A segunda coisa mais bonita para se ver na Terra…

Se eu trabalhasse para a Megadodo Publications, essa seria a definição que eu usaria.

Lugar comum no discurso criacionista, já ouvi muitas vezes que “nada de belo pode sair de uma explosão”, em referência ao atual modelo cosmológico para explicar a expansão do Universo.

Explosões podem ser legais…

Imagine uma bola muito grande. Agora imagine ela maior, muito maior. Uma bola beeem grande pelo espaço. Uma gigantesca bola com uma usina de fusão nucelar no seu interior. Muito grande.

Imagine que ao redor dessa bola existam outras bolas menores, e que em uma delas, existe vida. Um certo dia, alguns seres da bola menor resolveram que chamariam a bola maior de Sol, e eu não sei se todo mundo concordou com a escolha, mas é assim que eles chamam até hoje.

O núcleo do Sol está transformando Hidrogênio em Hélio e a energia liberada nesse processo sai do núcleo para as camadas mais externas criando campos magnéticos. Na parte mais externa, muito quente, forma-se plasma (partículas ionizadas, ou seja, que ganharam ou perderam elétrons).

As vezes o plasma arrasta um campo magnético para fora do Sol. Temos aí uma explosão solar, tempestade solar, ou também Ejeção de Massa Coronal. No caminho dessas partículas ionizadas viajando pelo espaço, a praticamente inofensiva Terra. Mas não entre em pânico, Magrathea engenhosamente projetou um gigantesco escudo protetor.

Quando o plasma está para atingir a Terra, é desviado pelo Campo Magnético terrestre. O Campo Magnético acaba sofrendo uma deformação momentânea. Mais do que ser um dos fatores que torna possível a vida na Terra, o resultado das explosões solares contra o campo magnético da Terra cria o fabuloso, magnifico, espetacular e maravilhoso fenômeno das Auroras.

Infelizmente não há legendas para esse vídeo, mas as imagens já devem ajudar bastante a compreensão.

Observadas desde a antiguidade, a explicação só veio em 1896 com o Físico norueguês Kristian Birkeland. No link, uma galeria de imagens das Auroras Boreais (para o Hemisfério Norte, no Hemisfério Sul são chamadas de Auroras Austrais) resultantes das tempestades solares do inicio desse ano.

Agora você deve estar se perguntando o que fazer para ver um aurora.

“O que eu faço para ver auroras?”

Para realmente ver, você precisa estar em uma região de alta latitude, preferencialmente próxima dos polos. Mas pra você, que assim como eu, está em uma região onde não é comum o fenômeno acontecer, sempre tem um jeitinho.

Primeiro, descubra quando há a possibilidade das auroras acontecerem. Vocês podem descobrir através dos dados de atividade solar disponíveis aqui. Eu sigo o @VirtualAstro (que além das auroras também comenta sobre outros acontecimentos astronômicos interessantes, sempre com a participação dos seguidores que enviam suas fotos) e o @Aurora_Alerts (o nome é auto explicativo, não? 😀 ).

Sabendo que há um alerta de aurora, uma boa ideia é acompanhar o Aurora Sky Station, que transmite em tempo real fotos das auroras. A câmera está localizada no Parque Nacional Abisko, na Suécia.

Há ainda o fator inconveniente do efeito das explosões solares nos satélites, sistemas de comunicações e redes elétricas. Mas isso fica pra outra hora, afinal, esse é um post sobre a beleza das coisas.

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Discussão - 1 comentário

  1. [...] já falei aqui sobre como coisas potencialmente destrutivas podem ser bonitas. Os cogumelos das explosões de [...]

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