>Dinossauros Emplumados: A Origem das Aves II

>

Este breve artigo procura dar continuidade à história que começamos a contar neste post aqui. A idéia era discorrer sobre a biografia de alguns importantes grupos de dinossauros terópodes, que ajudaram a lançar luz sobre o estudo da evolução das Aves. Para compreender a evolução desses animais, primeiro nós precisamos investigar e aprender mais sobre os principais grupos de dinossauros proximamente relacionados a elas. O foco da narrativa, então, serão os dinossauros coelurossauros.

Os Coelurosauria são um ramo basal dentro do agrupamento dos dinossauros terópodes (dinossauros bípedes que incluem todos aqueles predadores e algumas curiosas famílias de hábitos herbívoros ou onívoros). O nome refere-se à natureza ‘oca’ das vértebras desses animais, e significa, literalmente, “lagarto oco”. Foi dentro deste clado que ocorreu um dos mais fantásticos eventos evolucionários da história dos vertebrados terrestres: A evolução das aves. Ainda que haja alguma controvérsia sobre qual família dinossauriana teria dado origem às aves modernas, é bem consolidado que ela teria pertencido a esse grupo.

No primeiro post sobre “A Origem das Aves” discorremos brevemente sobre a linhagem dos poderosos tiranossauros (aqui), que formariam o grupo mais basal dentro de Coelurosauria. Já no post de hoje, abordaremos um pouco sobre a história dos Ornithomimosauria, os dinossauros que “imitavam aves”.


Figura 1. Cladograma evidenciando as relações evolutivas entre os vários grupos de Coelurosauria. Por Thomas Holz.

Em meados da década de 1980, Jacques Gauthier, então paleontólogo de vertebrados e sistemata na Universidade da Califórnia, Berkeley, identificou em um grupo de dinossauros predadores (terópodes) uma característica que até então era considerada como exclusiva das aves: Penas! Gauthier, entusiasmado, logo inseriu esse novo e importante dado em suas análises filogenéticas. Foi a partir de então, que seu trabalho começou a consolidar àquela que seria conhecida como a hipótese ave-dinossauro. Esta hipótese logo obscureceu as outras menos robustas sobre a origem das aves. Hoje, podemos dizer que a evolução das aves a partir dos dinossauros é uma das mais aceitas e incontestáveis hipóteses dentro do estudos sobre a evolução dos vertebrados. Há um forte apoio dado por um conjunto de caracteres anatômicos peculiares encontrados somente em aves e alguns dinossauros terópodes. Estas características definem não apenas o padrão de evolução do esqueleto entre as aves e dinossauros, mas também abrangem um conjunto de características fisiológicas semelhantes (isto é passível de teste em aves e répteis modernos), que revelam as etapas de transformação de um dinossauro corredor até um pássaro capaz de vôo ativo.

Ornithomimosauria: “Os lagartos que imitavam aves”


Figura 2. Ilustração de Peter Schouten – Grupo de Ornithomimosauria


“De fato, as comparações entre este dinossauro e um avestruz, em vários aspectos de sua anatomia, são tão impressionantes que ele é freqüentemente referido como “o dinossauro mímico de avestruz””. 

Edwin Colbert, 1969, em “Evolution of the Vertebrates“, página 201.

Os ornitomimossauros são melhor entendidos quando os imaginamos como uma “versão esportiva” dos dinossauros. Construídos para velocidade, eles eram um grupo de terópodes cuja vida deveria ser muito semelhante àquela das aves ratitas atuais (como os avestruzes, emas e casuares). Eles deveriam, em sua maioria, ser onívoros (apesar de um deles ter sido encontrado com seu conteúdo estomacal preservado indicando uma dieta herbívora – Sinornithomimus) e essencialmente sociais.

Recentemente, a descoberta de membros bastante primitivos desse grupo ajudou a compreender melhor como se deu a evolução e radiação desses animais. Hoje eles são considerados basais dentro da linhagem dos terópodes, e estão colocados entre celurossauros primitivos e o grupo mais derivado destes,  que inclui os chamados  “maniraptores” (e.g. terezinossauros, alvarezssauros, ovirraptorossauros, tro
odontídeos, dromeossauros e aves) (Figura 1).

O primeiro fóssil de ornitomimossauro foi encontrado em 1889 por George Cannon, em rochas de idade cretácica no Estado do Colorado, Estados Unidos. Charles Othniel Marsh nomeou os fragmentos encontrados – pertencentes à membros posteriores de um animal adulto–  como Ornithomimus, significando “o mímico de ave”, já que os considerou muito semelhantes à ossos dos pés de aves atuais. 

Figura 3. Gallimimus – Ilustração de Peter Schouten.

Foi somente em 1917, no entanto, que um esqueleto relativamente completo desses animais foi encontrado e a sua anatomia pode ser melhor investigada. Lawrence Lambe foi quem encontrou os restos parciais expostos nos afloramentos de Alberta, mas foi Henry Fairfield Osborn que os nomeou como Struthiomimus, “o mímico de avestruz”. Osborn perceptivamente observou que este dinossauro possuía muitas similaridades à ave ratita atual.

A mais significante série de descobertas de ornitomimossauros, todavia, veio somente a partir da década de 1960, com as expedições poloneso-mongóis e na década de 1990 por meio de sítios recém descobertos na Espanha e na China.

Tudo indicava que estes animais eram construídos para correr rápido. Tratavam-se de velocistas. Possuíam uma cauda longa, horizontal e rígida, pernas alongadas e uma constituição leve, com cabeça pequena e pescoço grácil e alongado. Trilhas de pegadas fossilizadas atribuídas à ornitomimossauros sugerem que estes animais poderiam alcançar velocidades acima de 57km/h, tornando-os os mais rápidos de todos os dinossauros conhecidos, tão velozes quanto cavalos de corrida.

Figura 4. Esqueleto quase completo de ornitomimídeo.

O membro mais primitivo desse grupo é Pelecanimimus, encontrado no famoso depósito de Las Hoyas, Espanha, do início do Cretáceo. Pelecanimimus  (“mímico de pelicano”) é, por enquanto, o único membro deste grupo a apresentar numerosos e pequeninos dentes sem serrilha em suas mandíbulas (cerca de 220 no total). Apenas poucos outros ornitomimossauros também possuem dentes como característica, e estes em geral os possuem restritos à parte frontal do rostro somente (e.g. como Shenzhosaurus de Shenzhou, província de Lioning, na China, e Harpymimus de Dundgov, na Mongólia). O restante dos ornitomimossauros não possuem dentes, mas sim bicos bem desenvolvidos. Algumas formas (Shenzhosaurus e Sinornithomimus por exemplo) foram encontradas com pequenos pedregulhos, denominados gastrólitos, em seus estômagos. Estes pedregulhos eram provavelmente utilizados para ajudar a digerir o alimento. Atualmente somente animais herbívoros utilizam-se dessas pedras para auxiliar a moer o material vegetal resistente (sementes, por exemplo) em seus tratos digestivos.

Figura 5. Reconstituição de Pelicanimimus (nome do autor não informado).

Uma teoria postula que os ornitomimossauros deveriam alimentar-se como os flamingos, filtrando a água com os seus bicos curvos, porém outros especialistas discordam, afirmando que as estruturas especiais no palato desses animais eram somente para sustentar o bico e não uma especialização para alimentar-se por filtração. 

Não se sabe ainda ao certo como os ornitomimossauros protegiam os seus jovens e filhotes e como organizavam seus bandos. No entanto, recentemente, um conjunto de 14 Sinornithomimus foram encontrados fossilizados juntos na Mongólia. Onze dos animais demonstraram ser jovens ou sub-adultos e estes estavam acompanhados de animais maduros. Os últimos provavelmente estavam protegendo o grupo de mais novos.

Figura 6. Crânio de Sinornitomimus.


Os ornitomimossauros mais especializados  estão divididos em dois grupos. Um norte-americano, que compreende Struthiomimus, Dromiceiomimus e Ornithomimus, e um  asiático, composto por Gallimimus e Anserimimus. Ornithomimus demonstra o típico formato de um crânio avançado de Ornithomimosauria, possuindo olhos grandes e um focinho delgado e curvado, com a mandíbula inferior pouco mais alongada que a superior. 

As grandes órbitas dos ornitomimossauros são freqüentemente preservadas com os ossículos escleróticos, que ajudavam a sustentar o olho em vida. Tudo indica que esses animais teriam um senso de visão bastante desenvolvido. Eles possuíam um cérebro grande, comparável àquele de aves modernas e inclusive àquele bem desenvolvido dos troodontídeos. Embora o grupo seja caracterizado pela presença de pernas e braços longos, a mecânica dos membros anteriores de Struthiomimus sugere que eles não eram equipados para escavar, mas eram sim instrumentos gráceis mais adequados para agarrar galhos e folhas.

Figura 7. Crânio de Gallimimus.


A herbivoria parece ter evoluído bastante cedo na história evolutiva desse grupo. Shenzhousaurus foi encontrado com gastrólitos em sua região estomacal e esta espécie é considerada como uma forma relativamente primitiva dentro do grupo. Ela é considerada primitiva não somente pela presença de dentes, mas por outras características esqueletais como o comprimento do ‘polegar’, mais curto que os outros dígitos (nas formas derivadas ele tem o comprimento semelhante ao dos outros dedos).

Figura 8. Cladograma de Ornithomimosauria indicando a posição basal de Pelicanimimus e Shenzhousaurus (Makovicky, 2009).

Figura 9. Outro cladograma de Ornithomimosauria. Fonte: www.dinodata.org, baseado em Makovicky et al., 2004.


Uma das mais recentes descobertas do grupo foi Beishanlong, do Cretáceo chinês, animal muito parecido com Harpymimus, outro ornitomimossauro da China. Porém, a característica mais impressionante de Beishanlong é o seu tamanho. Definitivamente trata-se do maior ornitomimossauro já descrito e o mais interessante: análises histológicas demonstraram que o indivíduo analisado ainda encontrava-se em fase de crescimento. A partir do material encontrado foi estimado para o animal uma massa de 626kg. É interessante observar um paralelismo do gigantismo em diferentes linhagens de celurossauros herbívoros (ver Shuzhousaurus (Therezinosauria) e Gigantoraptor (Oviraptorosauria)).

Figura 10. Esquema indicando o tamanho de Beishanlong proporcionalmente a um ser humano.


Inicialmente acreditava-se que estes animais estariam presentes somente na América do Norte e na Ásia, mas depois da descoberta do primitivo Pellicanimimus na Europa, a história começou a ficar mais clara e as noções biogeográficas e de origem do grupo a solucionarem-se. Sem dúvida, o que pode-se dizer por enquanto, é que trata-se de um grupo restrito aos continentes do norte (laurasianos), com sua origem provavelmente européia.


Apesar das tantas semelhanças com as aves, que foram inclusive batizados em alusão a elas, não foi dentro deste grupo que as nossas colegas emplumadas tiveram sua origem. Os Ornithomimosauria são apenas parentes próximos. A história continua. Sem dúvida as aves tiveram origem dentro do grupo dos Maniraptora e é para aí que se aproxima ainda mais a próxima parte de nossa história.
No próximo capítulo:  À um passo dos maniraptora…

Referências Bibliográficas:

Makovicky, P. J., Kobayashi, Y. & Currie, P. J. 2004. Ornithomimosauria. In Weishampel, D. B., Dodson, P. & Osmólska, H. (eds) The Dinosauria, Second Edition. University of California Press (Berkeley), pp. 137-150.
Barrett, P. M. 2005. The diet of ostrich dinosaurs (Theropoda: Ornithomimosauria). Palaeontology48, 347-358.
Kobayashi, Y. & Lü, J.-C. 2003. A new ornithomimid dinosaur with gregarious habits from the Late Cretaceous of China. Acta Palaeontologica Polonica 48, 235-259.
Norell, M. A., Makovicky, P. & Currie, P. J. 2001. The beaks of ostrich dinosaurs. Nature 412, 873-874.
Russell, D. A. 1972. Ostrich dinosaurs from the Late Cretaceous of western Canada. Canadian Journal of Earth Sciences 9, 375-402.
Long, J. & Schouten, P., 2008. Feathered Dinosaurs: The Origin of Birds. Oxford university Press. Oxford, New York.
Naish, D. – The Tet Zoo field guide to ostrich dinosaurs (Part I) and (Part II). In: Tetrapod Zoology.


>Uma introdução à respeito dos Monstros Marinhos do Cretáceo

>

Durante a Era Mesozóica, os mares eram habitados por uma formidável diversidade de répteis marinhos. O enfoque desse texto introdutório é para os três grupos extintos mais conhecidos desses animais: os Ictiossauros, os Plesiossauros (Pliossauros inclusos) e os Mosassauros.

Figura 1: Cladogramas de répteis marinhos mesozóicos.
Fonte: SCIENCE. www.siencemag.org

Figura 2 Reconstrução de Ictiossauro caçando um amonite.

By Jorge Gonzales.

O primeiro grupo a ser apresentado, os Ictiossauros (figura 2), eram extremamente adaptados à vida marinha. Possuiam um corpo aquadinâmico, semelhante ao de um golfinho, com membros em formatos de pás, nadadeiras caudais verticais, como as de um tubarão, focinhos longos, e, em espécies mais derivadas, barbatanas dorsais (há restos de fósseis com registro de contorno de barbatanas dorsais para alguns gêneros, como observou McGowan à respeito dos melhores fósseis encontrados para esse grupo na região de Holzmaden, na Alemanha).

A locomoção dos Ictiossauros se dava por propulsão em alta velocidade dada por meio de sua poderosa cauda com o direcionamento da barbatana (para os indivíduos que tinham essas características já desenvolvidas) e nadadeiras. O seu hábito alimentar envolvia basicamente uma dieta de cefalópodes, ingeridos por meio de sucção (como algumas baleias modernas). Sua reprodução era ovovivípara, ou seja, os filhotes eram expelidos do corpo já formados: há amplo registro fóssil de fetos associados as mães que teriam morrido por complicações no parto — Para alguns pesquisadores, todavía, há também a teoria que os fetos poderiam ser expelidos do corpo das mães pós-morten, como McGowan propôs baseado em carcaças de baleias na Tasmania que liberaram os fetos depois de mortos.

Os Ictiossauros surgiram no início do Período Triássico e extiguiram-se no Neocretáceo, há cerca de 90 milhões de anos. Um dos gêneros encontrados na Colômbia, Platypterygius, foi um dos últimos antes que o grupo se extiguisse. O gênero Platypterygius encontrava-se também nos mares da América do Norte, Europa, Rússia, Índia e Austrália.

Figura 3: Reconstrução computadorizada de um Plesiossauro.

Figura 4: Reconstrução computadorizada de um Plesiossauro Elasmossauro. Fonte: Johnson Mortimer.


Os Plesiossauros compunham o grupo de predadores marinhos mais bem-sucedidos e melhor distribuídos durante todo o Mesozóico. Tinham formas e tamanhos variados, que incluíam animais de pescoço longo com cabeça pequena ou de pescoço curtos com cabeça enorme, mas geralmente possuíam a cauda muito curta e as nadadeiras bem desenvolvidas.

O grupo surgiu no meio do Período Triássico e seguiu até o Maastrichiano (final do Período Cretáceo), onde enfrentou sua ext
inção, sem deixar descendentes de alguma forma. Há alguns que acreditam na existência de Plesiossauros vivendo isolados no Lago escocês Loch Ness. Até hoje, porém, não houve evidências concretas e toda aquela história não passa, na verdade, de mito.

Os Plesiossauros (Diapsida: Sauropterygia: Plesiosauria) eram compostos por dois grandes grupos: os Elasmossauros (com cabeças incrivelmente pequena e um pescoço muito longo. Figuras 3 e 4); e os Pliossauros (com pescoço curto e cabeças enormes).

Não há registro de fetos fósseis para o grupo, logo não é sabido se esses animais davam à luz aos seus filotes na agua, ou se desovavam na praia. A constituição robusta caixa toráxica foi justificada por alguns cientistas para defender a teoría de os Elasmossauros pudessem ir à praia, em terra firme. Entretanto, as nadadeiras compridas e os pescoços muito longos os tornariam muito desajeitados fora da água e eles se tornariam presas fáceis para dinosauros carnívoros ou crocodilianos. Atualmente, a grande maioria dos paleontólogos acreditam ser quase impossível que esses animais saíssem da água.


Figura 5: Reconstrução computadorizada de um Kronosaurus.

Figura 6 (autoria desconhecida): Reconstrução computadorizada de um Kronosaurus.


“O Liopleurodon ergue sua cabeça robusta vagarosamente e movimenta suas nadadeiras. À medida que ele avança, amonites agitam-se na agua e os peixes escondem-se nos corais em seu temor. Sua boca abre e atinge gravemente a porção do meio de um Ophthalmosaurus. A força de seu ataque carrega ambos sua cabeça e sua presa para fora da agua, onde, por um breve instante ele pausa antes de trazer ambos abaixo com uma força explosiva. Há sangue por todos os lados. Sua vítima more instantaneamente, seu corpo perfurado pelos longos dentes e suas costas quebradas. O Pliossauro ajeita sua presa na boca, mordendo e sacudindo-a repetidamente (…) Ele volta à superficie erguendo a garganta rosada e engolindo.”
(Haines)

Liopleurodon tratava-se de um Pliossauro. Colossais predadores, entre os maiores répteis carnívoros que já viveram.

As primeiras formas intermediárias entre os plesiossauros e os pliossauros surgiram no início do Jurássico, como os Macroplata longirostris, M. tenuiceps e possivelmente Eurycleidus arcuatus. Eram plessiossauros de pescoço mais curto e crânio ligeiramente mais robusto.

O gênero Pliosaurus é conhecido para o Jurássico Médio, e foi um dos primeiros do grupo a ter as características que os definem.

Ao Final do Jurássico e Cretáceo, diversas formas floresceram, incluso os colossais predadores Liopleurodon, Kronosaurus, Mareasaurus, Brachauchenius, Megalneusaurus e Peloneustes. Sua distribuição era ampla, incluindo as Américas, a Europa, a Ásia e a Oceania.

Em 1992, o Paleontólogo alemão Oliver Hampe descreveu um enorme Pliossauro proveniente da região de Boyacá, ao norte da Colômbia. Ele foi nomeado Kronosaurus boyacencis, embora suas costelas, demasiado robustas (diferente do encontrado em outros do grupo), pudessem ser peculiares o suficiente para que se levantasse a hipótese de um novo gênero para a América do Sul. Os Kronosaurus (figuras 5 e 6) estavam distribuídos desde a Austrália até a Colômbia.

Ao final do Cretáceo foram extintos, assim como tantas outras espécies marinhas.


Figura 7: Reconstrução computadorizada de Mosassauros.
Fonte: Johnson Mortimer.

 Figura 8: Reconstrução de Mosassauro.
Fonte: Walter Colvin.

Os Mosassauros (Figuras 7 e 8) foram criaturas aparentadas aos lagartos varanídeos atuais. Eram extremamente bem adaptados à vida marinha: enormes predadores de corpo alongado, esguio, dentes triangulares afiados e uma comprida cauda que lhes dava propulsão para perseguir suas presas.

Esse grupo evoluiu rapidamente (em termos de escala geológica) durante meados do Período Cretáceo. Há 90 milhões de anos atrás, Mosassauros já habitavam diversas regiões do globo e estavam entre os animais marinhos mais bem-sucedidos daquele momento. Alguns pesquisadores sugeriram que os Mosassauros teriam gradualmente substituído o nicho ecológico dos Ictiossauros, que se extinguiram no início daquele Período. Entretanto, parece haver uma incompatibilidade em relação aos hábitos alimentares dos dois grupos para que sustentasse essa idéia.

Mosassauros, assim como diversos outros grupos, foram totalmente extintos durante o final do Cretáceo.




Bibliografia:
. Ellis, Richard. Sea Dragons: predators of the prehistoric oceans. University Press of Kansas, 2003.
. Motani, Ryosuke. The Evolution of Marine Reptiles. Evo Edu Outreach (2009) 2:224–235. Acesso livre em Springerlink.com, 2009

>'Reconstituição paleontológica' – A arte em auxílio da Paleontologia : PALEOARTE !

 

Entende-se por Reconstituição Paleontológica a concepção artística de um ser vivo e/ou ambiente pretérito a partir de evidências fósseis. O conjunto de técnicas utilizadas para recriar essa concepção é definido como Paleoarte, e Paleoartista é o título dado ao ilustrador/escultor/desenhista especializado em paleoarte.

A ARTE DE RECONSTITUIR SERES E AMBIENTES EXTINTOS


A reconstituição da aparência em vida de espécies e ambientes extintos é um processo interdisciplinar, que combina a pesquisa paleontológica com atividades como a ilustração científica, a modelagem 3D e ainda a animação computacional. Os resultados são fáceis de identificar: eles recheiam os livros de paleontologia, dão vida aos museus e encantam os nossos olhos nos documentários. Mas como tudo isso é feito? No que se baseia? Deve ser considerado como arte ou ciência?  – Qual a importância tão fundamental em se recriar visualmente organismos extintos?-


Arte de Raul Martin © – copyrighted (http://www.raul-martin.net/)

A reconstituição paleontológica abrange um intrincado processo baseado em uma metodologia que requer do profissional que trabalha nessa área uma poderosa capacidade de observação somada à destreza na interpretação e síntese de dados. Por sua vez, os resultados só serão transmitidos de forma bem sucedida se a linguagem artística for bem dominada.

Para reconstruir um organismo extinto, por exemplo, não basta somente registrar os seus detalhes anatômicos. Isso é parte do processo. Para o trabalho de reconstituição ser rico, ele precisa reunir dados de todo o conjunto do animal: sua forma, postura e inclusive contexto.

Há uma infinidade de características de um ser vivo, que combinadas fornecem pistas de como ele se parece, comporta e/ou relaciona com o ambiente. Para saber interpretar isso como um detetive, o paleontólogo e o paleoartista têm como subsídios diferentes ferramentas científicas. Sendo assim, não há necessidade de especulações desvairadas, existem metodologias bem fundamentadas para se chegar às reconstituições.
Mas que pistas o ‘Paleoartista’ tem? Que ferramentas o ajudam a interpretá-las?

Como se fazem as reconstituições?

Podem-se extrair diversas informações somente observando o esqueleto de um animal. E mesmo que este esteja incompleto, utilizando-se a anatomia comparadaé possível reconstituir as partes que lhe faltam e dessa forma ter uma idéia da aparência geral do organismo com relativa precisão. O princípio básico utilizado para isso é o de que existe um padrão comum na estrutura dos vertebrados.

Estudos das peculiaridades anatômicas do esqueleto vêm ainda evidenciar detalhes da postura e locomoção dos organismos, fundamentando-se para isso em restrições físicas e princípios biomecânicos. Já a reconstituição dos músculos é feita a partir das cicatrizes de inserção desses nos ossos, e o resultado final dá volume do animal.

Considerando-se as relações filogenéticas (de parentesco), com base na taxonomia (classificação) do organismo, podem-se obter ainda pistas sobre a aparência, a fisiologia e o comportamento. Esses três, capazes também de serem recuperados do próprio registro fóssil, que excepcionalmente pode preservar detalhes tais quais, o contorno ou até mesmo a estrutura de tecidos moles, evidências de pêlos ou penas, ou ainda flagrantes de interação espantosos, como alimentação, reprodução ou mesmo combate.

Há por sua vez, também, o método de comparação com análogos modernos. Que parte do pressuposto de que é possível inferir a presença de alguns tipos de caracteres e comportamentos nos organismos extintos, por comparação com parentes viventes ou mesmo animais não relacionados, mas que tenham função ecológica semelhante.

Não podemos deixar de lembrar, que a consideração do contexto geológico e de toda a assembléia fossilífera associada (os outros fósseis encontrados no mesmo contexto) também é muito importante. Ambos fornecem dicas preciosas sobre o paleoambiente do organismo em questão – clima, vegetação, estrutura trófica, entre outros.

Como se pode notar há toda uma metodologia intrincada evolvida na reconstrução de um animal e assim se pode chegar a uma imagem muito próxima do que ele teria sido. Todavia cabe ressaltar que alguns detalhes serão sempre incógnitas. Entre esses, talvez o mais controverso seja o com relação as cores dos organismos pretéritos. Normalmente, não é possível inferir a cor de um animal a partir de seu fóssil. Temos que partir do princípio filogenético ou da comparação com equivalentes atuais. De qualquer forma, é sempre frustrante.

Pesquisas recentes, no entanto, lançaram esperanças sobre essa questão. Pelo menos quanto à coloração de penas fossilizadas… Seria possível identificar alguns padrões de cores em penas fósseis observando o formato de algumas estruturas microscópicas (melanócitos) preservadas nas mesmas. Isso foi feito com dinossauros emplumados. A possibilidade seria fabulosa, mas devemos aguardar melhores conclusões.

Diferentes objetivos, diferentes resultados…

A concepção artística de um ser vivo e/ou ambiente extinto pode ter diferentes finalidades: a puramente acadêmica (ferramenta nas pesquisas científicas) ou a divulgação – tanto didática (para construir um conceito sobre determinado tema), quanto para o entreterimento (em filmes, desenhos, revistas, brinquedos, etc).
Colocado dessa forma, não é difícil perceber que o objetivo final de uma reconstrução paleontológica virá a interferir significativamente no seu grau de seu rigor científico. Sendo assim, é necessário rastrear as fontes e os propósitos com criticidade, assim como fazemos com qualquer outro material de divulgação.


Ilustrações de Aline Ghilardi. Dinossauro terópode, Odontochelys semitestacea e Araripemys

Reconstituição Paleontológica: Perspectivas e Conclusões

A tendência da reconstituição paleontológica na última década tem sido a digitalização da arte. Nos últimos anos esse crescimento foi ainda mais significativo com o aperfeiçoamento de algumas ferramentas computacionais, que deram uma perspectiva inovadora à esse campo. Agora os dados paleontológicos podem ser inseridos com precisão nos programas de edição artística e esses por sua vez tornaram-se muito mais versáteis, detalhados e capazes de trabalhar com enorme quantidade de informação ao mesmo tempo.

Arte computacional de Rodolfo Nogueira (Portifolio)

Uma vantagem é que a reconstituição digital pode ser feita diretamente do fóssil e isso se deve a expansão das tecnologias de scanneamento e composição de imagens de estruturas tridimensionais (CAT Scan). Com imagens capturadas em CAT Scan, distorções nos fósseis dadas pelo processo de fossilização podem ser corrigidas. Além disso, essas imagens podem ser testadas em softwares de engenharia para determinar, por exemplo, pontos de estresse e tensão no esqueleto, dando subsídios fantásticos e muito mais robustos para os estudos de biomecânica na reconstrução da postura, locomoção e outros comportamento de animais extintos.

Outras vantagens envolvem a possibilidade de manipulação tridimensional dos objetos e a inserção de movimento. Essa interatividade não é só útil e didática, mas cativa facilmente o público. A partir daí, basta um pulo para as reconstruções fabulosas audiovisuais, como as de documentários, séries e filmes, que com o passar dos anos só tem acrescido exponecialmente a sua qualidade.

Apesar de todo potencial da arte digital, as recontruções tradicionais nunca irão desaparecer. O desenho, a pintura e a escultura são valorizados por todo seu aspecto artesanal, além de serem modalidades de artes ainda mais acessíveis. A ilustração paleontológica, por exemplo – que entendemos pela representação gráfica por meio do desenho de materiais fósseis com o objetivo de ilustrar as publicações científicas -, mesmo com o advento da fotografia não caiu em desuso. Ela era a única forma de ilustrar os materiais em descrições de artigos antigos, mas hoje  ainda é popular. Ela é utilizada inclusive em associação a fotografias. A ilustração paleontológica captura alguns aspectros às vezes difíceis de serem percebidos em retratos e da mesma forma isso acontece entre as artes tradicionais e a arte digital.

Ilustração Paleontológica – a arte precisa de traduzir os detalhes do fóssil. Ilustração de Aline Ghilardi

Por sua vez, essas observações só serão transmitidas de forma bem sucedida se a linguagem artística for bem dominada.

De qualquer forma, o que é importante destacar aqui é que não interessa a forma de expressão. Se a arte aplicada a ciência continua cumprindo seu objetivo de auxiliar a pesquisa e disseminar conhecimento, então: missão cumprida.


Exemplos de arte digital: Trabalhos de Rodolfo Nogueira (http://rodolfonogueira.daportfolio.com/gallery/101276)

Paleoartistas consagrados no Brasil – visitem os PortifoliosFelipe Elias (http://felipe-elias-portfolio.blogspot.com/), Maurílio de Oliveira (http://www.mauriliopaleoarte.com/), Orlando Grillo (http://www.orlandogrillo.com/paleoart/index.html), Pepi (Deverson Silva) – http://pepiart.wordpress.com/)

Mais paleoartistas sulamericanos!
Visitem:
Carlos Papolio (Argentina):
http://www.quondam.com.ar/
Jorge Gonzales (Argentina): http://gonzalezaurus.deviantart.com/#/d2q1u9s
Jorge Blanco (Argentina)
Martina (Argentina)
Edwin Chavez (Venezuela)

>Paleocurtas Argentinos

>

Novo Ornitópode da Patagônia argentina



Foram encontrados restos do esqueleto pós-cranial de um dinossauro ornitópode em sedimentos da Formação Bajo Barreal (Cretáceo Superior) em um ilha no sul do lago Colhé Huapi, província de Chubut, Patagônia argentina.
O material não pôde ser identificado com muita precisão, entretanto é sabido tratar-se de um Ornitópode não-hadrossaurídeo de médio porte. Este é o terceiro ornitópode descrito para a Fm. Bajo Barreal da Patagônia Central argentina.
Fósseis de dinossauros Ornitísquios são raros na Patagônia e somente representados pelos Ornithopoda (dinossauros herbívoros como por exemplo o Iguanodon ou a Maiasaura). 
Ornitópodes não-hadrossaurídeos (Os Hadrosauridae compõe o grupo mais derivado dentro de Ornitopoda, os não-hadrossaurídios correspondem à todos os outros dinossauros dentro desse clado, menos os hadrossauros)  encontrados previamente em rochas do Cretáceo Superior ‘patagonense’ – como um todo -, incluem: Anabisetia, Gasparinisaura, Macrogryphosaurus e Notohypsilophodon

Alguns dos elementos ósseos encontrados – vértebras parciais e fragmentos de vértebras

Cientistas levantam a hipótese de que alguns –ou talvez todos– estes Ornitópodes argentinos poderiam pertencer a um grupo endêmico da América do Sul, ou pelo menos, do Hemisfério Sul; isto é, unicamente existentes nessa região. Apesar de ser uma hipótese baseada em escassos dados paleobiogeográficos, há algumas poucas características anatômicas, sutis, que diferenciam estes gêneros dos demais ornitópodes. 
Ainda há muito o que se conhecer sobre os Ornitísquios, não só da Patagônia, mas da América do Sul como um todo.



Quem sabe o que estará por vir? Quando se trata da Patagônia, sempre há surpresas…

Bibliografia:

Ibiricu, L. M., Martínez, R. D., Lamanna, M. C., Casal, G. A., Luna, M., Harris, J. D., and Lacovara, K. J., 2010. A medium-sized ornithopod (Dinosauria: Ornithischia) from the Upper Cretaceous Bajo Barreal formation of Lago Colhué Huapi, southern Chubut province, Argentina. Annals of CarnegieMuseum 79 (1):39–50.


Sanjuansaurus gordilloi: um novo Herrerassaurídeo


Uma nova espécie de um grupo bastante antigo de dinossauros, os Herrassaurídeos, foi descoberta em sedimentos da Formação Ichigualasto, no noroeste da Argentina.
Nomeado como Sanjuansaurus gordilloi, este animal estava entre os primeiros dinossauros à caminharem na face planeta Terra ainda no final do Período Triássico.
A nova espécie, junto a outros dinossauros como o Herrerasaurus, Eoraptor e o Staurikosaurus gêneros equivalentes geocronologicamente – isto é, referentes a um mesmo momento do Tempo passado –podem indicar uma rápida explosão e diversificação dos Saurísquios (ordem que inclui os dinos saurópodes e terópodes, ou seja, com ‘pelve de lagarto’) para os finais do Triássico.

Bibliografia:

Alcober, O.A., Martinez, R.N
., 2010.
A new herrerasaurid (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Triassic Ischigualasto Formation of northwestern Argentina. Zookeys, 63:55-81


Panamericansaurus schroederi: um novo Titanossaurídeo da Patagônia

Nova espécie de saurópode titanossaurídeo foi descoberta pela equipe do Proyecto Dino, em Neuquén, Patagônia argentina. Panamericansaurus schroederi pertencia ao grupo dos Aeolosaurini, e constitui o primeiro registro de dinossauro para a Formação Allen, de Neuquén, Argentina.

Vértebras caudais de Panamericansaurus. Escala=5cm

Bibliografia:

Calvo, J.O., Porfiri, J.D., 2010. Panamericansaurus schroederi gen. nov. sp. nov. Un nuevo Sauropoda (Titanosauridae-Aeolosaurini) de la Provincia del Neuquén, Cretácico Superior de Patagonia, Argentina. Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities research medium 1: 100-115.

>Tempestade de Paleocurtas – PARTE 1

>


Depois da longa ausência estamos finalmente de volta! Setembro foi o mês do VII Congresso Argentino de Paleontologia e Bioestratigrafia e do X Congresso Latinoamericano de Paleontologia, realizados em um único evento na cidade de La Plata, Argentina. Os Colecionadores compareceram em peso e por isso o blog ficou meio às traças.

Nesse meio tempo, diversas novidades fabulosas da paleontologia se acumularam – vários bichos foram descritos (sim, dentre eles, tudo o que o mundo precisava… mais ceratopsídeos…); bizarrices anatômicas foram revisitadas; uma curiosa revelação fez-se quanto a coloração de pingüins fósseis gigantes; nova literatura fundamental foi publicada; deu-se o pré-lançamento do escândalo dos “saurópodes que eram um só” (?); surgiram mais novidades sobre o sexo pré-histórico; dentre outros. – .Mas além disso, trouxemos para completar boas novas da Paleontologia Latinoamericana, entre elas o recém-anunciado – e surpreendente – dinossauro brasileiro: Tapuiasaurus! (Que muitos de vocês devem ter visto pela televisão ou no caderno especial do “Estadão”, algumas semanas atrás).

Vamos sacudir a poeira dos fósseis e partir para uma campanha relâmpago. Com vocês, uma tempestade de paleocurtas – PARTE 1:

Um Raptor como você nunca viu: Balaur bondoc, o estranho dragão romeno

Reconstituição artística de Balaur bondoc


Estranho é apelido. Balaur bondoc veio responder uma questão antiga: “Com o que se pareciam os dinossauros predadores na Europa durante o fim do Cretáceo?”
Descrito na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) por Zoltán Csikia e colaboradores, entre eles Mark Norell, o novo dino predador surpreendeu paleontólogos do mundo todo. Parente dos velociraptores – o que quer dizer que tratava-se de um dromeossaurídeo – ele possuía uma construção corporal parecida… até certo ponto. Com ossos fundidos, constituição mais pesada e duplas garras retratoras nos pés (!), B. bondoc deveria ser o terror na Europa do fim do Cretáceo.
A Europa era bem diferente nesse período. Com o nível do mar mais alto, toda essa região era um arquipélago habitado por animais de pequeno porte e relativamente mais ‘primitivos’ que os seus parentes continentais. Inclusive formas anãs, como saurópodes do tamanho de vacas e dinos ornitópodes também de tamanho bastante reduzido em comparação com seus parentes do continente. B. bondoc, tão diferente de qualquer coisa conhecida, soma-se às esquisitices dinossaurianas e vem ensinar mais um pouco sobre a fauna pouco-usual da região européia durante o auge do reinado dos grandes répteis-ave.

Membro posterior de Balaur bondoc evidenciando a dupla de garras retráteis

Leia mais sobre isso Aqui.

Csiki, Z., Vremir, M., Brusatte, S., & Norell, M. (2010). From the Cover: An aberrant island-dwelling theropod dinosaur from the Late Cretaceous of Romania Proceedings of the National Academy of Sciences, 107 (35), 15357-15361 DOI: 10.1073/pnas.1006970107

O dino-quasímodo e.. com penas?? Concavenator corcovatus

Reconstituição artística de Concavenator (acima) e suas relações filogenéticas dentro dos Allosauroidea (abaixo)

Anunciado pela Nature, por Ortega e colaboradores, esse novo Carcharodontossaurídeo espanhol foi descrito com base em um esqueleto articulado quase completo. O animal deveria medir cerca de 6m de comprimento. Entretanto, o que mais chamou a atenção foram outras características….:
1) As cristas neurais de suas vértebras dorsais – que formavam uma corcova no bicho (característica que já havia sido observada no enigmático Becklespinax);
e o mais surpreendente:
2) Cicatrizes de inserção de penas nos ossos do braço do animal;
Dinos alossauróides com penas???? Pois é….

Leia mais sobre isso Aqui.

Ortega, F., Escaso, F. & Sanz, J. L. 2010. A bizarre, humped Carcharodontosauria (Theropoda) from the Lower Cretaceous of Spain. Nature 467, 203-206.

Os novos ceratopsianos: Utahceratops e Kosmoceratops – e o ano desses bichos continua

Reconstituições artísticas de Utahceratops (acima) e Kosmoceratops (abaixo)

Os dois novos ‘chifrudos’ da lista são da região sul do Estado de Utah, EUA. A descoberta dos novos ceratopsídeos foi detalhada na revista on-line de acesso livre PLoS One.
O maior dos dois, Utahceratops gettyi, tem um crânio de 2,3 m de com
primento, já o menor deles,
Kosmoceratops richardisoni, tem um total de 15 chifres na cabeça – o dino com a cabeça mais ornamentada conhecido.

Leia mais sobre isso Aqui.
Veja os antigos (julho) tópicos deste blog sobre “O ano dos Ceratopsia” Aqui (parte 1) e Aqui (parte 2).

Sampson, S., Loewen, M., Farke, A., Roberts, E., Forster, C., Smith, J., & Titus, A. (2010). New horned dinosaurs from Utah provide evidence for intracontinental dinosaur endemism PLoS ONE, 5 (9) DOI:10.1371/journal.pone.0012292

Xixiasaurus, o novo troodontídeo da China (Mas que nome!)

O crânio parcial de Xixiasaurus

Proveniente da Formação Majiacun, da Bacia Xixia, na Província de Henan da China, Xixiasaurus henanensis foi descrito com base em um crânio parcialmente completo. Proximamente relacionado com Byronosaurus e Urbacodon, esses três animais provavelmente formam um clado à parte, sugerindo uma radiação endêmica de troodontídeos pela Ásia.

Lü, J.-C., Xu, L., Liu, Y.-Q., Zhang, X.-L., Jia, S. and Ji, Q. 2010. A new troodontid (Theropoda: Troodontidae) from the Late Cretaceous of central China, and the radiation of Asian troodontids. Acta Palaeontologica Polonica 5X: xxx-xxx. doi:10.4202/app.2009.0047

Sarahsaurus e o sucesso dos dinossauros

Crânio de Sarahsaurus em parte desarticulado

Sarahsaurus aurifontanalis é o mais novo sauropodomorfo que vem juntar-se à família. Encontrado no Arizona, EUA, tratava-se de um dino herbívoro relativamente pequeno em comparação com os seus primos gigantescos que viveram pouco depois. Com 190 milhões de anos (início do Jurássico) ele ajuda a contar algumas partes da história sobre a evolução e radiação dos dinossauros: o que aconteceu depois da extinção Triássico-Jurássica, como foi a invasão do Hemisfério Norte – a partir do Hemisfério Sul – por esse grupo de animais?
Sarahsaurus foi uma das formas que se originou alguns milhões de anos depois do pulso de extinção do fim do Triássico e o seu estudo, somado ao que já era conhecido sobre outros sauropodomorfos encontrados na América do Norte, ajudou a entender melhor a história sobre a dispersão dos dinossauros para essa região.
O estudo foi publicado na Proceedings of the Royal Society por Timothy e colaboradores.

Leia mais sobre isso Aqui.

Timothy B. Rowe, Hans-Dieter Sues, and Robert R. Reisz (2010). Dispersal and diversity in the earliest North American sauropodomorph dinosaurs, with a description of a new taxon. Proceedings of the Royal Society B : 10.1098/rspb.2010.1867

Mais curtas em breve…