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Bambiraptor? Pintosaurus!?– Os nomes mais estranhos da Paleontologia!

Com contribuição de Thiago Marinho

O bicho é meu e eu coloco o nome que eu quiser nele!!!

Pintossauro, Gasossauro, Dinheirossauro, Fodonyx, Bambiraptor…? A lista é longa! Um mais estranho que o outro! Mas porque eles foram batizados assim?

Veja aqui uma amostra dos nomes mais estranhos da Paleontologia!

Ai Ai Estou Morrendo Seu Idiota da Silva Sauro

Quem não lembra do episódio da Família Dinossauro em que Baby é levado para o grande sábio afim de receber um nome, mas algo inesperado acontece? Ele acaba recebendo um nome meio que, digamos… incomum: “Ai Ai Estou Morrendo Seu Idiota da Silva Sauro”.

(se você nunca assistiu, veja o episódio AQUI 🙂 ).

Isso nos leva a pensar: Afinal, como são escolhidos os nomes dos dinossauros??

Certamente não é como no episódio da família dinossauro (ver post anterior), mas ainda assim parecem surgir alguns resultados meio… incomuns.

Neste post vamos reunir alguns dos nomes mais inusitados já escolhidos por paleontólogos.

Não são só os dinossauros que sofrem, mas toda ‘sorte’ de criatura extinta…

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Os 10 mais!

And the Oscar goes to:

1) PINTOSAURUS: gênero basal de procolofonídeo. Procolofoquê? Procolofonídeo! Procolofonídeos são pararépteis que lembram muito um “tipo robusto de lagarto”, mas na verdade não tem nada a ver com eles (Veja AQUI e AQUI para saber mais). Pintosaurus  foi descrito em 2004, encontrado em rochas de idade Permo-triássicas do Uruguai. Pinto- foi escolhido para homenagear o Dr. Iraja Damiani Pinto, paleontólogo gaúcho que contribuiu substancialmente para paleontologia sulamericana. (…)

2) CHUPACABRACHELYS: Trata-se de uma tartaruga do período Cretáceo, que foi encontrada no Texas, USA. Não tem muito a dizer… o nome realmente foi em homenagem ao “chupa-cabra”

3) GASOSAURUS CONSTRUCTUS: Dinossauro terópode chinês de médio porte. O nome foi escolhido para homenagear uma empresa de combustível. O dinossauro foi encontrado durante sua construção, por isso o nome da espécie é ‘constructus‘.

4) DINHEIROSAURUS LOURINHANENSIS: Uma espécie de dinossauro saurópode gigante, aparentado ao Diplodocus. Ele foi encontrado na região da Praia de Porto Dinheiro, concelho de Lourinhã, em Portugal. O nome deriva do local aonde ele foi encontrado. Tinha que ser um dinossauro português..

5) BAMBIRAPTOR: Sim, esse é um dinossauro que foi nomeado em homenagem ao Bambi. Isso mesmo, aquele personagem da Disney (…!!). Trata-se de um pequeno dinossauro carnívoro, com menos de 1m de comprimento. O nome foi escolhido porque aparentemente o espécime encontrado era um juvenil.

6) FODONYXRincossauro do Triássico Médio da Inglaterra. O nome significa “garra escavadora”. Em latim “fodere“=escavar e “onyx“=garra. “Tchau! vou ‘fodere’ dinossauros!”

7) MINOTAURASAURUS: Tipo de dinossauro anquilossaurídeo proveniente da Ásia. Foi descrito em 2008. O nome significa “Homem-touro-lagarto”.

8) GOJIRASAURUS: Gênero dúbio de dinossauro terópode encontrado em rochas triássicas do Novo México, EUA. O nome foi em homenagem ao monstro mitológico japonês. Gojira…. Gojira….Gojira…

Incisivosaurus – não é só o nome que é feio…

9) INCISIVOSAURUS: Um pequeno dinossauro terópode da China, provavelmente de hábito herbívoro. Sua dentição peculiar, com dentes proeminentes como os e um roedor, foi o que lhe rendeu o nome estranho.

10) PIKAIA: Representante basal do grupo dos cordados. O nome dessa criaturinha Cambriana encontrada em Burgess Shale significa “da Pika”. Pika é um tipo de pequeno mamífero aparentado dos coelhos, comumente encontrado na região aonde os fósseis de Pikaia foram descobertos. (Eu ri!)

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No mínimo exóticos:

– Enigmosaurus: Grande dinossauro terópode herbívoro (Therezinosauróide) do Cretáceo da Mongólia. Quando os seus restos foram encontrados, a anatomia não usual da pélvis do bicho deixou os seus descobridores tão confusos, que lhes pareceu um verdadeiro enigma. Assim sendo, resolveram nomeá-lo dessa forma.

– Camelotia: Gênero de um dinossauro prossaurópode do Triássico Inglaterra. Seu nome significa “de Camelot”. Camelot trata-se do lugar lendário na Grã-Bretanha, que teria abrigado o castelo e a corte do Rei Arthur.

– Erectopus: Dinossauro terópode allossauróide do Cretáceo da França. Descoberto no final do Século XIX, o seu nome significa: “Erecto=em pé”, “Pous=Pé”. Hm…

– Minmi: Dinossauro australiano da infraordem Ankylosauria. O nome é devido à Minmi Crossing, o lugar onde seus fósseis foram descobertos.

– Hallucigenia: Gênero de invertebrado fóssil do Período Cambriano. O nome é devido a sua forma bizarra, que aos olhos dos descobridores mais parecia uma alucinação. Já viu né!!

– Drinker: Pequeno dinossauro hypsilofodontídeo do Jurássico da América do Norte. O nome, traduzido do inglês significa “bebedor”, mas essa não foi a intenção, ele foi proposto para homenagear o renomado paleontólogo Edward Drinker Cope.

– Gargoyleosaurus: Um dos mais antigos anquilossauros já descobertos. Gargoyleasaurus foi encontrado em Wyoming, em rochas de idade Jurássica. Seu nome significa “lagarto gárgula”.

– Xixiasaurus: Dinossauro terópode troodontídeo descrito em 2010. Seus restos foram encontrados na região administrativa de Xixia, na província de Henan, China.

– Pawpawsaurus: Gênero de dinossauro da família Nodosauridae, da infraordem Ankylosauria. Seus restos foram encontrados na Formação Paw Paw, Texas, USA. Eu não consigo falar sem rir!
– Pedopenna: Dinossauro manirraptor do Jurássico da China. Pedopenna significa “pena no pé”. Este dinossauro recebeu esse nome por apresentar evidências da existência de longas penas inseridas ao longo de seus metatarsos.
– Ozraptor: Dinossauro terópode encontrado na Austrália, descrito em 1998. “Oz” faz referência ao apelido dado aos australianos,“Ozzies”.
– Borogovia: O nome deste dinossauro carnívoro troodontídeo é derivado dos “borogoves”, criaturas de um poema de Lewis Carroll,  Jabberwocky, parte da obra “Alice no país das Maravilhas”.
– Appalachiosaurus: Gênero de dinossauro terópode tiranossauróide do Cretáceo da América do Norte. O nome faz referência a região estadunidense conhecida como Appalachia, onde o fóssil do animal foi encontrado.

– Petrobrassaurus puestohernandezi: Dinossauro saurópode argentino. Foi descrito em 2011. O nome do gênero realmente é devido a companhia de petróleo brasileira, Petrobrás, e o nome específico se refere a “Puesto Hernandez”, um dos centros de extração da companhia, aonde o dinossauro foi encontrado.  Ahhh, invejosos! Queridos!!

– Atlascopcosaurus: Este dinossauro australiano recebeu seu nome em homenagem a companhia Atlas Copco. Esta companhia forneceu o equipamento para a expedição paleontológica que resultou na descoberta do novo dinossauro. Capessaurus, Fapespsaurus, Cnpqsaurus, vamo lá, galera!!

– Qantassaurus: Este dinossauro hypsilofodontídeo foi nomeado para homenagear a empresa aérea australiana, Qantas, que ajudou no transporte dos fósseis. Conclusão: australiano não sabe dar nome pra dinossauro!!

– Panamericansaurus: Outro gênero de dinossauro saurópode da Patagônia argentina. Foi descrito em 2010. O nome foi para homenagear a companhia petrolífera Pan American Energy, que deu apoio financeiro às pesquisas.

ArgentinosaurusAh…Esse só pra sacanear mesmo. Bonito nome.

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Homenagens curiosas:

Utahraptor spielbergi – Esse dinossauro raptor foi descoberto na semana de estréia do filme Jurassic Park. O nome da espécie foi escolhido para homenagear Stephen Spielberg, diretor de “Jurassic Park”. Posteriormente re-descrito, o nome da espécie mudou para ostrommaysorum. Depois de ganhar milhões com Jurassic Park, acho que S. Spielberg não deve ter ficado chateado….

Arthurdactylus conan-doylensis – Este pterossauro recebeu seu nome em homenagem a Sir Arthur Conan-Doyle, autor de “O Mundo Perdido“, mais conhecido pela sua série de livros “Sherlock Holmes”.

Tianchisaurus nedegoapeferima (Informalmente chamado de Jurassosaurus) – Tendo doado dinheiro para pesquisa de dinossauros na China, Stephen Spielberg sugeriu para esse dinossauro o nome de Jurassosaurus – em razão do lançamento do filme Jurassic Park em 1993.  O nome esdrúxulo só pegou na informalidade. Porém ainda assim, o nome da espécie (nedegoapeferima) homenageia Jurassic Park: ele é formado pelas letras iniciais dos sobrenomes dos principais atores/atrizes que participaram do filme: Sam Neil, Laura Dern, Jeff Goldblum, Richard Attenborough, Bob Peck, MartinFerrero, Ariana Richards e Joseph Mazzello.

Dracorex hogwarsia – O coitado desse bicho foi batizado como um tributo a obra de J.K. Rowling, “Harry Potter“. – hogwarsia faz alusão a ‘Hogwarts’, a escola de magia.

Mimatuta morgoth – O Professor da Universidade de Chigado, Leigh Van Valen, nomeou uma série de mamíferos paleocênicos com base em personagens da série de livros “Senhor dos Anéis”. Morgoth foi em homenagem ao “The Dark Lord”, mas além dele ainda temos:

Alletodon mellon – mellon é a palavra élfica para “amigo” e a senha para a entrada nas minas de Moria.

Mithrandir onostus – Mithrandir sendo outro nome para Gandalf.

Oxyprimus galadrielae – Em homenagem a Lady Galabriel.

Protungulatum gorgun – ‘gorguns’ são os orcs.

Bom gosto esse cara.

Masiakasaurus knopfleri – Esse pequeno dinossauro predador recebeu seu nome em homenagem a Mark Knopfler, guitarrista da banda Dire Straits. De acordo com Scott Sampson, seu descobridor, o time resolveu batizar assim o dinossauro depois de escutar Dire Straits durante a escavação. De acordo com eles, novos dinossauros só eram encontrados quando esse som estava no rádio. Já tentamos essa tática, mas pra gente só funciona com “Hotel California” do Eagles… #sarcasmo

Aegrotocatellus jaggeri –  Essa espécie de trilobita foi nomeada realmente a fim de homenagear estrelas do rock! O nome da espécie (jaggeri)  foi um tributo a Mick Jagger, vocalista do Rolling Stones, enquanto que o nome do gênero “Aegrotocatellus” significa em latim “Sick Puppie” (ver a banda de rock alternativo australiana ‘Sick Puppies‘).

aegrotocatellus-jaggeri
Jagger e seu trilobita

Um dos caras que ajudou a descrever esse trilobita (Greg Edgecombe), não satisfeito, nomeou uma outra série desses artrópodes primitivos com nomes de integrantes de bandas!  Ele homenageou Sex Pistols (Arcticalymene viciousi, A. Rotteni, A. jonesi, A. cooki, A. matlocki), Ramones (Mackenziurus johnnyi, M. joeyi, M. deedeei, M. ceejayi), John Lennon, Ringo Star e Simon & Garfunkel (Avalanchurus lennoni, A. starri, A. simoni, A. Garfunkeli).

Norasaphus monroae Esse trilobita foi uma homenagem de Richard Fortey, paleontólogo inglês, a Marlin Monroe.

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Trava-línguas:

– Malawisuchus mwakayasyunguti  Malawisuchus m(coloque-letras-nesse-espaço)

Piatzinigkosaurus – WTF? Isso foi sacanagem dos argentinos.

Huehuecanauhtlus tiquichensis – uheuheueheuh!! 

– Nqwebasaurus – Primeiro dinossauro com o som de “CLICK” em seu nome. Pronuncia-se: N – (som de click com a língua) – KWE – BA – SAU – RUS. Nqweba é o nome do lugar aonde o dinossauro foi encontrado, na África do Sul. Trata-se de uma palavra na língua da tribo Bantu.

– Jinfengopteryx – China 1

Jingshanosaurus – China 2

– Szechuanosaurus – China 3

– Jinzhousaurus China 4. Os nomes chineses sempre são os mais impossíveis!

– Phuwiangosaurus – Tailândia.

– Bruhathkayosaurus – Índia. Correção: Os nomes asiáticos são sempre os mais impossíveis.

– Parapropalaehoplophorus – fale-3-vezes-rápido!

–> Agora-fale-tudo-junto!!!!

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“Éééé do brasiiilll!!!”

Como se já não bastasse o Baurusuchus e lanches salgadoensis (Veja o post anterior), ainda temos uma série de crocodilos tupiniquins com nomes estranhos:

Morrinhosuchus – Ganhou seu nome em homenagem a um morro  (!) que fica próximo ao local de coleta do fóssil, o “Morrinho de Santa Luzia”.

Barreirosuchus – Mais uma alusão ao local de coleta, o bairro de Barreiros, em Monte Alto, SP;

Caipirosuchus paulistans – que significa “o crocodilo caipira de São Paulo”.

– Pepesuchus – O nome foi uma homenagem ao Prof. José Martin Suárez (conhecido pelos colegas como Pepe).

Fora os dinossauros:

Oxalaia quilombensis – O gênero é uma referência a divindade africana ‘Oxalá’ e a espécie refere-se aos alojamentos quilombolas da Ilha do Cajual (local onde o fóssil foi encontrado).

– Irritator challengeri – Dinossauro brasileiro nomeado por pesquisadores estrangeiros (David Martill e colegas) que ficaram “extremamente irritados” devido a “restauração” feita pelo seu coletor amador. Buscando fazer o fóssil parecer mais completo e valioso, o coletor clandestino acabou obscurecendo a real natureza do animal e dificultando o trabalho dos pesquisadores. Isso que dá comprar fóssil ilegalmente Dr. Martill!!!  O nome da espécie foi uma homenagem ao Prof. Challenger, personagem do livro “O Mundo Perdido” de Arthus Conan Doyle.

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E para encerrar, Panamericansaurus pra vocês:

[youtube_sc url=”http://www.youtube.com/watch?v=NXZdvgzOvY4″]

* Agradecimentos aos colegas paleontólogos que contribuíram ajudando (pelo facebook!) a reunir os nomes mais bizarros de seus respectivos campos do conhecimento!

Estréia: PaleoCast !!

Expedição Araripe – Parte 1 / Araripe Expedition – Part 1

Idioma Português, legendas em Inglês.

Licença Creative Commons
PaleoCast de Colecionadores de Ossos & Titossauro.com é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported. Baseado no trabalho em titossauro.com.

 

Nós já vínhamos pensando em desenvolver um canal de VideoCasts há um bom tempo… mas é claro: havia uma série de empecilhos. Para começar, o tempo do qual dispunhamos para organizar isso, segundo, a vergonha, terceiro, o material (“mas que câmera horrível!”, “eu não sei mexer nesse programa!”, “putz, que amador!”) e quarto, o medo de não dar certo.

É claro que isso não ia levar a gente a lugar nenhum… Então, já que tudo tem que ter um ponta-pé inicial, arregaçamos as mangas, enchemos o peito de coragem e deixamos de nos preocupar com o amadorismo nesse primeiro momento.

O resultado??

Bom, aqui está – depois de algumas crises – o nosso primeiro videocast!!!!!!!!

Resolvemos batizar o canal de PaleoCast, para não perder o costume dos paleontólogos de utilizarem esse sufixo para tudo. Este será nosso canal de multimídia de agora em diante e procuraremos sempre  trazer novidades. A idéia é fazer documentários que mostrem a Paleontologia brasileira na prática e de forma descontraída.

Para estrear o PaleoCast, iremos apresentar o capítulo introdutório de um documentário que gravamos em nossa última saída de campo ao Cariri. Ele será dividido em vários capítulos de 5 minutos cada um.

A expedição foi realizada em busca de fósseis na Chapada Araripe, no interior do nordeste brasileiro.

Filmamos e editamos esse material com orçamento zero, pelo simples prazer de divulgar conhecimento. =)

Esperamos que gostem!! Os erros se consertam com o tempo!

O sertão no tempo dos dinossauros – Parte 1

Qualquer viagem ao passado precisa começar em algum lugar aonde encontramos evidências de tempos antigos ou de vidas passadas, como por exemplo: a tumba de um faraó, o leito de morte de um mastodonte ou ainda um cemitério de trilobitas… É verdade também, que qualquer viagem no tempo começa, geralmente, em algum lugar empoeirado, muito frio ou muito quente e – quase sempre – …  distante.

Essa nossa viagem no tempo nos levou por quase 2.200 km de estradas Brasil a dentro, para um lugar muito quente, onde a água que cai do céu é um verdadeiro tesouro. Chegamos lá na estação das chuvas, todavia, eu mesma – que já estive lá por outras vezes – nunca vi o Sertão tão verde.

Rumo aos fósseis. Foto de Aline Ghilardi

O interior do nordeste brasileiro guarda pedaços de vários momentos da história geológica de nosso planeta. É o paraíso de qualquer geólogo ou paleontólogo. Trata-se de um lugar tão especial, que foi escolhido para abrigar o primeiro Geopark brasileiro: o Geopark Araripe.

A história que esta terra semi-árida guarda é tão fantástica, que parece até ironia do destino: a profecia de que “o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão“, sim, é verdadeira. Na escala do tempo geológico isso é quase uma brincadeira…

Neste mês, vocês terão a oportunidade de acompanhar aqui no “Colecionadores” uma série de pequenos posts sobre a paleontologia do nordeste brasileiro. Vamos falar um pouco sobre a diversidade e a peculiaridade desse patrimônio nacional e esperamos que isso ajude a formar uma identidade entre o povo  e mais um tipo riqueza natural que muitos poucos reconhecem…

O sertão no tempo dos dinossauros – Parte 1

Nós, paleontólogos, cientistas que estudamos o passado remoto, damos a lugares com evidências de vidas antigas, uma multiplicidade de nomes: Afloramentos, seções estratigráficas, exposições, estratos, camadas…etc. Todos são nomes para indicar rochas que possivelmente abrigam fósseis e que, por muito tempo, esconderam segredos do passado.

Lugares assim são muito comuns, o que são raros mesmo são o que chamamos de ‘afloramentos-modelo’. Aqueles, cujos estratos guardam muitos fósseis ou fósseis bem preservados, bem articulados e sob todos os aspectos, considerados excepcionais

O nordeste brasileiro possui lugares assim. Hoje vamos conhecer um deles, os conhecidos afloramentos do Membro ou Formação Crato (o título depende da proposta litoestratigráfica que você adotar…).

O Membro Crato representa um dos estratos da Formação Santana, unidade estratigráfica da bacia sedimentar do Araripe* (Veja imagem). Seus fósseis são conhecidos internacionalmente e posso apostar, que você, com certeza, já deve ter visto um….

Cladocyclus, peixe fóssil do Membro Crato, Formação Santana - Por Aline Ghilardi

Desenho esquemático e localização da Bacia do Araripe

A qualidade de preservação de seus fósseis é tão impressionante, que detalhes da pele ou dos órgãos internos dos organismos ficaram conservados. Além do mais, é muito comum também a preservação de impressões de membranas alares de pterossauros, penas de aves (ou dinossauros) e o padrão de coloração das asas de insetos fósseis.

Libélula fóssil, procedente do Membro Crato, Fm. Santana

Depósitos com essa qualidade são conhecidos como Lagerstätte. Uma denominação de abrangência internacional, que caracteriza depósitos fossilíferos excepcionais (assim como aquele aonde foi encontrado o Archaeopteryx – o primeiro dino-ave com penas conhecido).

A idade do Membro Crato foi atribuída como pertencente ao Cretáceo, o último período da ‘Era dos Dinossauros’ (A Era Mesozóica). Com base em estudos aplicados de estratigrafia, acredita-se que os  seus estratos sejam, mais especificamente, de idade Aptiana-Albiana (~120 milhões de anos).

O que tudo nos indica é que a região aonde hoje são encontrados estes fósseis, tenha sido, no passado, um enorme lago, que em alguns pontos poderia atingir mais de 50 km de extensão (!).

Insetos fósseis procedentes do Membro Crato, Fm. Santana

Este paleo-lago apresentava condições perfeitas para preservação de fósseis: águas calmas e um fundo anóxico (com ausência de oxigênio), que impedia a ação de bactérias na decomposição dos cadáveres de organismos.

São comuns fósseis de peixes (principalmente do gênero Dastilbe), insetos, aracnídeos, moluscos, crustáceos, quelônios, anfíbios, pterossauros, crocodilos, lagartos e aves, assim como fósseis de vários tipos de vegetais (algas, gimnospermas e angiospermas).

A unidade é hoje caracterizada por calcários laminados de coloração amarela a creme, avermelhada ou cinza, com estratificação plano-paralela. A sua beleza atraiu desde o início muitos mineradores, que ainda hoje extraem as rochas para o uso na construção civil – principalmente de aplicação ornamental (utilização como azulejos).

De forma cotidiana, essas lajes de pedra são conhecidas como “Pedras Cariri”.

Pedreira de extração das "Pedras Cariri". Ao fundo, o afloramento. Foto por Aline Ghilardi.

A região de ocorrência desses afloramentos engloba o entorno da Chapada do Araripe, principalmente o interior do estado do Ceará.

Destacam-se os arredores das cidades de Santana do Cariri, Nova Olinda, Crato, Barbalha, Missão Velha, Porteiras e Jardim.

Continua….

Leia mais sobre isso na publicação feita pelo do SIGEP: http://sigep.cprm.gov.br/sitio005/sitio005.pdf

O mundo depois do Apocalipse

Como o planeta Terra recuperou-se após o famoso K-Pg (o grande evento de extinção dos dinossauros)? No Brasil, um importante depósito fossilífero nos dá uma ideia de como o mundo se parecia pouco depois dessa catástrofe. Conheça a Bacia de São José de Itaboraí! O único depósito brasileiro que registra a radiação dos mamíferos após a extinção dos dinossauros. 

A Bacia de Itaboraí no início do século XXI

Sem sombra de dúvida os dinossauros sempre foram a grande vedete da paleontologia. A fama deles chega por vezes a ofuscar outros personagens do nosso passado geológico. Todavia, não há momento mais importante para nós, mamíferos, do que o período logo após a extinção desses gigantes. São as criaturas dessa “época pós-apocalíptica”, que revolucionariam o mundo para que ele, um dia, viesse a se tornar o que é hoje.

O Paleoceno é a primeira época do Período Paleógeno, dentro da Era Cenozóica. Ele sucede diretamente o Cretáceo, o último período da Era Mesozóica. O Paleoceno está compreendido entre 66 e 55 milhões de anos atrás, aproximadamente, e é seguido pelo Eoceno, o Oligoceno, o Mioceno, o Plioceno, o Pleistoceno e o Holoceno (época atual), respectivamente (veja imagem abaixo).

Escala do tempo geológico enfatizando a Era Cenozóica

Com relação ao clima e a geografia, durante o Paleoceno o mundo era muito semelhante àquele cretácico. O clima era relativamente mais quente que o atual – tendo atingido um pico térmico no final do dessa época, leia mais sobre isso em “Terra Febril” – e os continentes continuavam a sua lenta marcha para a posição atual. Biologicamente, no entanto, o planeta estava radicalmente mudado. As criaturas nos mares não eram mais as mesmas e os ecossistemas terrestres também não. Os arcossauros, vertebrados que haviam dominado o planeta Terra até o final do Cretáceo, encontravam-se baqueados. Tinha início a grande revolução mamaliana.

Os espaços ecológicos deixados vagos pelos grandes dinossauros com a extinção do K-Pg seriam paulatinamente ocupados por outros grupos de organismos. Entre eles, os mamíferos, que começam a assumir algumas posições chaves nos ecossistemas a partir do Paleoceno. A origem evolutiva das grandes famílias mamalianas parece ter raiz no Cretáceo, mas é a partir do Paleoceno que ocorre uma grande diversificação de formas desse grande grupo.

Os depósitos do Paleoceno são relativamente raros no mundo e os mais estudados estão na América do Norte, como Crazy Montain field, por exemplo, nos Estados Unidos. A raridade desses depósitos é apenas o primeiro fator que torna a Bacia de São José de Itaboraí , no Brasil, tão importante. O segundo é, sem dúvida, a qualidade dos seus fósseis. O depósito brasileiro, que contêm fósseis com preservação excepcional, está localizado no estado do Rio de Janeiro, no município que lhe dá o nome: Itaboraí, mais especificamente, no distrito de São José. A bacia é pequena, uma das menores do Brasil, mas isso é inversamente proporcional a sua relevância científica. Ela é reconhecida internacionalmente e já recebeu a visita de diversos pesquisadores do mundo todo.

A surpreendente Bacia de São José do Itaboraí nos dá uma idéia de como teria sido o mundo pouco tempo depois da extinção que marcou o fim do Cretáceo. Se você nunca ouviu falar sobre este patrimônio geo-paleontológico brasileiro, aqui vai uma oportunidade de conhecê-lo:

Convidamos a Dra. Lilian P. Bergqvist e sua aluna Stella Barbara S. Prestes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para nos contar parte da história desse importante depósito sedimentar, que tem revelado fragmentos importantes do início da história da fauna neotropical moderna.
Dra. Lilian P. Bergqvist atualmente é professora do Departamento de Geologia da UFRJ, ela estuda os mamíferos fósseis da Bacia de Itaboraí desde o início de sua carreira acadêmica e, melhor do que ninguém, pode nos introduzir à história e a importância deste lugar.

Stella Barbara S. Prestes é graduanda em Ciências Biológicas pela UFRJ e participa ativamente dos trabalhos realizados na região, além de atualmente desenvolver um projeto educacional e de divulgação em relação ao Parque Paleontológico de São José de Itaboraí.

 

A BACIA DE SÃO JOSÉ DE ITABORAÍ
 Por Stella Barbara S. Prestes e Lilian P. Bergqvist

A Bacia de São José de Itaboraí está localizada no estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma das menores bacias sedimentares brasileiras (cerca de 1.000 metros de comprimento por 500 m de largura), contendo o mais antigo registro continental Cenozóico do Brasil.

Localização da Bacia de Itaboraí

Possui registros de rochas que variam de cerca de 70-65 milhões de anos até depósitos recentes relacionados ao homem pré-histórico (8.100 anos). Esta bacia sedimentar é preenchida principalmente por deposição química de calcários em uma depressão associada aos fenômenos tectônicos que originaram a Serra do Mar. Também são encontrados depósitos detríticos. Alguns autores associam a origem do calcário à dissolução dos mármores do embasamento cristalino por ação de fenômenos de vulcanismo. O fato é que, em suas bordas, são encontradas lavas vulcânicas (rocha denominada ankaramito), cuja idade foi datada como de 52 milhões de anos. Esta lava “fritou” os sedimentos da base da bacia, carbonizando pedaços de vegetais, evidenciados pela presença de galhos e troncos fósseis.

 Desde 1928 a Bacia de Itaboraí vinha sendo explorada como mina de calcário pela Companhia Mauá de Cimento, o terreno foi doado ao município em 1984, quando a empresa encerrou suas atividades na região. O cimento produzido neste local foi utilizado para a construção do estádio Maracanã e da ponte Rio-Niterói. Ao encerrar atividades, a empresa deixou uma cava de 70 metros de profundidade que foi preenchida por água subterrânea e das chuvas, criando um lago artificial que atualmente abastece os moradores do bairro São José.

Bacia de Itaboraí em 1957

Cimento Mauá, produzido por meio do calcário da região de Itaboraí

Bacia de Itaboraí em 2010 – Fonte: Prefeitura de Itaboraí

Dentro das fendas que cortavam os calcários foram encontrados fósseis da época Paleoceno do período Paleogeno de Itaboraí, relacionados aos existentes na Patagônia e sem outros representantes nas Américas. Eles são responsáveis pela definição, reconhecida na coluna internacional de tempo geológico, como andar Itaboraiense.

Esta Bacia é ricamente fossilífera, tendo sido coletados milhares de fósseis de animais (gastrópodes, mamíferos, aves, répteis e anfíbios) e vegetais. Os gastrópodes e os mamíferos são os fósseis mais abundantes. Os primeiros são comuns no calcário argiloso cinzento que formava o assoalho da bacia, enquanto os mamíferos são predominantes nos sedimentos que preenchiam as fendas que cortavam verticalmente os calcários. Restos de preguiça gigante, mastodonte e tartaruga foram encontrados em pequeno depósito de cascalho ao sul da bacia.

Reconstituição artística de como a região da Bacia de Itaboraí seria durante o Paleoceno – por Wagner Bromerschenkel, 2005

Reconstituição de Protodidelphis, uma das espécies de mamíferos fósseis encontrados na Bacia de Itaboraí – Por Maurílio de Oliveira

Reconstituição esqueletal de Carodnia vierai, um dos mais ilustres mamíferos fósseis paleocênicos da Bacia de São José de Itaboraí, foto por Paul Jürgens. Este animal teria 2,20m de comprimento e chegaria a 400kg.

No ano de 1990, a prefeitura municipal de Itaboraí declarou a área antes explorada pela companhia de cimento como utilidade pública, e em 1995, finalmente foi criado o Parque Paleontológico de Itaboraí.

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Bom, quanto ao Parque Paleontológico de Itaboraí, aí já é outra história sobre a qual também se tem muito para contar! Profa. Lilian e Stella já estão convidadas a voltar e escrever mais para os “Colecionadores de Ossos”.

Nos resta exaltar mais uma vez a importância dessa área sedimentar brasileira e lembrar que além do registro paleocênico,  a região do distrito de São José, em Itaboraí (RJ), também guarda a inestimável evidência da presença de megafauna pleistocênica no Rio de Janeiro e a ocorrência de artefatos arqueológicos. Estes últimos, de idades bem mais recentes…

Voltando um pouquinho para essa história de “mundo pós-apocalíptico”, o que Itaboraí nos mostra é que, mesmo pouco tempo depois da grande extinção que pôs fim à “Era dos Dinossauros”, o mundo já transbordava de vida. Os mamíferos se diversificavam nas ruínas de outros grandes grupos do passado, e avançavam em um planeta quente e úmido: uma nova era. O Paleoceno foi um período importante de recolonização e reconquista de espaço para os sinápsidos, que estavam no “banco de reservas” biológico desde o Permiano-Triássico. Mesmo que praticamente toda fauna paleocênica tenha sido extinta até o meio do Eoceno, este período de tempo foi estratégico, e funcionou como o gatilho para a franca expansão mamaliana e a sua soberania no que diz respeito a ocupação de nichos terrestres e aquáticos atuais. A recuperação foi  rápida.

A nossa lição para 2012 e toda essa história maluca de “fim do mundo” é: a vida sempre volta a florescer, mesmo depois de grandes catástrofes. Geralmente o que acontece é uma troca de personagens principais. Se ocorresse alguma grande catástrofe global agora, que levasse a extinção da humanidade, rapidamente algum outro grupo de organismos tomaria a frente, assim como os mamíferos fizeram logo após a queda dos dinossauros. Fica a dica do Ian Malcom (personagem criado por Michael Crichton em Jurassic Park): “Life always finds a way”.

Referências

Bergqvist, l.P.; Moreira, a.L. & Pinto, d.R. 2006. Bacia de São José de Itaboraí-75 anos de história e ciência. Rio de Janeiro, CPRM- MMe, p. 81.

Veja mais informações e detalhes sobre a Bacia de Itaboraí no SIGEP – clique AQUI – Bacia de São José do Itaboraí, berço dos mamíferos no Brasil

 

Paleocurtas! Duas novidades do mundo da Paleontologia!

Uma nova espécie de mamífero fóssil foi encontrada e para surpresa: ela parece o Scrat da série de filmes ‘Era do Gelo’! Cara de um, focinho do outro. Além disso, temos uma novidade brasileira: mais um dinossauro tupiniquim. Confira: Aelosaurus maximus, mais um titã do Brasil.


Encontraram o fóssil do Scrat !?



Acima: Foto do personagem Scracth, dos filmes “Era do Gelo”. Direitos autorais da 20th Century Fox.

É fato que foi publicado ainda esta semana na revista Nature, um trabalho descrevendo um pequeno mamífero muito semelhante ao bichinho engraçado dos filmes da série “Era do Gelo”. O crânio do pequeno animal foi encontrado em afloramentos do início do Cretáceo Superior, em camadas de aproximadamente 93 milhões de anos, em uma região conhecida como “La Buitrera”, localizada na belíssima província de Río Negro, sul da Argentina. 

O que assemelha o novo mamífero cretácico ao carismático esquilo da “Era do Gelo”, são os formidáveis “dentes de sabre” e o longo focinho. Todavia, o novo animalzinho tem muito pouco a ver com o personagem do desenho animado. Ele pertence a um grupo de mamíferos extintos não aparentado com nenhuma espécie vivente e nem de longe enfrentou a temida Era do Gelo de Scrat: Dezenas de milhões de anos separam as glaciações pleistocênicas do pequeno mamífero cretácico argentino. Ah! E naquela época não existiam bolotas de carvalho…


Imagens originais do artigo ilustrando o crânio do novo mamífero do Cretáceo argentino
A respeito da idade do animalzinho, ele traz um panorâma novo para a idade cretácica sulamericana. Antes da presente descoberta, conheciam-se apenas mamíferos do início desse período geoglógico na América do Sul. Com a descoberta de Cronopios dentiacutus, como foi batizado o novo animal, temos uma idéia de como teria sido um momento diferente dentro do Cretáceo sulamericano para os mamíferos.

Reconstituição artística de como seria em vida Cronopio dentiacutus, por Jorge Gonzalez
Sobrevivendo entre os gigantes dinossauros patagônicos, especialmente os colossais saurópodes, o animal seria diminuto. Teria uma dieta insetívora, a julgar pelos seus dentes peculiares, e muito provavelmente apresentaria hábitos noturnos.

Os paleontólogos Guillermo Rougier, Sebastián Apesteguía e Leandro Gaetano descreveram o novo material com base apenas em evidências craniais e o batizaram como Cronopio em homenagem ao escritor Belgo-Argentino, Cortázar – Cronópio é um personagem conhecido dos livros desse autor.

Cronopio dentiacutus pertenceu a um grupo de mamíferos extintos chamados de ‘Dryolestóides’ e é peculiar por apresentar uma dentição muito especializada. Está proximamente relacionado com formas do Jurássico da Laurásia, porém denota um possível endemismo de formas gondwanicas que deve ser melhor revelado com a continuidade das prospecções fossilíferas mundo a fora.


Novo dinossauro brasileiro!! Aelosaurus maximus

Materiais de titanossauros são elementos muito comuns na Bacia Bauru. Essa unidade geológica de idade cretácica cobre uma extensa área do país, incluindo os estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O novo dinossauro é paulista. Foi encontrado no interior do estado, em uma cidade já famosa pelos fósseis de dinossauro: Monte Alto.

A história desse bicho é antiga. Ele foi encontrado há muitos anos pelo Prof. Antônio Celso de Arruda Campos e sua equipe do Museu de Paleontologia de Monte Alto, que tiveram um árduo trabalho para recuperar o material. Os fósseis estão em exposição no museu da pequena cidade há anos, porém só agora, o paleontólogo Rodrigo Santucci o descreveu formalmente como um novo animal.


Finalmente com identidade, pela primeira vez formaliza-se, com vasta descrição, a presença de titanossauros do grupo Aelosaurini no Brasil. O novo animal foi batizado de Aelosaurus maximus. Maximus‘ devido ao seu tamanho.

Muitos trabalhos já haviam citado informalmente a presença de ‘aelossauros’ em território brasileiro, porém este é o primeiro que discute a questão de forma ampla e fornece inclusive um novo panorâma filogenético para esse grupo de dinossauros saurópodes como um todo.  Esses animais foram primeiramente encontrados na região patagônica da Argentina e o gênero Aelosaurus já é até mesmo conhecido. A. maximus seria apenas uma nova espécie dentro desse gênero, que inclui outras duas de nacionalidade ‘hermana’.


Parabéns ao colega Rodrigo e a toda equipe do Museu de Paleontologia de Monte Alto!!!

Acima: Reconstrução de Aeolosaurus. Direitos autorais do Museu de História Natural de Londres.
Acima: Localização dos achados e fósseis de Aeolosaurus maximus, a disposição dos fósseis como foram encontrados no afloramento e a reconstituição do animal evidenciando os elementos ósseos encontrados. Santucci & Arruda-Campos, 2011.


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Bibligrafia:

Rougier, G.W.; Apesteguía, S. & Gaetano, L. C. 2011. Higly specialized mammalian skulls from the Late Cretaceous of South America. Nature, 479, 98-102.

Santucci, R.M. & Arruda-Campos,A.C. 2011. “A new sauropod (Macronaria, Titanosauria) from the Adamantina Formation, Bauru Group, Upper Cretaceous of Brazil and the phylogenetic relationships of Aeolosaurini”. Zootaxa 3085.