Programa Espacial Brasileiro no Meio Bit

Recomendação bacana para quem gosta do assunto. O podcast do blog Meio Bit fez um programa sobre o meu, seu, nosso, Programa Espacial Brasileiro. De maquetes (quase) voadoras à expulsões de programas de cooperação internacional, aproveite pra conhecer mais da história de fracasso, azar, incompetência e muito dinheiro gasto nessa saga em busca do Foguete Brasileiro.

Clique aqui pra acessar a página com o programa pra ouvir (ou baixar e ouvir).

Pela volta do hoax de várzea, hoax moleque, hoax raiz

No inicio dos anos noventa um voo partindo da Cidade do México teve problemas nas turbinas nos motores logo após decolar. Apesar do esforço do piloto em tentar um pouso de emergência numa região rural, a aeronave caiu, matando todos os ocupantes. O caso acabou ganhando destaque no Brasil porque dentre as vítimas estavam os principais integrantes do seriado Chaves.

Essa história contada a exaustão nos anos naquela época não passava de uma boa mentira. Hoje não teria durado muito, um breve acesso nos respectivos perfis dos atores nas redes sociais para verificar que estariam vivos.

Mas no período pré internet, onde você tinha que ter a sorte de se deparar com a informação em um jornal, revista, ou na palavra de um conhecido que teve essa sorte, talvez não encontrasse motivo para duvidar, ou o esforço pra pesquisar não compensaria, afinal, o fato é que a vida de ninguém foi radicalmente alterada por ter acreditado que o Roberto Bolaños estava morto.

O Chupa-Cabra, o vídeo da autópsia do ET de Roswell (que passou até no Fantástico), as histórias do extinto Notícias Populares, montagens intrigantes e outros boatos ou lendas urbanas também são exemplos de histórias que não sobreviveriam aos dias de hoje.

ovnixonibus

Talvez por conta disso os bons boatos estão em falta e até as teorias de conspiração estão fracas. Convenhamos, terraplanismo não chega aos pés do famoso caso do bebê suposto filho do capeta.

Como hoje tudo virou fanfic ou fake news, daqui a pouco vai ter gente achando que filme de ficção é notícia falsa. Sabe como é, Star Wars tem som no espaço, e tal…

Estou longe de ser boateiro. Já escrevi contra conspirações, lendas urbanas e até crendices populares, mas não posso deixar de reconhecer o caráter lúdico e educativo de um bom hoax. A batalha pessoal entre a crença e a descrença é importante porque é ela que aguça o senso crítico.

Precisamos do hoax raiz, de várzea, moleque, de volta. Que façam o sujeito acreditar e depois ser surpreendido, que façam o sujeito ter que pesquisar e que enganem até quem desmascara. Daqueles que tem como principal efeito colateral uma epifania, e como pior uma gargalhada.

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