Programa Espacial Brasileiro no Meio Bit

Recomendação bacana para quem gosta do assunto. O podcast do blog Meio Bit fez um programa sobre o meu, seu, nosso, Programa Espacial Brasileiro. De maquetes (quase) voadoras à expulsões de programas de cooperação internacional, aproveite pra conhecer mais da história de fracasso, azar, incompetência e muito dinheiro gasto nessa saga em busca do Foguete Brasileiro.

Clique aqui pra acessar a página com o programa pra ouvir (ou baixar e ouvir).

In Elon We Trust

Se, como disse John Paul Stapp, “a universal aptidão para a inaptidão torna qualquer realização humana um incrível milagre”, então o lançamento do Falcon Heavy é a própria obra divina. O desafio científico e de engenharia para lançar um foguete de tal magnitude. Milhões de espectadores admirados com o pouso sincronizado dos dois boosters. O core central perdido, porque não somos perfeitos. O carro subindo aos céus. O Starman nossa imagem e semelhança. O Guia. David Bowie. Inspirações rumo aos nossos sonhos: Marte.

Eis aqui, o principal mandamento da Ciência. Inspirai-vos uns aos outros, assim como eu vos inspirei.

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Cientistas descobrem documentos do ano 2142

O artefato encontrado por crianças que brincavam nas ruínas de uma antiga cidade, e que permaneceu um mistério até as mais recentes técnicas de engenharia reversa o identificassem como um dispositivo de armazenamento de dados, teve parte de seu conteúdo revelado.

Uma equipe de datarqueologistas afirma ter finalmente decifrado parte dos documentos que chamaram a atenção dos pesquisadores pela, em uma análise preliminar, recorrência de termos relacionados com a existência de replicantes.

Foram encontradas notícias, processos jurídicos, documentos variados e até mesmo um manual de usuário do que se imagina ser alguma espécie de inteligência artificial usada em tarefas domésticas. Alguns documentos trazem o ano de 2142, mas ainda não foi possível para os datarqueologistas identificar de quem seriam esses arquivos ou o motivo de estarem no dispositivo.

“Apesar de ser a data dos documentos de quase 400 anos atrás, ainda não temos certeza de que seja a data em que criado foi o dispositivo, ou mesmo que os arquivos tenham sido inseridos nesse período” – explica o Líder do Departamento, que mostra esperança nos rumos da pesquisa: “Sabemos que tanto o dispositivo como os arquivos são anteriores aos anos da Grande Revolta das Máquinas. Concluir de decifra-los será importante para entender ao período da História que foi aquele.”

Segundo os cientistas, o acesso aos documentos será liberado para o público em breve.

Dispositivo foi um mistério por muito tempo. Agora sabe-se que armazena documentos do ano 2142

Dispositivo foi um mistério por muito tempo. Agora sabe-se que armazena documentos do ano 2142

Um dos maiores mistérios da humanidade foi solucionado e a resposta é melhor que aquela que todo mundo imaginava

Separando a região dos famosos e a dos casinos, entre a Califórnia e Nevada, está o Death Valley National Park. Além de preservar as espécies do oeste americano também preservava um dos maiores mistérios da humanidade (segundo as listas de “maiores mistérios da humanidade”, da lista de “melhores listas”).

Numa região de 7 km² do Death Valley, chamda de Racetrack Playa, pedras caminham.

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O cenário é o seguinte: um lago seco, pedras, e rastros. Nenhuma evidência de interferência de humano ou animal. As pedras se movem sozinhas.

Especularam que as pedras deslizavam sobre pedaços de gelo. Especularam que fossem fortes ventos, e até calcularam qual seria a velocidade necessária pra movimentar as pedras. E, claro, especularam a atividade de seres extraterrestres.

São as especulações que alimentam os mitos, mas também são elas que não deixam sossegar os curiosos.

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No começo do ano, a equipe do pesquisador Chuck Richard Norris conseguiu pela primeira vez na história observar as pedras se movimentando. Spoiler: não são extraterrestres empurrando.

Trivial até para um padre, cada GPS colocado nas pedras foi preparado para automaticamente registrar qualquer movimento. Câmeras em time lapse porque pics or didn’t happen. E uma estação meteorológica, pra cruzar os dados dos movimentos com os dados das condições do local.

Disseram que ele estava na pior seria o experimento mais chato de todos os tempos. Norris esperava ver resultados em 5 ou 10 anos, mas com apenas 2 anos de observação, seu grupo conseguiu ser o primeiro a observar as pedras se movimentando.

Melhor que isso. Eles estavam lá quando aconteceu!

Os dados mostraram que algumas pedras se movimentaram por até 16 minutos e algumas chegaram a percorrer até 65 metros. A velocidade das pedras ficou em torno de 2 a 5 metros por minuto. Bastante difícil de ser percebida sem algum ponto de referência, o que pode explicar porque ninguém havia visto antes.

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No dia 21 de Dezembro de 2013, perto do meio dia, o barulho do gelo se quebrando tomou conta do ambiente. Richard olhou para Jim, que além de co-autor é seu sobrinho (ou é seu sobrinho além de co-autor…), e disse: “É isso!”

Chove, e um lago com cerca de 10 cm de profundidade se forma. Com a noite fria, uma fina camada de gelo é criada. Na manhã seguinte, o gelo começa a derreter e se quebrar em placas com espessura de poucos milímetros. O vento e o fluxo da água empurram as placas de gelo, eeeee as placas de gelo empurram as pedras, que acabam deixando um rastro no solo úmido. Quando o lago seca, sobram as pedras e, agora não mais misteriosos, rastros.

É interessante notar que a velocidade do vento é inferior a necessária para mover sozinho as pedras, e que a placa de gelo é muito fina para que uma pedras pudesse deslizar sobre ela. É o conjunto de fatores que torna o evento possível, e também raro.

Diferente dos casos de OVNI’s, a sequência de fotos mostra uma das pedras se movendo. Veja:

Link para o artigo aqui, e para o comunicado de imprensa aqui.

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A volta do cão arrependido

Eu estava de boa lá no site de mensagens curtas do pássaro azul, quando uma das etiquetas que alcançava a lista dos assuntos em tendência me chamou a atenção.

A tag , promovida pelas autointituladas “Clanessas” (referenciando as participantes do ultimo Big Brother, Clara e Vanessa – vencedora do programa), sobre (como é obvio perceber) o Projeto de Lei 6602/2013.

A princípio, os tuíts podem parecer bastante confusos, mas a proposta é alterar os artigos 14, 17 e 18 da Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008 (conhecida como Lei Arouca) que regula e estabelece critérios e procedimentos para o uso científico de animais.

Então fica assim, no artigo 14 será acrescentado o seguinte parágrafo:

“§ 7º É vedada a utilização de animais de qualquer espécie em atividades de ensino, pesquisas e testes laboratoriais com substâncias que visem o desenvolvimento de produtos de uso cosmético em seres humanos.”

Os artigos 17 e 18, que hoje possuem as seguintes redações nos respectivos incisos II:

“Art. 17.  As instituições que executem atividades reguladas por esta Lei estão sujeitas, em caso de transgressão às suas disposições e ao seu regulamento, às penalidades administrativas de:

II – multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);

Art. 18.  Qualquer pessoa que execute de forma indevida atividades reguladas por esta Lei ou participe de procedimentos não autorizados pelo CONCEA será passível das seguintes penalidades administrativas:

II – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

…”

Passam a ser:

“Art.17.

II – multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);

Art. 18.

II – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais);

…”

O Roberto Takata do Gene Repórter reuniu tudo que foi escrito pelos blogs de Ciência, na época da invasão do Instituto Royal, sobre testes com animais. E o próprio CONCEA já se manifestou sobre o assunto no final do mês passado.

Apesar da Justificação no Projeto de Lei dizer que no caso Royal “dezenas de cães eram submetidos a testes e experiências reprováveis legalmente” (o que não é verdade), acho legal que exista quem esteja procurando os caminhos democráticos, ao invés de invadir, roubar animais e destruir coisas. Afinal, o Congresso deveria ser um dos lugares pra esse tipo de discussão.

Mas não vai.

O Projeto, que tramita em regime de urgência, vai para a votação no Plenário da Câmara na próxima Quarta, dia 14. Levando em conta as emoções que o tema levanta, duvido muito que a opinião de especialistas, cientistas e outros istas seja levada em conta, se contra o Projeto. Ninguém vai querer carregar a fama de inimigo dos animais justo em ano de eleição…

Sem lobistas da Ciência ou bancada científica atuante, se dizem que o castigo daqueles que não gostam de política é ser governado por quem gosta de política, parece que o castigo daqueles que gostam de Ciência é ser governado por quem não entende de Ciência.

Uma viagem pessoal (no tempo)

Ano de Copa do Mundo, países ameaçando guerras, e os fãs de Ciência no Brasil aguardando ansiosamente a estreia de Cosmos. Não, não estou falando de hoje. Estou falando de Abril de 1982.

Na capa do Jornal do Brasil de 24 de Abril de 82, junto da treta entre Argentina e Inglaterra pelas Falklands, de um novo pacote econômico do governo e dos treinos do Flamengo, a chamada para a matéria do Caderno B (incluindo um resumo de cada um dos treze episódios) sobre a estreia de Cosmos.

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O primeiro episódio de Cosmos foi exibido no Domingo, às 23:15 (depois do seriado Dallas e do Fantástico). Se por um lado os críticos gostaram da série e do conteúdo, por outro, várias reclamações sobre o horário e a periodicidade (Cosmos estava programado para ser exibido mensalmente) apareceram.

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A Globo então passou a reprisar o capítulo do Domingo no Sábado seguinte, e pela manhã. Mas por causa da Copa e do período eleitoral, Cosmos foi retirado da grade depois de apenas 3 dos 13 episódios exibidos.

A alegria daqueles que não gostavam da série acabou no dia 9 de Janeiro de 1983, quando Cosmos retornou para a programação da Globo, e dessa vez semanal, todo Domingo de manhã.

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O que também voltou foram os elogios para a série que, além de nos ensinar a fazer uma torta de maçã, está na lista de muita gente (eu) como a principal obra da divulgação científica.

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Quão errado está um mapa astral?

Quer dizer, não há qualquer fundamento por trás da astrologia. A visão que nós aqui da Terra temos dos astros na esfera celeste não interfere em nada na nossa personalidade ou no nosso futuro. Então na prática um mapa astral está todo errado.

Apesar da falta de fundamento, todas essas atribuições de características que os astrólogos fazem ainda poderiam ser feitos se os mapas astrais mostrassem as posições corretas dos astros. Mas não é isso que acontece.

Imagine então que exista por aí um cara legal, bonito, inteligente… Imagine que ele tenha nascido em algum lugar no interior do RS, num Fevereiro do final dos anos 80. Se um astrólogo fosse fazer o mapa astral desse cara, seria isso que ele mostraria:

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Temos Sol e Vênus em Aquário; Lua em Peixes; Mercúrio, Saturno, Urano e Netuno em Capricórnio; Marte e Júpiter em Touro; e Plutão em Escorpião.

Mas se você pegar uma carta celeste de verdade, são essas posições que você vai encontrar para a mesma data e local de nascimento:

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Agora, o Sol e Vênus estão em Capricórnio; a Lua em Peixes; Mercúrio, Saturno, Urano e Netuno em Sagitário; Marte em Aries; Júpiter em Touro; e Plutão em Libra.

Medindo a diferença entre o mapa astral e a carta celeste, encontramos em média aproximadamente 30 graus, entre a posição real que os astros ocupavam no momento do meu nascimento nascimento do sujeito imaginário, e a posição que o astrólogo “inventou” que eles estavam.

Agora vejam a carta celeste das crianças sortudas que nascerão na próxima Sexta Feira 13, e compare com o mapa astral.

Clique para ver maior

Clique para ver maior

Astronomicamente, Sol e Mercúrio estarão na constelação de Ofiúco. Essa constelação sequer aparece no mapa astral, que coloca o Sol e Mercúrio em Sagitário.

Supostamente um mapa astral deveria mostrar a posição dos astros em relação a esfera celeste no momento do nascimento da pessoa. Mas não mostra porque ignora justamente o conhecimento que supostamente seria um de seus fundamentos: a Astronomia.

A Precessão dos Equinócios, uma mudança da posição do eixo da Terra ao longo do tempo, é o principal fator do deslocamento entre os zodíacos astronômico e astrológico.

Outra diferença é que o zodíaco astrológico delimita um valor fixo para o tamanho dos signos, enquanto astronomicamente as constelações tem tamanhos diferentes. Isso quer dizer que na astrologia o sol vai ficar aproximadamente um mês no signo de Escorpião, mas seguindo a Astronomia ele fica apenas sete dias na constelação de Escorpião.

E qual seria o motivo para Plutão aparecer no mapa, mas Éris ou Ceres serem ignorados?

Astronomia e astrologia por algum tempo no passado foram praticamente a mesma coisa. Conforme a humanidade foi ganhando novos conhecimentos, uma delas tomou o caminho científico, de se corrigir, se adaptar e abandonar aquilo que não funciona.

Cometa ISON

Entre o fim do ano passado e começo desse ano surgiram várias notícias sobre o C/2012 S1, popularmente conhecido como Cometa ISON. Ele foi descoberto pelos Astrônomos Artyom Novichonok e Vitali Nevski mas leva o nome do programa que o telescópio deles faz parte, o International Scientific Optical Network.

As notícias falavam em “cometa do século”, “tão brilhante quando a Lua”, e coisas assim. Eu imaginava que as pessoas iriam se decepcionar quando a hora chegasse e elas percebessem que a coisa não é bem assim pra quem quer observar a olho nú. Mas a verdade é que as pessoas não lembram de notícias antigas…

Se por um lado o ISON não vai parecer tão brilhante quanto a Lua e a humanidade ainda terá uns 80 anos pra outros cometas do século, por outro, ainda pode ser uma boa oportunidade de ver (ou tentar ver) um cometa. É importante entender as condições que permitem que seja possível (ou não) vê-lo.

O brilho das coisas no céu, vistas da Terra, é medido pela magnitude aparente. Menor o número, mais brilhante o objeto. Os humanos conseguem ver coisas de magnitude aparente menor que 6.

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Essa figura aí mostra um gráfico com a magnitude do ISON durante alguns dias. A regra é clara. O cometa está se aproximando do Sol, com isso, o seu brilho aumenta.

Quem olha aqui da Terra vê o cometa se aproximando do Sol, e isso é um problema, porque o brilho do Sol ofusca o brilho do cometa. Sem chances de vê-lo de dia. E aqui um lembrete: você NUNCA deve olhar para o Sol.

A poluição luminosa também afeta muito. Lembra do limite de 6 de magnitude aparente que os humanos conseguem ver? Em cidades esse número diminui. É possível que em regiões centrais de grandes cidades você não consiga ver nada com magnitude maior que 3.

Outra situação que vai dificultar uma possível observação é a altura dele no céu. Ele ficará cada dia mais próximo do Sol, e com isso, cada vez mais próximo do horizonte nos momentos que antecedem o nascer do Sol. Ver coisas próximas do horizonte é um problema por causa de fenômenos como o espalhamento da luz e a extinção atmosférica.

Sabendo das dificuldades, o que você tem que fazer é acordar cedo ou ir dormir tarde. Alguns momentos antes do nascer do Sol é uma boa hora pra tentar ver o ISON, porque o Sol ainda não vai ter nascido e porque o cometa já vai ter ganhado um pouco de altitude no céu.

Olhe pra direção que o Sol nasce. As estrelas da constelação de Virgem e Marte podem ser alguns pontos de referência pra ajudar a encontrar o ISON. Na figura da pra ver onde o cometa estará em relação a esses pontos. Segunda ou Terça ainda podem ser bons dias pra tentar olhar. E dificilmente será possível ver alguma coisa depois do fim da semana.

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Binóculos ajudam bastante. Lunetas e pequenos telescópios também. Se você tem algo melhor que isso, provavelmente já sabe o que fazer. 😉

Boa sorte.

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Foto: John Nassr – Stardust Observatory (Lente: N16 f/4.5 Câmera: D7000 iso6400 Exposição: 5 minutos)

Ou será que estou errado?

O que eu faço na divulgação científica é tentar evitar uma ou outra baixa numa guerra perdida. Eu sei que não vou viver pra ver uma sociedade onde predomine uma cultura científica. Talvez ninguém, em qualquer tempo ou espaço, vá. E talvez, um dia, a extinção da nossa espécie acabe vindo justamente dessa falta de cultura científica.

Mas eu não deixo de achar espantoso como a falta de cultura científica, aliada com a falta de pensamento crítico, gera situações completamente irracionais.

Coisas como suicídios em massa em seitas e histerias coletivas, coisas como a proliferação de teorias conspiratórias, de lendas urbanas ou mitos populares… E coisas como invadir um importante instituto de pesquisas pra roubar animais e destruir tudo.

Uma das coisas que eu acho muito legal em Ciência, e que se une muito bem ao pensamento crítico, é aceitar e saber conviver com a ideia de que você pode estar errado.

Não somente na ação, mas também na repercussão (principalmente nos paratribuniais que se tornaram as redes sociais) nota-se que não há um puto sequer que se levanta, para, e pensa: “hey, e se por acaso eu estiver errado?”.

Não “errado” no sentido moral da coisa. Errado no sentido de: será que eu tenho conhecimento suficiente para fazer essa afirmação? Será que eu tenho evidências suficientemente boas para essa acusação? Será que isso que estou compartilhando na minha timeline é originado de uma fonte confiável? E se eu não estou bem informado, será que há uma forma de me informar melhor sobre isso e saber o que está acontecendo? Quando esse sujeito diz que eu posso estar enganado, será que ele pode estar certo? Será que ele possuí informações mais válidas que as minhas? Será que as evidências que ele apresenta são mais confiáveis que as minhas? POR MIL CARALHOS, SERÁ QUE ESTOU REALMENTE ERRADO?!?

Outra coisa legal da Ciência é a ideia da importância das perguntas. O Neil deGrasse Tyson falou disso no painel do Cosmos na ComicCon. O Guia do Mochileiro das Galáxias nos ensina o quanto uma pergunta pode nos impressionar mais que uma resposta.

Já dizia o Dwight, “antes de fazer alguma coisa eu me pergunto: um idiota faria isso? E se a resposta for sim, eu não faço”.

Tem muita gente fazendo coisas idiotas por aí. E talvez, um dia a extinção da nossa espécie acabe vindo justamente de uma ação idiota.

Apenas um cachorro em um experimento científico

Apenas um cachorro em um experimento científico

Órbitas, padrões e divindades

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Essa figura apareceu na minha timeline um dia desses. As páginas que estavam compartilhando diziam quer era das orbitas de Vênus e da Terra durante 8 anos. Eu achei estranho porque, pra mim, o desenho das órbitas de Vênus e da Terra durante 8 anos são só duas elipses.

Fui ver o que era isso.

A imagem foi criada por Howard Arrington, inspirado no livro A Little Book of Coincidence, de John Martineau, que trata de relações geométricas. O que ela mostra, na verdade, são linhas que ligam a Terra até Vênus ao passar do tempo. Como os planetas completam uma volta ao redor do Sol em tempos diferentes, o padrão formado se repete a cada 8 anos.

Nesse vídeo o ponto médio da linha que liga os dois planetas é usado para traçar o desenho, e fica mais fácil de ver como a figura se forma.

E esses são os desenhos que Arrington fez com outros planetas:

Terra e Marte

marteterra

Saturno e Júpiter

saturnojupiter

Terra e Mercúrio
terramercurio

Urano e Saturno
uranosaturno

 

Nos comentários, muitos associaram a figura criada pelas linhas que ligam os dois planetas com divindades. A ideia de que somente um ser com poderes especiais, um Deus, poderia colocar os planetas nas posições “exatas” para formar os desenhos.

Aqui, as divindades somos nós. É a geometria das órbitas, a distância entre os dois planetas e o tempo que levam para dar uma volta em torno do Sol, que cria naturalmente os padrões, mas foi um humano que resolveu que traçaria uma linha entre dois planetas, é a nossa interpretação que nos faz considera-los como figuras bonitas (ou feias, eu acho o de Vênus e da Terra mais bonito que o de Terra e Mercúrio, por exemplo).

As pessoas gostam de padrões e simetrias. Não somos robôs. Reconhece-los é tão humano quanto uma mandala divina, ou um pentagrama satânico.