Os 10 assuntos científicos mais comentados de 2009

Recordar é viver (desde que não se fique apenas por essa relembrança). Então antes de prever o ano de 2010, relembremos o quase-findo 2009.

Aqui eu vou colar. Copiar e colar, na verdade. Saiu aqui na Scientific American os top 10 assuntos científicos do ano. Do LHC até a “estrela da morte”, vamos a eles:

top 10.png

  • Grande Colisor de Hádrons – Engasopou ano passado, mas esse ano foi! O colisor de partículas finalmente está em uso, e já bateu todos os recordes da sua categoria “colisor peso pesado”. E ele próprio já é uma previsão para 2010, afinal resultados vão começar a sair logo mais.
  • Influenza A H1N1 – “Craro Cróvis”, como esquecê-la. Nos fez prestar atenção na gripe comum, no nosso sistema de saúde nacional e mundial. Mostrou a fragilidade da informação rápida para o cidadão, onde o único meio de comunicação com informação, explicativa, ajustada e de confiança foi o blog colega Rainha Vermelha, mostrando a força e importância dos blogs de ciência nacionais. Este é outro assunto previsto para bombar em 2010, com a segunda leva do vírus que ninguém sabe como virá. Até o Obama já se vacinou.
  • Ardipithecus ramidus – chocante fóssil estudado por mais de 15 anos antes de ser publicado em edição especial da revista Science (imagino a politicagem ferrenha que deve ser pras revistas “comprarem” este tipo de trabalho que dá muito ibope). Simplesmente este fóssil tem colocado em cheque o que define um hominídeo (ou mesmo o que nos define). Belo presente de aniversário para os 200 anos de Darwin e 150 do seu livro
  • Cop15 esperança e fiasco – tanta preparação pra nada. Ou pelo menos para perceber a fragilidade do nosso sistema político frente a tomadas de decisão rápidas e embasadas em informação científica. Escrevi mais aqui.
  • Vacina contra a AIDS – um mega estudo na Tailândia vacinou 16 mil pessoas. Conclusão: não funciona muito bem. Mas abriu várias janelas de oportunidades para estudar a reação do vírus à vacinação.
  • Hubble tunado – Esse é um que não morre. 19 anos com corpinho de 12 e meio, e agora com novos aparatos, vai continuar em atividade por mais 5 a 10 anos. Isso que foi projetado pra durar só 5! “Conta o segredinho pra essa vida longa e tão lúcida.”
  • Epigenética de pai pra filho – no ano de Darwin descobrem que Lamark estava certo?! Então características adquiridas pelos pais podem passar para os filhos e netos! Pois é, mas sem alterar o DNA, só as travas que comandam a sua leitura. E sim, isso sim muda muita coisa!
  • Água na Lua – 40 anos após a Apolo 11 a Lua revela um novo segredo: água. Danadinha essa Lua, surpreendendo a gente mesmo com um seco Mar da Tranquilidade
  • O laser “Estrela da Morte” – sim é um monte de raios laser que se juntam num ponto só. Se você colocar hidrogênio lá, ele sofre fusão! E fusão é basicamente o q acontece no coração de uma estrela! Servirá para estudos astrofísicos, nucleares e energéticos.
  • Solução pra crise: grana pra ciência – O país está em recessão? O governo tem que soltar uma grana. Obama liberou quase 800 bilhões para salvar a economia, dos quais 21,5bi foram para pesquisa. Áreas de interesse como meios de transporte e energia foram favorecidas e podem fazer a diferença no futuro. O Brasil cortou investimentos nessa área e dizem que nem teve crise por aqui.
  • E vocês, o que acharam da lista? Alguma sugestão de alteração?

O que um cientista sente ao sacrificar seus animais

lab-mice-540x380.jpgHoje sacrifiquei meu primeiro animal de experimentação.

Um camundongo.

Claro que já entrei em contato com a morte antes. Desde animais de experimentos de colegas ou mesmo morte de parentes. Todas estas ocasiões acabam mostrando uma nova face da morte. Até mesmo já havia matado camundongos invasores de uma antiga república onde morava.

Mas sacrificar MEUS animais, para completar o MEU experimento, e aliás, fazer isto com as MINHAS próprias mãos, coloca a morte em uma nova perspectiva.

Irei ignorar comentários me chamando de sádico matador de animais. Eu gosto de animais. Até mesmo crio gerbils de estimação. Sinto empatia por eles, e este é o problema. Esta empatia que nos coloca no lugar deles, que insiste em colocar a nossa consciência humana nos seus corpinhos de roedores.

camundongo.jpg

Mesmo sofrendo com esta empatia, não quero me livrar dela. Não quero perder esta sensibilidade pelo animal. Sei que seria muito mais fácil para o trabalho, mas a falta de sensibilidade acaba na banalização da coisa toda, e isto seria péssimo. Seria um passo a mais para se sair do trilho ético no lido com animais.

E infelizmente não podemos deixar de usar os animais nos experimentos. Tudo in vitro ou in silico (computador) é apenas uma dica, é mentira, ilusório como um vôo simulado. O experimento que se faz em animal é o primeiro vôo de um piloto. Os animais que tornam nossos experimentos elegantes, e é neles que as respostas se mostram realmente complexas e desafiadoras. Eles são a porta de entrada das hipóteses dos pesquisadores para a “natureza selvagem”.

Aos que já estão acostumados a lidar e sacrificar animais, não riam da minha empatia talvez ingênua neste meio acadêmico da biologia. Continuarei os experimentos até o fim. Mas entendam que não é algo trivial e que devemos sempre ter os animais em um nível de consideração mais elevado que uma simples “cobaia”, palavra que acaba ficando até mesmo pejorativa.

São animais, oras. Mamíferos muito próximos de nós, evolutivamente falando.

Por isso dedico este texto aos meus camundongos sacrificados. Em homenagem à sua importância para minha formação e para o conhecimento humano. Farei o máximo para aproveitar cada dado extraído, cada experiência profissional, e também pessoal, de meu contato com eles.

Obrigado.

camundongo nude.jpg Na verdade este é o meu camundongo. Chama “nude” (pelado), porque não tem pêlos e nem sistema imune. Feinho mas gente boa.

Já que a COP15 não resolveu, nos dê o poder para ajudar.

cop15 lula obama.jpgCOP15 chegando ao fim e chegam ao fim nossas esperanças de uma revolução política e econômica no assunto ambiental. Ações locais e algumas ações concretas foram firmadas, ok. Mas a revolução necessária para resolver o problema não foi nem esbarrada. Não que eu tivesse grandes expectativas quanto a isso, afinal perdi a minha ingenuidade há algum tempo. Mas esperava pelo menos uma abordagem maciça da mídia, que até tentou fazer a sua parte sim, não recrimino. Mas o cidadão continua blindado contra informação de profundidade. Falar na TV sobre clima não é suficiente. Este é um tema que requer uma base de conhecimentos que o cidadão não tem, e chegamos, como sempre, ao ponto crucial que é educação básica.

Então tudo bem, a COP15 não salvou o mundo. E o que um jovem doutorando empolgado e com um sentimento de obrigação social de melhorar o mundo pode fazer? NADA.

É isto que sentimos. Eu e mais vários jovens que iniciam sua vida produtiva agora. Bem neste momento em que entramos em maior contato com o mundo percebemos que quem comanda o mundo falhou, e nós ainda não temos o poder minimamente necessário para fazer a diferença. Para pelo menos sermos ouvidos.

Quem disser “Mas jovens descolados podem se unir e fazer grandes ações. A internet está aí como uma ferramenta de mobilização, de divulgação…” está muito enganado. Talvez a internet seja a pior das maldições dos nossos dias. Ela traz esta falsa idéia de mobilização e ação. Como se escrever um blog pudesse ser uma ação social válida. Como se clicar num banner para plantar uma árvore ou alimentar uma criança fosse resolver algum problema. E feito isto podemos dormir com a consciência tranqüila da boa ação feita. Com isso o cidadão lava as mãos.

Quem acha que isto é o suficiente não tem noção real do problema. E a noção real do problema é: NINGUÉM TEM NOÇÃO REAL DO PROBLEMA!

O problema climático depende da ciência, da política, da economia, da sociedade e da educação. Cada uma com seus nuances, metodologias e agentes.

E os agentes de poder atuantes hoje, falharam. O seu sistema é lento. Quando surge um resultado científico tão alarmante quanto o aquecimento global, deveria haver como este sistema se auto-regular a tempo. Ainda mais quando os estudos também já determinam metas a serem atingidas. Aliás, estes estudos que deveriam ser a parte difícil do problema. Mas a complexidade política, que deve levar em conta todas as outras áreas e suas complexidades individuais, parece um obstáculo intransponível.

Diante desta complexidade as pessoas travam, e não há como culpá-las. A coisa é difícil mesmo.

Mas ver jovens, melhor preparados que muitos agentes formadores de opinião ou tomadores de decisão, sempre a margem da discussão é doloroso.

Sabemos que um dia tomaremos o poder. Estes jovens serão os formadores de opinião e tomadores de decisão em alguns anos. (e eu estou sendo otimista aqui, afinal poderiam me perguntar “onde estão os jovens visionários das décadas passadas agora?” Eu não saberia dizer)

Mas a questão climática coloca uma coisa em perspectiva: Certos problemas, não só o climático, precisam ser corrigidos num tempo certo. É como comprar uma Harley-Davidson: Quando se é jovem e se tem energia, força e espírito de aventura para USAR uma moto destas, não temos o dinheiro para comprá-la. Quanto juntamos o dinheiro para tal, já estamos velhos demais para usá-la como se deve.
Talvez depois, quando a competência chegar ao poder, já seja tarde demais.

Congresso científico fantasma

congresso fantasma.jpg

Calma, não é um congresso científico SOBRE fantasmas, o que seria um paradoxo.
Mas um congresso-SPAM. Isso mesmo. E maldoso.

Imagine receber um email com uma programação de congresso na China com pesquisadores top da sua área. E ainda te convidam para dar uma palestra e por isso se oferecem a pagar, ou melhor, reembolsar, sua estadia e inscrição.
“Ora, nunca fui pra China. Seria uma ótima oportunidade!”
Não só você se interessa e se inscreve como reenvia a outros colegas, como é praxe. Manda seus dados, número do cartão de crédito e BINGO, não existe congresso.

Isso não é novidade no mundo corporativo. Calotes com congressos ou cursos fantasmas são muito comuns. Mas geralmente são temas mais abrangentes, com listas de email inespecíficas. Cursos de “venda mais”, ou “Quem Mexeu no Meu Queijo e A Arte da Guerra para pequenos empresários”.

O diferente aqui destes dois casos de congressos científicos fantasma é o nível de sofisticação. A programação contém nomes de pesquisadores importantes da área, e os emails foram para pesquisadores e interessados nas tais áreas.

O primeiro caso aconteceu em agosto de 2009, o suposto Congresso Internacional de Cardiologia na China. Aqui o caso foi de roubo ou mal uso de informação de uma empresa chinesa que estava realmente organizando um congresso. Mas as informações, programa e email de pesquisadores, vazaram e foram utilizadas para divulgar o “evento” antecipado. Alguns pesquisadores fizeram inscrição com cartão de crédito e compras não autorizadas foram feitas com eles.

O segundo irá acontecer em Dezembro de 2010 (ou não). É o “Conference on Human Welfare and the Global Economy”, organizado por uma entidade chamada Action World International Organization (AWIO). Este engodo foi descoberto pela revista The Scientist, que ligou para o local do evento indicado no email e descobriu que não há reserva para a data, e os palestrantes contatados não estão sabendo de nada!

É minha gente, por isso digo que é cada vez mais difícil ser cidadão hoje em dia. Agora pra cada convite de congresso que queira ir você tem que ligar para o local onde se realizará o evento e perguntar “Vai rolar mesmo?”. Ou ligar para o palestrante programado e perguntar “Você vai mesmo?”. Ou pior, você pode ser o próprio palestrante e ter que ficar recebendo emails de confirmação de presença. Haja saco.

Mas é o preço das facilidades da vida moderna.

Ciência ruim num estalar de dedos? IgNobel prá você!

2009IgNobel.gifMais um texto da nossa série sobre o IgNobel 2009, e, prá começar, temos aqui um exemplo de como o IgNobel não premia somente pesquisas “inusitadas” ou de resultados pouco práticos, como o Rafael comentou em nossa entrevista ao Programa E-farsas. Muitas vezes, o prêmio é dado a um trabalho realmente idiota.
Então, melhor estalar os dedos e começar duma vez!
Ganhador do Prêmio IgNobel de Medicina de 2009, o Dr. Donald L. Unger, um médico de Thousand Oaks (California, EUA), deve ser uma das pessoas mais controladas – ou mentirosas – que eu já ouvi falar.
Por que? Cansado de ouvir sua mãe, tias e outras pessoas sobre os “malefícios” de se estalar as juntas dos dedos, o pequeno Donald, num insight ou não cético teve a brilhante ou não ideia de conduzir um estudo de caso que comunicou ao periódico Arthritis & Rheumatism no ano de 1998.
Nessa comunicação (PDF em Inglês), publicada na seção “Letters” do periódico, afirmou não haver conexão entre o ato de se estalar os dedos e o desenvolvimento de artrite, de acordo com dados coletados durante o espantoso período de 50 anos!
Estalos ocasionais ou espontâneos, como costuma acontecer nos pés e tornozelos depois de levantarmos da cama, são inócuos. Mas se forem repetidos com freqüência, aumentam a produção do líquido interno das juntas, o que pode causar engrossamento, dor e perda de flexibilidade, como afirmou o Dr. Isidio Calich (Faculdade de Medicina da USP) à Super Interessante.
knuckle_cracking.jpgExistem dois tipos de estalo, e, conforme o tipo, podem acontecer danos aos tendões e à cartilagem que recobre a extremidade dos ossos. O primeiro tipo acontece quando esticamos a junta (puxando um dedo, por exemplo, como na imagem da esquerda), o que gera uma espécie de vácuo que faz o líquido no interior das juntas se movimentar com violência (por isso o ruído). O outro tipo é quando dobramos a articulação, no qual o estalo é decorrente do atrito entre as cartilagens dos ossos (como quando apertamos os dedos contra a palma da mão, como na imagem abaixo).
crucking_knuckle.jpg
Agora, se me perguntarem, tenho certeza que o IgNobel veio por causa do desenho experimental do inspirado aspirante a cientista: ele passou 50 anos da vida dele estalando os dedos da mão esquerda duas vezes ao dia. E não fez o mesmo com a mão direita. Bom, “a não ser em casos de distração, ou quando aconteceram estalos espontâneos”… então tá.
De acordo com seus “dados”, no período de “estudos” ele contabilizou ter estalado os dedos da mão esquerda por aproximadamente 36500 vezes (!!!), e não observou nada que indicasse o desenvolvimento de artrite na mão esquerda, além de não observar nenhuma diferença significativa entre os dedos das mãos esquerda (estalada constantemente) e direita (só de vez em quando).
Portanto, segundo nosso querido Dr. Donald (farei um esforço hercúleo para não chamá-lo de pato nenhuma vez, prometo… bom… desconsiderem essa, por favor), os dados que observou corroboraram (adoro essa palavra) os dados de um estudo publicado 25 anos antes por Swezey RL. e Swezey SE., entitulado “The consequences of habitual knuckle cracking.” (West J Med 1973;122:377-9).
Para mim, a cereja do bolo está no final da comunicação, quando o autor sugere que outros “mitos” que ouvimos quando crianças sejam verificados, e dá como exemplo “espinafre te deixa mais forte”, e relata:
macaco-chongas.jpg“This study was done entirely ut the author’s expense, with no grants from any governmental or pharmaceutical source.”

Tradução: “Este estudo foi totalmente custeado pelo autor, sem qualquer tipo de financiamento governamental, ou farmacêutico.”
Só me faltava essa mesmo… por isso, além do IgNobel, ele ganha do RNAm um macaquinho do Chongas, que reflete tudo o que senti ao escrever esse texto.
Quer saber mais sobre esse assunto? Sugiro essa matéria da HowStuffWorks (em Português) e uma página de “perguntas e respostas” do Centro de Artrite do Johns Hopkins (em Inglês).

Bate papo sobre as preocupações e os anseios de um educador e de um cientista.

EDUCACAO-CIENCIA-E-PROFISSAO.jpg

As preocupações e os anseios de um educador e um cientista com relação à educação, o papel das Universidades e o acesso da população aos meios científicos. 

Aqui, um dos blogueiros do RNAm conversa com um grande amigo apelidado Sangue, professor do Estado há alguns anos, sobre a educação, o método científico e tudo mais.

Esta conversa não foi planejada, simplesmente surgiu pelo msn, e foi transcrita praticamente sem alterações. Por isso desculpem a informalidade e elogiem a franqueza.

E, claro, nos digam o que acham de tudo isto.

Leiam a conversa clicando abaixo:

Continue lendo “Bate papo sobre as preocupações e os anseios de um educador e de um cientista.”

RNAm no programa E-Farsas

e-farsas.jpgSabadão estaremos no famoso programa E-Farsas!
Muito antes do Fantástico ter aquele quadro Detetive virtual, o Gilmar já sentava o sarrafo na falta de noção digital.
Ele vai ao ar na JustTV sábado dia 28/12 às 18h30. Neste dia seremos “nozes” do RNAm que iremos apresentar nossas farsas.
Caso você perca, o programa cai no YouTube e logo será postado aqui.
Bjomeassista

A encenação da defesa de tese

homertrix.jpg

Defesas de tese. A linha de chegada de toda pós-graduação.

Pode ser mestrado ou doutorado. Pode ser com apresentação ou só entregar a tese escrita. Pode ser sozinho ou com uma banca de 6 ou até mais professores. A sua banca (o júri que avalia se você esta pronto para ostentar o título de doutor) pode ser composta só por amigos ou ter algum inimigo. (sim, cada departamento, mesmo dentro de uma mesma universidade, é diferente.)

E tem os prazos pra defender, para juntar a papelada toda, conseguir marcar a data com todos os professores da banca…

Eita estresse!

E por que chama defesa? Ora, não é óbvio? Porque o pós-graduando precisa se defender das flechadas da banca. Perguntas pontiagudas sobre o trabalho da tese ou sobre a área onde ela se encontra. Pode-se rebater com um bom escudo ou desviar no melhor estilo “Matrix” da saraivada de balas que saem das escopetas dos professores.

Ao final de tudo isto, o pós graduando será laureado com a honraria de Mestre, ou Doutor!
Que pompa!

Mas e se o candidato não estiver à altura do título?
E se fez um trabalho meia-boca, ou interpretou os dados de maneira errada, ou se ficar claro que o orientador ou outro aluno é que fizeram todo o trabalho? O que acontece?

cao graduado.jpg

Acontece que ele TAMBÉM será laureado com a honraria de Mestre ou Doutor!
Que bomba!

Pois é meu amigo. Isto é o que acontece nas pós-graduações das melhores e maiores faculdades do Brasil. Não estou falando de qualquer FAFUP (Faculdade de Funilaria e Pintura) da vida não.
Isto acontece na USP, UNICAMP, UNESP, e por aí vai. Digo que ocorre pelo menos na área que eu conheço, a das biológicas.

Em poucas palavras: NÃO SE REPROVA ALUNO NAS DEFESAS!

Exceção parece ser o pessoal de exatas. Lá parece que o pau quebra solto. E parece que em outros países também é diferente (veja um relato no Brontossauros no meu Jardim). Mas nos vários departamentos que eu conheço e ouço falar, ninguém reprova mesmo.

E por que isto acontece? É a velha politicagem. Se eu for professor da banca e descer o pau no aluno que se mostra ruim, posso estar gerando mal estar com o professor que orienta este aluno, ou mesmo baixando o conceito do departamento de pós-graduação, que deixaria de somar mais um doutor formado ali. Situação chata né?

politica-raposas.jpg

Então o que todos os departamentos fazem? Acabam passando todo mundo! E eu já vi cada absurdo que dá até dó.
Claro que isto põe em cheque a qualidade dos doutorzinhos por aí. E também desanima saber que o meu titulo, que será conquistado com tanto suor e lágrimas, terá o mesmo valor deu um aluno medíocre empurrado com a barriga pelo sistema.

Um amigo meu uma vez disse que se colocassem um macaco no departamento “piii…” da USP, depois de 3 anos ele se forma doutor. É só alguém preencher as fichas por ele.
E eu acho engraçado que a maioria das pessoas que vão defender fica nervosa e com medo de não passar. Daí eu pergunto “você já viu ou ouviu falar em alguém que não passou?”, e sempre a resposta foi “não”. Então porque o nervosismo? Não querer fazer feio é uma coisa, mas o seu título já está garantido. Relaxa e goza.

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Por isso criei para as defesas de tese o termo “Dragão Banguela”: assusta, mas você sabe que não vai te machucar.

Plagio da reitora da USP. A culpa é de quem?

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disse várias vezes aqui: cientistas não são santos,
certo?

A notícia da Folha assusta pelo alvo. Não só uma cientista,
mas a própria REITORA DA USP, Suely Vilela!

Resumindo a notícia: A pesquisadora e reitora, juntamente
com mais 10 pesquisadores, publicaram um trabalho em 2008 baseado no trabalho
de uma aluna de doutorado. Três das imagens utilizadas e dois parágrafos são idênticos
a um trabalho de 2003 de um grupo da UFRJ. E ainda trocaram as espécies no processo: o paper da UFRJ trata de Leishmania enquanto o da USP trata de Trypanossoma.

O grupo carioca deu o alarme e a USP, em nota da própria reitoria, diz que vai apurar.

Compare as imagens você mesmo:

plágio reitora usp imagem.jpg

A reitora se defende dizendo que a parte dela (sim, um
trabalho pode ser dividido em várias partes) está certa e não tem nada a ver
com as imagens clonadas. A tal aluna não foi encontrada.

Acredito na reitora. É muito difícil, em um trabalho com várias
partes, todos os co-autores estarem a par de cada experimento. A culpa recairia
mais em quem era responsável pelo experimento e seu orientador.(Importante aqui é não colocarem um aluno desaparecido do mundo científico como testa de ferro)

Claro que este é mais um caso da fragilidade da ciência, que
na verdade não é diferente de qualquer relação humana: ela depende da confiança
nos colegas.
Mas, feita a besteira, só se pode pedir desculpas ao grupo
carioca e publicar uma retratação na revista onde foi publicada a fraude.

E não faça mais isso, cientista feio!

RNAm cobre o Teleton “em ritmo de festa!”

Logo Teleton reduzido.JPG

Fantástica a experiência de conhecer o Império do Sêo Sílvio Santos e participar de um evento do porte do Teleton. Convite graças ao amigo Victor do Comlimão, ao qual agradecemos imensamente. É bom ter contatos no mundo marketeiro 2.0.

Vida de estrela

Um carro foi nos buscar e trazer de volta (yeah, motorista, baby!); comidinhas no camarim (sim eu disse CAMARIM!!!) ; maquiagem (podem rir, a gente deixa); um lounge onde circulavam pessoas comuns e estrelas de terceira grandeza; sorvete Häagen-Dazs de graça; e essas facilidades que o mundo publicitário proporciona.

Para minha imensa surpresa encontrei mais uma bióloga blogeira, a Vanessa do Site Viva as Diferenças. Foi ela quem me ensinou a etiqueta para me dirigir a pessoas com necessidades especiais: para um cadeirante eu sou um andante, para um deficiente visual sou um vidente, e por aí vai. Afinal, chamar quem nao tem deficiência de “normal” é chamar quem tem de “anormal”. Além do que, de perto ninguém é normal. (este é o único caso em que eu permito que me chamem de “vidente”, fora isso o termo é muita queimação para um cientista)

Outros contatos interessantes foram a Cybele Meyer do blog Educar Já! e o Paulo do Humortadela. Ambos interessantes e interessados em interagir com o pessoal do ScienceBlogs para gerar conteúdo. Aguardemos o que acontece.

Segue aqui uma seleção das nossas twitadas mais pertinentes (ou não) do evento:

Twitts de @Rafael_RNAm:

RafaelRedux.jpg

  • RT @AninhaArantes É a típica situação em que os fins justificam os meios: dá axé pro povão q eles se entorpecem e tiram o escorpião do bolso
  • Quanto sertanejo. Será q eles são mais sociais q o rock ou axé? #teleton

Twitts de @Gabriel_RNAm:
GabrielRedux.JPG

  • Hahaha! RT: @AndreDentinho #Teleton é um evento pra quem tá ligado. Quem estiver desligado que contribua com o Teletoff.
  • Não dá prá mudar a Amazônia Sr. Maurício Mattar? Tá DOIDO mano! Rebolou até liquefazer o cérebro! #Teleton
  • Comprimento do vestido – Hebe 1 x 0 Cláudia Leitte #Teleton
  • “tem que mandar matar, igual eu e a hebe” – SilvioSantos #Teleton highlights
  • Fiquei sabendo que a Hebe tá de caso com um alemão… chama Alzheimer. #Teleton Underground
  • Caraca, a Hebe ficou EM CHOQUE com a piada sobre o EdirMacedo que o Sílvio fez. Pasmou por uns 10 segundos. #Teleton underground

Sentimento de dever cumprido por ajudar numa importante causa social, fomos terminar a noite do melhor jeito possível: encontrando amigos numa balada… open bar, evidentemente.

GaleraRedux.JPG

Tá pensando o que? Cientista também se diverte mano!

Para terminar, gostaríamos de agradecer a todos que nos ajudaram, seja na produção do Teleton ou acessando o RNAm e fazendo a sua doação a essa importante causa. Para quem ainda não fez a sua doação, vale um lembrete: as doações pela internet podem ser feitas durante o ano todo!

Para maiores informações, acessem www.teleton.org.br e vejam como fazer!