Perdido na tradução

TRADUÇÕES VAGABUNDAS são irritantes. Mais ainda quando são feitas por mim. Mais ainda quando são feitas por mim diante de uma plateia altamente qualificada, se insone, numa manhã de sábado, na minha fala de encerramento do V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, em Brasília, no último dia 19. Tentei traduzir, ali no calor da palestra, o célebre primeiro parágrafo de Um Conto de Duas Cidades, de Dickens. Deu tão errado que o distinto público não percebeu que eu havia encerrado ali minha, ahan, conferência.

Ontem, o grande Luiz da Motta, em seu bom blógue Evergreen Forests, postou uma foto do encerramento com uma tradução de Dickens caçada na internet e quase tão ruim quanto a minha. Deixe-me, aqui, me redimir por nós dois e apensar a tradução correta, feita por Sandra Luzia Couto na edição do clássico dickensiano da Abril Cultural:

Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da insensatez, foi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero; tínhamos tudo diante de nós tínhamos nada diante de nós, íamos todos direto para o Paraíso, íamos direto no sentido contrário — em suma, o período era em tal medida semelhante ao presente que algumas de suas ais ruidosas autoridades insistiram em seu recebimento, para o bem ou para o mal, apenas no grau superlativo de comparação.

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