Revisão por pares e projetos de pesquisa
Enquanto na revisão de artigos você ajuda a decidir se um artigo será ou não publicado, a revisão de um projeto vem primeiro. Ela decidirá se um projeto de pesquisa será ou não financiado e se um aluno merece ou não uma bolsa. O papel do revisor talvez seja até mais dramático nesse ponto do que no peer-review de manuscritos.
A nova revisão por pares e a internet
Novas ferramentas de avaliação de artigo têm surgido seguindo a tendência da Web 2.0. Periódicos como a PLoS e mesmo a Nature têm oferecido um campo de comentários após todos os seus artigos online. Acompanhar essa discussão entre o público e os autores é frequentemente muito rico para aqueles artigos de maior impacto dentro da sua especialidade. Outros têm dado acesso aos comentários dos revisores no formato de arquivos suplementares, embora poucos leitores se interessem por acessar esse material.
O que abordar numa revisão por pares?
Os periódicos costumam ter um formulário próprio para a avaliação de seus artigos. Em todo caso apresentamos abaixo uma lista de perguntas que podem ser abordadas na sua revisão caso você seja um iniciante ou se estiver perdido no formulário proposto pela revista.
Revisão por pares e novos experimentos
Uma prática atualmente comum, que inclusive integra o protocolo de revisão de diversas revistas, é sugerir novos experimentos ao autor (Ploegh, 2011). Sugestões dessa natureza frequentemente ocorrem em artigos rejeitados, mas com a possibilidade de serem ressubmetidos. Isso é frustrante.
Suzana e o Ponto Facultativo
Na sexta-feira passada a Prof. Suzana Herculano-Houzel, uma excelente cientista e divulgadora da ciência, publicou em sua página no Facebook um desabafo sobre o comportamento da equipe que trabalha em seu laboratório. Segundo ela, dos 14 membros da equipe, todos os dez brasileiros enforcaram o feriado e todos os quatro estrangeiros estavam trabalhando. Como o texto está cheio de pontos polêmicos relacionados à gestão da carreira acadêmica, resolvemos discutir aqui o assunto.
E por que você se sobrecarrega de revisões?
Esses tempos um de nós estava assoberbado por um número impraticável de revisões e pareceres num prazo estreito. Ficamos pensando em como tínhamos chegado àquele ponto e lembramos de um texto antigo. Retiramos do extreme reviewing o texto que se segue.
Por que recusar uma revisão por pares
Às vezes somos obrigados a recusar prestar esse serviço à ciência e temos que rejeitar um pedido de revisão de um editor. Bons referees são raros e um dos principais fatores complicadores para corpos editoriais de periódicos, portanto, seja generoso. Em todo caso, o que justificaria uma recusa de revisão?
É cedo para pensar em se aposentar?
Boa parte dos pesquisadores que conhecemos são tão apaixonados pelo que fazem que pouco pensam na aposentadoria. Isto, no entanto é um erro. Planejar sua aposentadoria não significa que você odeia o que faz e está contando os dias para parar. Aposentar-se é o momento no qual você poderá escolher a que irá se dedicar mais. Você pode, por exemplo, pular as reuniões e as correções de provas e dedicar-se só ao laboratório, ou esquecer os relatórios de prestação de contas e passar os dias interagindo com jovens universitários com uma energia contagiante.
Anonimato do revisor e revisão às cegas
O padrão atual das revistas é ter revisores anônimos. Esse modelo é interessante na medida que permite expor suas críticas sem medo de represálias. No entanto o modelo permite ao revisor a chamada “síndrome dos pequenos poderes”, já que a decisão sobre o sucesso ou fracasso de uma pesquisa passa a depender, em certa medida, dele. Vale a pena lembrar-se que os papéis de revisor e autor são dois que se alternam rapidamente em nossa persona acadêmica. Gosto especialmente do site da Editorial Manager que mostra na mesma tela os trabalhos onde você aguarda o parecer de um revisor anônimo e os trabalhos de pessoas que aguardam o seu parecer. É um bom lembrete da transitoriedade desses papéis.
A revisão por pares ideal
O ingrediente principal de uma revisão eficiente é a atitude, que deve ser crítica e objetiva. Faça força para se livrar de preconceitos tanto regionais, de gênero etc., quanto preconceitos teóricos. Um pesquisador cuja carreira tem focado em duvidar do valor da reintrodução de fauna pode revisar um artigo advogando em favor disso, seu ponto de vista cético seria inclusive valioso, desde que ele se ativesse a avaliar as evidências e interpretações apresentadas ali sem tratar como dogma que a reintrodução causa mais prejuízos que benefícios.