Derrubando Torres de Marfim – o RNAm vai à Escola!

E-Learning.jpegExistem diferentes motivos para se trabalhar com divulgação científica, dentre os quais se destacam, na minha opinião:

  1. Diminuir o abismo que existe entre os cientistas – produtores do conhecimento – e a população em geral, que muitas vezes têm acesso somente a matérias superficiais que costumam exagerar na simplificação do conteúdo cometendo erros conceituais gravíssimos;
  2. Promover um processo de educação não-formal que, pelo menos idealmente, pode se tornar um fator importante de difusão de conhecimento, de modo acessível a todos.

Claro, ainda estamos a anos-luz de atingir o grau de qualidade/interação/penetração que esperamos das nossas ações junto ao grande público. E, apesar de eu saber que essa não é ideia de todos os divulgadores de Ciência, tenham certeza que eu sou uma das pessoas que sonha em conseguir esses feitos.

O próprio título é menção direta ao conceito da “Torre de Marfim”, que designa um mundo ou uma atmosfera em que intelectuais se envolvem em questionamentos desvinculados das preocupações práticas do dia-a-dia. Fácil perceber o quanto eu sou contra isso, não?

Assim, foi com grande prazer que eu e o Rafael integramos o grupo de convidados do “I Ciclo de Palestras de Biologia” da E.E. Myrthes Therezinha Assad Villela, que aconteceu dia 17/10/2009, em Barueri – SP.

Faz tempo que aconteceu, eu sei, mas achei uma pena não termos comentado nada até o momento. Depois de algumas conversas excelentes que tenho tido com outros educadores, resolvi tirar esse texto da gaveta, e compartilhá-lo com todos.

BarueriGabriel.jpg
Minha palestra sobre células-tronco (foto: arquivo pessoal)

Essa atividade idealizada e realizada pelo Prof. de Biologia Flávio Rodrigues Grassi teve como principal objetivo levar pesquisadores de diversas Universidades (Federais e Estaduais) e Institutos de Pesquisa à Unidade Escolar para expor aos alunos do Ensino Médio um pouco da realidade do meio acadêmico-científico.

Além das nossas palestras, tiraramos dúvidas sobre nossas especialidades, e tentamos abordarar de maneira diferente assuntos do conteúdo programático do ano letivo e para vestibulares.

Foi uma manhã muito interessante, em que pudemos ter bastante contato com uma grande quantidade de alunos que mostrou-se bem interessada, e, claro, com uma grande quantidade de dúvidas que esperamos ter esclarecido. As palestras, e seus respectivos palestrantes, foram:

Animais Peçonhentos.
Biól. André Marsola: Bolsista PAP (Programa de Aprimoramento Profissional) do Laboratório de Artrópodes do Instituto Butantan.

Entendendo as Células-tronco.
M.Sc. Gabriel Cunha: Doutorando em Biologia Molecular da Disciplina de Biologia Molecular/Depto. de Bioquímica da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM).

Alimentos x Câncer
M.Sc. Márcia Miyuki Hoshina: Doutoranda do Laboratório de Mutagênese do Depto. de Biologia Celular e Biologia Molecular da UNESP (Campus Rio Claro)

O que é Câncer?
Biól. Rafael Soares: Doutorando pelo programa de pós-graduação em Biotecnologia da USP

Obesidade e Diabetes Mellitus
Dra. Talita Romanatto: Doutorado em Fisiopatologia Médica pelo Depto. de Clínica Médica da Fac. de Ciências Médicas da UNICAMP, iniciando o pós-doutorado na USP.

Foi um grande prazer participar dessa manhã dedicada à interação cientista-aluno, em que todos pudemos fazer um pouco de divulgação científica in loco, com respaldo imediato do público-alvo. Sem dúvida foi a primeira de muitas e aguardamos ansiosamente novos convites!

Entrevista no Programa E-farsas!

Como vocês sabem ou deveriam saber! dia 28/11/2009 nós participamos do Programa E-farsas, transmitido pela JustTV.

Promessa é dívida, então aí vai a a entrevista na íntegra!

Você que perdeu, esqueceu, ou simplesmente tinha mais o que fazer num sábado à noite, aproveite para ver o “casal mais bonito do EWCLiPo” (palavras do Mauro, do Você que é Biólogo) se engraçando com as câmeras!

Uma pena o programa estar com duração limitada a 30 minutos, a conversa realmente estava muito boa, e já estamos com vontade de voltar a gravar com o Gilmar, que, além de ser maior figura, nos recebeu extremamente bem junto com todo o pessoal do estúdio da JustTV.

Divirtam-se então com um bate-papo descontraído sobre alguns de nossos textos, Ciência, e um pouco sobre nossa vida de pesquisador (não falamos só do blog, quem gosta de Caras vai A-DO-RAR!).

Posts citados:

Gravidez, lordose e evolução… curvinhas que fazem a diferença.

O que é mais sustentável: comprar CD ou baixar da net?

Ratos flutuantes: não é feitiçaria, é tecnologia

Bicarbonato de sódio NÃO cura o câncer

Bicarbonato de sódio FUNCIONA contra Câncer

Comentários, críticas, sugestões, elogios? Libere toda a sua fúria nos comentários!

RNAm no “I Foro Iberoamericano de Comunicación y Divulgación Científica” – Quantificando a Divulgação Científica.

Faz tempo que eu e o Rafael (ele muito antes, certamente) temos vontade de extrair informações sobre os nossos textos, em especial, sobre os comentários que aparecem em alguns deles.
Aliando esse pensamento ao fato de sermos dois nerds inveterados, nos enfiamos de cabeça em áreas de pesquisa dominadas pelas Ciências Humanas, as Análises de Discurso e de Conteúdo, e tentamos analisar alguns dos comentários presentes no texto que é o ‘carro-chefe’ do RNAm: Bicarbonato de sódio NÃO cura o câncer. Esse texto, publicado em 25 de Novembro de 2008, sempre rende muitos acessos diários, e já está ultrapassando a barreira dos 400 comentários.
Como resultado inicial, apresentamos para vocês o trabalho ‘Argumentação em blogs científicos: uma análise dos comentários’, que foi apresentado na primeira edição do Foro Iberoamericano de Comunicação e Divulgação Científica, que está sendo sediado pela UNICAMP entre os dias 23 e 25 de Novembro de 2009.
LogoForo.jpg
Deixo para vocês partes do trabalho apresentado. A versão final do poster será disponibilizada pelo Rafael (que está perdido por Campinas ainda) em breve.
Considerações Iniciais
Weblogs (blogs) vêm sendo usados cada vez mais por divulgadores de ciência. Uma das características mais interessantes desta ferramenta é a possibilidade de leitores deixarem comentários sobre o texto publicado na rede. Esses comentários permitem entender melhor como o leitor recebe, entende, e sua opinião sobre um determinado assunto.
Objetos de Análise
Neste trabalho, analisamos o conteúdo dos comentários de um texto de blog de divulgação científica que gerou grande discussão.
O texto em questão trata de uma crítica à falta de embasamento científico de um tratamento alternativo de câncer, usando bicarbonato de sódio, que circulou pela internet como um “spam”. A crítica do texto ao tratamento levantou nos comentários várias críticas aos tratamentos usuais baseados em evidência científica, creditando tratamentos alternativos não comprovados.
Principais Argumentos Idenfiticados
Desconfiança da ciência e da medicina atual:
“Quimioterapia é um tratamento cruel. Acaba com a qualidade de vida da pessoa.” “Quantas pessoas morrem deste mal com os ‘tratamentos’ disponíveis.”
“A maior causa de morte nos EUA são causadas pelo uso de medicações.”
Resistência da ciência a idéias novas:
“(…) a teoria da relatividade foi ridicularizada no início e só depois respeitada (…).”
“O meio acadêmico tem seus vícios (…) e nem sempre aceita novidades”.
“Tudo que é simplista é discriminado”
Confiança em tratamentos alternativos:
“A medicina chinesa tem sido testada e comprovada há mais de 5 mil anos” “Enema de café também cura câncer”
“Se o bicarbonato não traz males, bem ele trará”
Confiança em tratamentos alternativos:
“A medicina chinesa tem sido testada e comprovada há mais de 5 mil anos” “Enema de café também cura câncer”
“Se o bicarbonato não traz males, bem ele trará”
Lobby de indústrias farmacêuticas:
“Organizações não querem perder recursos e idéias que surgem fora de suas castas acabam por ser ceifadas”
“Estão mais preocupados com as cifras do que com a saúde pública”
“Industrias farmacêuticas ganham muito dinheiro com outros tipos de tratamento”
Inversão do ônus da prova:
“Quem tem agora que provar que o bicarbonato não cura cânceres são aqueles que contradizem a idéia.”
“Não tem coragem de colocar a cara a risco pra testar a nova idéia e fica criticando”
“Por que não faz alguns testes em laboratório e tente descobrir algo mais profundo[?]”
Além dos argumentos contrários à critica do texto, contabilizamos também pedidos de ajuda, como receitas do tal tratamento, por exemplo.
“Você poderia me fornecer o telefone deste médico?”
“Posso tomar bicarbonato com água?”
“(…) qual a quantidade em gotas a usar por cada copo?”
Os Resultados
Vou deixar por aqui os dois gráficos originados dessa análise, e, em breve, completaremos esse texto com as nossas conclusões.
Graf2Foro.jpg
GrafForo.jpg
Enquanto isso, gostaria de lançar um desafio aos nossos leitores: quais seriam as conclusões que VOCÊS tirariam de uma análise que trouxesse esses resultados? (cliquem nos gráficos para vê-los em tamanho maior)
Aguardamos suas respostas nos comentários!

 

Poster_ForoCampinas

Garrafas, garrafas… briga de bar também é Ciência!

barfight.jpgImagine o seguinte: você está num bar, e de repente começa uma confusão aqui, outra ali… e a pancadaria se torna generalizada.Quem já esteve nessa situação (como eu) sabe como uma cena (com “c” viu Sasha?) dessas é assustadora… principalmente quando as cadeiras do lugar começam a passar voando sobre a sua cabeça.
Uma coisa que nos acostumamos a ver em filmes é a clássica “cena da garrafada”. Um zé qualquer pega uma garrafa e estilhaça na cabeça do ser humano ou não mais próximo. Em filmes BEM toscos, geralmente o cara se dá o direito de terminar a cerveja da garrafa que vai usar, antes de mandá-la com tudo no cuco de alguém.
Aí vocês pensam “Certo, mas do que diabos você está falando? Briga de bar?”
Sim crianças, briga de bar! Mais especificamente, o estudo que comentarei hoje trata do estrago que uma garrafada bem dada pode causar na cabeça de quem a receber. E, claro, estou falando de mais um texto da nossa série IgNobel no RNAm!
ResearchBlogging.orgO trabalho publicado no periódico Journal of Forensic and Legal Medicine foi realizado na Suíça por uma equipe de pesquisadores especializados em Ciências Forenses. E ele trata justamente do estrago que uma garrafada bem dada pode causar na cabeça de quem a receber.
De acordo com os autores do trabalho (e de qualquer um que já tenha passado por um apuro desses num risca-facas da vida), quando uma garrafa é usada como arma para golpear um oponente, podem acontecer duas situações básicas: ela se quebra e dá origem a um ferimento em forma de corte (que pode ser bastante profundo, dependendo do seu azar/sorte), ou, num caso pior, ela não quebra e causa um sério ferimento em forma de concussão.
garrafa1.jpg
Pensando nessa diferença, os autores investigaram se garrafas de cerveja de 500 ml (humm… ler isso me deu sede) são mais propensas a se quebrar quando estão cheias ou vazias. Na outra parte do trabalho, eles avaliaram se uma garrafada possui energia suficiente para causar uma fratura ao crânio humano.
drop_tower4.jpgPara testar as propriedades de fratura das garrafas utilizadas, os suíços utilizaram um equipamento chamado torre de queda livre (tradução do termo em Inglês drop tower, corrijam-me se eu estiver errado), que você pode ver na imagem ao lado (a setinha branca mostra o local em que a esfera de metal fica armazenada antes de ser lançada na garrafa).
O experimento foi o seguinte: uma esfera de metal de 1kg foi lançada da torre de diferentes alturas (entre 2m e 4m) numa garrafa de cerveja com um molde de argila que simula a área de impacto de uma pancada com uma garrafa, distribuindo a energia do golpe igualmente. Os resultados, claro, foram analisados em seguida.
drop_tower3.jpg

Garrafa pronta para receber o impacto


As garrafas cheias se quebraram em impactos com 30 J (joules) de energia, enquanto as garrafas vazias precisaram de uma energia de 40 J para se partirem na queda. No entando, nas duas situações as quantidades de energia observadas são suficientes para se fraturar um crânio humano.
Sem grandes explicações físicas, em todas as condições experimentais analisadas, foi constatado que as garrafas de cerveja podem fraturar gravemente o crânio humano, servindo como instrumentos perigosos em qualquer disputa física.
Conclusão do artigo: numa briga, tome MUITO cuidado se alguém tiver uma garrafa nas mãos, e, principalmente, pense duas vezes antes de usar uma, agora que você sabe do estrago que o uso desse tipo de “arma” pode causar.
DanielPowell.jpgAliás, se você ainda não se convenceu disso e quer continuar acreditando nos filmes de pancadaria, dê uma olhada na imagem ao lado, retirada de um artigo no site britânico de notícias Metro que descreveu um ataque que um adolescente sofreu de um grupo de imbecis.
Se você tinha alguma dúvida sobre o perigo que trazer uma garrafa prá uma briga pode ter, espero que tenha desaparecido agora… As minhas com certeza desapareceram.
Quanto ao mérito do artigo, entrou na categoria “OK, vocês demonstraram algo meio óbvio, não acham?” então, como vocês já sabem: IgNobel prá eles!
Bolliger, S., Ross, S., Oesterhelweg, L., Thali, M., & Kneubuehl, B. (2009). Are full or empty beer bottles sturdier and does their fracture-threshold suffice to break the human skull? Journal of Forensic and Legal Medicine, 16 (3), 138-142 DOI: 10.1016/j.jflm.2008.07.013

Nasce mais uma revista de divulgação científica! Unesp Ciência, seja bem-vinda!

Enquanto escrevo esse post, tenho ao meu lado o primeiro exemplar da mais nova revista de divulgação científica do Brasil: a revista Unesp Ciência, que começará a circular agora em Setembro (mas eu já tenho, urrú!) !
unespciencia1.JPG
Queria começar dando os parabéns pela iniciativa, e pelo resultado do trabalho: a revista está linda, e o conteúdo é excelente (já a li praticamente inteira, matérias muito boas)! Acesse a edição de lançamento AQUI, e confira o press release feito pela Assessoria de Imprensa da Unesp.
unesp-ciencia2.jpgO lançamento aconteceu nessa quarta-feira, no Instituto de Física Teórica (que TEORICAMENTE abriga vários Físicos – RÁ, piada infame!!!) da universidade, que fica na Barra Funda (colado na estação de metrô, mas um parto prá chegar de carro, no meio da hora do rush).
Melhor surpresa da noite: encontrar vários colegas do ScienceBlogs Brasil por lá. Estavam presentes o Igor (Universo Físico), a Luciana Christiane (Efeito Adverso) e o Reinaldo (Chapéu, Chicote e Carbono-14), que estão envolvidos diretamente com a revista (que só tem a ganhar com esse fato!). Como convidados foram o Rafael (RNAm), a Paula (Rastro de Carbono), o Carlos (Brontossauros em meu jardim), o Átila (Rainha Vermelha), e, claro, este que vos fala. Comparecimento muito bom prá um dia de semana, logo no começo da noite, em São Paulo. 19h30 ainda é cedo prá esperar que todos cheguem no horário, por causa da zona que é essa cidade.
Aliás, chegamos meio atrasados, e a cena em que eu, o Rafael, e o Reinaldo tentamos nos sentar educadamente no auditório, sem atrapalhar ninguém, foi RIDÍCULA. Espero de verdade que alguém tenha filmado e solte no Youtube, deu gosto. Difícil descrever tão bem um exemplo da falta de agilidade e destreza dos nerds (no caso, nós).
O evento em si foi bem legal, curto nas formalidades (o que foi ótimo, porque ninguém aguenta muito aquela chatice) e no começo contou com uma apresentação excelente do Grupo de Percussão do Instituto de Artes da Unesp, o Piap. Aliás, uma das meninas que fez a apresentação era um docinho de coco, como diria o Marcelo Tas. Não crianças, não tirei foto dela, tão achando o que? Deviam ter ido.
Após as apresentações, teve um coquetel de confraternização – que não tinha nada alcóolico prá soltar o pessoal? não gostei, que comemoração é essa?! – em que pudemos conversar bastante, e, claro, fazer uma boquinha (apesar de eu ter me queimado com um salgadinho assassino, como sempre).
Ah, sabem por que a revista será lançada em Setembro de 2009? A 400 anos, Galileu adaptou uma luneta, e, com o primeiro esboço de um telescópio, lançou as bases da Ciência Moderna.
Bela escolha de data de lançamento, não acham?

RNAm Expresso vol. 5 – Leituras interessantes!

090821085252_axolote226.jpgCientistas estudam anfíbio ‘monstro’ para tratar regeneração de membros: a gracinha que pode ser vista na foto ao lado, chamada Axolote, é capaz de regenerar até pedaços do CÉREBRO! Isso explica ter tanto dinheiro indo prás pesquisas com esse anfíbio, só o Departamento de Defesa dos EUA já doou 6 milhões de dólares para esses estudos. BBC Brasil
Sintomas mostram a hora de ir ao médico; veja lista criada por especialistas: lista elaborada pela Clínica Mayo (EUA) com dez sinais que indicam necessidade de cuidados médicos, comentada por especialistas contatados pela Folha Online.
Butantan começa a fazer vacina antigripe em outubro; conheça a fábrica por dentro: vejam esse ótimo infográfico mostrando como é a fábrica que produzirá as vacinas contra a Gripe Suína (H1N1; Gripe A) no Instituto Butantan. G1 Ciência e Saúde
Cientistas transplantam genoma em novo ‘passo’ rumo à criação de vida sintética: a equipe de cientistas comandada por Craig Venter (alguém aí lembra da Celera Genomics quando estavam sequenciando o genoma humano?) diz estar mais próxima de criar uma célula sintética! Eles anunciaram a criação de um novo tipo de bactéria a partir de um genoma modificado. UOL Ciência e Saúde
E não se esqueçam, para receber nosso conteúdo e outras coisas interessantes em primeira mão, siga-nos no Twitter em @Gabriel_RNAm e @Rafael_RNAm e clique aqui para ser nosso assinante de Feed/RSS!
Por hoje é só pessoal, bom sábado a todos!
Imagem: Jesús Chimal, pesquisador da Universidad Nacional Autónoma de México, um dos autores dos estudos envolvendo o Axolote

Zumbis? Atire primeiro, pergunte depois!

Os zumbis são figuras cativas na cultura pop, sendo normalmente retratados como mortos-vivos trazidos de volta à “vida” por ação de algum surto infeccioso, uma epidemia, maldições, ou só porque o Inferno lotou e merecemos todos morrer mesmo (esse último é uma crença da Idade Média, auto-explicativo, certo?)…
zombies13.jpg

Shiny Happy Zombies holding hands


Pensando nisso, um grupo de estudantes MUITO ocupados realizou um estudo de modelagem matemática de um ataque zumbi hipotético – calma, não precisa comprar a shotgun ainda – utilizando suposições biológicas baseadas nos populares filmes de zumbis. Esse estudo está publicado como um dos capítulos de um livro que trata de doenças infecciosas chamado Infectious Disease Modelling Research Progress.
Peraí, Zumbis? Como assim, Bial?
Isso mesmo, zumbis… quem falou que cientista não tem senso de humor? Temos aqui um exemplo clássico da combinação álcool, stress de entrega de tese e Ócio Criativo (se algum dos autores quiser me processar por dizer isso, digam que é só me procurar no boteco do seu Zé, na esquina do laboratório).
zombie1.jpgVoltando ao assunto, é melhor definirmos o tipo de zumbi estamos tratando aqui. De acordo com o ÓTIMO livro Guia de Sobrevivência a Zumbis, escrito por Max Brooks (redator do Saturday Night Live e filho de Mel Brooks), e com a cultura criada pelos filmes feitos pelo cineasta George A. Romero, zumbi são corpos reanimados que se alimentam de carne humana fresca. Até aqui todo mundo sabe, afinal, ninguém esquece da pérola “mioooooooooooooloooos!!!!!”, certo?
O que talvez pouca gente saiba é que as histórias de zumbis se originaram do Vodou, uma crença Afro-caribenha (a pronúncia é vudu), e descrevem pessoas controladas por feiticeiros poderosos, como vocês podem ler nesse ótimo texto feito por Kentaro Mori, no site Ceticismo Aberto. Depois, vieram os filmes de Romero, onde os zumbis são verdadeiros idiotas (chega a dar impressão que eles querem comer “miooolos” prá ver se ficam mais espertinhos), apesar de não serem “marionetes”.
Já os filmes atuais deram uma guinada nos nossos conceitos… A última novidade em filmes como Extermínio (28 Days Later) e o remake de Madrugada dos Mortos (Dawn of the Dead), foram os zumbis atléticos. De uma hora prá outra os zumbis antes letárgicos e até um pouco patéticos (como parodiado no ótimo Todo Mundo Quase Morto, ou Shaun of the Dead), viraram máquinas de correr, pular e morder, mais prá cachorro de pitboy do que pros zumbis retardados que tínhamos como referência popular.
O “modelo” de zumbi escolhido pelos canadenses foi o clássico assim até eu mato zumbi, com zumbis lentos imbecis, que te ganham no cansaço ou por maior número, e, claro, desespero e burrice da sua parte (características inerentes a todos os personagens desses filmes, tirando o mocinho ou mocinha).
i-dont-hate-zombies-200x200.gifAinda assim, de acordo com os cenários estudados no modelo, é possível repelir com sucesso um ataque desses monstros comedores de cérebros. A chave é “atacar com força, e de modo intenso.” (uau, parece o George Lucas dirigindo seus atores quando filmava Star Wars“Faster, and more intense!”).
Nas palavras dos autores à Revista Wired: “Um surto de zumbis é potencialmente desastroso, a menos que sejam empregadas táticas extremamente agressivas contra esses mortos-vivos. É imperativo que os zumbis sejam confrontados rapidamente, ou poderemos nos ver numa situação realmente complicada.”
E, realmente, eles se dedicaram bastante aos cálculos: “O modelo leva em conta a possibilidade de quarentena (que pode, apesar de pouco provável, levar à erradicação desses zumbis) e tratamento (alguns humanos sobrevivem, mas ainda podem coexistir com os zumbis), mas conclui que há uma única estratégia com probabilidade razoável de sucesso: a erradicação impulsiva.”
Traduzam “erradicação impulsiva” como chumbo neles. Dá praticamente na mesma.
Dica: acrescente A Cavalgada das Valquírias de Wagner ao se imaginar com um fuzil ou lança-granadas nas mãos, sentando o dedo nas hordas de zumbis estúpidos que não conseguem desviar de uma pedra no chão, que dirá de uma bala (ou míssil, ié iééé!).
“Somente ataques em número e freqüência suficientes, com força crescente, resultarão na erradicação, considerando-se que os recursos necessários para esses ataques possam ser mobilizados no tempo correto.”
E o que acontece se ficarmos com cara de tontos e demorarmos a pegar rifles e espingardas, partindo pro pau?
“Se o tempo do surto aumentar, entramos no cenário apocalíptico: o número crescente de zumbis resultará no colapso da civilização, com cada humano infectado, ou morto. Isso acontecerá pelo suprimento ilimitado que as mortes e nascimentos humanos serão para os zumbis infectarem, ressuscitarem, e converterem humanos restantes.”

Óquei, entendi… Tem que ser bala direto, no esquema “atire primeiro, pergunte depois”… Mas quanto tempo teríamos para lidar com o surto de zumbis, com chances de sucesso?
Vejam na fórmula abaixo, que é a equação inicial que define o modelo discutido aqui:
ModeloZumbi.JPG
S são os indivíduos susceptíveis à infecção
Z são os zumbis (dãh)
R são os indivíduos removidos, mortos por zumbis ou outras causas
Seta vermelha: esse parâmetro indica que os indivíduos em S podem morrer de causas naturais, ou, nesse caso, “não-zumbis”
Seta azul: indica que alguns indivíduos mortos podem “retornar” como zumbis
Seta preta: indica que indivíduos S podem ser infectados por zumbis, entrando no grupo Z
Seta verde: zumbis que foram “mortos” e não podem retornar pelo parâmetro indicado na seta azul, pois tiveram suas cabeças arrancadas e/ou cérebros destruídos (use a imaginação para pensar mil e uma maneiras de COMO se pode fazer isso)
De acordo com as variáveis do modelo, se o surto de infecção começar numa cidade de 500 mil habitantes e nada for feito, os zumbis (Z) sobrepujarão o grupo S (indivíduos saudáveis) em rápidos 3 dias!
Em compensação, se usarmos a tática “pé na porta, tapa na cara” (ou, nesse caso, tirambaço de calibre 12), em 10 dias é possível se exterminar 100% dos zumbis, comparem os gráficos que mostram a invasão sem qualquer ação por parte dos humanos (à esquerda) e o combate pesado aos zumbis (à direita):
grafs.JPG
Bom saber que, com a força de vontade e as armas certas, já definimos cientificamente que podemos dar conta de uma invasão de zumbis à lá Resident Evil (tinha gente achando que eu nem ia mencionar né? Rá!)
E a gente aqui, morrendo de medo da Gripe Suína… Minha sugestão é: guardem o dinheiro do Tamiflu para comprarem balas… tipo, muitas balas. E, claro, decorem o Protocolo Bluehand (abaixo)!
protocolobluehand.JPG

Nunca, NUNCA esqueçam isso!


Ou, melhor ainda: acessem o ZombieTools, um site excelente que vai te ajudar a montar um arsenal específico para acabar com esse zumbis malditos!
ps: apesar de parecer, não ganhei nada prá linkar esse monte de gente… mas aceito “presentinhos”, se quiserem podem mandar uma camiseta, livro, ou quem sabe esta belezinha abaixo!
urban-bone-machete-mark-3-2.jpg

Ahh, nada como arrancar cabeças de zumbis pela manhã…


Quem quiser ver todos os cálculos feitos, deixo aqui a citação do trabalho: “When Zombies Attack!: Mathematical Modelling of an Outbreak of Zombie Infection” by Philip Munz, Ioan Hudea, Joe Imad and Robert J, Smith?. In “Infectious Disease Modelling Research Progress,” eds. J.M. Tchuenche and C. Chiyaka, Nova Science Publishers, Inc. pp. 133-150, 2009.
Agradecimentos a Emílio Garcia, que me enviou o artigo para que eu escrevesse o post. Ele sempre manda coisa boa, sigam-no em seu twitter @Piscolisco. Lembrando aos interessados que o meu twitter é o @Gabriel_RNAm
Gostou desse texto? Seja nosso assinante de Feed/RSS clicando aqui e receba nosso conteúdo em primeira mão!!!
Imagens: Podcasting News; Supersônica; ZombieTools

Sobre a “segunda onda” da Gripe Suína (Gripe A; vírus H1N1)

H1N1.jpg
Apesar de ainda estarmos aguardando dados mais confiáveis referentes aos casos e óbitos causados pelo vírus H1N1 (na imagem ao lado) no Brasil (e no resto do mundo), existe uma sensação geral de que a pandemia não é tão grave, em termos de risco de morte, como alguns especialistas haviam previsto.
Fiquei a par de alguns dados recentes, provenientes de um informe interno que circula no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP: entre Abril e Agosto de 2009, foram relatados 162.380 casos confirmados laboratorialmente de influenza A (H1N1) e 1154 óbitos, em todo o mundo.
Também se comenta no documento que esses números estão subestimados, visto que são referentes a diagnósticos laboratoriais do vírus H1N1, enquanto muitos países adotaram a estratégia do diagnóstico clínico, de modo que os testes laboratoriais foram priorizados para pacientes com formas graves da doença ou grupos de alto risco, como gestantes, por exemplo.
Também já se sabe que o novo vírus influenza A (H1N1) é o vírus influenza dominante em circulação nos Estados Unidos, Inglaterra, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Chile, Argentina e Brasil.
O grande medo, ao menos no Hemisfério Norte, é que se repita o caso observado na Gripe Espanhola, em que houve 2 surtos principais, com resultados bastante diferentes.
O primeiro ocorreu durante a Primavera (nosso Outono), e foi bastante ameno. Já o segundo surto, todos conhecemos, pois foi o que teve um número realmente impressionante de óbitos, superando a casa da dezena de milhão (os números até hoje não são certos, e variam entre 20 e 50 milhões de mortos… uma quantidade enorme, mesmo se considerando o valor mais baixo).
spanishflu1918ward.jpg

Vítimas da Gripe Espanhola, em 1918


Alguns especialistas alertam exatamente para este fato: podemos estar no meio do que seria um “surto primário”, mais ameno, e que poderia ser desencadeado um “surto secundário” nos próximos meses, causando as milhares (milhões?) de mortes já consideradas em vários comunicados.
No entanto, David M. Morens e Jeffery K. Taubenberger, membros do National Institutes of Health, nos EUA, questionam a idéia de que os casos de pandemias severas sejam necessariamente precedidos por uma temporada em que a doença haja de maneira mais branda (como ocorreu com a Gripe Espanhola). Eles analisaram 15 casos de pandemia ocorridos nos últimos 500 anos, e afirmam que esse tipo de padrão não é algo constante.
Apesar de os surtos brandos ocorridos em 1917 e no começo de 1918, os pesquisadores dizem que não há evidências convincentes de que esses surtos de Primavera no Hemisfério Norte foram causados pelo mesmo vírus responsável pelos estragos feitos meses depois, durante o Outono. Eles também não encontraram evidências que apoiassem o conceito de que o vírus de 1918 tenha ficado mais mortal de forma progressiva, à medida que a pandemia avançava.
Em um comunicado nesta 4a-feira ao Journal of the American Medical Association (JAMA), comentaram:
“Considerando os longos e confusos registros de pandemias de gripe, é difícil predizer o curso futuro da presente pandemia ocasionada pelo vírus H1N1”.
Os surtos de gripe certamente seguem um padrão sazonal, e os pesquisadores concordam que, nesse momento, o Verão do Hemisfério Norte possam estar retardando o avanço do vírus. Mas eles dizem que, mesmo que esse avanço evolua novamente no Outono ou Inverno, não há motivos para se assumir maior probabilidade de o vírus se tornar mais contagioso e/ou mortal.
O fato de o vírus ter começado a se espalhar pelo Hemisfério justamente durante as estações mais quentes faz com que os pesquisadores acreditem que há grandes possibilidade dessa pandemia não ser tão mortal quanto suas “primas” do passado.
Para maiores informações sobre a Gripe Suína, e excelentes levantamentos históricos dos episódios anteriores de grandes surtos, recomendo fortemente a leitura dos seguintes posts, ótimas fontes de informação:
Rainha Vermelha: “O que você precisa saber sobre a gripe suína” e “Gripe suína – Lições do passado”
100Nexos: “Gripe suína: Vamos todos morrer (Lições de 1976)”
Não esqueçam também de acessar o Portal do Ministério da Saúde, com atualizações constantes sobre o panorama dessa pandemia no Brasil.
Gostou desse texto? Siga-me no twitter @Gabriel_RNAm e seja nosso assinante de Feed/RSS clicando aqui para receber nosso conteúdo em primeira mão!!!

RNAm Expresso vol.4 – Os links pertinentes

ratafter_553255.jpg

IMAGEM DO DIA: Corante deixa rato azul e com melhor recuperação – Corante azul comum melhorou a recuperação de lesões na coluna dos ratos. Além de os deixarem com este bronzeado super alienígena! – Wired

Os sites preferidos pelos professores de biologia Portal Aprendiz 

Os cadernos de lab de Linus Pauling On Line – um dos maiores e mais importantes cientistas de nosso tempo, Linus Pauling teve seus cadernos escaneados e podem ser vistos por qualquer um. Melhor que isto só seria conversar com ele em pessoa – Via @alexismadrigal

Chineses confiam mais em prostitutas que em políticos ou cientístas – Perigoso isto. Se bem que com os cientístas de lá eu tenho certo pé atrás também. Muita pressão do governo e pouca abertura externa podem ser perigosas para a ciência em qualquer país. – BBC News, via @Cardoso

PROGRAME-SE: O Neurocientísta Miguel Nicolelis no programa Provocações, da TV Cultura, sexta 22h10.

VÍDEO DO DIA: E quem disse que pinguim não voa? Veja os pinguins-robôs voadores da empresa alemã Festo. Graciosidade baseada na natureza. – Via @alexismadrigal

Sobre a Monsanto, o problema com a cartilha “O Olho do Consumidor”, e as mentiras que circulam na internet…

Ontem recebi isto por e-mail um aviso de que a empresa Monsanto haveria entrado com uma liminar para retirar de circulação uma cartilha sobre alimentos orgânicos feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Segue o conteúdo do e-mail com a “notícia”:
“A multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar de mandado de segurança para impedir a distribuição da cartilha “O Olho do Consumidor” produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretendia padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor na sua escolha de alimentos realmente orgânicos.

O link do Ministério está “vazio” tendo sido retirado o arquivo do site. Em autêntica desobediência civil e resistência pacífica à medida de força legal, estamos distribuindo eletronicamente a cartilha.

Se você concorda com a distribuição envie para os amigos e conhecidos.Se você não concorda, simplesmente delete este e-mail.”

Essa cartilha sobre orgânicos é bastante conhecida, e o Ministério da Agricultura foi bastante inteligente ao convidar o ótimo Ziraldo para ilustrá-la. No material, é possível encontrar a definição de alimento orgânico, bem como orientações para que o consumidor possa identificar esses produtos no mercado.

A partir de 2010, todo produto orgânico brasileiro, exceto aqueles vendidos diretamente pelos agricultores familiares, levará o selo do Sisorg (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica). Esse selo, que teve a marca escolhida pelo público, vai atestar que o produto está dentro de normas e foi avaliado por entidade credenciada do Ministério da Agricultura. O selo de referência já é utilizado nos Estados Unidos, no Japão e na Europa.

Quando vi a mensagem de que a Monsanto haveria entrado na Justiça contra o Ministério, fui buscar maiores informações, e as únicas fontes que tratavam do assunto eram blogs criticando a empresa, e disponibilizando a cartilha para download, seguindo as “diretrizes” do e-mail que citei acima. Prá piorar, o link que disponibilizaria a cartilha no site do MAPA realmente não continha mais o documento para download. Aparentemente, havia mesmo algo errado.

Como achei tudo isso muito estranho (um caso desses certamente teria algum tipo de repercussão nos grandes veículos de notícias), fui atrás da melhor fonte possível, na minha opinião: a própria Monsanto.

Segue a posição oficial da empresa sobre o episódio descrito no e-mail, que me foi dada por sua assessoria de imprensa ontem, logo que entrei em contato com eles:

“A Monsanto esclarece que não procedem os boatos de que a empresa teria entrado como uma ação judicial contra uma campanha educativa coordenada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) sobre os benefícios de alimentos livres de agrotóxicos.

A empresa desconhece a origem dessa informação e reafirma o respeito pela liberdade de opinião, expressão e escolha do mercado, instituições e empresas pela utilização de culturas convencionais, geneticamente modificadas ou orgânicas.

A Monsanto se orgulha de ser líder em biotecnologia agrícola e acredita profundamente nos benefícios das culturas geneticamente modificadas, que têm potencial para ajudar a aumentar a produção de alimentos, com menos recursos naturais e, ainda, melhorar a vida de agricultores em todo o mundo.

Abraços,

Cláudia Santos
CDI Comunicação Corporativa
(11) 3817-7925 / (11) 8192-4134
E-mail: claudia@cdicom.com.br”

Mas peraí… a Monsanto é aquela empresa diabólica, que quer escravizar todos os agricultores, então é de se esperar que a Assessoria da empresa esteja mentindo prá mim, não é? É, acho que só se eu tivesse uma posição do próprio Ministério é que eu poderia acreditar nessa empresa do mal!

Opa, peraí… eu tenho.

Lição de casa feita, tirem suas próprias conclusões lendo a transcrição de meu contato com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, feito hoje de manhã:

Descrição da Solicitação:
OLÁ, GOSTARIA DE SABER COMO FAÇO PARA ADQUIRIR A CARTILHA “OLHO DO CONSUMIDOR”, LANÇADA PARA DIVULGAR O SELO DO SISORG. MUITO OBRIGADO, GABRIEL L.A. CUNHA

Resposta/ Parecer da BINAGRI:
PARA ESCLARECER A POPULAÇÃO SOBRE O ALIMENTO ORGÂNICO, O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO/MAPA DISTRIBUIU UMA CARTILHA DO DESENHISTA ZIRALDO CHAMADA ‘O OLHO DO CONSUMIDOR’. NO MATERIAL HÁ O CONCEITO DE ALIMENTO ORGÂNICO E ORIENTAÇÕES PARA QUE O CONSUMIDOR POSSA IDENTIFICAR ESSES PRODUTOS NO MERCADO.

INFORMAMOS QUE O MAPA DISTRIBUIRÁ APENAS UM EXEMPLAR POR SOLICITAÇÃO E TERÁ DISPONIBILIDADE DE ENVIO A PARTIR DO DIA 03/08/2009.

CASO QUEIRA, PEDIMOS QUE PROCURE A SUPERINTENDÊNCIA FEDERAL DE AGRICULTURA DO SEU ESTADO PARA VERIFICAR A POSSIBILIDADE DE ATENDIMENTO.

INFORMAMOS QUE AINDA QUE, A PARTIR DO DIA 03/08/2009, A CARTILHA ESTARÁ DISPONÍVEL EM NOSSO SITE PARA DOWNLOAD.

Colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos através dos canais de contato de nossa Central de Relacionamento, conforme a seguir:

Telefone: 0800 704 1995
E-mail: binagri@agricultura.gov.br
Biblioteca Nacional de AgriculturaEndereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco D, Anexo B, Térreo.
CEP 70043-900, Brasília DF
Caixa Postal 02432 – CEP: 70849-970 Brasília – DF

Atenciosamente,
Central de Relacionamento do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

Dúvidas esclarecidas, só nos resta imaginar de onde saiu essa idéia da
liminar… Será que foi uma ação coletiva de ONGs e ambientalistas que
queriam promover mais a cartilha sobre orgânicos, e, como bônus, atacar
um de seus alvos preferidos?

Acho que essa eu não consigo esclarecer nem tentando…

Gostou desse texto? Siga-me no twitter @Gabriel_RNAm e clique aqui para assinar nosso Feed/RSS e receber conteúdo novo em primeira mão!

ps1: agradecimentos ao advogado Paulo Arthur Noronha Roesler, que me enviou o caso por e-mail, a Claudia Santos e Eleni Gritzapis, da assessoria de imprensa da Monsanto, e à Central de Relacionamento do MAPA.

ps2: quem não quiser esperar Agosto para ter acesso à cartilha, pode acessar o Blog VivoVerde

*UPDATE!

Tem mais sobre esse assunto no blog Maria Rê e o Fogão Azul, dica do @crisdias via Twitter em 03/08/2009.