Novo portal explica física… para físicos

Sim, os físicos andam precisando de uma ajudinha para entender o que anda acontecendo em sua própria disciplina. A American Physical Society, fundação responsável pelo mais pretigioso dos periódicos de física, o Physical Review Letters, inaugurou mês passado o portal Physics, que publica breves comentários resumindo ou contextualizando o conteúdo de um artigo científico, ou analisando as tendências de uma subárea de pesquisa em particular.

Conversei com Daniel Ucko, editor assistente do Physical Review Letters, durante a 5ª PASPS, uma conferência internacional sobre spintrônica, que aconteceu em Foz do Iguaçu no começo do mês. Ucko estava animado com as sinopses de artigos que escreveu para para o portal Physics, onde pôde deixar de lado longos parágrafos detalhando a pesquisa e ir direto ao ponto, explicando porque ela é interessante.

“Dada a quantidade do que é publicado, encontrar os melhores artigos é como achar uma agulha no palheiro; temos de fazer todo o possível para fazer o periódico mais legível”, disse Ucko. O físico Richard Feynman (1918-1988) lembrava com saudade do tempo em que podia ler um exemplar da Physical Review de cabo a rabo. Quem já visitou uma biblioteca de instituto de física sabe que, faz muitas décadas, cada volume semanal da Physical Review ocupa quase uma estante de livros inteira, dividido, de acordo com a subárea da física, em Physical Review A, B, C, D e E, cada um com a grossura de uma lista telefônica. A Physical Review publicou 18 mil artigos ano passado.

Segundo Ucko, a APS está trabalhando em vários “fronts” para divulgar os resultados mais relevantes publicados em seus periódicos. “Temos uma pessoa, James Riordon, em nosso escritório principal em College Park, Maryland, passando dicas de artigos interessantes para a imprensa”, ele disse. A APS também mantém desde 1998, outro site de divulgação, o Physical Review Focus. “O Focus començou voltado para estudantes de graduação e seleciona resultados que tem uma história interessante. Mas os textos não dizem nada a respeito da relevância do artigo em relação aos outros do periódico”, explica Ucko. “O “Physics” pretende trazer a luz os resultados publicados em nossas revistas, não apenas para a imprensa, mas principalmente para os pesquisadores.”

A vida por um nariz

O olfato talvez seja o sentido mais maltratado pela modernidade, depois da audição (sobre a negligência com a audição veja esta aula do maestro Daniel Barenboim). Cheiros desagradáveis de produtos de limpeza, de aparelhos de ar condicionado sujos e de fumaça de automóveis predominam na paisagem olfativa que percebem os poucos habitantes de São Paulo com o nariz descongestionado.

Que a situação é terrível para a memória dos paulistanos, dá para concluir da reportagem “Nariz, uma Máquina do Tempo Emocional”, de Natalie Angier, do New York Times, sobre o Simpósio Internacional sobre Olfatação e Paladar , que aconteceu em julho, em San Francisco, Califórnia. Segundo Angier, pesquisadores estudam terapias que usam cheiros para tratar perda de memória, demência e depressão. CONTINUE LENDO

Escreva mal, destrua a Terra

Este é o ganhador do 3º Concurso de Cartoons Editoriais de Intergridade Científica, promovido pela UCS (União dos Cientistas Responsáveis), nos EUA:

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Cientista: “Pesquisa Conclui: ESTAMOS DESTRUÍNDO A TERRA”
Governo: “Você poderia, por gentileza, parafrasear isso em termos equívocos, inacurados, vagos, interesseiros e indiretos de maneira que possamos entender?” Crédito: Justin Bilicki

O concurso, de acordo com a UCS, é um protesto contra a interferência do governo no trabalho dos cientistas norte-americanos. Um relatório da UCS lista uma série de casos em que cientistas trabalhando para o governo foram censurados por razões políticas. O relatório é curiosamente organizado na forma de uma tabela periódica dos elementos químicos, onde cada elemento representa um dos casos. No elemento Carbono, por exemplo, está o link para o caso do pesquisador Pieter Tans, do Noaa (agência de pesquisas oceânicas e atmosféricas dos EUA), que foi obrigado pelo diretor de seu laboratório a não usar as palavras “mudanças climáticas” nos títulos das apresentações de uma conferência sobre gás carbônico na atmosfera que estava organizando, em 2005.

Veja você, o poder da palavra.”O mal uso da língua induz o mal na alma”, dizia Sócrates. “Ele não estava falando de gramática”, explica a escritora Ursula Le Guin, em suas palavras a um jovem escritor. “Usar mal a língua é usá-la da maneira que políticos e publicitários a usam, por lucro, sem assumir responsabilidade pelo o que as palavras dizem.” Leia Mais

Física fotografada como astro musical

Uma pena que dê para ver apenas um pedaço do retrato da física teórica Aleksandra Wlczak, na edição online da série “Revolutionary Minds: The Re-envisionaries”, da revista Seed. Na versão inteira da foto, as manchas de giz do quadro negro parecem formar uma aura de mistério em volta da pós-doutoranda da Universidade de Princeton, que aplica as ferramentas da física estatística–o ramo da física que estuda sistemas com muitas partes interagentes–para entender como os genes controlam uns aos outros dentro do ambiente barulhento de uma célula viva.

A escolha do fotógrafo Michael Schmelling, especialista em retratos de músicos pop, para fazer o retrato de Aleksandra, é típica da revista Seed, que um ex-colega físico meu classificou de “Caras” da ciência. Quem folheia a Seed, percebe alguma semelhança com revistas do tipo Vogue ou Vanity Fair. No lugar de top models e estrelas de cinema, porém, estão ganhadores do Prêmio Nobel e cientistas jovens em destaque. A proposta da Seed é valorizar a ciência, fazendo com que ela pareça mais “sexy” e glamourosa aos olhos do público. Acho isso válido, principalmente por causa da auto-estima baixa dos cientistas tanto nos EUA, quanto no Brasil. Para muita gente, cientista é sinônimo de pessoa chata e assexuada. E vocês, o que acham?

Hello world!

Ufa! A inauguração do portal me pegou totalmente desprevinido e só agora arranjei tempo para postar algo aqui.

Agradeço de coração ao Átila e o Carlos pela iniciativa corajosa de produzir o Lablogatórios. Precisava mesmo do espaço e do estímulo que as ferramentas e a comunidade do Lablogatórios estão oferecendo ao meu trabalho.

Simulação revela origem de pri­meiras estrelas após Big Bang

Esta é uma versão extendida de uma reportagem minha publicada originalmente na Folha de S. Paulo do dia 1 de agosto.

Impressão artísitica de nuvens de hidrogênio e hélio agitadas e iluminadas pelas primeiras estrelas do universo

Impressão artística de nuvens de hidrogênio e hélio agitadas e iluminadas pelas primeiras estrelas do universo. Embaixo, no centro, uma supernova explode, expelindo elementos químicos que farão parte de uma nova geração de estelas. Crédito: David A. Aguilar (CfA)

Um capítulo obscuro da história do universo foi reconstituido em uma simulação por computador divulgada na edição de 1 de agosto, da revista “Science”.

Os cosmólogos conhecem relativamente bem o “capítulo 1”, que aconteceu entre o nascimento do universo em uma grande explosão–o Big Bang, há 13 bilhões de anose a época em que surgiram os primeiros átomos, 300 mil anos após o Big Bang.

Não é o caso do capítulo seguinte, chamado às vezes de “idade das trevas cósmica”. Entre 300 mil e 300 milhões de anos após o Big Bang, o universo era uma chatice: nada de estrelas e galáxias. Havia só um monte de gáshidrogênio, hélio e traços de lítio, além da misteriosa matéria escura, que não emite ou absorve luz.

Então, ninguém sabe exatamente como, surgiram as primeiras estrelas.

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