglês. Descobri que existem vários tipos de halos e o que foi visto ontem em São Paulo é chamado de “halo de 22 graus“, por ter um diâmetro ângular de 22 graus no céu, mais ou menos o tamanho de um palmo. Os vários tipos de halo se formam dependendo do formato e do tamanho dos cristais de gelo e dá para simulá-los com um software gratuito, disponível no site.
Também achei um blog, em inglês, dedicado totalmente à ótica atmosférica, com fotos lindas. Uma delas, emociona qualquer lablogueiro…
O fenômeno é freqüente, segundo Lima. “É que nem sempre a gente olha para o céu e enxerga”, ela diz.
Ontem, assim como o blogueiro do Idéias Cretinas, não olhei para o céu e perdi o fenômeno… :- (
Meu consolo é que a maioria dos meteorologistas também não deve ter assistido, pois estava enfurnada no centro de convenções do Shopping Frei Caneca (sem janelas, com um ar condicionado frio para chuchu…), participando do Congresso Brasileiro de Meteorologia…