Por baixo dos planos

Sempre lia em meus blogs favoritos, em certos períodos, posts sobre a falta de tempo dos blogueiros em criar posts. Achava curioso, mas hoje entendo perfeitamente o que é “não ter tempo para escrever um post”. Por falta de tempo e não por falta de ideias.

Dadas as devidas desculpas pelo sumiço, vamos ao que está planejado para o futuro.

– Os posts humorísticos estarão sempre por aí, e há duas ideias para tirinhas novas. Piadas matemáticas incluídas.
– Comentários sobre notícias interessantes que aparecem por aí. Sempre há uma notícia interessante envolvendo Astronomia ou Ciência em Geral e que merece ser comentada.
– Posts sobre teorias conspiratórias, pseudociências e ceticismo. É muito importante o uso do raciocínio crítico, e já tenho planejado uma série de postagens sobre as alegações conspiracionistas em torno do 11 de Setembro, que completarão 10 anos no próximo mês.

Não percam. 😉

The Dark (K)Night

 

Você é a pessoa mais fácil de se enganar

Peguei emprestado esse título do Richard Feynman, para tratar de um tema um pouco diferente do que ele usou originalmente no “Ciência do Culto à Carga”.

Meu problema era o seguinte: o que faz uma pessoa mudar de ideia, ou de outra forma, o que faz uma pessoa não mudar de ideia. O problema tem origem em discussões intermináveis e cíclicas sobre conspirações, ufologia e pseudociências.

Não que eu ficasse o tempo todo com esse problema em mente, mas, pensei em uma possível hipótese para resolver a questão. Ou não.

Duas ideias não precisam (e geralmente não tem) o mesmo valor. A principio, não deveria existir dificuldade em perceber quando uma ideia tem mais suporte lógico ou empírico do que outra. Porém, se o problema for de fato, esse, então entendo como melhor focar o rumo da discussão para a compreensão da diferença entre os pesos das ideias. Mas não é disso que pretendo tratar aqui.

Em casos em que está evidente que uma ideia é superior a outra, aposto na “hipótese do engano” como fator principal para que uma pessoa recuse trocar de ideia.

Todo mundo pode ser enganado, principalmente quem pensa que nunca poderá ser enganado. Um debatedor de vertente conspiracionista, por exemplo, costuma se colocar como vidente de uma realidade onde todos ao seu redor estão constantemente sendo enganados. Menos ele.

Ao admitir que aceitou ou mesmo defendeu uma ideia que tem pouca força quando confrontada com outra, ou mesmo uma ideia nitidamente mentirosa (como uma fraude revelada após um tempo), automaticamente faz com que a pessoa tenha que admitir que foi enganada, ou que se auto enganou.

Para algumas pessoas pode ser difícil assumir um erro, assumir um engano, demonstrar ser falível. Principalmente diante de um confronto com outra pessoa, ou em um grupo de pessoas.

Não há nada de ruim em estar enganado em uma ideia ou situação. Na verdade, ruim é você permanecer enganado por vontade própria. Eu confesso que não entendo o motivo que levaria uma pessoa a preferir isso, mas pode acontecer. Restando então criar todo um conjunto de ideias e situações (geralmente sem fundamentos lógicos) para dar suporte àquela ideia inicial. Seria um crença sobre outra crença. A crença de que sua crença não é um engano.

E adaptando Carl Sagan, o problema com as crenças é que elas se baseiam unicamente na vontade de acreditar.

Falta de um raciocínio crítico treinado, vergonha de errar, e vontade de acreditar. Penso que esses são os ingredientes da postura de aversão com as mudanças de ideias.

Mas claro, eu posso estar enganado.  : )