they’ve been there for a really long time!
Baladinha paleontológica.
Ótimo para aprender se divertindo!!
Mas que Coprólito!!!


Fezes, cocô, excremento, dejetos são termos que podem ser definidos em uma única palavra na Paleontologia: Coprólito.
Breve histórico
Coprólito foi um termo criado por Buckland enquanto descrevia alguns fósseis incomuns encontrados em folhelhos marinhos no sul da Inglaterra em 1829. Este pesquisador reconheceu os estranhos objetos fossilizados como sendo massas fecais petrificadas, que julgou produzidas por ictiossauros, um tipo de réptil marinho, cujos fósseis são muito comuns naquela região.
Apesar da nomeção de Buckland, coprólitos já haviam sido descritos muito antes na literatura. O naturalista Martin Lister encontrou dejetos fossilizados ainda em 1678, porém não conseguiu, na época, reconhecer a verdadeira natureza do material. Em 1822, Mantell também encontrou fezes fósseis. Mesmo que houvesse reconhecido semelhanças entre a composição química desse material com a de ossos fossilizados, ele os identificou tentativamente como cones e talos de um tipo de planta desconhecida.
Depois de aproximadamente um ano da descrição de Buckland, diversos trabalhos sobre o assunto começaram a ser publicados…
Importância dos coprólitos

Apesar das fezes nos pareceram coisas repulsivas e descartáveis, elas podem fornecer informações importantes!
Coprólitos podem dar pistas sobre o comportamento alimentar de seu produtor, detalhes sobre seu hábitat, a anatomia do seu tubo digestivo, a existência de paleoparasitoses e até mesmo conter fragmentos de DNA!
Algumas vezes, quando bem preservados, é possível reconhecer a natureza da dieta de seres extintos pela forma dos coprólito e pela presença de pequenos pedaços de ossos, escamas e vegetais preservados em seu interior (Veja imagem abaixo e também AQUI). Assinaturas químicas, todavia, revelam com precisão o cardápio pré-histórico dos antigos cagões: Análises espectroscópicas ajudam a decifrar a concentração de elementos químicos como carbonato de cálcio, fosfato de cálcio e apatita. Animais com dietas carnívoras, por exemplo, têm fezes mais ricas em cálcio. Veja estes artigos AQUI, AQUI e AQUI, por exemplo.

Resíduos polínicos (pólen) do ambiente podem ainda ser ingeridos ou ficarem aderidos às fezes. Dessa forma, são mais facilmente preservados e a sua identificação torna possível reconstituir antigos cenários florísticos e até mesmo desvendar detalhes climáticos do passado. Veja este estudo AQUI por exemplo.
Uma análise mais detalhada pode revelar surpresas ainda mais impressionantes. Coprólitos de Idade Pleisto-holocênica (alguns milhares de anos), por exemplo, podem conter fragmentos de DNA preservados. Se isolados, estes podem auxiliar em estudos genômicos. Veja ESTE estudo.
Preservação
Tá. Ossos podem ser mais fáceis de se preservar porque são mineralizados, mas e cocô? Como ele se preserva?
Bom, o material fecal é mais fácil de ser preservado do que parece!
Primeiramente, é produzido em maior quantidade, o que aumenta a sua chance de estar representado no registro fóssil: imagine quantas vezes um animal defeca durante a vida e no final dela, deixará apenas um punhado de ossos! Sob essa perspectiva, é muito mais fácil achar um cocô do que um osso!
Em segundo lugar, sua composição muitas vezes pode ajudar: alguns coprólitos são ricos em cálcio e isso contribui para sua preservabilidade, já outros são ricos em fibras, o que os torna mais suscetíveis a serem reincorporados ao sistema.
Em terceiro lugar, alguns aspectos químicos podem favorecer a fossilização: quando na água, o muco que recobre as fezes pode induzir trocas iônicas e acabar formando uma “capa protetora” no entorno do dejeto.
Coprólitos integram o registro fóssil por meio de rápida dessecação e/ou lenta mineralização. Quem nunca chutou um cocô seco de cachorro na rua? Se esse elemento orgânico fortemente dessecado for soterrado em local apropriado, pode – em alguns milhares de anos – virar um fóssil!
Curiosidade 1: É possível que as fezes de um animal sejam preservadas ainda dentro de seu trato digestivo. Quando isso acontece, elas são denominadas de enterólitos, não coprólitos.
Curiosiadade 2: Muitas pessoas utilizam coprólitos como adornos. Durante o processo de fossilização, minerais de cores diferentes podem ser incorporados ao tal cocô fóssil. Isso lhe rende cores inusitadas e uma beleza peculiar, basta polir.
Curiosidade 3: Coprólitos de tubarões tem forma espiralada devido ao formato de seu intestino.
Nota de campo: Deve-se tomar muito cuidado para não confundir coprólitos com simples concreções! Algumas concreções tem aparências sugestivas… Lembre-se, todavia, que alguns coprólitos podem estar preservados dentro das mesmas, não custa checar!
Alguns estudos de caso
Exisitem inúmeros trabalhos publicados que tratam de coprólitos. Já citamos alguns, mas vamos listar outros de forma mais ilustrada:
A figura abaixo apresenta coprólitos de diversos tipos de vertebrados (herbívoros, onívoros e carnívoros) encontrados na Formação Cerro del Perro, Cretáceo Tardio do México. Como já mencionamos, nem sempre é pela morfologia do coprólito que identificamos o tipo de animal que o produziu. Nesse caso, estudos químicos ajudaram a determinar o tipo de dieta do animal produtor (Veja o artigo AQUI).
Existem alguns coprólitos muito pequenos, como os de peixes da Formação Withemud, Canadá. O tamanho, todavia, não diminui a sua importância: Micro-restos fossilizados foram encontrados em seu interior (pedaços de ossos, conchas e plantas), ajudando a identificar a estrutura de cadeias alimentares carboníferas (mais de 320 milhões de anos atrás) (Veja o artigo AQUI).
No Brasil, um local onde os coprólitos são e já foram bastante estudados é a Bacia do Araripe – situada nos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí -, onde são encontrados dentro de nódulos calcários, assim como os peixes fósseis da região. Tais coprólitos são interpretados como como produzidos por peixes, uma vez que é comum ocorrerem associado a eles.
Não só a Paleontologia estuda as fezes fósseis de animais, como também a Arqueologia se preocupa com o estudo de dejetos fósseis humanos. Por meio deles, além de se desvendar hábitos alimentares de nossos ancestrais, pesquisadores procuram descobrir quais parasitas afetavam a saúde humana pré-histórica (Veja este artigo sobre paleoparasitologia no Brasil: http://www.scielo.br/pdf/csc/v7n1/a18v07n1.pdf).

Novidade: Essa semana foi publicado mais um estudo sobre coprólitos brasileiros. Paula Dias e colaboradores descreveram na revista “Journal of South American Sciences” uma concentração excepcional de coprólitos de vertebrados na na Formação Rio do Rasto, sul do Brasil. Por meio da morfologia dos mesmos, ela pode reconhecer que uma variedade maior de vertebrados do que se conhece por meio de fósseis corporais estava presente na região há mais de 250 milhões de anos. Veja o artigo AQUI.

Além dos estudos citados, inúmeros outros trabalhos são publicados anualmente relatando achados pelo mundo afora (Haja cocô fóssil!). Muitos deles são excepcionalmente curiosos. Faça uma busca!
Concluindo, pisar em um cocô fóssil não deve ser muito ruim, afinal. Prestem atenção nas suas caminhadas por aí! 😉
Referências:
Thulborn, R. A. Morphology, preservation e paleobilogical sgnificance of dinosaur coprólites.1991. Paleogeography, Paleoclimatology, Paleoecology, v.83, pp. 341-366.
Reinhard, K.J.; Jr, V.M.B. Coprolite Analysis:A Biological perspective on Archaeology. 1992. University of Nebraska – Lincoln, pp. 244-287.
Lima, R.J.C.; Freire, P.T.C.; Sasaki, J.M.; Saraiva, A.A.F.; Lanfredi, S.; Nobre, M.A.L. 2007. Estudo de Coprólito da Bacia Sedimentar do Araripe por Meios de Espectroscopia FT-IR e Difração de Raios-X.Quim. Nova, v.30, n.8, pp. 1956-1958.
Rosa, R.A.R.; Cevallos-Ferriz, R.S.R.; Pineda, A.S. 1998. Paleobiological implications of Campanian coprolites. Paleogeography, Paleoclimatology, Paleoecology, v.149, pp. 231-254.
Sinfonia dos Dinossauros
Qual a sua postura, cientista brasileiro?
Inversão de valores, mercantilização da ciência, “publicar ou perecer”….
Se você trabalha com ciência no Brasil, ou tem interesse no que anda produzindo a ciência brasileira/mundial, deveria dar uma olhada nesse artigo de Silvana Calvo Tuleski: http://www.scielo.br/pdf/pe/v17n1/v17n1a00.pdf
E aí, cientistas, qual a sua postura? Eu particularmente acho que precisamos reciclar a forma de fazer Ciência…
“Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence.”
(Privatizando, Bertold Brecht, 2007)
Bambiraptor? Pintosaurus!?– Os nomes mais estranhos da Paleontologia!
Com contribuição de Thiago Marinho
O bicho é meu e eu coloco o nome que eu quiser nele!!!
Pintossauro, Gasossauro, Dinheirossauro, Fodonyx, Bambiraptor…? A lista é longa! Um mais estranho que o outro! Mas porque eles foram batizados assim?
Veja aqui uma amostra dos nomes mais estranhos da Paleontologia!
- Quem não lembra do episódio da Família Dinossauro em que Baby é levado para o grande sábio afim de receber um nome, mas algo inesperado acontece? Ele acaba recebendo um nome meio que, digamos… incomum: “Ai Ai Estou Morrendo Seu Idiota da Silva Sauro”.
(se você nunca assistiu, veja o episódio AQUI 🙂 ).
Isso nos leva a pensar: Afinal, como são escolhidos os nomes dos dinossauros??
Certamente não é como no episódio da família dinossauro (ver post anterior), mas ainda assim parecem surgir alguns resultados meio… incomuns.
Neste post vamos reunir alguns dos nomes mais inusitados já escolhidos por paleontólogos.
Não são só os dinossauros que sofrem, mas toda ‘sorte’ de criatura extinta…
————
Os 10 mais!
And the Oscar goes to:
1) PINTOSAURUS: gênero basal de procolofonídeo. Procolofoquê? Procolofonídeo! Procolofonídeos são pararépteis que lembram muito um “tipo robusto de lagarto”, mas na verdade não tem nada a ver com eles (Veja AQUI e AQUI para saber mais). Pintosaurus foi descrito em 2004, encontrado em rochas de idade Permo-triássicas do Uruguai. Pinto- foi escolhido para homenagear o Dr. Iraja Damiani Pinto, paleontólogo gaúcho que contribuiu substancialmente para paleontologia sulamericana. (…)
2) CHUPACABRACHELYS: Trata-se de uma tartaruga do período Cretáceo, que foi encontrada no Texas, USA. Não tem muito a dizer… o nome realmente foi em homenagem ao “chupa-cabra”…
3) GASOSAURUS CONSTRUCTUS: Dinossauro terópode chinês de médio porte. O nome foi escolhido para homenagear uma empresa de combustível. O dinossauro foi encontrado durante sua construção, por isso o nome da espécie é ‘constructus‘.
4) DINHEIROSAURUS LOURINHANENSIS: Uma espécie de dinossauro saurópode gigante, aparentado ao Diplodocus. Ele foi encontrado na região da Praia de Porto Dinheiro, concelho de Lourinhã, em Portugal. O nome deriva do local aonde ele foi encontrado. Tinha que ser um dinossauro português..
5) BAMBIRAPTOR: Sim, esse é um dinossauro que foi nomeado em homenagem ao Bambi. Isso mesmo, aquele personagem da Disney (…!!). Trata-se de um pequeno dinossauro carnívoro, com menos de 1m de comprimento. O nome foi escolhido porque aparentemente o espécime encontrado era um juvenil.
6) FODONYX: Rincossauro do Triássico Médio da Inglaterra. O nome significa “garra escavadora”. Em latim “fodere“=escavar e “onyx“=garra. “Tchau! vou ‘fodere’ dinossauros!”
7) MINOTAURASAURUS: Tipo de dinossauro anquilossaurídeo proveniente da Ásia. Foi descrito em 2008. O nome significa “Homem-touro-lagarto”.
8) GOJIRASAURUS: Gênero dúbio de dinossauro terópode encontrado em rochas triássicas do Novo México, EUA. O nome foi em homenagem ao monstro mitológico japonês. Gojira…. Gojira….Gojira…

9) INCISIVOSAURUS: Um pequeno dinossauro terópode da China, provavelmente de hábito herbívoro. Sua dentição peculiar, com dentes proeminentes como os e um roedor, foi o que lhe rendeu o nome estranho.
10) PIKAIA: Representante basal do grupo dos cordados. O nome dessa criaturinha Cambriana encontrada em Burgess Shale significa “da Pika”. Pika é um tipo de pequeno mamífero aparentado dos coelhos, comumente encontrado na região aonde os fósseis de Pikaia foram descobertos. (Eu ri!)
——–
No mínimo exóticos:
– Enigmosaurus: Grande dinossauro terópode herbívoro (Therezinosauróide) do Cretáceo da Mongólia. Quando os seus restos foram encontrados, a anatomia não usual da pélvis do bicho deixou os seus descobridores tão confusos, que lhes pareceu um verdadeiro enigma. Assim sendo, resolveram nomeá-lo dessa forma.
– Camelotia: Gênero de um dinossauro prossaurópode do Triássico Inglaterra. Seu nome significa “de Camelot”. Camelot trata-se do lugar lendário na Grã-Bretanha, que teria abrigado o castelo e a corte do Rei Arthur.
– Erectopus: Dinossauro terópode allossauróide do Cretáceo da França. Descoberto no final do Século XIX, o seu nome significa: “Erecto=em pé”, “Pous=Pé”. Hm…
– Minmi: Dinossauro australiano da infraordem Ankylosauria. O nome é devido à Minmi Crossing, o lugar onde seus fósseis foram descobertos.
– Hallucigenia: Gênero de invertebrado fóssil do Período Cambriano. O nome é devido a sua forma bizarra, que aos olhos dos descobridores mais parecia uma alucinação. Já viu né!!
– Drinker: Pequeno dinossauro hypsilofodontídeo do Jurássico da América do Norte. O nome, traduzido do inglês significa “bebedor”, mas essa não foi a intenção, ele foi proposto para homenagear o renomado paleontólogo Edward Drinker Cope.
– Gargoyleosaurus: Um dos mais antigos anquilossauros já descobertos. Gargoyleasaurus foi encontrado em Wyoming, em rochas de idade Jurássica. Seu nome significa “lagarto gárgula”.
– Xixiasaurus: Dinossauro terópode troodontídeo descrito em 2010. Seus restos foram encontrados na região administrativa de Xixia, na província de Henan, China.
– Pawpawsaurus: Gênero de dinossauro da família Nodosauridae, da infraordem Ankylosauria. Seus restos foram encontrados na Formação Paw Paw, Texas, USA. Eu não consigo falar sem rir!
– Pedopenna: Dinossauro manirraptor do Jurássico da China. Pedopenna significa “pena no pé”. Este dinossauro recebeu esse nome por apresentar evidências da existência de longas penas inseridas ao longo de seus metatarsos.
– Ozraptor: Dinossauro terópode encontrado na Austrália, descrito em 1998. “Oz” faz referência ao apelido dado aos australianos,“Ozzies”.
– Borogovia: O nome deste dinossauro carnívoro troodontídeo é derivado dos “borogoves”, criaturas de um poema de Lewis Carroll, Jabberwocky, parte da obra “Alice no país das Maravilhas”.
– Appalachiosaurus: Gênero de dinossauro terópode tiranossauróide do Cretáceo da América do Norte. O nome faz referência a região estadunidense conhecida como Appalachia, onde o fóssil do animal foi encontrado.
– Petrobrassaurus puestohernandezi: Dinossauro saurópode argentino. Foi descrito em 2011. O nome do gênero realmente é devido a companhia de petróleo brasileira, Petrobrás, e o nome específico se refere a “Puesto Hernandez”, um dos centros de extração da companhia, aonde o dinossauro foi encontrado. Ahhh, invejosos! Queridos!!
– Atlascopcosaurus: Este dinossauro australiano recebeu seu nome em homenagem a companhia Atlas Copco. Esta companhia forneceu o equipamento para a expedição paleontológica que resultou na descoberta do novo dinossauro. Capessaurus, Fapespsaurus, Cnpqsaurus, vamo lá, galera!!
– Qantassaurus: Este dinossauro hypsilofodontídeo foi nomeado para homenagear a empresa aérea australiana, Qantas, que ajudou no transporte dos fósseis. Conclusão: australiano não sabe dar nome pra dinossauro!!
– Panamericansaurus: Outro gênero de dinossauro saurópode da Patagônia argentina. Foi descrito em 2010. O nome foi para homenagear a companhia petrolífera Pan American Energy, que deu apoio financeiro às pesquisas.
– Argentinosaurus – Ah…Esse só pra sacanear mesmo. Bonito nome.
—————-
Homenagens curiosas:
Utahraptor spielbergi – Esse dinossauro raptor foi descoberto na semana de estréia do filme Jurassic Park. O nome da espécie foi escolhido para homenagear Stephen Spielberg, diretor de “Jurassic Park”. Posteriormente re-descrito, o nome da espécie mudou para ostrommaysorum. Depois de ganhar milhões com Jurassic Park, acho que S. Spielberg não deve ter ficado chateado….
Arthurdactylus conan-doylensis – Este pterossauro recebeu seu nome em homenagem a Sir Arthur Conan-Doyle, autor de “O Mundo Perdido“, mais conhecido pela sua série de livros “Sherlock Holmes”.
Tianchisaurus nedegoapeferima (Informalmente chamado de Jurassosaurus) – Tendo doado dinheiro para pesquisa de dinossauros na China, Stephen Spielberg sugeriu para esse dinossauro o nome de Jurassosaurus – em razão do lançamento do filme Jurassic Park em 1993. O nome esdrúxulo só pegou na informalidade. Porém ainda assim, o nome da espécie (nedegoapeferima) homenageia Jurassic Park: ele é formado pelas letras iniciais dos sobrenomes dos principais atores/atrizes que participaram do filme: Sam Neil, Laura Dern, Jeff Goldblum, Richard Attenborough, Bob Peck, MartinFerrero, Ariana Richards e Joseph Mazzello.
Dracorex hogwarsia – O coitado desse bicho foi batizado como um tributo a obra de J.K. Rowling, “Harry Potter“. – hogwarsia faz alusão a ‘Hogwarts’, a escola de magia.
Mimatuta morgoth – O Professor da Universidade de Chigado, Leigh Van Valen, nomeou uma série de mamíferos paleocênicos com base em personagens da série de livros “Senhor dos Anéis”. Morgoth foi em homenagem ao “The Dark Lord”, mas além dele ainda temos:
Alletodon mellon – mellon é a palavra élfica para “amigo” e a senha para a entrada nas minas de Moria.
Mithrandir onostus – Mithrandir sendo outro nome para Gandalf.
Oxyprimus galadrielae – Em homenagem a Lady Galabriel.
Protungulatum gorgun – ‘gorguns’ são os orcs.
Bom gosto esse cara.
Masiakasaurus knopfleri – Esse pequeno dinossauro predador recebeu seu nome em homenagem a Mark Knopfler, guitarrista da banda Dire Straits. De acordo com Scott Sampson, seu descobridor, o time resolveu batizar assim o dinossauro depois de escutar Dire Straits durante a escavação. De acordo com eles, novos dinossauros só eram encontrados quando esse som estava no rádio. Já tentamos essa tática, mas pra gente só funciona com “Hotel California” do Eagles… #sarcasmo
Aegrotocatellus jaggeri – Essa espécie de trilobita foi nomeada realmente a fim de homenagear estrelas do rock! O nome da espécie (jaggeri) foi um tributo a Mick Jagger, vocalista do Rolling Stones, enquanto que o nome do gênero “Aegrotocatellus” significa em latim “Sick Puppie” (ver a banda de rock alternativo australiana ‘Sick Puppies‘).
Um dos caras que ajudou a descrever esse trilobita (Greg Edgecombe), não satisfeito, nomeou uma outra série desses artrópodes primitivos com nomes de integrantes de bandas! Ele homenageou Sex Pistols (Arcticalymene viciousi, A. Rotteni, A. jonesi, A. cooki, A. matlocki), Ramones (Mackenziurus johnnyi, M. joeyi, M. deedeei, M. ceejayi), John Lennon, Ringo Star e Simon & Garfunkel (Avalanchurus lennoni, A. starri, A. simoni, A. Garfunkeli).
Norasaphus monroae –Esse trilobita foi uma homenagem de Richard Fortey, paleontólogo inglês, a Marlin Monroe.
—————-
Trava-línguas:
– Malawisuchus mwakayasyunguti – Malawisuchus m(coloque-letras-nesse-espaço)
– Piatzinigkosaurus – WTF? Isso foi sacanagem dos argentinos.
– Huehuecanauhtlus tiquichensis – uheuheueheuh!!
– Nqwebasaurus – Primeiro dinossauro com o som de “CLICK” em seu nome. Pronuncia-se: N – (som de click com a língua) – KWE – BA – SAU – RUS. Nqweba é o nome do lugar aonde o dinossauro foi encontrado, na África do Sul. Trata-se de uma palavra na língua da tribo Bantu.
– Jinfengopteryx – China 1
– Jingshanosaurus – China 2
– Szechuanosaurus – China 3
– Jinzhousaurus – China 4. Os nomes chineses sempre são os mais impossíveis!
– Phuwiangosaurus – Tailândia.
– Bruhathkayosaurus – Índia. Correção: Os nomes asiáticos são sempre os mais impossíveis.
–> Agora-fale-tudo-junto!!!!
.
—————-
“Éééé do brasiiilll!!!”
Como se já não bastasse o Baurusuchus e lanches salgadoensis (Veja o post anterior), ainda temos uma série de crocodilos tupiniquins com nomes estranhos:
– Morrinhosuchus – Ganhou seu nome em homenagem a um morro (!) que fica próximo ao local de coleta do fóssil, o “Morrinho de Santa Luzia”.
– Barreirosuchus – Mais uma alusão ao local de coleta, o bairro de Barreiros, em Monte Alto, SP;
– Caipirosuchus paulistans – que significa “o crocodilo caipira de São Paulo”.
– Pepesuchus – O nome foi uma homenagem ao Prof. José Martin Suárez (conhecido pelos colegas como Pepe).
Fora os dinossauros:
– Oxalaia quilombensis – O gênero é uma referência a divindade africana ‘Oxalá’ e a espécie refere-se aos alojamentos quilombolas da Ilha do Cajual (local onde o fóssil foi encontrado).
– Irritator challengeri – Dinossauro brasileiro nomeado por pesquisadores estrangeiros (David Martill e colegas) que ficaram “extremamente irritados” devido a “restauração” feita pelo seu coletor amador. Buscando fazer o fóssil parecer mais completo e valioso, o coletor clandestino acabou obscurecendo a real natureza do animal e dificultando o trabalho dos pesquisadores. Isso que dá comprar fóssil ilegalmente Dr. Martill!!! O nome da espécie foi uma homenagem ao Prof. Challenger, personagem do livro “O Mundo Perdido” de Arthus Conan Doyle.
—————-
E para encerrar, Panamericansaurus pra vocês:
[youtube_sc url=”http://www.youtube.com/watch?v=NXZdvgzOvY4″]
* Agradecimentos aos colegas paleontólogos que contribuíram ajudando (pelo facebook!) a reunir os nomes mais bizarros de seus respectivos campos do conhecimento!