Os gases de efeito estufa do gado bovino brasileiro

Para quem ainda não viu, minha reportagem na edição de março da Scientific American Brasil está disponível no site da revista. Um dos pesquisadores que entrevistei foi o Ítalo Guedes, do Geófagos. A reportagem foi feita para acompanhar a tradução de um artigo da Scientific American sobre os gases estufa da pecuária bovina no mundo. 

Esse assunto vai esquentar em breve, quando o Ministério da Ciência e Tecnologia divulgar o novo relatório brasileiro às Nações Unidas com as estimativas das emissões de gases estufa em todo o país. O último relatório brasileiro foi divulgado em 2004, mas com base em dados colhidos entre 1986 a 1996. O novo relatório terá dados de até 2007 e mais confiáveis que os anteriores.  

Discussão - 6 comentários

  1. João Carlos disse:

    Sem discutir os dados, algumas coisas não ficaram bem claras para mim. Em primeiro lugar, a proporção entre os gases emitidos pelo rebanho e o criado pela geração de energia, necessariamente, teria que ser maior no Brasil, uma vez que temos um rebanho enorme e uma matriz de geração de energia completamente diferente do "mundo desenvolvido". Não dá para comparar maçãs com laranjas, apesar de ambas serem frutas.
    Em segundo lugar, não me parece claro, de forma alguma, que o confinamento do gado seja uma alternativa sequer desejável. Gado confinado pode ser, a curto prazo, mais econômico; por outro lado, fica mais "doméstico" e menos resistente, inclusive a zoonoses. Me parece mais inteligente a alternativa de combinar pastagens com áreas de preservação/reflorestamento.
    Em terceiro lugar, eu acho um exagero atribuir à abertura de pastagens os "75 a 80% de desmatamento na Amazônia". A exploração de madeiras (principalmente a ilegal) tem um grande peso nas contas — uma vez desmatada a área, a qualquer pretexto, ela mais facilmente servirá como pastagem (por pobre que seja) do que para qualquer outro emprego (principalmente com o solo pobre da Amazônia).
    Em suma, não precisam pintar o diabo mais feio do que ele já é. Se o 1º mundo usar os GEE para inventar pretextos para boicotar a carne brasileira, vai ser isso mesmo: pretexto.

  2. Luiz Bento disse:

    Fala Igor, parabéns pelo texto.
    Concordo com os questionamentos do João Carlos, principalmente o terceiro. Mais um detalhe.
    "O gás é produzido quando bactérias e protozoários, no sistema digestivo do animal, decompõem os resíduos da digestão da celulose."
    Na verdade o grupo de microorganismos metanogênicos (que produzem metano biologicamente) são as archea, grupo bem distinto das bactérias. E pelo que eu saiba apenas elas produzem metano desta forma, não os protozoários. Os protozoários podem decompor matéria orgânica, mas daí a produzirem metano (processo estritamente anaerobiótico) são outros 500.
    Abraços.

  3. Igor Z disse:

    Ops, foi mal...
    Tirei essa informação do relatório da Esalq mencionado na reportagem.
    Não devia ter confiado em dados de biologia fornecidos por economistas!
    Obrigado pela correção!

  4. Liliane Catone disse:

    Oi Igor, muito informativo o seu texto, adorei. E é sempre bom aprender com os cometários também.
    João Carlos, sua análise do texto foi bem inteligente, concordo com as questões que você levantou.
    Luiz Bento, eu achava que as Archea eram bactérias também... até comentei no seu blog considerando-as como bactérias... quando estudei o reino Monera, só estudei bactérias e cianofíceas... mas isso foi há um bom tempo atrás... rsrs. Vocês todos estão de parabéns!

  5. Agenor Amaral Lopes disse:

    O motivo deste contato é tão somente porque o tema me fascina. Estou concluindo uma especialização em Direito ambiental, e, desse modo, sem querer deixar de lado um tema tão relevante, ao meu ver, para o futuro da humanidade, tanto na questão ambiental, quanto na produção de alimentos, gostaria de fazer minha MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO, exatamente versando sobre este tema. No que posso ser ajudado? pergunto! Eu necessito de material com cunho científico, para respaldar minhas opniões. Agradeço desde já se receber alguma ajuda.
    Grato,
    Agenor.

  6. Agenor Amaral Lopes disse:

    Onde foi que eu errei? Só quero material a respeito do tema para minha monografia'

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