Pobres dinossauros,holograma de DNA,tensão Pré-Copenhagen

Esses foram alguns dos destaques nos sites de notícias de ciência que chamaram minha atenção semana passada:

Dois asteróides (no mínimo) mataram os dinossauros

Os dinossauros se extinguiram quando o clima da Terra sofreu mudanças extremas, há 65 milhões de anos. A cratera Chicxulub, no México, com 180 km de diâmetro, foi onde caiu o asteróide que muitos cientistas acreditam ser o principal culpado por essas mudanças.

Mas semana passada, no Encontro Anual da Sociedade Geológica da América, foi anunciada a descoberta de uma cratera de 500 km de diâmetro, submersa próxima ao litoral de Mumbai, na Índia. A cratera nasceu de uma colisão com um asteróide 100 vezes mais energética que o impacto de Chicxulub e apenas 300 mil anos depois.

Parece, então, que a extinção dos dinossauros aconteceu por uma série de catástrofes. As colisões com os asteróides coincidiram com (foram a causa de ????) um dos períodos de atividade vulcânica mais intensa da história do planeta e que certamente afetou o clima. Saiba mais na The Economist (via Physics Today).

Imagem holográfica de um pedaço de DNA

Sem título

Uma nova técnica desenvolvida na Suíça usa elétrons de baixa energia para obter imagens holográficas de biomoléculas, como a imagem acima (extraída daqui), de um pedaço de DNA. Isso é impossível de se fazer pela técnica tradicional de cristalografia de raios X, pela qual se descobriu a estrutura de dupla hélice do DNA (Prêmio Nobel de Medicina/Fisiologia de 1962) e com a qual se explorou a estrutura do ribossomo, atómo por átomo (!) (Prêmio Nobel de Química de 2009). (via PhysicsWorld ; obs.: a imagem no PhysiscsWorld está errada.)

Tensão Pré-Copenhagen

Estamos às vésperas da conferência de mudanças climáticas da ONU, em Copenhagen, Dinamarca, que acontecerá entre os dias 7 e 18 de dezembro. Esperamos que todas nações assumam compromissos de verdade para mitigar as emissões de gases de efeito estufa, embora já se preveja a mesma palhaçada que produziu o pífio Protocolo de Kyoto.

Aproveitando o gancho, as revistas científicas Nature e Science publicaram semana passada artigos e reportagens especiais sobre emissões de dióxido de carbono.

Como monitorar todo o carbono da Amazônia

Na Nature, a reportagem de Jeff Toleffson destaca um novo método para monitorar a biomassa de grandes áreas de floresta na Amazônia, sem precisar medir cada tronco de árvore com uma fita métrica.

Testado com sucesso no Peru, o método chamado de CLASLite foi criado pelo ecólogo Greg Asner. Combina imagens de satélite, com medidas à laser (método LIDAR) tomadas de avião e poucas medidas de campo para produzir uma imagem em 3D da floresta. Livre de patente, o método pode ser adotado por um custo razoável por qualquer governo de boa vontade para monitorar áreas continentais de florestas.

O monitoramento de florestas é feito principalmente por imagens de satélite, cuja resolução é de 30 metros. Dê uma olhada na Amazônia no Google Earth, que você vai observar umas clareiras como se fosem espinhas de peixe saindo das estradas. São essas atividades madeireiras em larga escala que os satélites conseguem detectar.

Dados preliminares de Asner mostram que a soma do desmatamento em pequena escala–invisível nas imagens de satélite–chega a ser 20 vezes maior que o da atividade madeirera em larga escala.

Asner fez uma parceria com o Google para diponibilizar dados do CLASLite via Internet por um serviço que a empresa deve estrear até o fim do ano.

Contando direito o carbono dos biocombustíveis

Na Science, um comentário de pesquisadores norte-americanos alerta para um erro cometido pela legislação do Protocolo de Kyoto, que omite o carbono produzido durante a produção de biocombustíveis. O etanol pode ajudar a mitigar emissões, mas não é santo. O processo de sua fabricação tem de ser fiscalizado, senão pode aumentar mais as emissões do que diminuí-las.

Esses políticos cagões não fazem nada mesmo, então…

Que tal você salvar o mundo?

Quer salvar o mundo? Seja um cientista, recomenda um caderno especial da New Scientist.

Mais especificamente, que tal ser um cientista de novos materiais? Um artigo muito bom sobre sustentabilidade na revista Physics World de outubro mostra que tecnologias limpas como a energia solar precisam de um empurrãozinho da nanotecnologia para se tornarem imbatíveis também comercialmente.

Além de energia limpa, um cientista de materiais pode ajudar a controlar a poluição, como fizeram químicos da UFMG ao desenvolverem um filtro de CO2 para chaminés.

Mas se química e física da matéria condensada não é bem sua praia e você prefere algo com mais energia, que tal salvar o mundo sendo um engenheiro de acelerador de partículas?

Um feixe de elétrons bem acertado pode eleminar resíduos tóxicos e biológicos de uma vez de água, esgoto e chaminés de fábricas, informa a revista Symmetry. Para popularizar o método (países como a Polônia já usam!) falta os aceleradores de elétrons funcionarem mais confiavelmente por longos períodos e diminuirem de tamanho.

Quem sabe com uma nova geração de tecnologia de aceleração de partículas a base de ondas de plasma, os aceleradores se tornem mais portáteis?

Reciclagem de plástico em números

A revista Discover tem uma lista impressionante de números sobre plástico e sua (falta de) reciclagem. Um relatório da Royal Society estima que em 2010 serão produzidos 300 milhões de toneladas de plástico no mundo. Metade desse plástico é para embalagens. Em 2007, apenas 6,8% dos plásticos norte-americanos foram recuperados para reciclagem, de acordo como a agência de proteção ambiental dos EUA. E lembram daquela lenda que uma garrafa de plástico demora 1 milhão de anos para se degradar no mar? Pois bem, não demora tanto, só uns 450 anos…

Robôs humanóides devem se parecer com humanos?

O ideal seria que eles fossem indistinguíveis de nós, como em… err… Westworld? Blade Runner? Inteligência Artificial? Ok, não seria tão desejável assim. Na verdade, hoje é impossível construir um robô funcional igualzinho ao um ser humano. As nuances da textura da nossa pele, por exemplo, estão além das propriedade de qualquer material sintético conhecido. Essa foi a conclusão de um estudo recente que Philip Ball comenta em seu blog.

Mas uma semelhança ainda que remota com nós é importante, diz o roboticista Karl Iagnemma na revista Frieze (via 3quarksdaily). Engenheiros e designers diante de um projeto de robô humanóide precisam descobrir quais detalhes do design nos inspiram confiança e simpatia.

Ah, os mistérios do céu…

Uma descoberta do telescópio de raios X Chandra anunciada semana passada foi a quebra de recorde do aglomerado de galáxias mais distante já observado. O aglomerado está a 10,2 bilhões de anos-luz de distância, um bilhão de anos-luz mais distante que o recorde anterior. Astrônomos já observaram galáxias mais distantes, mas elas não estão agrupadas em aglomerados. A imagem do aglomerado recém-descoberto ajuda a entender como surgiram os aglomerados. (Parabéns ao trabalho de divulgação do telescópio Chandra, que mantêm um site cheio de recursos multimídia e informação fácil de achar e bem explicada.)

a revista New Scientist destacou sinais estranhos observados nas lentes gravitacionais provocadas por aglomerados de galáxias. Alguns físicos especulam que esses sinais possam ser desvios da relatividade geral em escala intergalática ou ainda um efeito desconhecido da energia escura. Quem pode esclarecer o mistério é o Dark Energy Survey, uma varredura de lentes gravitacionais em uma área do céu bem maior que as anteriores e que deve começar em 2011, com participação de pesquisadores brasileiros.

Outro sinal estranho foi captado pelo Telescópio Espacial de Raios Gama Fermi, que uma dupla de astrofísicos sugere que possa ser radiação causada pela colisão de partículas de matéria escura no centro da Via Láctea. O estudo é independente da equipe que opera o Fermi, que deve apresentar sua própria análise dos dados no começo de novembro. (via NatureNews)

E se você ainda não entende como os astrônomos sabem que tal galáxia está a tantos e tantos anos-luz de distância da Terra, recomendo este artigo introdutório muito bem escrito do Lee Bilings (em inglês).

Discussão - 1 comentário

  1. Julio Cezar disse:

    Its just same insights to be instigated and muito

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