Por que estudar química?

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– Texto de Roberto Costa

Tabela periódica, cadeia de carbono, átomos. Para muita gente, essas palavras assustam. Estudar química pode parecer complicado à primeira vista, mas quando começamos a relacionar a ciência ao nosso cotidiano o estudo pode se tornar muito mais natural e prazeroso.

Química é a ciência que estuda a estrutura das substâncias, a composição e as propriedades das diferentes matérias, suas transformações e variações de energia. Na prática, isso quer dizer que o papel da química da nossa vida é muito importante. Indústria alimentícia, petroquímica, farmacêutica, têxtil e outras dependem diretamente da química, assim como a criação de novos medicamentos e materiais biodegradáveis.

Ela faz parte do nosso dia-a-dia. O simples fato de estarmos vivos indica que reações químicas estão acontecendo dentro de nós, o tempo todo. A nossa respiração é pura química, e todas as atividades diárias envolvem química. Cada cheiro que sentimos demanda uma série de reações químicas intra-neuroniais. Acetona, álcool, grafite… Esses termos comuns do dia a dia também fazem parte do repertório da química.

Aprendendo química, é possível entender melhor o mundo ao seu redor. Com ela você fica sabendo porque o detergente retira a gordura, porque as folhas mudam de cor no outono e como a cerveja é produzida, por exemplo. Com ela, você entende os rótulos de produtos e pode até aprender a cozinhar melhor!
Além disso, ela é importante para compreender outras disciplinas, como Biologia, Ciências Ambientais, Física, Medicina e Ciências da Saúde. É por interligar tudo isso que a química é chamada de “ciência central”.

E atenção: se você se apaixonar pela química, ela é também uma ótima opção profissional. Entre as atribuições de um químico estão a elaboração de projetos de instalações industriais, manutenção de equipamentos, pesquisa e criação de novos materiais, controle e supervisão da produção e aplicação de testes de qualidade.

O momento para seguir nesta área não poderia ser melhor. A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) estima que os investimentos na indústria química brasileira devem chegar a 167 bilhões de dólares até 2020 e criar mais de 2 milhões de empregos. Segundo o Guia do Estudante, entre os melhores cursos de química estão o da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Para quem já embarcou nos estudos mas enfrenta dificuldades, uma boa dica é buscar informações complementares na internet. Algumas ferramentas são gratuitas e podem ser muito úteis, como o PasseiDireto, rede social acadêmica onde é possível trocar conhecimento e compartilhar arquivos com outros estudantes universitários, de diversas instituições do país, públicas e privadas.

Roberto Costa, formando de jornalismo que ama pesquisas científicas.

Fontes:
http://quimicaouniversoemmovimento.blogspot.com.br/
http://www.abiquim.org.br/home/associacao-brasileira-da-industria-quimica
http://passeidireto.com/

 

Fim de jogo

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Por Fernando “Joey Salgado” Heering Bartoloni
Aproximadamente há quinhentas e quatro horas, ou vinte e um ciclos claro/escuro, no dia 27 de novembro outubro de 2010, passei por uma das experiências mais assustadoras e, ao mesmo tempo, gratificantes que um homem ou mulher podem ter: uma defesa de doutorado (o que mais poderia ser?).
Meus 23,6 MB de produção científica, intitulados “Mecanismos do Sistema Peróxi-Oxalato em Meios Aquosos e da Quimiluminescência de 1,2-Dioxetanonas”, foram avaliados por uma banca composta pelos professores Fernando Coelho (UNICAMP), José Carlos Netto-Ferreira (UFRRJ), Frank Quina (IQUSP) e Omar El Seoud (IQUSP), bem como pelo meu orientador Josef Wilhelm “Willi” Baader. Todos os professores fizeram valiosas sugestões e muitas perguntas, algumas que pude responder e outras que nem consegui compreender. De maneira geral, achei que me saí bem (quem assistiu também achou), não falei nenhuma besteira e, principalmente, não chorei quando o resultado da aprovação da banca foi divulgado. 
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A banca (da esquerda para direita): professores José Carlos, Fernando, Willi, Omar e Frank.
Rindo de que ou de quem? 
Devo dizer que foram quase cinco anos, ou praticamente sete anos, se contado o tempo de iniciação científica, agradabilíssimos dentro do grupo de pesquisa do Prof. Willi. Apesar de ter terminado essa fase de pré-cientista, sei que não irei me afastar do meu (agora) ex-laboratório, uma vez que pretendo manter colaborações com o mesmo durante meu pós-doutorado, de alguma forma que ainda não foi concebida. Mas inventarei algo. 
Aliás, no momento em que iniciava a preparação esse texto, recebi um e-mail de aprovação do meu pedido de bolsa de pós-doutorado para trabalhar com o Prof. Erick Bastos da UFABC, o que, de certa forma, me instigou ainda mais a escrevê-lo (e a abrir uma garrafa de cerveja também, claro). Terminei um jogo, mas começarei outro logo mais.
Espero continuar assim por tanto tempo quanto minha curiosidade científica permitir.
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Essa foto vou guardar para quando me candidatar a Vereador.