Cientistas descobrem documentos do ano 2142

O artefato encontrado por crianças que brincavam nas ruínas de uma antiga cidade, e que permaneceu um mistério até as mais recentes técnicas de engenharia reversa o identificassem como um dispositivo de armazenamento de dados, teve parte de seu conteúdo revelado.

Uma equipe de datarqueologistas afirma ter finalmente decifrado parte dos documentos que chamaram a atenção dos pesquisadores pela, em uma análise preliminar, recorrência de termos relacionados com a existência de replicantes.

Foram encontradas notícias, processos jurídicos, documentos variados e até mesmo um manual de usuário do que se imagina ser alguma espécie de inteligência artificial usada em tarefas domésticas. Alguns documentos trazem o ano de 2142, mas ainda não foi possível para os datarqueologistas identificar de quem seriam esses arquivos ou o motivo de estarem no dispositivo.

“Apesar de ser a data dos documentos de quase 400 anos atrás, ainda não temos certeza de que seja a data em que criado foi o dispositivo, ou mesmo que os arquivos tenham sido inseridos nesse período” – explica o Líder do Departamento, que mostra esperança nos rumos da pesquisa: “Sabemos que tanto o dispositivo como os arquivos são anteriores aos anos da Grande Revolta das Máquinas. Concluir de decifra-los será importante para entender ao período da História que foi aquele.”

Segundo os cientistas, o acesso aos documentos será liberado para o público em breve.

Dispositivo foi um mistério por muito tempo. Agora sabe-se que armazena documentos do ano 2142

Dispositivo foi um mistério por muito tempo. Agora sabe-se que armazena documentos do ano 2142

EUA não construirá Estrela da Morte

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Em Novembro do ano passado, fãs de Star Wars (a.k.a. Guerra nas Estrelas) criaram uma petição para que o Governo dos Estados Unidos da América construa uma Estrela da Morte.

A petição já conta com mais de 34 mil assinaturas, e você pode ler o texto original clicando aqui, ou na tradução a seguir.

Peticionamos o Governo Obama para:

Assegurar fundos e financiamentos, e iniciar a construção da Estrela da Morte em 2016.

Aqueles que aqui assinarem peticionam o Governo dos Estados Unidos para assegurar fundos e financiamentos, e iniciar a construção da Estrela da Morte em 2016.

Ao focar nossos recursos de defesa em uma plataforma espacial e sistemas de armamentos como a Estrela da Morte, o Governo pode estimular a criação de empregos nas áreas da construção, engenharia, exploração espacial, entre outras, além de reforçar a defesa nacional.  

Faz sentido. Todos reconhecem o poder da Estrela da Morte, e certamente garante superioridade bélica para qualquer nação.

Fãs de Star Wars animados com a ideia, podem se decepcionar. A Casa Branca respondeu oficialmente a petição e, pelo menos por enquanto, os americanos não construirão a Estrela da Morte.

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A resposta é inspiradora, bem humorada e com várias referências aos filmes. Foi assinada por Paul Shawcross que trabalha em algum lugar da Casa Branca que lida com dinheiro e espaço, e provavelmente, ficção cientifica. Você pode clicar aqui para ler o original, ou na tradução abaixo.

Esta não é a Resposta de Petição que você está procurando.

A Administração divide o seu desejo de criação de empregos e uma defesa nacional forte, mas uma Estrela da Morte não está em nossos planos. Aqui algumas razões:

– A construção da Estrela da Morte esta estimada em mais de $850,000,000,000,000,000. Estamos trabalhando para reduzir o deficit, não expandi-lo.

– A Administração não apoia a explosão de planetas.

– Por que gastaríamos os impostos dos contribuintes em uma Estrela da Morte com uma falha fundamental que pode ser explorada por uma nave de um homem só?

Porém, olhe com cuidado (veja aqui como) e você perceberá que já há algo flutuando no céu — não é a Lua, é a Estação Espacial! Sim, nós já temos uma Estação Espacial Internacional, do tamanho de um campo de futebol, orbitando a Terra e nos ajudando a aprender como humanos podem viver e prosperar no espaço por longos períodos. A Estação Espacial está com seis astronautas (da América, Rússia e Canadá), conduzindo pesquisas, aprendendo como viver e trabalhar no espaço por um longo período de tempo, rotineiramente recebendo espaçonaves visitantes, fazendo reparos no compactador de lixo, etc. Nós também temos dois laboratórios científicos robôs (um deles empunhando um laser) andando por Marte, procurando se já existiu vida no Planeta Vermelho.

Lembre que o espaço não é mais apenas governamental. Companhias americanas privadas, através do Commercial Crew and Cargo Program Office (C3PO), estão transportando carga (e em breve tripulação) ao espaço, e buscando missões com humanos para a Lua nessa década.

Ainda que os Estados Unidos não tenham nada que possa fazer a Kessel Run em menos de 12 parsecs, temos duas espaçonaves deixando o Sistema Solar, e estamos construindo uma sonda que vai voar para as camadas exteriores do Sol. Estamos descobrindo centenas de novos planetas em outros sistemas estelaras e construindo um sucessor muito mais poderoso para o Telescópio Espacial Hubble, que nos fará olhar para os primeiros dias do Universo.

Nós não temos uma Estrela da Morte, mas temos robôs flutuantes na Estação Espacial, um Presidente que sabe como lidar com um sabre de luz e um avançado canhão (de marshmallow), e a DARPA que está apoiando a pesquisa do braço do Luke, droids flutuantes e quadrupedes que caminham.

Estamos vivendo no futuro. Aproveite. Ou, melhor ainda, nos ajude a construí-lo procurando uma carreira na Ciência, Tecnologia, Engenharia ou Matemática. O Presidente realizou a primeira Feira de Ciências da Casa Branca e a Noite da Astronomia no South Lawn porque ele sabe que esses domínios são fundamentais para o futuro do nosso país, e para assegurar que os Estados Unidos continuem liderando o mundo em fazer coisas grandes.

Se você seguir uma carreira em Ciência, Tecnologia, Engenharia ou Matemática, a Força estará com você. Lembre-se, o poder da Estrela da Morte para destruir um planeta, ou mesmo um sistema estelar inteiro, é insignificante perto do poder da Força.

 

O nosso sinal wow

Jerry R. Ehman, em 15 de Agosto de 1977, detectou um intenso sinal vindo região da constelação de sagitário. Escreveu wow!, batizando aquilo que muitos acreditam ser uma comunicação extraterrestre.

Entre especulações sobre a origem natural ou artificial para o sinal, fato é que ele nunca se repetiu (ou nunca foi detectado outra vez), e talvez, nunca vamos conhecer realmente sua origem.

Em 21 de Setembro de 2012, durante o Simpósio Internacional de Arte Eletrônica, os artistas Nathaniel Stern e Scott Kildall apresentaram o Tweets in Space.

O conceito é simples. Durante meia hora, todos os tweets com a hashtag #tweetsinspace foram armazenados para serem enviados ao exoplaneta GJ667Cc, 22 anos luz distante da Terra, que possuí características favoráveis para a existência de vida.

 

As mensagens levarão 22 anos para chegar até Gliese 667 Cc. Se alguém de lá nos responder, só saberemos daqui 44 anos. Supondo que nossas transmissões (de dados, rádio e TV) tenham capacidade de chegar até lá sem se confundir com ruído, há alguns anos que um suposto habitante poderia nos detectar. Mas se existem seres vivos em GJ667Cc, é bastante provável que não tenham capacidade para nos ouvir, entender, e responder.

O Tweets in Space foi financiado pela internet, nasceu com uma proposta artística, e não científica. Uma arte de humanos, para humanos.

Mensagens com pedidos de ajuda, declarações informais de guerra espacial ou comida preferida. Paz, amor e ajuda, estão no topo da lista das palavras mais usadas. Enviar as mensagens do Twitter para o espaço não deve auxiliar em nada na busca de extraterrestres, mas nos ajuda a entender um pouco mais sobre esses tais de humanos.

No fim das contas, quando estamos conversando com uma civilização imaginária, quando compartilhamos nossos medos, desejos e dúvidas com seres distantes que provavelmente nem existam, estamos na verdade, conversando com nós mesmos.

Talvez, alguém no futuro vai encontrar essas mensagens, e escrever um wow! ao lado delas.

 

Eu, robô. Ou não.

Você já deve ter visto imagens como essa ao confirmar o envio de algum tipo de formulário na Internet. Isso chama-se CAPTCHA e serve para determinar se você é um humano ou um robô, tornando o sistema mais seguro. Ou seja, se você costuma sentir dificuldades, ou erra com frequência o preenchimento do CAPTCHA, são grandes as chances de, na verdade, você ser uma máquina.

Quando eu era garoto de programa programador, usava o reCAPTCHA em meus sistemas. Além de ser chato e atrasar suas atividades no site como todo CAPTCHA tradicional, o reCAPTCHA tem uma funcionalidade interessante.

Um página de um livro, ao ser digitalizada, é para todos os efeitos uma imagem. Se você quiser aquela página em formato texto, precisa transformar a imagem em texto. Existem programas que fazem isso, mas nenhum é tão bom nessa tarefa quanto um humano. Cada palavra que o reCAPTCHA mostra pra você faz parte de um livro digitalizado. Ao passar pelo teste, além de confirmar para o sistema que você é um humano, você também está ajudando a digitalizar livros. Muito mais legal, não?

Qual deles é robô?

Uma máquina pode reconhecer um humano. Mas será que você conseguiria diferenciar um humano de um robô?

Eve no jikan (Time of Eve, na versão em inglês) é um anime de ficção científica. Em um Japão futurista, praticamente todo cidadão possuí um robô humanoide, que deve seguir certas regras para uma convivência agradável como os humanos, como por exemplo, manter sempre a vista sua “identificação de robô”. Porém existem lugares onde os robôs podem frequentar sem a identificação. Um desses lugares é o bar da imagem acima, onde a principal regra é que robôs e humanos tem tratamento igual.

O divertido dessa série é que até a conclusão dos episódios, é praticamente impossível determinar com alguma fundamentação quem é robô ou quem é humano. Enquanto assiste, você está constantemente participando de um Teste de Turing.

Alan Turing

Alan Mathison Turing tem uma história de vida incrível que merece um post especial. Trabalhou em algoritmos para decifrar códigos nazistas, foi condenado a prisão por homossexualidade, mas preferiu ser submetido a castração química como pena alternativa, e morreu ao comer uma maçã envenenada com cianeto.

Em 1950, publicou Computing Machinery and Intelligence, introduzindo o que viria a ser conhecido como Teste de Turing. Partindo da questão “máquinas podem pensar?” Turing propõe um jogo de imitação. Uma pessoa em um terminal acompanharia uma conversa, e teria que julgar qual dos participantes da conversa é humano, e qual é uma máquina. Quanto mais elaborada uma inteligência artificial, mais difícil para um julgador perceber a diferença.

Atualmente as inteligências artificiais não suportam o teste por muito tempo. Há alguns exemplos divertidos de inteligências artificiais com as quais você pode bater um papo, como a Sete Zoom (em Português) o Cleverbot (em Inglês), ou aceitar o desafio do Akinator, que acerta quem você está pensando em até 20 perguntas.

CAPTCHA é um acrônimo para o que em Português significaria mais ou menos “Teste de Turing Público Completamente Automático para separar Computadores de Humanos”. Basicamente, um teste de Turing ao contrário.

Eu acabo de fazer outra coisa que um humano é muito superior em relação a uma máquina. Traduzir um texto.

O Duolingo é um novo projeto da mesma equipe criadora do reCAPTCHA. A ideia agora é traduzir a web aproveitando a vontade das pessoas de aprender uma nova língua. Mesmo iniciantes em uma língua conseguem resultados de tradução melhores que algoritmos de tradução.

E antes que os robôs aprendam demais, dominem o mundo e nos exterminem, assista a palestra do Luis von Ahn (integrante dos projetos reCAPTCHA e Duolingo), onde ele comenta com mais detalhes sobre os projetos. Com legendas em Português, feitas por um humano. 😉

Se o vídeo não funcionar, clique no link: http://www.ted.com/talks/luis_von_ahn_massive_scale_online_collaboration.html

Fracasso

Stewie é um robô.

É o primeiro de sua série construído para fracassar. A ideia é simples: Stewie é um robô de treinamento. Se os alunos do treinamento forem capazes de identificar onde estão os erros de Stewie, então serão capazes de identificar os erros em suas futuras atividades.

Os testes de Stewie foram satisfatórios, sempre que requisitado, Stewie fracassava. Após alguns meses de fracassos, os técnicos resolveram apresentar Stewie aos diretores do Centro de Treinamento.

Na tarefa Número 1, Stewie fracassou, e os alunos identificaram.
Na tarefa Número 2, Stewie fracassou, e os alunos identificaram.
Na tarefa Número 3, Stewie fracassou, e os alunos identificaram.

Ninguém entendeu qual foi a resposta de Stewie para a tarefa Número 4.

Na tarefa Número 5, Stewie acertou, e na Número 6 também, e na Número 7 também, e em todas as outras que seguiram.

Os técnicos não sabiam o que estava acontecendo, mesmo Stewie não sabia o que estava acontecendo com ele, não sabia o motivo que o levou a começar a acertar.

Os diretores não gostaram nada do que viram e cancelaram o Projeto. Stewie foi abandonado e os técnicos passaram a trabalhar em um novo sistema de treinamento.

E foi ao tentar fracassar, que Stewie fracassou, pela ultima vez.

Uma história sobre chás

Do alto da montanha ainda era possível ver os últimos raios de sol. Mas na casinha que ficava em sua base, já era possível ver a iluminação interior através das janelas.

Um jovem bate na porta.
Um velho abre a porta.

– O que procura, meu jovem?
– Todos os velhos precisam falar dessa maneira?
– Sim, está no Regulamento dos Velhos Sábios da Montanha. Eu sou um profissional regulamentado. O que deseja, meu jovem?
– Bem, me disseram que o senhor sabe fazer desver.
– Desver?
– O que foi visto, não pode ser desvisto. Mas o que foi visto nem sempre é bom. Quero desver.
– Eu lamento, mas como você mesmo disse, o que foi visto não pode ser desvisto.
– E dessentir?
– Dessentir?
– O que eu vi me fez sentir, será que posso dessentir?
– Humm. Eu imagino que seja possível dessentir, mas será necessário um tratamento.
– Que tratamento?
– O tempo! Entre, vou lhe preparar um chá.

O chá dos velhos sábios de montanhas foi eleito por uma importante revista do ramo culinário como a mais nova melhor bebida da semana. Desde então, redes do ramo alimentício passaram a servir para seus clientes o chá, que por questões de registro de patente e direitos autorais, não poderia ser chamado de “chá do velho sábio da montanha”. As redes então utilizaram uma técnica mais milenar que qualquer sábio da montanha. Mudaram o nome do chá. Se uma rede se localizava em uma praia, chamavam de “chá do velho sábio da praia”, se estava localizada em um campo, chamavam de “chá do velho sábio do campo”, se fosse em uma rua qualquer, chamavam de “chá do velho sábio de uma rua qualquer”. Em Porto Alegre, os publicitários acharam melhor chamar somente de “chá”.

Os velhos sábios das montanhas, por outro lado, mudaram a fórmula do Chá.

– Garotas? – perguntou o velho.
– Não. Só chá já está bom. – respondeu o jovem.
– Quero saber se seu problemas é com garotas.
– E por qual outro motivo alguém procuraria um velho sábio da montanha?
– Bem, já vieram até mim por dinheiro…
– Dinheiro para ter garotas – interrompeu o jovem.
– Por saúde…
– Saúde para ter garotas – interrompeu o jovem.
– Pelo chá…
– Para oferecer para as garotas…
– Certo. Parece que você será um bom velho sábio quando envelhecer. – Concluiu o velho.
– Não quero envelhecer, só quero dessentir.
– O tempo, já lhe disse.
– Velho, se eu quisesse esperar até isso passar, não teria vindo até aqui pedir sua ajuda.
– Jovens… Quem falou em esperar? Eu falei em tempo. O tempo vai fazer com que você deixe de sentir.
– Não te entendo.

O grande problema que uma pessoa que não é um velho sábio da montanha tem, quando fala com um velho sábio da montanha, é entender a linguagem codificada. O grande problema que um velho sábio da montanha tem, quando fala com outro velho sábio da montanha, é entender a linguagem codificada. Muitos problemas foram criados por conta disso, sendo o maior deles, de acordo com uma revista especializada, a grande crise da receita de chá do velho sábio da montanha.

– Quando falei em tempo, não estava falando sobre esperar até o tempo curar seus sentimentos. Não precisa ser um velho sábio da montanha para dizer isso.
– Mas e então?
– Quando eu falei sobre tempo, falei sobre voltar no tempo…
– Eu posso voltar no tempo? – perguntou o jovem.
– É claro, basta beber aquele chá, mas saiba que essa é uma decisão que…..

Antes que o velho pudesse terminar a frase, o jovem já havia terminado o chá.

Algum tempo se passou desde então, e do alto da montanha ainda era possível ver os últimos raios de sol. Mas na casinha que ficava em sua base, já era possível ver a iluminação interior através das janelas.

O jovem bate na porta.
O velho abre a porta.