Pênalti perfeito existe, diz cientista no Globo Esporte (ATUALIZADO)

UPDATE, 5 de julho: A Martina Navarro, que participa desse estudo sobre o pênalti, passou em um comentário abaixo o LINK para o blog do estudo, com explicações e informações, inclusive com referências bibliográficas.

***

Não acompanho o Globo Esporte, mas hoje assisti a uma boa reportagem de ciência no programa:


Foi baseada em pesquisa do biofísico Ronald Ranvaud, cuja referência bibliográfica não consegui achar na internet.
Ranvaud costuma colaborar com um grupo excelente de ciência dos esportes, o laboratório de biofísica da EEFE-USP. O portal do laboratório tem vários recursos didáticos, inclusive um site sobre a física do futebol.

O Globo Esporte fez há alguns anos uma reportagem sobre esse grupo, mostrando a curiosa análise da mecânica do salto da ginasta Daiane dos Santos.


Relatório define Brasil como “economia de conhecimento natural”

O relatório de  Kirsten Bound, para o Instituto Demos, em colaboração o CGEE, vale por um breve curso de história e geografia da produção científica e tecnológica do Brasil. Além de consultar uma extensa gama de relatórios (como este aqui, sobre a pesquisa em nanotecnologia no Brasil) e pesquisas recentes comparando índices de desenvolvimento de outros países com os do Brasil inteiro ou de suas regiões tão heterogêneas em separado, Bound entrevistou cientistas, empresários e burocratas em Brasília, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

Bound define o Brasil como “economia de conhecimento natural”. Com isso ela quer dizer que nossa produção científica  e tecnológica está estreitamente relacionada com a exploração mais eficaz e racional dos recursos naturais do país. Isso se reflete nas áreas científicas em que o país se destaca, baseadas em recursos minerais (petróleo),  biológicos (agrociências, biocombustéveis, estudos da biodiversidade) e recursos humanos (softwares, células tronco, genética humana, cirurgia cardiovascular, neurociências). Bound recomenda que o Brasil se aproxime de outros países de economia de conhecimento natural: Canadá, Austrália e Finlândia.

Fiquei impressionado com minha ignorância sobre meu próprio país! Será apenas eu, ou a maioria dos paulistanos é tão são-paulo-cêntrica que não percebe o rápido desenvolvimento científico que vem ocorrendo em outras cidades do Brasil?  (Pensando bem, apesar da imensa porção de publicações científicas brasileiras por pesquisadores paulistanos, entre os artigos mais curiosos e originais que já li, boa parte era de pesquisadores de outras cidades, como Campinas, Rio, Recife …)  LINK (via Pesquisa Fapesp)

Meninas são mais espertas que meninos?

As meninas ganhavam a maioria das competições sexistas do Xou da Xuxa. Sempre desconfiei de fraude, embora precise reconhecer que a humilhante situação da TV se repetia no pátio do meu prédio, onde eu, pobre menino, sofria com as peças pregadas pelas meninas, que eram em maioria. Sofria também com as comparações com as vizinhas. “Minha filha tirou mais um dez! E você, quando vai tirar um?”

As meninas parecem responder melhor e mais cedo que os meninos às exigências da família e da sociedade. Elas percebem mais rápido o que precisam fazer para serem aceitas e recompensadas pelos adultos. Nesse sentido, elas são realmente mais espertas.

“Desde pequenas, as meninas fixam mais o olhar em outras pessoas, sorriem mais, são mais empáticas. Bebês meninas, por exemplo, choram mais quando veêm outros bebês chorando, do que meninos”, diz a psicóloga Maria Emília Yamamoto, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. “Uma explicação evolutiva para o fato das meninas serem mais responsivas socialmente é que geralmente eram as mulheres que saiam de seu grupo [de caçadores coletores, na pré-história da espécie humana] para acompanhar seu parceiro. Ela tinha que formar novas relações sociais. As habilidades sociais eram mais importantes para as mulheres que para os homens e dai elas desenvolveram um cérebro que é mais social e interativo que o cérebro masculino.”

Yamamoto e seus colaboradores investigaram como grupos de crianças de escolas públicas em Natal (RN) compartilhavam chocolates. No início, cada membro de uma turma de 6 a 24 crianças recebia três chocolates. Depois, cada um depositava quantos chocolates quisesse em uma urna, atrás de um biombo. “Depois que todas as crianças passavam pelo biombo, nós abríamos a urna na frente delas, contávamos os chocolates doados e, para cada chocolate doado, acrescentávamos mais dois”, explica Yamamoto. O total era dividido entre o grupo.
Assim, todas as crianças recebiam sua parte do “fundo público” de chocolates, que era tanto maior quanto mais crianças doassem mais de seus “bens privados”. A melhor situação para a criança era não doar nada, enquanto todos os outros fossem generosos. Era esse tipo de coisa que o grupo tentava controlar”, ela explica.

Os pesquisadores estudaram como o tamanho do grupo, o número de vezes que se brincava o jogo e o sexo das crianças influenciava os resultados. O tamanho do grupo foi o fator mais importante e não o sexo das crianças, como esperavam. “A gente imaginava que as meninas seriam mais cooperativas e no entanto, isso não apareceu”, disse Yamamoto. Ela explica o resultado pelo fato do ato de depositar chocolates na urna ter sido anônimo. “Meninas são mais influenciadas pelas opiniões que outros tem delas, do que meninos.”

“Estamos começando um novo trabalho onde observamos o efeito de um elogio ou repreensão no resultado desse experimento”, conta Yamamoto. “Depois de contarmos os chocolates da urna a gente comenta que a turma foi muito generosa ou que foram pouco generosos. A gente acha que as meninas vão ser mais sensíveis a essa consequência social.”

Será que dessa vez elas também vão ganhar?

Crianças compartilham guloseimas melhor em pequenas turmas e depois dos sete anos

Justiça social se aprende no meio da infância, e aprende-se melhor ainda convivendo em pequenos grupos. Essas são as respectivas conclusões de duas pesquisas independentes com crianças, feitas por psicólogos da Suíça e do Brasil.

Ernst Fehr, da Universidade de Zurique, e seus colaboradores propuseram jogos para 229 crianças de ambos os sexos, entre 3 e 8 anos de idade. Sozinhos com cada uma das crianças, os pesquisadores davam a elas duas opções. Em um dos jogos, por exemplo, as opções eram “dou um doce para você e nenhum para o seu amiguinho [mostrando foto de colega da escola]” ou “dou um pra você e outro pra ele”.

O resultado, divulgado na edição de 28 de agosto da revista “Nature”, foi que, mesmo sempre ganhando um doce, a maioria das crianças entre 3 e 4 anos de idade escolheu a opção egoísta de ficar com doces só para elas.

Por outro lado, a maioria das crianças entre 7 e 8 anos pensou em seus colegas e escolheu a opção altruísta. Mais do que generosidade, a análise dos resultados desse e dos outros jogos verificou que as crianças dessa faixa etária exigem que os doces sejam distribuídos igualmente entre os colegas. A tendência não existe quando a criança na foto não pertence ao seu grupo de colegas.

Essas conclusões podem ser óbvias para pais e educadores.O objetivo da pesquisa, porém, foi verificar o senso comum e explicá-lo. CONTINUE LENDO

Sobre ScienceBlogs Brasil | Anuncie com ScienceBlogs Brasil | Política de Privacidade | Termos e Condições | Contato


ScienceBlogs por Seed Media Group. Group. ©2006-2011 Seed Media Group LLC. Todos direitos garantidos.


Páginas da Seed Media Group Seed Media Group | ScienceBlogs | SEEDMAGAZINE.COM